October escrita por xDropDeadx


Capítulo 17
I push my fingers into my eyes


Notas iniciais do capítulo

hey everybody
converso com vocês lá embaixo ok?
ps: Desculpem pela demora e pela qualidade do cap, realmente deu pane no sistema aqui.



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#16

– O que acha? – perguntei a meu pai assim que adentramos a praça central, onde uma orquestra tocava uma música lenta. As luzes amarelas dos postes estavam refletindo sobre as poças de água feitas pela chuva que caira a tarde inteira. Des Moines era frio praticamente o ano inteiro, mas quando se tratava do fim de Outono, parecia que estávamos prestes a chegar no inverno, ao invés de verão. Qual eu esperava impaciente.

– Música clássica pode ser relaxante... Ou muito irritante.

– Não nesse sentido, pai.

– October, não me pergunte sobre orquestras, eu nunca sei o que responder.

– Por isso que você nunca me deu a resposta em questão a Lago dos Cisnes?

Ele piscou então, rindo baixo. Revirei os olhos, apertando o casaco contra meu corpo. Senti os braços seus me abordarem pelos ombros, me conduzindo até o restaurante do outro lado da praça.

– Sua mãe já está nos esperando.

– Aliás, porque não ficou me esperando em casa hoje? Eu não tinha que pedir desculpas a ela e vise versa?

– Ela disse que estava indo ao cabeleireiro e algumas lojas.

– E nem me chamou? Ok, ela vai ter que me pedir desculpas em dobro. Não que eu quisesse torrar seu dinheiro sabe, mas às vezes eu preciso...

– Suprir suas necessidades. Pode crer Tober, você ainda vai ter tempo.

Disse enfim, adentrando o restaurante comum. O sininho que ficava preso acima da porta vidrada balançou e alguns olhares pousaram sobre nós, inclusive o de minha mãe. Ela sorriu, desligando o celular. Acenou para gente e caminhamos até lá, tentando passar pelas mesas lotadas. Mesmo naquele frio cortante as pessoas arranjavam jeito para sair de casa.

– Olá. – meu pai a cumprimentou, sentando ao seu lado então. Senti-me desconfortada devo confessar. Eu tinha sérios problemas em relação a proliferar uma simples palavra. Sim, essa mesmo: desculpa. Não que eu não estivesse me sentindo arrependida por ter sido uma inútil respondendo-a daquele modo, mas meu amigo, cada um tem suas estranhezas, e essa é uma das minhas.

– Oi mãe. – a cumprimentei meio sem jeito, sentindo-a me puxar para um abraço. Ok, ela não iria fazer drama bem no meio daquele restaurante, por favor. Minhas preces não foram atendidas. Minha mãe me apertou num abraço, beijando minhas bochechas em seguida, enquanto eu lançava olhares de súplicas ao meu pai, que se ocupava mais em pedir uma cerveja.

– Nunca mais faça isso comigo, entendeu October? Você não tem noção do quanto eu fiquei preocupada por você ter saído de casa àquela hora da noite.

–E blábláblá, eu sei mãe. – revirei os olhos, vendo-a arquear as sobrancelhas. Ah, certo. Ela queria as palavras. – Ér, ér...

– Desembucha! – meu pai interrompeu, fazendo algumas das pessoas ali olharem em nossa direção. Segurei meu dedo na mão para que eu não precisasse dizer duas vezes, e sentei-me então.

– Desculpa mãe. – ela sorriu abertamente, beijando minha testa enfim. Qual é, nem foi tão ruim assim October. E ela também estava devendo aquelas palavrinhas, Craig havia contado os dedos na minha cara quase a noite inteira.

– Eu e seu pai precisamos conversar com você. – começou, vendo-me afundar na cadeira. Mais conversinhas familiares, eu tenho certeza que não sou só eu que acha isso um saco.

– Eu sei que eu estou sendo babaca ultimamente, mas eu prometo que...

– Não é isso October. – Meu pai interrompeu, fazendo-me encará-los. Os sorrisinhos cúmplices estavam pairando sobre os lábios de ambos, e aquilo me fez ficar inquieta ao mesmo instante. Ajeitei-me a cadeira, pousando meus braços sobre a mesa de madeira.

– Londres, Alemanha, Austrália, França... Está pronta? – meu pai perguntou, pegando das mãos de minha mãe um envelope. Ele o pousou na mesa, empurrando-o para mim em seguida. Fiquei estática ali mesmo, com os meus olhos grudados aquele pedaço de papel. Era o meu passaporte. October Dedrick Gray estava em negrito.

– E-eu vou?

– Isso não vai prestar e estou quase me arrependendo. - meu pai contou, erguendo suas mãos hesitantes. Levando um empurrãozinho da minha mãe, ele continuou: – Quer dizer, estávamos pensando melhor e acho que você está pronta. Aliás, você sempre quis ir até Londres e não sei se teremos tempo de levá-la lá ao não ser que me acompanhe com a banda. E você quer muito.

