- Dorcas, - começou James, que estava parado à minha frente, olhando para ela. – Pelo visto, vocês já criaram minha caveira para a ruiva, né?

- Não me chama de ruiva! Quantas vezes terei que falar isso?! – falei, perdendo a paciência.

- Já falei que acho garotas ruivas lindas? – perguntou ele, sorrindo maroto para mim, e, por um instante, vacilei em me deixar levar por aquele sorriso.

- Não me interessa a tua opinião, Potter. – falei, secamente, me recuperando.

- Poxa, assim você me magoa, ruiva. – falou ele, rindo.

- Potter, - Dorcas interferiu – Dá um tempo e vá com teus nada idiotas amigos. A garota mal chegou à escola, e você já vem inferniza-la.

- Tudo bem. Se minha presença é tão desagradável assim para vocês, eu já estou indo embora. Até mais ruiva. – disse ele para mim – E pode deixar que eu mando um beijo para o Remus em teu nome, Dorcas. – falou ele a ela, então se virou e começou a correr em direção aos outros dois, que estavam parados olhando nossa conversa e rindo.

- Agora você entende como eles são imbecis? – perguntou Dorcas, me puxando para os fundos do refeitório, até a cozinha.

- Yeah. – concordei.

- Agora, pensa que o Potter não é assim só contigo, ele é assim com todas as garotas, na verdade, os três são assim. E o pior de todos é o Lupin, - falou ela, franzindo os lábios – Ele não é assim, simplesmente tomou a escolha errada quando foi escolher seus amigos, por que se for analisar bem, ele é um dos melhores alunos da turma, além de ser bem bonitinho.

Eu a encarrei com os olhos arregalados e ela corou fortemente.

- Você. Acha. O. Lupin. Bonito? – perguntei, quase boquiaberta. Não que ele não fosse bonito, mas ela está falando isso em voz alta, e por que ela está corando?

- Acho. – respondeu ela, baixando a cabeça. – Mas isso não quer dizer nada. Duvido que não achasse o Potter ou o Black nem um pouco bonitos. – ela falou, eu revirei os olhos – Enfim, a questão é que beleza não é tudo, e você tem que os tratar de acordo com o que eles são: amebas acéfalas e sem sentimentos. E nunca abaixe a guarda.

- Báh, até parece que nós estamos unindo forças contra um exercito. – falei, cruzando os braços, enquanto ela abria a geladeira.

- É mais ou menos por aí.

- Quer dizer que eles são mais ou menos iguais a chocolates? – perguntei, raciocinando.

- Chocolates? – perguntou ela, confusa.

- Aham. – concordei, e comecei a explicar minha teoria – Chocolates são bons, gostosos e tentadores, todavia, são, também, do mau, por que trazem vários problemas, como diabetes e calorias. Entendeu?

- Sim. Gostei da comparação. – falou ela, comendo um pacote de salgadinho que ela tinha pegado em algum armário – Mas eu acho melhor voltarmos, né? – ela perguntou, e eu assenti.

Assim que entramos no prédio, vimos Os Marotos jogados no sofá jogando vídeo game e comendo salgadinho. Eu e a Dorcas fomos direto para a escada da direita, sem parar nem para analisar a cena melhor.

- Hey, ruiva. – a voz do Potter soou com um tom de deboche – Boa noite e não se esqueça de sonhar comigo, ok?

- Hey, Potter. – me virei para encara-lo, com o mesmo sorriso de deboche que ele me olhava. – Espero que você tenha uma péssima noite, com muitos pesadelos, ok?

- Nossa, assim você me magoa. – falou ele.

Bufei, virando as costas e voltando a subir as escadas, com a Dorcas atrás de mim.

- Poxa, vocês demoraram, né. – disse Lene assim que colocamos o pé dentro do quarto.

- De certo, porque encontramos três inúteis no caminho. – retruquei.

- Ah, então você já teve o prazer de conhecer os Marotos. – falou sarcasticamente.

- Para a minha infelicidade. Hm, estou indo tomar banho, ok? – informei, pegando meu pijama na minha mala e indo em direção ao banheiro.

Aquele Potter conseguiu me irritar de uma forma. Sei lá, é meio inexplicável como aquele sorriso debochado ou os olhos verdes faiscantes conseguem me tirar do sério de tal forma. Só sei que eu o odiei tão profundamente que estava a ponto de pular nele e dar-lhe tantos tapas até que ele tirasse aquele sorriso de dentes brancos do rosto.

