Bloody Storm escrita por Kuroi Delacroix


Capítulo 4
Parte IV - Uma Breve Paz.




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"A vida é uma cachoeira
Nós somos um no rio
E novamente um após a queda.
Nadando através do vazio
Escutamos a palavra...
Nós nos perdemos,
Mas encontramos tudo?"


Aerials - System Of A Down


A manhã finalmente havia dado as suas caras. E Syrenna ainda dormia tranquilamente. Apesar de nada vir a sua mente naquele momento, ela ainda estava cansada por causa da difícil luta que tivera na noite anterior. Porém, seu tranquilo sono estava prestes a ser interrompido, isso porque alguém estava sentado na janela de seu quarto, chamando por seu nome.

- Syrenna...Syrenna...


A ruiva lentamente abriu os olhos, e viu a silhueta de um rapaz alto e de madeixas avermelhadas espetadas, com seus orbes esmeralda fixos nela, porém, demonstrando uma certa preocupação.


- Por favor, acorde...
- Ahn, você...

Aos poucos, Syrenna vltava a si, apesar de não enxergar muito bem o que estava ao seu redor. Após esfregar os olhos, ela reconhece o rapaz na hora.

- Ah, é você... Lucien.

Lucien Luppen, que também era da Família Accanito, estava em Namimori por uma razão ainda desconhecida. Mas só pelo fato de estar lá, já deixou Syrenna com a pulga atrás da orelha.

- Foi você que deixou essa carta aqui, não é? - Ela pega a Dama de Espadas que estava em seu criado-mudo e mostra para ele - Não conheço mais ninguém com cartas iguais a essa.
- É, fui eu. Sabe como é, gosto de entradas triunfais.
- Querendo bancar o engraçado de novo? Não está dando certo.
- Será que pelo menos uma vez você pode rir de alguma coisa que eu digo?


O que Syrenna não sabia, era que Lucien a considerava como alguém especial, mesmo sendo fechada para tudo e para todos. Ele havia chegado a pensar que a jovem sequer tinha coração, sentimentos puros. Mas ele também acreditava que por trás daquela garota fria como o gelo, existia uma pessoa com alma pura, amável. Lucien sempre tentou fazer Syrenna sorrir, mas nunca conseguira. Ele a definia em apenas uma palavra: Enigma.

- Isso não vem ao caso Lucien. Precisamos conversar.
- Pode falar.
- O que está fazendo em Namimori?
- Ué, o chefe me mandou.
- Não pode ser. Ele não havia falado com mais ninguém a respeito.
- Syrenna...Do jeito que você está, acha mesmo que ia segurar a onda sozinha? Ainda mais quando se trata da Vongola!
- Aonde quer chegar?
- Você ainda não confia nas suas habilidades, não é? Acha que tudo pode se resolver sem lutar...Mas para sua informação, as coisas não são assim, nunca foram!
- Olha quem fala, outro que odeia lutas.
- Sou diferente de você, Syrenna. Não gosto de matar pessoas. E falando em lutas, parece que você já se divertiu.

Lucien começa a olhar fixamente para o braço de Syrenna, o que deixa a ruiva encabulada.

- Porque está me olhando desse jeito, Lucien?
- Nada não. Parece que você apanhou feio.
- Calado!
- Você fica bonitinha nervosa, sabia?
- Não enche, tá bom?
- Ok, eu paro. Mas olha, vou te contar o que eu vim mesmo fazer aqui.
- Já era hora.
- Pelo que eu sei, você foi encarregada da Aliança com a Vongola, através do Decimo. E dar cabo dos Guardiões, se possível.
- Sim, foi isso mesmo, e daí?
- Daí que eu dei uma mãozinha pra você. Cuidei do Guardião...Digo, da Guardiã da Névoa, Chrome Dokuro.
- Não me diga que você...
- Calma, calma. Eu não lutei com ela. Acha que eu sou idiota a ponto de enfrentar Rokudo Mukuro? Sabe muito bem que não teríamos chance.
- Não se atreva a botar tudo a perder, Lucien.
- Ainda não percebeu o que eu fiz por você, minha Syrenna? Diminuí a lista dos Guardiões pra você. Nesse caso, só faltam 4.

Syrenna se calou por um instante. Queria agradecê-lo, mas seu orgulho não permitiria isso. Apesar de tudo o que ele havia feito por ela, ainda achava estranho o fato dele estar junto dela em um momento como aquele. E ao mesmo tempo, ela estava com um mau pressentimento. Pela expressão do rapaz, algo grande estava para acontecer, e estava perto. Só restava esperar a bomba explodir.

- Pode ir agora, Lucien. Preciso descansar.
- Tudo bem, eu já estava de saída. Vou passear um pouco.

Ele já ia saltar da janela, quando é surpreendido pela ruiva, que o puxa pelo braço, numa expressão fria, porém preocupada.


- Lucien...Por favor, não faça nada precipitado...

Os apagados orbes púrpura dela se encontraram com os radiantes orbes esmeralda dele. Os dois se fitavam, em silêncio. Lucien sentiu seu estômago embrulhar com a atitude de Syrenna. Ele sabia que era raro a ruiva fazer o que tinha feito naquele momento.

- Syrenna...Tudo bem, eu sei me cuidar, ok? - Ele sorriu, radiante.
- Bem, era isso. Tenho trabalho a noite, então é bom ficar longe.
- Pode deixar, honey.

