October escrita por xDropDeadx


Capítulo 14
I will still blow your brains out!


Notas iniciais do capítulo

ahá
a fase tão esperada de October *-*
atépormim, confesso. kk
suaê, façam boa leitura :B



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#13

O som alto de tiros ecoava pela minha casa, assustando os vizinhos ou até mesmo quem quer que estivesse passando pela rua naquele momento. Mas eu não me importava, no entanto, por mais que minha mãe me repreendesse a todo instante. Aliás, naquela altura ela já deve ter colocado fone nos ouvidos, porque nem eu e nem aquele cara barbado metros distantes iríamos nos desligar tão cedo daquele jogo.

– Droga Craig, você sempre consegue!

– Aprenda com o mestre.

– Mestre é o caramba, você fica se aproveitando dos inocentes seu desgraçado.

– Olha a boca...

– Estou com raiva de você.

– Aprenda uma coisa, pequena Tober... Eu sou o único que usa Nike com o meu próprio skin no Quake 3... Então se prepare para a próxima vez.

– Ah sim, obrigado pelo aviso. – falei entediada, enquanto revirava os olhos. É claro que do outro lado da sala, sentado no sofá com um notebook no colo, estava o responsável por meus vícios virtuais, e aquele maldito jogo era um deles. Rindo da minha falta de experiência enquanto ele próprio aproveitava seus dias de folga para ficar na frente do computador – agora com minha companhia, diga-se de passagem. Talvez um dia eu ainda tenha a chance de matar aquele nerd hackeador... Um dia. E enquanto esse não chega, eu tento me recompor para tentar estourar seus miolos, como tanto quero fazer já há uma semana.

– Vocês não cansam nunca? Estou até enjoando dos gritos de vocês. – Minha mãe apareceu instante depois, se jogando no sofá.

– Eu não vou desistir até eu acabar com a raça desse metido a Nike. Nunca se viu gastar dinheiro com uma droga de jogo!

– Craig olhe só o que você está fazendo com a minha filha, está falando que nem uma estripadora!

– Não tenho culpa se ela já tem a alma da coisa... – comentou rindo, vendo-me cerrar os olhos em sua direção, mais uma vez.

Bom, é claro que vocês sabem quem sou... Alguém já narrou para todas vocês onde tudo começou, ou parte de tudo que começou. Mas de qualquer forma, sou October Dedrick Gray (odeio o meu nome do meio, ele é do meu pai também, que patético.). Aquela menininha que teve seus cabelos cortados por Casey Williams, não as fezes do meu cachorro, ela mesma! (Se mudou de escola uma semana depois de ter suas roupas afundadas, por mim, na privada do vestiário. Ponto para nós Chris e Sid!); O dente arrancado por um palhaço com cara de maníaco; E sendo mal educada pela babá Joey. Ai meu deus, como ainda estou viva?

Enfim, de qualquer forma, o que realmente importa é o agora, que acabei de completar meus quinze anos de idade... E o presente sou eu, viciada em jogos por culpa daquele que se nomeia o mais silencioso de todos, da famosa banda Slipknot. Se soubessem que era apenas fachada, e que ele tem o poder de irritar qualquer um quando começa a falar, sua reputação iria por água abaixo...

– E aí seus viciados! – Papai chegou, sentando em meu colo. Sabia que odiava quando ele fazia isso, me atrapalhava.

– Pai! – repreendi, tentando o empurrar.

– Você está parecendo um menininho... Está andando demais com o Craig, pode parar com isso. – Brincou, me pendurando em seus ombros, enquanto eu – nula – tentava me livrar de seus braços fortes, o estapeando.

– Eu estava quase conseguindo matar ele Dedrick! – gritei estridente, sentindo o baque com o chão. – Não podia me deixar em cima do sofá pelo menos?

– October... – chamou sério, dispersando de seu momento. Ok, lá vem bomba.

– Oi?

– A sua diretora ligou hoje, disse que você não aparece na escola há três dias. - começou, lançando-me um olhar intenso. Cruzou os braços na altura de seu peito, enquanto encostava-se ao estofado. Craig rangiu os dentes, ficando em silencio finalmente. Ter meus pais me encarando daquele modo me fez abaixar a cabeça no mesmo instante, fitando meu tênis surrado.

– Porque está matando aula? – Foi à vez de minha mãe se manifestar. – Alguém está mexendo com você, de novo?

