Destino escrita por Fe Neac


Capítulo 37
Capítulo 37 - O Baile


Notas iniciais do capítulo

Yo minna!! Primeiramente, quero agradecer a todos os leitores muito lindos que me mandaram review!!! Amo todos vocês!!
Agradecimentos especiais à minha beta, Bloodyrose, pelas dicas e correções!!
O capítulo de hoje acredito que surpreenderá muitos, mas também os deixará felizes! Espero que gostem!
Sem mais, boa leitura!
Nos vemos nas notas finais!



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Rukia subiu as escadas, um sorriso brincando em seus lábios. Casamento? Ele realmente a pedira em casamento? A cada dia ele a surpreendia mais e mais, demonstrando de diversas maneiras o quanto a amava. Suspirou, sonhadora. Depois de tantas lutas, tantas incertezas e tanto sofrimento, as coisas pareciam estar se ajeitando. Finalmente, Ichigo e ela poderiam ficar juntos. Perdida em pensamentos, não percebeu que a princesa a observava do alto das escadas e apenas notou sua presença quando a mesma se pronunciou:

– Você parece realmente feliz, Urahara-san!

– Oh, Inoue-sama, não a tinha visto! – disse, alcançando a ruiva e fazendo uma reverência. – Realmente, sinto-me muito feliz hoje... Provavelmente, deve ser pela proximidade do baile... – deu uma desculpa qualquer.

– Ah, sim. Eu queria lhe falar sobre o baile. Pode me acompanhar até meu quarto, Urahara-san? – perguntou, gentil.

– Ah... Claro.

Andaram lado a lado, falando de amenidades. Entraram no quarto e a princesa se dirigiu a um de seus baús, remexendo-o, como se procurasse algo.

– Muito ansiosa para voltar para casa amanhã? – perguntou, parecendo finalmente achar o que procurava.

– Ah, na verdade, acabo de receber um pedido... – respondeu e, diante da palavra “pedido”, não pode deixar de sorrir. – Isshin-sama pediu que eu ficasse aqui por um pouco mais de tempo, a fim de treinar Ichigo-sama e os guardas do castelo.

Inoue, que tinha um vestido nas mãos, deixou-o cair dentro do baú.

– Vai ficar? – perguntou, um tanto exaltada. Percebendo a indelicadeza, rapidamente completou. – Ah, que bom, Urahara-san! Fico feliz! – não parecia nada feliz. – Ah, deve estar se perguntando por que a chamei aqui, não é? – completou rapidamente. – É que não tive a oportunidade de agradecer devidamente pela sua ajuda. Se não fosse por você, eu talvez não estivesse aqui agora...

– O que é isso, Inoue-sama?! Eu jamais me perdoaria se, podendo fazer algo, tivesse deixado-a e à Tatsuki-san nas mãos daqueles homens. Eu fico feliz por ter podido fazer algo por vossa alteza!

– De qualquer maneira, gostaria de dar-lhe algo – disse, sorrindo gentilmente. – Tome – ofereceu-lhe um pequeno volume, que Rukia aceitou. – Quero que use isto no baile, hoje. Imaginei que não devia ter um vestido para um baile tão importante... Este vestido eu usei apenas uma vez, ficou um pouco pequeno para mim, mas creio que ficará perfeito para você!

Rukia segurou o vestido pelas mangas, observando-o. Não sabia o que dizer para a princesa, que a olhava sorrindo. Aquele vestido era simplesmente... Horroroso! A única coisa bonita naquele vestido era a cor: um azul claro, que certamente funcionaria bem com os seus olhos. No mais, era um desastre completo: mangas excessivamente cheias, um laço amarelo atravessando a cintura. A saia era extremamente rodada, e Rukia percebeu que por baixo da mesma havia uma armação, para deixá-la daquele jeito. Um véu no mesmo tom do laço caía por cima da saia, dando-lhe como toque final a aparência de algo que estivera por muito tempo guardado, e que agora se achava coberto por teias de aranha envelhecidas. Isso sem contar que, certamente, aquilo ficaria muito largo para ela, já que o corpo da princesa era avantajado, e o seu, pequeno.

