Sex, Universe, And Rock N Roll escrita por Jonathan Bemol, Roli Cruz


Capítulo 26
Amnésia


Notas iniciais do capítulo

Bom, depois de éons sem aparecer aqui... Roli Cruz voltou =D
Esperamos que gostem do capítulo, ainda mais porque esse fui eu quem fiz XD
Beijos ♥



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            Douglas prometeu para James e Caroline que não iriam pousar em mais nenhum planeta, e não fazer mais nenhuma parada mais enquanto não chegassem ao planeta de Démeter. Estavam cansados de enrolar, parar em lugares não planejados, etc. Faltava pouco para James ter sua doença curada, tinham de parar de enrolação.

            Sentada em um canto da nave, Caroline gemia de cansaço e impaciência.

             - Quando falo, ninguém acredita – Marvin disse, indo para perto do professor.

             - Que quer dizer com isso? – James perguntou, ainda olhando para a janela que dava vista para a imensidão de estrelas e planetas.

             - Essa mulher não parou de reclamar desde que vocês saíram daquele planeta.

            James virou para olhar a loira e sorriu, talvez por dó. Desde que saíram do hotel, Caroline evitara falar com ele. “Talvez esteja envergonhada por causa do abraço” pensou, mas algo dentro, lá no fundo, do cérebro dele dizia que não era isso.

             - Caroline? – Ele chamou, chegando mais perto da professora.

            Ela não respondeu, fazendo o sorriso se apagar do rosto dele.

             - Carol? Caroline... – James insistiu, fazendo-a virar o rosto em sua direção. – Que aconteceu?

             - Nada. – Ela respondeu secamente e se levantou do chão, indo para a cozinha.

            O professor ficou parado, sem saber como agir.

             - Vai atrás dela, idiota. – Marvin se fez ouvir. James respirou fundo e correu atrás da loira. Encontrou-a tremendo, em frente à cafeteira falante, que estava enchendo um copo de café para ela, enquanto dizia:

             - Não fique assim, querida.

             - Caroline?

             - Não é uma boa hora – A máquina repreendeu.

            James olhou feio pra cafeteira e se voltou para a moça.

             - Caroline, que aconteceu? Porque não quer falar comigo? – Ele insistiu, mas a resposta não veio. Ela pegou o copo com as mãos tremendo, fazendo o café cair no chão.

            Talvez chocado pela tremedeira da loira, James não percebeu que lágrimas desciam pelas bochechas rosadas dela.

             - N-não se preocupe comigo – Ela disse fracamente, engolindo um pouco do líquido.

            - Não me preocupar? Caroline, francamente eu... – E então sua voz foi morrendo à medida que viu o rosto da professora. – Ca-carol? Você está chorando? Por que...?

             - Nada. – Ela retrucou, virando o rosto e dando as costas para ele.

            James não entendia nada. Nunca entendera as mulheres para falar a verdade, mas aquela era especialmente complicada.

             - Caroline – Ele disse com uma firmeza que nem ele sabia que possuía. – Se você não me contar, não tem como eu te ajudar. Aliás, - Ele consultou o relógio que recebera no hotel. – Eu tenho apenas 1 mês, 26 dias, 5 horas, e 12 minutos, segundo esse relógio. Você vai querer mesmo esconder alguma coisa de mim? Uma pessoa que está prestes a morrer?

             Ela sorriu com as palavras do professor. Não queria dizer coisas tão pessoais, mas ao mesmo tempo, queria menos ainda ficar com aquelas mágoas no peito. Precisava abafar com alguém. Alguém que não fosse Lucy, a cafeteira falante.

             - Você quer mesmo saber? – Ela secou uma lágrima e o encarou com seus olhos verdes.

             James assentiu.

             - Bom... Sabe no hotel? – Ele concordou novamente. – Que tipo de testes fizeram em você?

             James parou um pouco para pensar. O alienígena havia dito alguma coisa sobre... Sobre apagar alguma coisa... Porque não se lembrava? Parecia tão nítido horas atrás...

- Que testes fizeram em você, James? – Ela repetiu.

 - Bom... Teve aquele que... É... – Ele estava confuso. Tudo parecera tão lúcido a pouco tempo. Porque não se lembrava?

 - Não se lembra, certo? – Ela sorriu e deu um passo na direção dele.

 - Não. – Ele admitiu de mal grado. Estava aborrecido com a amnésia momentânea.

 - É porque eles apagaram essa parte da sua memória. – Ela deu de ombros, como se aquilo fosse absolutamente normal.

             - Isso não vem ao caso. – Ele disse, emburrado e desapontado com si mesmo por não lembrar. – Conta o que te fez ficar assim.

             - Você fica muito fofo fazendo manha, sabia? – Ela sorriu, passando os nós dos dedos na bochecha de James.

             - Caroline... – Ele repreendeu, se arrepiando com o toque da loira.

             - Ok. – Ela desistiu, por fim, de fazer o professor esquecer o assunto. – Acontece que... Eles não me deram anestesia, como disseram que fariam. Senti toda a dor da qual você e o Douglas foram poupados e... – Ela parecia perdida em pensamentos. Seus olhos estavam vidrados, encarando o chão.

             James tossiu de propósito, fazendo-a voltar seus olhos para ele.

             - E...? – Ele a incentivou.

             - Acontece que me machucaram muito. Emocionalmente e fisicamente, entende? – Ela falou rápido, como se quisesse fazer aquilo acabar rápido com a conversa.

             - Não. – Ele disse sinceramente. – Não entendo.

             - Eles... – Ela parecia extremamente desconfortável. – Eles me...

             - Carol?

             - Me estupraram, James. – Ela disse de uma vez.

             A cabeça do professor pareceu girar como a velocidade da luz. Como assim? Estuprada? Caroline?

              Sem ao menos pensar duas vezes, ele se precipitou e deu um passo para mais perto dela, acabando com o espaço entre os dois. Caroline enlaçou seu pescoço com os braços e desatou a chorar descontroladamente.

             Os dois ficaram ali, no meio da cozinha, abraçados, em silêncio. Não havia muito o que fazer. Pelo menos era assim que ele pensava.

             - James? – Ela chamou, depois de um tempo.

             - Sim?

             - Você está mudado.

             - Isso é bom? – Ele ergueu as sobrancelhas.

             - Por incrível que pareça – Ela sorriu. – eu to gostando da mudança.

            Ele se assustou brevemente com o elogio, mas não teve tempo para pensar em nada. Só passava pela sua mente os lábios da professora, que chegavam cada vez mais perto dos seus.

             - James? – Ela chamou novamente, agora sussurrando.

             - Hn? – Ele respondeu, meio desnorteado.

             - Eu... – Ela chegou mais perto, encostando seu nariz com o dele. – Acho que te...

             O que ela iria falar, nós nunca soubemos. Naquela mesma hora, Douglas irrompeu pela porta com os olhos brilhando e um sorriso enorme no rosto.

             - Chegamos!


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