– Não... Não é isso. – rebati no mesmo instante.

O que eu iria dizer? Que eu simplesmente odiava ter que agüentar professores mal humorados falando na minha cabeça todas as manhãs?Ou que eu achava mais interessante ir até a loja de cd’s próxima, dedilhar o baixo que meu pai já me incentivara a aprender tocar. Sim, podem dizer que isso é clichê e o tudo mais, que estou fazendo isso só porque meu pai é um rockstar, que vive mais na estrada do que em casa, e há milhares de fãs o venerando. Pra falar a verdade o motivo passa longe de tudo isto, e para dar ênfase, quase ninguém me conhecia como filha de Paul Gray nas redondezas de Des Moines. Talvez fosse superproteção de sua parte, manter a identidade de sua filha restrita. E hoje, com a minha adolescência florescendo, eu o agradeço por esta iniciativa. Porém, entre todos esses tantos, há coisas que não podemos esconder, e há um mês – de um modo que desconhecemos - uma foto minha fora parar estampada na internet, enquanto eu saía do colégio. Talvez fosse mais um motivo convincente de minhas faltas; Eram os fãs, que apareciam pelo menos três vezes por semana na saída. Mas, definitivamente, eu não queria dizer nada a eles. Não queria me mudar de escola pela quarta vez em menos de um ano. Estava me cansando de ter que recomeçar sempre, tentar fazer novos amigos sem ao menos ter tido a chance com os outros anteriores.

– Você sabe que terei que te punir, não é? – começou novamente, arqueando as sobrancelhas em minha direção, com seu jeito paternal. Apesar de suas repreensões, meu pai conseguia manter sua serenidade intacta, e posso dizer que isso era uma das coisas que eu mais admirava nele.

Assenti vagamente para ambos, deixando minha feição chateada transparecer.

– Terá que voltar a ir para escola October... Ou eu não a levarei comigo na próxima turnê. – disse ríspido, apoiando os braços em seus joelhos.

Levantei minha cabeça para encará-lo. Ele poderia me renegar tudo, menos aquilo. Eu estava esperando para acompanhá-lo desde quando ainda tinha doze anos, e agora que tinha tido finalmente a chance, estava prestes a perdê-la.

Craig pela primeira vez naquele tempo em que chamavam minha atenção, encarou-me por debaixo de sua armação preta do óculos de grau, assentindo com a cabeça. Estava me incentivando a concordar com eles, concordar que iria para a escola todos os dias, mas eu não consegui simplesmente deixar dispersar aquele meu incomodo com a simples idéia de não poder ir.

– Não! – quase gritei, com os meus olhos estalados. – Tudo menos isso! Vocês sabem que eu quero muito ir... E que estou esperando por isso há muito tempo.

– Tudo que você faz October há conseqüências... Suas férias de verão estão chegando e todos querem sua companhia na tour, mas não posso deixar de exercer meu papel de pai.

– Você sabe que matando aula desse jeito terá que ficar para recuperação, não sabe? – minha mãe lembrou, deixando-me ainda mais aflita.

– Portanto Tober... Espero que comece a pensar sobre isso. – falou enfim, se levando e saindo a passos leves para cozinha.

Fiquei um tempo ainda ali, sentada no chão, encarando sua fumaça. Instantes depois minha mãe fez o mesmo, deixando-me a sós novamente com Craig.

– O que está acontecendo Tober? – perguntou. Ao contrário de meus pais, talvez ele desconfiasse de alguma coisa. – Está sendo seguida, ou algo do tipo? – perguntou então, me deixando surpresa. Eu confiava nele, e apesar de todas as inseguranças que me atrapalhavam, eu sabia que podia contar. Assenti simplesmente, vendo-o seus traços no rosto se intensificarem. – E porque não conta a eles?

– Não quero mudar de escola... Mais uma vez. – expliquei com a voz falha, vendo-o ficar em silencio por um momento.

– Podemos fazer assim... Te buscarei na escola se quiser, ok? E eles nem precisam ficar sabendo, que tal?

Talvez tivesse sido percptivel o brilho no meu olhar. É claro que com a ajuda dele, como sempre, eu iria nessa tour.

– Eu não sei porque, mas parece que as escolas têm medo de você Tober... - brincou rindo, tirando-me, inevitavelmente, risos também.


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Notas finais do capítulo

Me digam se gostaram da idéia dela narrar... Ou se preferem em terceira pessoa como antes.