– Fico profundamente agradecida, Inoue-sama... Estou sem palavras – realmente estava. Como escapar de usar aquele assassino da moda, sem ser rude com a princesa? – Mas... Temo que não possa usá-lo nesta noite...

– Por que não, Urahara-san? Por acaso não gostou?

– Não, não é isso – mentiu. – É que, como nossos corpos são muito diferentes, não sei se conseguirei ajustá-lo a tempo, apenas isso...

– Mas ainda é cedo, tenho certeza de que conseguirá ajustá-lo! E não deve estar tão largo assim... Por favor, nada me faria mais feliz do que vê-la usando este vestido hoje à noite...

– Bem, se é assim, eu o usarei com gosto! – Rukia disse, com um sorriso forçado. Depois completou, hesitante: – Posso fazer alguns ajustes, algumas pequenas mudanças?

– Claro! O que quiser! Contanto que o esteja vestindo, não me importo nem que o pinte de laranja! – respondeu, sorrindo.

– Então com licença, Inoue-sama...

– Toda! Até o baile! – disse, observando-a sair. Abriu um grande sorriso após a morena fechar a porta. – Ela nunca vai conseguir deixar aquele vestido decente a tempo. Já estou cansada desta mulher sempre se metendo em meu caminho, roubando as atenções do príncipe e do rei! Esta noite, chamará a atenção por outra razão, Rukia... – após dizer isso, não pode conter mais o riso.


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– Droga. O que eu vou fazer com isso? Faltam quatro horas para a festa... Mas eu nem tenho materiais para arrumar isto... Droga! Antes eu não me importava, mas depois do pedido... Eu realmente queria estar bonita hoje... – Rukia soltou um suspiro, desanimada.

Estava andando pelo corredor com o vestido nas mãos. Parou por um momento para olhá-lo mais uma vez. Repentinamente, uma das portas do corredor se abriu e as irmãs de Ichigo saíram, sorrindo animadas. Usavam vestidos muito bonitos, e, ao olhar mais atentamente, Rukia percebeu que na verdade eram fantasias. Duas pequenas asas praticamente transparentes saiam das costas das garotas.

– Oh, Urahara-san, tive mesmo a impressão de ter ouvido sua voz! Já vai se aprontar para o baile? – perguntou uma das meninas, que Rukia sabia chamar-se Karin.

– Ah... Bem... – tentou responder, mas foi interrompida pela outra moça, Yuzu.

– O que é isso em suas mãos? – perguntou, entre curiosa e horrorizada. – É... Simplesmente... A coisa mais horrível que já vi!

– Ah... Isto... – Rukia suspirou. – Foi um presente da princesa... Ela insiste que eu use no baile hoje...

– Você deve estar brincando! – Karin, que tinha a personalidade muito parecida com a do irmão, praticamente gritou. – Eu sabia que ela ia fazer alguma coisa... Eu não disse, Yuzu?

– Sim, e eu não acreditei...

– Fazer alguma coisa? – Rukia perguntou, confusa. – Como assim?

– Ah, Rukia-san! – Karin a chamou informalmente. – Vai me dizer que ainda não percebeu que ela não gosta de você? – diante da evidente surpresa da morena, Karin continuou. – Não imagina como ela te olha cada vez que o meu irmão te olha, ou quando papai a elogia. Parece que vai pular em seu pescoço! Tenho certeza que só te deu esta bomba em forma de vestido para que você não fique mais bonita do que ela na festa!

– Pode até ser... Mas não tenho escapatória... Ela me pediu que usasse, e se ela já me odeia, não quero piorar as coisas, me desfazendo de um presente dela... Ao mesmo tempo, não quero estar horrível na festa - Rukia desabafou.

