October escrita por xDropDeadx


Capítulo 2
So the name is October and she's comming!


Notas iniciais do capítulo

Poucos reviews, mas postarei do mesmo jeito.
Beijos para as minhas Jordison's que já estão aqui *-*



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#2

O cheiro forte de tinta dopava as narinas do casal, mas eles não se importavam, só queriam ver o resultado daquele lilás. O berço branco estava sendo montado por Paul, este que tinha encontrado certa dificuldade, aliás.

– Paul, ainda acho melhor você chamar alguém para fazer isso. – Brenna falou, o fazendo bufar impaciente.

– Mais não mesmo! Se eu não conseguir montar isso, vou me sentir um inútil pelo resto da minha vida. – contestou.

Ainda atento as dicas do manual de instruções ao seu lado no chão, continuou com as tentativas. Na verdade não era muito complicado, mas talvez suas habilidades só fossem realmente eficazes com quatro cordas, ao invés daqueles parafusos e pregos.

Depois de algum tempo ainda lutando contra toda aquela marcenaria branca e com o seu próprio interior, algo foi montado.

Ambos no fim da tarde ficaram a observar o quarto, Paul encarava as paredes lilases e Brenna – com uma careta – o berço montado pelo marido.

– Você tem certeza de que isso está seguro? – apontou para o móvel infantil ao canto.

– Está duvidando das minhas capacidades? – perguntou divertido.

– Amor, você é ótimo com baixos, mas não tenho certeza de que é com berços também, sabe... Nada pessoal.

– Tudo bem. Eu acho alguém para arrumar isso amanhã... – falou por fim, revirando os olhos. Brenna suspirou aliviada ao seu lado, recebendo imediatamente aquele dedo mal educado do marido. Rindo abraçou-o de lado, analisando seu rosto ainda voltado para o cômodo recém decorado.

– Só falta um mês... – ela lembrou, o fazendo respirar tenso.

Era normal que a grávida ficasse ansiosa nos últimos meses de gestação, mas o papel havia sido invertido naquele caso. Paul não conseguia esconder a tensão quando era lembrado de que faltava tão pouco para receber sua filha ao mundo. Às vezes se perguntava se aquela coisa toda dentro dele era normal, mas nenhuma explicação o convencera, porque, aliás, era seu primeiro filho – talvez realmente fosse.

Suas férias pós turnê tinha lhe dado tempo para ajudar com as coisas dentro de casa, como compras e o próprio quarto - qual estava sendo arrumado já há uma semana.

Roupas, mamadeiras, fraldas, banheira, shampoo, todos com rótulos de personagens infantis pareciam destacar feito neon aos olhos dele. Nunca havia tido um afeto em especial por crianças, mas agora que teria a sua, uma apreciação havia nascido dentro de si. Qual não passara despercebida por sua esposa e até mesmo os seus amigos.

– Paul está pior que Brenna! Até parece que é ele quem vai parir a qualquer momento! – Shawn comentou um dia desses, recebendo risos alheios.

Comentários desses, às vezes até maldosos, agora faziam parte do dia-a-dia de Paul. Seus amigos nunca iriam deixar de lado uma oportunidade daquelas para tirar com sua cara - não que isso fosse comum - mas aquela situação iria contribuir até mesmo para Paul mais tarde. Ele nunca se esqueceria de como havia ficado ansioso com a próxima chegada de sua filha, e seria por conta daqueles que chamava de irmãos.

Paul deitou ao sofá. Pensou em deitar junto com sua esposa no outro, mas aquela enorme barriga tomava seu espaço agora. Os dois estavam terrivelmente cansados pelo dia movimentado.

– Paul, eu estava pensando...

– Ah, por favor, não me diga que está com vontade de comer bolo de espinafre de novo, Brenna! – disse piedoso, lembrando do episódio do desejo exótico da mulher.