POV James

Báh, aquela garota é demais. Como seu rosto branco e delicado ficava quase da cor de seus cabelos quando eu a chamava de ruiva é sem comparações. Mas, pelo amor de Deus, ela é um tanto estressada. Mais um motivo para eu continuar a incomoda-la.

- Jameeeees. – aquela voz soou extremamente aguda e alta, fazendo-me saltar.

- O que é Sirius? – perguntei para aquela criatura idiota parada à minha frente, com os braços cruzados e me fuzilando com o olhar.

- Você ouviu o que eu falei? – perguntou ele, com as sobrancelhas arqueadas.

- É obvio, Six, eu sempre ouço cada palavra que sai da sua boca. – menti descaradamente.

- Então, o que você acha que eu devo fazer? – indagou, achando que eu realmente tinha ouvido alguma coisa.

- Sinceramente? – quanto eu mais conseguir enrolar, melhor.

- É claro. Vou querer que meu BFF não fosse sincero comigo de certo. – falou ele, rolando os olhos.

- BFF?

- Aham. – confirmou ele, sorrindo animadamente.

- Você tem noção que isso soou completamente gay, né?

- Porra, Jay, eu aqui dizendo o quanto você é especial para mim, e você me chama de gay?! – falou ele, quase com lágrimas nos olhos.

- Oh, desculpe-me Sr. Emotivo caso eu tenha te magoado. – falei, revirando os olhos.

- Yeah. Mas então?

- Então o que? – disse, sabendo do que ele estava falando, mas querendo fugir do assunto.

- O que eu devo fazer?

- Sirius, - comecei calmamente, pensando em uma resposta rapidamente, afinal eu não queria magoar o emotivo aí para ter que aguenta-lo resmungando durante a noite do quão insensível eu sou – Eu acho que você deve seguir seu coração.

- Nossa, falando assim parece que é algo extremamente sério a decisão entre fazer o trabalho de química ou ir comprar um estoque de Pringles que dure para o mês todo. – falou ele, pensativo.

- Tem trabalho de química? - perguntei e ele assentiu. – Para quando?

- Amanhã. – respondeu.

- REMUS LUPIN! – chamei-o delicadamente.

- Mas que porra! – grunhiu ele, aparecendo na porta do quarto. – O que você quer maldição?

- Se eu te der vinte pratas, você faz o trabalho de química para mim? – ofereci.

- Não. É muito pouco.

- Eu faço. – disse Sirius, erguendo a mão no ar.

- Não. – discordei – Entre você fazer meu trabalho para mim e eu tirar F ou eu pagar um pouco mais para o Remus e eu tirar A, prefiro pagar um pouco mais. – disse para o Sirius, depois virei-me para o Remus – Que tal quarenta, então?

- Naum.

- Cinquenta.

- Sessenta.

- Não.

- Cinquenta então. – concordou ele, fazendo uma careta.

- Ok, - falou Sirius – Vou comprar os Pringles, já que o Remus vai fazer o trabalho para mim.

- Não. Eu vou fazer o trabalho do James, não o teu. – disse Remus.

- Ah, qual é Remus. Faz o meu também, por favor! – pedi ele.

- O que eu ganharia com isso? – perguntou ele.

- Seu interesseiro! E se eu te der um tubo de Pringles? – ofereceu Sirius.

- Cinco tubos.

- Tudo bem. – concordou, virando as costas e saindo.

Me joguei na cama, onde em pretendia ficar por um bom tempo, caso não fosse um travesseiro que veio voando contra mim.

- O que está acontecendo, cara? – perguntou Remus, se aproximando.

- Nada. – respondi, jogando o travesseiro de volta.

- O que você achou da... Evans, não é?

- Aham – concordei – Ela é bonita.

- Mas ela estava com a Dorcas, então, provavelmente, também virou amiga da McKinnon.

- E...?

- E que vai ser mais complicado de você ficar com ela, já que a Dorcas e a McKinnon já devem ter enchido a cabeça dela.

- E quem disse que eu quero ficar com ela?

- Bem, ela é bonita, como você acabou de dizer.

 - Esse não é o motivo pelo qual eu quero ficar com ela.

- Então você assume que quer ficar com ela? – ele perguntou, fazendo-me assentir – E qual é o motivo?

- Com esse jeito dela, esse jeito como se realmente achasse que é superior a mim. Bem, isso a tornou ainda mais interessante, ela é além de linda. O único motivo para eu quere-la, é porque ela tornou-se um desafio para mim.