Estava agindo como uma garota normal talvez pela primeira vez na sua vida. Aquilo era tão surreal. Se alguém lhe dissesse, apenas alguns dias atrás, que dali a uma semana ela estaria muito preocupada com que roupa usar numa festa, a ponto de sentir vontade de chorar, teria rido alto.

– Não sei o que fazer. Ela me disse que não haveria problemas se eu fizesse algumas modificações no vestido, entretanto, não tenho nem muito tempo, nem os materiais para tentar arrumar isto aqui... – completou, desolada.

Yuzu olhou para Karin, que lhe devolveu o olhar. Aproximou-se da morena, e disse, com um sorrisinho travesso:

– Parece que tem um grande problema, Urahara-san... Precisa arrumar o vestido, mas tem pouco tempo... E nenhum material – Rukia sentiu-se ainda mais desanimada. – Parece que você precisa urgentemente de uma fada madrinha...

– E aqui estamos nós!!!– disse Karin, sorrindo mais ainda diante da confusão no rosto da morena. – Yuzu, chame alguns dos servos e peça que tragam materiais de costura! – Yuzu saiu correndo, e Karin tomou Rukia pelas mãos, guiando-a para o quarto. – Eu lhe juro, Rukia-san: será a mais bonita da festa! Deixaremos este vestido digno não só de uma princesa, mas de uma rainha!


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– Uau!! Nunca pensei que ficaria tão bom! – Rukia disse, olhando-se no espelho, sem acreditar na imagem que ele refletia.

– Tem que ter mais fé nas suas fadas madrinhas, Rukia-chan! – disseram Karin e Yuzu.

As meninas já estavam arrumadas para o baile. Elas e Rukia haviam feito todo o projeto do vestido juntas, e, quando faltavam apenas os ajustes finais, as meninas foram se vestir para o baile. A festa já havia começado há aproximadamente meia hora e as três estavam atrasadas, mas valera muito a pena. Rukia estava linda.

– Eu tenho as melhores fadas do mundo, certamente! – estava inegavelmente feliz, e virou-se repentinamente, abraçando as duas garotas ao mesmo tempo. – Eu jamais poderei retribuir. Muito obrigada! Se algum dia eu puder fazer algo por vocês, me avisem que eu farei.

– Bem, tem algo... – disse Karin, hesitante. – Yuzu e eu queríamos aprender a lutar também... Poderia nos ensinar?

– Claro! Não tem problema algum... Mas não pode interferir nas demais lições de vocês! – disse, com um sorriso. – Agora, é melhor descermos, já estamos atrasadas...

– Tem mais uma coisa que pode fazer por nós, Rukia-chan – disse Yuzu com seriedade, fazendo Rukia fitá-la com atenção. – Faça nosso irmão muito feliz, sim?

– O quê? – perguntou, surpresa.

– Não somos bobas, Rukia-chan. Nós já percebemos que nosso irmão está apaixonado por você. E você por ele... Só quem não percebe são nossos pais, e aquela princesa burra! – respondeu Karin. – E estamos muito felizes. Ichi demorou a escolher alguém, mas pelo menos, escolheu certo. Certamente preferimos você a todas as princesas que passaram por aqui...

Rukia apenas pode sorrir diante daquelas palavras e da sinceridade que elas transpareciam.

– Eu o farei o mais feliz que eu puder – sorriu. – E mais uma vez, obrigada.


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Ichigo estava ficando cada vez mais nervoso. Por que ela não descia logo? Haveria desistido da festa? E onde estavam suas irmãs?

Ao lado dele, Inoue não cabia em si de alegria. Finalmente, teria toda a atenção para si. Estava bonita num vestido cor de rosa, de saia rodada e mangas cheias. Nada exagerado como o que dera para Rukia, embora seguisse o mesmo estilo.

– Não quer dançar, Kurosaki-kun? – sorriu para o rapaz.

– Desculpe-me, Inoue-san, mas eu não danço – respondeu, seco.