– Ok, vocês estão zoando com a minha cara, é isso? Cadê o Clown com a câmera, e o Corey com as piadas sem graças?

Eles riram entre si, divertidos.

– Você tem razão. – meu pai voltou a falar, arrancando seu celular do bolso. – Clown, pode sair. – fingiu, vendo-me arregalar os olhos. – Estou brincando.

Eu queria muito subir em cima daquela mesa e pular no colo deles, mas me contive, embora meu interior estivesse prestes a explodir simplesmente. Não fiz mais do que rir, sim, eu comecei a rir descontrolada como uma louca retardada. Isso rimou. E que se dane! Eu ia viajar milhares de quilômetros com aqueles caras.

– Eu só espero que você e o Craig, Sid Wilson – ele falava contando nos dedos – Corey Taylor e Chris... Não coloquem fogo onde passem.


ººº

– Então quer dizer que você vai pra Londres? – Stacy perguntava-me, enquanto escrevia qualquer coisa em seu caderno. – Eu ficaria empolgada para chegar a Paris. – continuava a falar então.

O sol havia nascido àquela manhã, talvez mais radiante diante de meus olhos. Aproveitei enfim o ultimo dia de aula deitada sobre a arquibancada, ignorando os gritos histéricos das líderes de torcida logo à frente.

– Te trago alguma roupa de lá. – falei simplesmente, vendo-a gritar tão potente quanto aquelas que eu havia acabado de mencionar. – Credo Stacy! – resmunguei, levantando-me.

– Você tem que prometer que irá tirar uma foto na torre Eiffel.

– Não sei qual é a graça, mas tudo bem.

– Você que não vê graça em nada, Tober.

– Só vou achar graça se meu pai me levar até Liverpool.

– Ainda com essa idéia de querer bater na porta do John Lennon?

– Não exatamente, porque isso seria impossível, mas só de saber que ele morou ali, já me deixa satisfeita.

Ela revirou os olhos, entregando-me uma folha de papel. Franzi o cenho, pegando-o de suas mãos então.

– O que é isso?

– São as coisas que eu quero, não esquece, se não eu te mato quando voltar.

Revirei os olhos, lhe dando um tapinha no braço.

– Hey, olha quem está vindo... – ela avisou, parando de rir. Acenou para o garoto que se aproximava distraidamente, com as mãos no bolso. Droga. Era Frank.

– Fala que eu bati a cabeça e desmaiei! – falei rápido, enquanto me deitava de novo ali. Sim, eu sei que não sou nada sutil, mas o desespero às vezes fala mais alto.

– Oi Frank, a October mandou dizer que bateu a cabeça e desmaiou.

Eu mato a Stacy. Senti minhas bochechas corarem e com um sorriso amarelo o encarei, tentando enxergar seu rosto direito no meio daqueles reflexos solares.

– Tudo isso para não me ver? Podia ter saído correndo, já que não manda bem em disfarçar.

– E aí Frank. – ignorei então, cumprimentando-o já sentada.

– Fiquei te esperando sábado, mas você não apareceu.

– É, tive uns contratempos.

– Stacy me disse... – contou, fazendo-a abaixar a cabeça enquanto eu já começava a fuzilá-la com os olhos. – Quer dizer, tudo bem sabe. Eu só vim hoje para me despedir de você.

– ér... Ok.

Eu realmente não tenho jeito com essas coisas. Não sou tímida, mas eu não sei o que fazer. Minha mãe disse que é defeito de família. Agora só me resta descobrir se é por lado dela ou do meu pai- o que eu dúvido.

– Ok? Hm. Posso te dar um abraço? – perguntou e eu fiquei o encarando por um tempo, com cara de paisagem. Se mata, October. Assenti meio sem jeito, já tendo a leve sensação de que estava fazendo tudo errado. Frank sorriu abertamente, abrindo seus braços para me abrigar então. Não era ruim. O cheiro dele era bom.

Stacy ria baixinho, sibilando “safada”. Agora vocês sabem com quem eu aprendi a não ser discreta.

– Te vejo mês que vem. – ele disse ao pé de meu ouvido, saindo em seguida.

– Ui! – Stacy tagalerou, levando mais tapas em seus braços. Só pra constar, ele estava metros distantes e olhara para trás, rindo.



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Notas finais do capítulo

Primeiramente: Eu sei que esse é o pior capitulo que eu já pude escrever na minha vida, mas eu tenho um motivo, pelo menos é pra ser;
Meu note queimou e eu peeerdi tudo,desde enredo de Tober até as de minhas outras fanfics, entre elas, três capítulos de PSYCHOSOCIAL 2..
Sim, podem chorar comigo, estou com bastante lenços aqui.
Whatever... Estou restabelecendo a fic aos poucos, e enquanto ela não volta ao normal, espero que não me crucifiquem. rsrs Juro, estou fazendo de tudo para reorganizar as minhas idéias, amores.(:
Bom é isso...
Bejos e até o próximo.