- Como foi o dia, Milady? - Nagini perguntou, assim que Cassady adentrou seu dormitório. 

- Produtivo - ela murmurou friamente, seus pensamentos dispersos. 

- Já possui algum plano, minha s-senhora? - a cobra insistiu, rastejando até os pés da garota, onde se enroscou. 

- Idéias, muitas idéias... - Cassady divagou, acariciando Nagini, que agora já estava em volta de seu pescoço. 

- Entendo... - a cobra sibilou em compreensão.

- Aconteceu algo em minha ausência? - a morena perguntou, se sentando na cama. 

- Alunas passaram por perto, falando da s-senhora... - a cobra respondeu. 

- O que falavam? - Cassady não demonstrou muito interesse. 

- S-sangue ruim, diziam, - Nagini sibilou, - poderia atacá-las, Milady?

- Não - a garota falou séria - É melhor que pensem assim, mais tarde resolvo isso.

- S-senhora - Nagini a chamou, e a garota a olhou sem expressão - Preciso caçar...

- Pode ir - Cassady concedeu - Não deixem que a vejam. 

- S-sim, Milady - a cobra desceu da cama, caminhando até a porta, onde rapidamente desapareceu.

Cassady se levantou, pegando sua varinha e fazendo um feitiço de disulutório e saindo do seu quarto, silenciosamente. 

Rumou até os corredores desertos do sétimo andar, a tempos já havia passado o toque de recolher, mas isso nunca a impediria. 

Certificou-se de que não estava sendo seguida e caminhou até o lugar onde havia encontrado pela primeira vez Potter e seus amigos. 

Ela analisou cuidadosamente a parede onde havia visto a porta misteriosa aparecer, mas não conseguia entender o que significava. 

Andou várias vezes em frente a parede, como havia feito anteriormente o traidor de sangue Weasley. Em seu subconsciente ela sabia que o que quer que estivesse atrás da parede, seria de grande ajuda na conclusão de seu plano.

- Não funciona assim - um murmúrio arrastado a sobressaltou e imediatamente ela apontou a varinha para o garoto. 

- O que faz aqui, Malfoy? - ela perguntou rispidamente, ainda com a varinha em sua direção. 

- Já passou do toque de recolher - o garoto falou, avançando a passos cautelosos. 

- O que faz aqui, Malfoy? - ela aumentou o tom de voz, seus olhos em fendas, possuía um leve brilho avermelhado, o que não passou despercebido pelo garoto, que tentou não estremecer.

- Estava te seguindo - ele murmurou por fim, não havia como mentir, de qualquer maneira. 

Cassady avançou alguns passos, prendendo Draco em uma das paredes, o olhar mordaz. 

- Eu poderia te matar agora - ela murmurou ameaçadora.

- Mas não vai - o garoto soou confiante, mesmo estando duvidoso disso. 

- Não tenha tanta certeza disso, Malfoy - Cassady colocou a varinha em seu pescoço, e o garoto deixou um pequeno ofego escapar de seus lábios - Eu já lhe falei que você... 

- Não passo de um qualquer, apenas um peão no jogo de vocês, facilmente descartável - ele a interrompeu, fingindo tédio. 

- Como ousa?! - ela parecia prestes a lançar-lhe algum feitiço, mas antes disso, o garoto novamente a interrompeu. 

- Eu posso ajudar! - ele parecia um pouco assustado, os olhos da garota o assustavam, o vermelho claramente visível. 

- Não vejo como - ela falou, raivosa. 

- Eu sei como entrar na sala, se me soltar, posso lhe mostrar - ele respondeu apressado.

A garota não se moveu por alguns segundos, analisando a expressão do garoto, ponderando se deveria confiar ou não. 

- Oclumência, Malfoy? - ela perguntou, já abaixando a varinha. 

- Minha mãe me forçou a aprender - ele resmungou - Pode ser útil às vezes. 

A garota bufou, impaciente. 

- Mostre-me - ordenou, cruzando os braços e analisando o garoto friamente. 

Draco, assim como o Weasley anteriormente, passou três vezes em frente à parede, concentrando-se no que queria, claramente. 

Cassady o observava atentamente, tentando entender o que ele fazia e, inutilmente, tentando entrar em sua mente. Não queria admitir, mas ele era um bom Oclumente. 

- Pronto - o garoto murmurou, com a voz arrastada, quando uma grande porta apareceu na parede. 
Cassady se virou para porta, andando cautelosamente para mais perto. 

- Vá primeiro - a garota falou, receosa. 

Draco bufou, mas logo se calou ao olhar cortante que a morena lhe lançou por trás dos frios olhos acinzentados. 

O loiro entrou primeiro e logo Cassady o acompanhou, atenta a qualquer coisa suspeita. 

- Que lugar é esse? - ela perguntou, ainda desconfiada. 

- A Sala Precisa - ele respondeu e Cassady rapidamente se recordou do que havia lido em algum livro sobre o castelo. 

É uma sala que só aparece quando é realmente necessário. Ela se adapta ao que a pessoa precisa, formando o ambiente perfeito para situação. Para abri-la é necessário se concentrar em algo e passar por ela três vezes.

- Já pode ir - a garota falou friamente, analisando a sala, que parecia mais um lixo, devido à quantidade de coisas velhas e inúteis que possuía, que qualquer outra coisa. 

- Como? - o garoto perguntou, incrédulo. Havia mostrado como funcionava a sala para garota e agora ela o dispensava?

- É exatamente o que falei, Malfoy - a garota o lançou um olhar frio, que incomodou o loiro e continuou - Vá antes que eu mude de idéia sobre anteriormente. 

Ele estremeceu, entendendo que ela falava de quando quase o atacara. 

- Certo - se deu por vencido, rumando para fora da sala.

Cassady caminhava pela sala, analisando os objetos, procurando atentamente algo que pudesse ser útil, mas nada parecia valer um pouco mais de atenção. 

Sentiu um estranho formigamento no ombro direito, mas o que quer que fosse, ela não estava o suficientemente interessada para descobrir. Precisava de algo que a ajudasse em sua missão e, ao andar um pouco mais, finalmente encontrou algo perfeito. 

Ela sorriu perversamente, tudo seria tão simples que seria, no mínimo, cômico. 

-*-

- Senhorita Everdeen, poderia compartilhar com a turma o motivo do atraso? - McGonagall perguntou irritada, a garota a deixava receosa, talvez pela grande aura negra que a acompanhava, quase tão grande quanto... Ela sacudiu a cabeça, evitando pensar muito sobre isso. 

Cassady sorriu friamente, alguns alunos a olhavam receosos, mas ela apenas ignorou a professora, se encaminhando para uma carteira vazia, escutando a entediante explicação da diretora da Grifinória sobre os animagos. 

Draco e Theodore acompanharam a garota com os olhos, esperando que ela desse algum indicio de que algo estava acontecendo, pois a marca dos dois queimava absurdamente, o que os deixavam desconfortáveis e temerosos, porém a garota não deixou nada transparecer. 

- Vamos - a garota chegou perto dos dois silenciosamente, o que os fez dar ofegos assustados.

- Para onde? - Theodore perguntou, receoso. 

Cassady se virou para ele, olhando intensamente em seus olhos, o garoto estremeceu. 

- Para a mansão Malfoy - ela respondeu ríspida. 

Eles assentiram, sem querer irritar a morena, e a seguiram para fora do castelo, rumo à floresta proibida.