Perto dos dois, outra pessoa não cabia em si de curiosidade. Tal como Ichigo, Kaien, a todo momento, se perguntava por que Rukia estava demorando tanto.

Yuzu e Karin finalmente apareceram no topo da escada, descendo rapidamente e dando um sorriso enigmático para o irmão ao passarem por ele. Ichigo as acompanhou com o olhar e viu quando se juntaram à mãe. Repentinamente, o salão ficou em absoluto silêncio, e ao se virar, viu Rukia, parada no alto da escada.

Estava deslumbrante. Inoue mal pode acreditar que usava o vestido que havia lhe dado. Com a ajuda das meninas e dos servos, havia tirado todo aquele véu amarelo e horrível que cobria a saia do vestido, bem como o laço, também da mesma cor, que demarcava a cintura. As mangas foram desmanchadas, e caiam graciosamente sobre os ombros, dividindo-se em dois em cima, onde uma fenda fora aberta. A armação da saia fora retirada e agora a mesma descia livre pelas pernas, com o tecido balançando levemente a cada degrau que ela descia. Fora ajustado perfeitamente nos seios, e acinturado. Devido à retirada da armação, precisou diminuir o tamanho da saia, sendo que o tecido retirado fora transformado em uma fita, que marcava a cintura do vestido, virando um discreto laço nas costas. Tinha os cabelos curtos presos num coque bagunçado, alguns fios caindo charmosamente. A franja, que geralmente lhe caia no rosto, fora devidamente ajeitada para o lado, deixando sua face totalmente à mostra. Todo o conjunto que a morena usava parecia, de fato, ter sido elaborado por uma competente fada madrinha.

Assim que terminou de descer as escadas, viu que duas mãos a esperavam. Rukia levantou os olhos, que até então estiveram focados no chão, e se deparou com Ichigo e Kaien parados à sua frente. Ambos a olhavam fixamente, como se estivessem hipnotizados por sua beleza. Assim que viram a mão um do outro, os rapazes se olharam. O olhar de Ichigo transparecia irritação ao encarar o moreno, que mostrava uma inabalável tranquilidade.

Rukia ficou sem saber que atitude tomar. Obviamente, seus instintos mandavam-na se atirar nos braços de Ichigo, entretanto, não queria magoar de alguma forma seu querido amigo. Numa situação que estava se tornando estranhamente cada vez mais comum, Isshin apareceu, tirando-a de mais um sufoco.

– Está linda, Rukia-chan! – disse, se aproximando e tomando a mão da morena nas suas. – Me desculpem rapazes, mas a primeira dança da heroína será como o rei! Aceita, Rukia-chan?

– Com muito gosto, meu rei! – Rukia disse, agradecendo Isshin com o olhar e dirigindo-se ao lado dele para a pista de dança, onde começaram a valsar.

Ichigo e Kaien apenas ficaram olhando os dois se afastarem, e então se entreolharam. Kaien sorriu para Ichigo, dizendo:

– Acho que só me resta pegar uma bebida.

Ichigo apenas assentiu e então o rapaz se afastou, indo em direção ao buffet e pegando uma caneca de vinho. Tomando coragem, o ruivo entrou na pista de dança, caminhando até o pai e tocando-o no ombro.

– Acho que já monopolizou demais a nossa heroína, meu pai – disse, com um sorriso comedido. – Permita que ela me acompanhe nesta dança.

– Está bem, filho – respondeu. – Apenas não faça nada inapropriado com a Kia-chan aqui. Estou de olho, hein?! – completou, deixando os dois extremamente envergonhados.

Controlando seus ímpetos de mandar o pai se calar, Ichigo tomou a mão dela na sua. Passou um dos braços ao redor da cintura, parando a mão no meio das costas. Rukia colocou a mão livre sobre o ombro do ruivo e ambos começaram a dançar.