Era domingo, umas duas e poucas da tarde quando Brenna deu um chilique dizendo que estava morrendo de vontade de comer bolo, mas não um bolo comum, e sim um bolo de espinafre. De inicio aquela idéia não fora lá muito atendida por Paul, ele estava achando extremamente nojento. Mas depois não pode redicar ao pedido da esposa. Saiu de casa atrás daquele bolo estranho e depois de muito rodar pelo centro de Des Moines, achou o mesmo num restaurante vegetariano.

O bolo estava sendo servido de sobremesa, e por mais que parecesse estranho, Paul não ligou. Ele só queria que sua mulher saboreasse aquele negócio nojento. Então subornou alguns dos empregados ali, e com algumas notas conseguiu levar o bolo inteiro para casa.

– Não Paul! Eu estava pensando em outra coisa...

– Bolo do quê dessa vez? Por favor, algum sabor que eu possa comprar sem gastar o meu tanque inteiro de gasolina.

– Posso falar Dedrick? – pediu, já ficando impaciente. Ele riu, assentindo para a mesma. – Fizemos tudo para o bebê: quarto, berço, guarda-roupas... Mas não escolhemos o nome ainda.

Paul depois que escutou o quê principal de tudo, estalou os olhos.

É claro que naquela altura muitos nomes foram analisados, mas nenhum escolhido de verdade. E agora que percebera que realmente precisavam de um, não podiam perder mais tempo a procura, faltava apenas um mês.

– Eu estava pensando em October... – Brenna voltou a falar. – Eu não sei por que, mas ele é diferente e eu gosto.

– October? – ele perguntou arqueando as sobrancelhas. – É bonito.

Depois de um tempo a imaginar como seria se tivesse uma filha chamada October, viu que o nome era perfeito. Como a mesma dissera era diferente, exótico, e ele queria que fosse assim. Porque, aliás, para ele sua filha iria ser única, então o nome teria que ser assim para combinar com tais conceitos.

– Eu gosto de October.

– Então o nome é October.


°°°

Ambos puderam ouvir batidas na porta. Craig acompanhado de Chris havia adentrado a casa assim que Brenna atendera a porta, ambos carregando caixas de cerveja. Paul ao escutar a voz de Chris o chamando e fazendo piadas desceu as escadas encarando ambos os amigos já folgados sobre o sofá.

Não ligava, no fundo era a coisa mais importante para ele. Apesar de passar horas dentro de um ônibus com aqueles caras, ele não sabia passar um dia se quer sem ligar para pelo menos um deles, e ter ali em sua casa, dois dos próprios, o fazia se sentir bem.

– E aí caras. – cumprimentou, fazendo sinal para que eles o acompanhassem.

Os levou até a cozinha, onde adoravam ficar conversando sentados ao balcão. A pequena televisão fora ligada por Chris e como um bom amador do jogo, colocou no baseball assim que tomou posse do controle. Paul pegara as cervejas quentes de ambos e colocara na geladeira, para assim distribuir as que já estavam geladas. Mas foi impedido de fazer o mesmo ao escutar um grito estridente vindo do andar de cima, do quarto onde Brenna estava.

Sem pensar duas vezes, ele saiu em disparada, sendo seguido pelos outros dois que também ficaram assustados.

– O que aconteceu, meu amor?! – Paul perguntou desesperado, correndo até a mulher que segurava a barriga e tentava se apoiar numa poltrona existente ali.

– Eu acho que o bebê vai nascer... – tentou falar, mas apenas ruídos saíram dali.

– O quê você disse amor? Eu não consegui entender.

– Porra! O bebê está vindo, Paul! - gritou dessa vez, se contorcendo de dor.

Chris e Craig se permaneceram estáticos na porta, apenas observando o desespero de Brenna. A mulher se curvava enquanto segurava a barriga, como se aquilo pudesse pelo menos a manter confortável com a dor, com certeza, insuportável que estava sentindo. Vendo que Paul estava meio perdido no que deveria fazer, Craig resolveu ajudar, indo até ali.