Lucien finalmente saiu do quarto, deixando a garota sozinha. Ela ajeitou uma mecha da sua franja, e voltou para a cama. Afinal, ela ainda estava cansada.

- Será que já sabem...Da relíquia que trouxe comigo?

Longe dali, uma manhã enérgica estava por vir, direto do lar dos Sawada.

- Vamos, Bom-em-nada Tsuna! Acorda!
- Uhn...Reborn...Ainda não...
- Não tem jeito, vou ter que te acordar de outra maneira.

Reborn pega um desfribilador e coloca no peito de Tsuna, fazendo ele levar um baita choque, que o acorda na hora.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH!! Porque você sempre tem que fazer isso, Reborn?
- Veja pelo lado bom, ao menos você acordou rápido.
- Lá vem você e o seu "Método da Vongola para acordar alguém".
- Bem, é melhor se arrumar logo, está atrasado.
- NOSSA! É mesmo!

Tsuna se arruma rápido, e sai de sua casa igual a um furacão, sequer toma café. Iria encontrar com seus amigos logo mais, ao menos aquilo o deixava feliz. Por um momento, ele poderia se esquecer que estava envolvido com a Mafia. Quando ele chega a sala, é surpreendido, como sempre.

- Bom dia, Decimo!
- Gokudera-kun...Bom dia...!
- Yo, Tsuna!
- Yamamoto!
- O que houve, Decimo? Não parece muito bem hoje.
- N-n-n-não é n-n-nada, Gokudera-kun! Só que o Reborn me acordou de novo hoje.
- Haha! O garoto é muito bom com você, Tsuna!
- O que você não sabe, Yamamoto...É que ele me acordou da maneira dele.
- Ah, nós íamos te contar, Tsuna. Os próximos dois horários são livres, então poderíamos ir lá pro telhado.
- Como assim "nós" iríamos contar, seu maníaco do baseball? Eu, sendo o braço direito do Decimo, tinha o dever de informar isso pra ele!
- Foi mal, Gokudera.
- Não tem desculpa pra você, cara!

O alvo lança um olhar furioso para Yamamoto, que fica rindo da situação.

- Ei, ei, chega vocês dois! Estão chamando muita atenção!
- Tsc, você não perde por esperar, maníaco do baseball.

Os três estavam seguindo para o telhado, quando dão de cara com Ryouhei.

- SAWADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!
- Ah...Onii-san?
- Eu quero te convidar pro treino de boxe de hoje a noite. Você não pode faltar!
- Como assim convidar? Desse jeito, tá obrigando o Decimo a ir, cabeça de grama!
- Mas isso não é você quem decide, cabeça de polvo!
- O que você disse?!?
- Calma, calma! Não precisam se exaltar!
- É, o Yamamoto tem razão! Onii-san, eu passo dessa vez.
- Se você não pode ir, então tudo bem. Mas vai perder algo completamente EXTREEEEMO!

Ryouhei sai correndo, deixando os três com cara de confusos. Passado o momento, eles rumam para o telhado da escola. Mas ao chegar lá, Tsuna acha algo que chama sua atenção.

- O que é isso? Gokudera-kun, Yamamoto, essa grade estava assim antes?

Os três começam a olhar a grade danificada, já pensavam que alguma coisa estava errada.

- Não...Pode ter sido algum acidente...Não é?
- Decimo...Pode até ser, mas não tenho certeza disso. Acho que houve uma luta aqui.
- Provavelmente seja coisa do Hibari-san... Bem, de qualquer jeito, é melhor esquecer isso, sim?
- Se você diz...

Eles então começam a fitar o céu azul, que estava bonito, por sinal. Naquele momento, a paz reinava. E isso era tudo o que eles queriam. Porém, no mundo da Mafia, a paz é praticamente inalcançável...

- Essa tranquilidade, me faz sentir tão bem...

Passa um tempo, e Tsuna resolve voltar, e todos vão em direção a sala, mas em um dos corredores, se deparam com Hibari, que estava...Diferente.

- Essa não...Hibari-san...!

Tsuna então percebe que Hibari está com o ombro machucado, o que o deixou atônito. Afinal, ele não é de se ferir tão fácil.

- Nós já estamos indo para nossa sala!

O tempo passou, e a aula finalmente acabara. Tsuna, Gokudera e Yamamoto voltariam para casa pelo mesmo caminho. Apesar de parecer tudo bem, o moreno sabia que algo não estava certo.

 - Hibari-san ferido...E o telhado daquela maneira...O que será que aconteceu...?

Longe dali, Syrenna finalmente despertara. Ela estava a poucas horas de agir novamente, e nada poderia dar errado.

- A noite está prestes a chegar... E eu irei até o Guardião Vongola do Sol.

De repente, Lucien aparece na janela do quarto dela.

- Consegui algo para você, Syrenna.
- O que foi?
- A localização do Guardião do Sol.
- Bom trabalho, Lucien. Será de grande ajuda.
- Então, vou saindo. Qualquer coisa, estarei a disposição.
- Entendido.

O ruivo sai, deixando um bilhete para Syrenna, que sorri de canto.

- Espere por mim, Guardião do Sol. Logo você cairá aos meus pés.


Continua...


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