– Está linda – ele disse baixinho, olhando-a nos olhos, enquanto rodopiavam pelo salão. – E devo acrescentar que dança divinamente, meu amor - sussurrou.

– Obrigada – ela disse, sorrindo encabulada. – Você também dança muito bem... – hesitou. – E também está muito bonito, Ichigo.

Ele apenas sorriu e passaram o restante da música apenas dançando e se olhando nos olhos. O restante do mundo pareceu perder a importância enquanto estavam ali, nos braços um do outro. Todos os convidados olhavam sorrindo para os dois, vendo o bonito casal que formavam. Ou seria melhor dizer quase todos, já que certa ruiva os olhava com indisfarçável raiva.

Assim que a música acabou, Rukia e Ichigo se afastaram, curvando-se um para o outro, como mandava a tradição. Ao levantar a cabeça, o olhar de Rukia encontrou o de Kaien, que estava distante, no outro lado do salão. O moreno trazia nos olhos um sentimento que ela não foi capaz de distinguir.

– Kurosaki-kun, você dança muito bem! – Inoue apareceu como por mágica ao lado dos dois. – Agora que já recompensou a minha salvadora com um pouco de sua atenção, está na hora de dançar comigo, não é?

– Ah... Bem... – olhou para Rukia, que simplesmente assentiu. – Está certo.

Pegou-a pela mão, tocando-a de maneira impessoal, tentando manter-se afastado dela o máximo possível. Inoue, ao contrário, tentava ficar cada vez mais próxima do ruivo, sem sucesso. Não se incomodava em ser inconveniente. Sempre fora assim, mesmo com seus pais e seu irmão. Quando não conseguia algo com sorrisos, apelava para a inconveniência, até que, por cansaço, lhe davam o que ela queria.

Pelo canto do olho, Ichigo percebeu Rukia se distanciar. Deu um rodopio com Inoue, ficando virado para onde a morena fora. Olhando por cima do ombro da princesa, viu o momento em que Rukia se aproximou de Kaien. Ambos trocaram algumas palavras e então começaram a andar para fora do salão, em direção aos jardins. Incapaz de resistir à tentação, Ichigo desvencilhou-se de sua parceira, balbuciando uma desculpa qualquer e começou a ir à direção em que os outros dois haviam saído. A princesa até tentou segui-lo, entretanto, foi abordada por um dos convidados, que a convidou para dançar.


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Ichigo não teve dificuldade de encontrá-los. Kaien e Rukia haviam se sentado num dos bancos do jardim próximos ao castelo. Andando pé-ante-pé para não ser notado, Ichigo se aproximou o máximo que pode, em seguida ocultando-se atrás de um tronco de árvore, os ouvidos atentos à conversa.

– E então, aceitou o pedido do rei? – ouviu Kaien perguntar.

– Sim. Kaien, eu... Precisamos conversar... Sobre nós dois.

– Realmente. Rukia, naquele dia, você disse que ia pensar sobre nós dois... Você pensou?

– Um pouco. Kaien... – começou, sendo interrompida pelo moreno.

– Eu também pensei. Rukia, você é uma mulher incrível. Maravilhosa. E muito bela – Rukia sentia-se mal pelos elogios ao pensar que provavelmente partiria o coração daquele que estivera ao seu lado nos piores momentos de sua vida. – Mas eu acho que... Nós funcionamos melhor como amigos do que como amantes.

Rukia sentiu-se surpresa ao mesmo tempo em que alegria e alivio enchiam o seu coração.

– Kaien... Você realmente pensa assim? – diante do aceno positivo do rapaz, ela sorriu e o abraçou. – Kaien... Eu fico tão feliz que também pense assim!

– Nos tornamos muito amigos e como você é uma das mulheres mais belas que conheci, julguei que estava apaixonado... Mas não passou de um engano. Desculpe-me por preocupá-la... Tudo bem para você continuarmos amigos?