– Craig, vá até o quarto da October e pega a bolsa dela. É uma amarela! – Brenna deu as coordenadas e o mesmo saiu em disparada, procurando por todas as portas o quarto do bebê.

–Chris, vem. Você vai dirigir! – Paul mandou, ajudando Brenna andar.

Depois de alguns minutos torturantes para Brenna, e desesperados para Paul e conseqüentemente para Chris e Craig também, se dirigiram para o hospital mais próximo.

Brenna fora colocada numa cadeira de rodas, e arrastada imediatamente por enfermeiras. Paul sem ter tempo de agradecer a ajuda dos amigos, acompanhou a mulher que agarrara sua mão com uma força descrente vinda da mesma.

– Respira fundo, mamãe, são as contrações. – uma mulher mulata havia dado algumas instruções.

– Mas ela não devia ta sentindo isso ainda! – Paul falou nervoso.

– Não se preocupe pai, às vezes alguns são impacientes. – explicou sorrindo, com uma calma sobrenatural diante deles.

Ao chegar à porta da sala de cirurgia, Paul recebeu a pergunta se queria participar do parto. Ele de inicio recuou, mas ao sentir sua mulher apertar sua mão num pedido mudo para que ficasse com ela, ele o fez. Adentrou a sala com os nervos a flor da pele, sentindo que seu coração ia escapar por sua boca a qualquer momento. Os gritos estridentes de Brenna não o ajudavam a se tranqüilizar, no entanto.

A mulher fora depositada na maca, onde o médico já lhe esperava. Paul segurava as mãos de Brenna, e tentava cantarolar qualquer coisa que pudesse a fazer se acalmar, mas naquele momento ele estava tão nervoso quanto ela e aquela tentativa tinha sido no mínimo frustrada.

Os dizeres do doutor para que ela empurrasse o bebê era como se fosse um botão para os gritos de Brenna, estes que Paul nunca imaginou ouvir daquele modo. Além de ser o botão para tal reação da mulher, também havia outra válvula de escape para o desespero da mesma, e estes eram as mãos de Paul. Ele não sabia mais o que fazer; se tentava se concentrar, ou se começava a gritar de dor junto com ela. Passara para sua cabeça que depois ele também precisaria de cuidados médicos, suas mãos estavam moídas.

Mas todos aqueles devaneios depois de algumas horas fora violentamente quebrados com aquele choro doce de criança. Fora como se flautas tivessem sido tocadas por anjos que tinham decido sobre aquele ambiente tenso.

Paul olhou para a esposa, esta ofegante e extremamente suada, mas não se importou, no entanto, beijou-lhe a testa vendo a enfermeira se aproximar com aquela pequena pessoa enrolada numa toalha.

O neném fora depositado sobre o colo da mãe, esta que tinha lágrimas emocionadas nos olhos. Paul por algum segundo pensou que iria ceder ao choro, mas resolveu ser forte, apesar de sentir os olhos arderem também.

Encarou a menininha no colo da esposa e por um momento pode ver seu futuro. Ele com certeza não seria mais o mesmo depois daquela noite, pensara.

Lembrou dos amigos que haviam o acompanhado e foi até a sala de espera dar-lhes a mais nova novidade, apesar de ter durado bastante tempo ali dentro sabia que os encontraria ainda lá.

Entretanto, Paul teve a melhor sensação da vida quando viu aqueles bancos serem ocupados por muitas pessoas, essas conhecidas e que ele tentaria adivinhar mais tarde como conseguiram chegar tão rápido ali.

Encarou cada rosto existente, desta vez não contendo algumas lágrimas. Seus amigos o encaravam com os olhares apreensivos, mas com um sorriso no rosto também.

– Ela nasceu. – falou por fim, recebendo palmas e assobios dos rapazes.

Corey fora o primeiro a o abraçar, sendo seguido pelos próprios que o ajudara com todo aquele tumulto. Mas no final das contas toda a sua banda estava ali, seus amigos e irmãos, e se sentira mais completo naquele momento - esse especial demais na sua vida.



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