POV JOE

Continuei subindo as escadas, encontrando com Vanessa, Mike e Jennifer, que estavam dançando e aparentavam estar muito bêbados.

– Joe - disse Mike pegando no meu ombro direito – Cara, você demorou, dá pra entregar logo os pacotes pra gente curtir?

 – É Joe, vamos curtir, estou esperando isso quase a noite toda - disse Vanessa.

– Você demorou pra caramba, mas tenho certeza que vai valer a pena agora – falou Jennifer, com uma garrafa de vodka na mão.

– Estão aqui – falei – foi mal, foram vários imprevistos – completei entregando pequenos pacotinhos cheios de cocaína pra cada um.

– Beleza – falou Mike abrindo o pacote dele e cheirando a cocaína logo em seguida.

– Não vai usar hoje? – questionou Jennifer, já um pouco tonta.

– Resolvi usar algo diferente hoje. – falei

– O que? – perguntou Vanessa.

– Heroína - respondi, retirando uma seringa cheia de um componente branco do bolso da minha jaqueta e injetando-a em uma veia de meu braço.

Depois de alguns minutos senti uma sensação boa e comecei a dançar com meus amigos, que já estavam totalmente fora de si.  Tudo que eu via estava distorcido e girando, não ouvia nada além da música eletrônica alta e pequenos borrões se movendo rapidamente, que eram pessoas. Depois de horas dançando e bebendo, já estava amanhecendo e a boate continuava com poucas pessoas que pareciam ser movidas a bateria, principalmente eu, que estava em pé por conta da droga. Ouvi um estrondo seguido de gritos e minha cabeça começou a latejar. 

– PARADOS, É A POLÍCIA! NINGUÉM VAI SAIR DAQUI E TODOS IRÃO SER REVISTADOS. ALGUÉM FEZ UMA DENUNCIA DE TRÁFICO DE DROGAS AQUI.  

– Droga – sussurei pra mim mesmo.

Olhei pro lado e vi meus amigos deitados no chão. Eu era o único da turma que ainda estava ''aceso'' e o único que iria se ferrar. Os policiais começaram a revistar primeiro as pessoas que estavam no andar de baixo e logo em seguida foram liberando um por um. Não tinha sobrado ninguém, e percebi que eles iriam subir pro andar de cima e resolvi fugir. Corri até o banheiro masculino e a porta estava trancada, provavelmente alguém tinha percebido a confusão e se escondeu lá dentro. Droga. Corri até uma sala que havia ali em cima, aonde avistei várias pessoas deitadas no chão e percebi que tinha uma janela bem grande de vidro. Me aproximei da mesma e tentei abrí-la, porém, em vão. Suspirei. Resolvi me encolher no chão da sala. Eu estava perdido.Ouvi a porta se abrir e olhei a figura musculosa e alta entrando pra dentro do cômodo. Era um policial que olhou pra mim com uma pistola na mão e logo em seguida se aproximando pra perto de mim.

– Rapaz, preciso te revistar – falou, começando a mexer nos meus bolsos, encontrando dois pequenos pacotes de cocaína dos mesmos. 

– E-Eu... – gaguejei. Comecei a suar friamente, olhando o policial me encarando. Sabia que estava encrencado, só não sabia o quanto.

– Você está preso – disse o policial. Estiquei meus braços e senti as algemas se encaixando nos meus pulsos, violentamente colocadas pelo policial. Tudo começou a rodar e a ficar preto. Comecei a sentir uma forte dor no peito e comecei a suar. Eu mal estava conseguindo respirar. Eu iria desmaiar, ou morrer. Um dos dois.