– Claro que sim!!! Kaien, você é uma das pessoas mais importantes da minha vida. Jamais esquecerei o que você fez por mim – tocou o rosto dele, sorrindo. – Quero que saiba que eu te amo muito. Você é o meu melhor amigo.

– Eu também te amo muito, pequena – disse, prendendo-a num abraço apertado. – Muito mesmo. Eu também nunca vou esquecer tudo o que fez por mim. Você me ajudou a voltar à vida. Me fez perceber que a minha vida não acabou no dia que Myiako morreu. Que ela pode ser uma lembrança feliz, ao invés de uma dor lancinante. E que eu posso, sim, amar novamente.

– É tão bom ouvir isso tudo de você... Eu tinha tanto medo desta conversa, de te magoar de alguma forma...

– Você jamais me magoaria por ser sincera, Rukia. Você sempre deixou claro que ainda amava aquele rapaz. E sabe o que mais? Eu tenho certeza de que ele também te ama – sorriu. – Agora, o que acha de voltarmos para a festa? Seu amado deve estar enlouquecendo com sua ausência – completou, fazendo a morena rir.

– Sim, vamos! – levantou-se, estendendo a mão para ele.

– Eu vou ficar aqui mais um pouco. Já, já, eu te alcanço.

– Tem certeza? – ele assentiu. – Tudo bem então – aproximou-se, beijando seu rosto, antes de se afastar em direção ao castelo.

“No fim, tudo foi mais fácil do que ela poderia imaginar”, pensou Ichigo, “É melhor que eu volte para o baile antes que percebam meu sumiço”.

– Por quanto tempo vai ficar escondido aí, Kurosaki Ichigo? – disse Kaien repentinamente, surpreendendo-o.

Envergonhado por ter sido pego, Ichigo saiu detrás da árvore, indo em direção ao outro.

– Desculpe. Não pude me controlar – respondeu, simplesmente.

– Acho que isso ainda não é um crime – disse Kaien, bem humorado. – Eu gostaria de conversar com você. Pode me dar alguns minutos?

– Claro – respondeu, curioso. O que será que ele queria?

– Eu menti para Rukia – começou, fazendo Ichigo olhá-lo com mais curiosidade. – A verdade é que estou apaixonado por ela.

– Então por que você...

– Por que eu disse que não? – o interrompeu. – Para protegê-la. Eu não a quero triste, ainda mais por minha causa. Eu sei que ela me ama e sofreria por me magoar. Rukia é uma mulher maravilhosa.

– Certamente.

– Eu sei que você a ama também – Kaien olhou para o ruivo e havia dor em seus olhos. – E, desde que você a faça feliz, não me importo de ficar sem ela. Mas você precisa resolver sua situação com esta princesa. Você já disse a ela que ama outra?

– Não... – admitiu, envergonhado.

– Bem... Pelo que percebi, ela tem intenção de conquistá-lo. Pode achar que não é da minha conta, mas eu discordo. É a felicidade de Rukia que está em jogo. Não estou abrindo mão dela para você fazê-la sofrer. E a verdade é que, ainda que você não queira nada com esta princesa, Rukia sofrerá cada vez que ela fizer algo para tentar conquistá-lo. Seja sincero. Diga logo que outra já tem seu coração. Talvez você pense que irá magoá-la. E eu te digo que provavelmente isto irá acontecer. Mas, ao mesmo tempo, você irá libertá-la. Sabendo que você não cederá porque já ama a outra, ela poderá ir embora, e encontrar alguém que a faça feliz. Não seja egoísta, tentando se poupar do mal estar de dizer a verdade.

– Você tem razão... – disse Ichigo, lembrando-se do olhar triste de Rukia toda vez que a princesa fazia algo para conquistá-lo, e de todas as vezes que a morena lhe pedira que dissesse a verdade. – Eu vou dizer a verdade. Eu estava fugindo disto, confesso. Faz-me mal a ideia de magoar qualquer pessoa. Mas, para o bem das duas, e meu também, o melhor que posso fazer é dizer a verdade.

– É assim que se fala.

– Quando o conheci, jamais pensei que diria isto, mas... Obrigado, Kaien.

– Ah, só mais uma coisa – o moreno ignorou o agradecimento. – Se você ousar fazê-la sofrer novamente, eu voltarei, e a tomarei de você – assumiu um ar arrogante, que irritou profundamente o ruivo. – Você sabe, eu sou perfeitamente capaz de conquistá-la, e de fazê-la muito feliz... Só não faço isso agora porque ela acabaria sofrendo no processo... Mas com certeza, eu a faria mais feliz... Sou mais bonito, simpático, tenho um carisma e um charme arrasadores... Você estaria perdido se eu tivesse aparecido alguns meses antes. Não teria a menor chance...

– O quê? – o ruivo se indignou. – Maldito! E pensar que eu estava te agradecendo! Pois saiba que eu não vou deixar nenhuma brecha, ela vai ser a mulher mais feliz do mundo! E se você a vir chorar por minha causa, vai ser de alegria!

– Eh... Se você diz... – riu da expressão enraivecida do outro. – Essa é a atitude que eu espero de você, príncipe! – disse, enquanto se dirigia ao castelo. – Sabe, gostei de você!

– E eu não gostei nada de você! – disse Ichigo, acompanhando o moreno e ainda bufando de raiva.

– Não fale assim, Ichigo-kun! Você nem teve tempo de me conhecer... Aposto que, se me conhecesse um pouco melhor, também entraria para o fã-clube do Kaien! – provocou.

– Nem em mil anos! – resmungou, fazendo o outro rir.


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O resto do baile passou sem maiores acontecimentos. Finalmente, a manhã chegara, assim como o momento da partida de Kaien.

– Boa sorte em sua missão – Rukia disse baixinho, enquanto o abraçava. – E tome cuidado, certo?

– Com certeza – respondeu, tocando o rosto da morena. – Por que está chorando, minha querida?

– Ah! É que é tão estranho pensar que quando eu voltar ao esquadrão você não estará mais lá... – abraçou-o novamente, fazendo Ichigo bufar. – Vou sentir muito a sua falta, Kaien.

– Eu também vou sentir a sua, pequena – beijou-lhe os cabelos e, vendo o olhar raivoso de Ichigo com toda aquela despedida, pegou o queixo da morena e deu-lhe um rápido selinho, surpreendendo-a.

– Por que fez isso? – olhou preocupada para Ichigo. – Eu pensei que...

– Eu disse que funcionávamos melhor como amigos, não disse que não gostava de beijá-la. E depois é bom aquele ali saber que você tem um monte de opções se ele pisar na bola...

– Você não tem jeito! – ela disse, balançando a cabeça negativamente.

– Não, não tenho – disse, beijando-a na testa uma ultima vez, e então se aproximando do ruivo, apertou-lhe a mão. – Cuide bem dela.

– Você ainda tem alguma dúvida? – respondeu azedo.

– A cada hora gosto mais de você! – disse rindo.

– E eu gosto menos de você.

– Assim você parte o meu coração – riu da careta do ruivo. – É melhor eu ir. Até mais!

– Até mais! – respondeu a morena.

– Adeus! – gritou o ruivo.


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Notas finais do capítulo

É isso por hoje, pessoas lindas?
O que acharam do capitulo? Bom? Chato? Esperavam ver sangue jorrando do Kaien? Quero muito, mas muito mesmo, saber o que vocês acharam!! Então, me mandem seus lindos, amados, idolatrados e vitaminados reviews! Façam esta autora mais que baka muito feliz, vocês sabem que meu passatempo preferido, depois de escrever, é ler review *apela*.
Estou sentindo falta de algumas leitoras... Me deem sinal de vida, suas lindas, estou com saudades de seus comentarios! E aos leitores que sempre comentam, mais uma vez, muito obrigada!
Bjokas seus lindos!!
Até o próximo capitulo!!