– Então quer dizer que o Natsu está com a Lisanna agora

BAM!!!!!!!!!!

Todos olhavam pra ela, quem conhecia ela de um jeito preocupado e um pouco assustado e os outros curiosos e talvez até com raiva por ela estar fazendo tanto barulho, Lucy só olhava para as mãos com um olhar normal, enquanto as batia para tirar a sujeira do salgadinho que ela fez, depois ela olhou para o chão, onde ela tinha jogado o pacote para poder limpar as mãos, que estava sujo também, quanto ao chão ela não podia fazer nada para limpar, depois alguém vinha e varria ou qualquer outra coisa. Depois ela olhou para seus companheiros, que ainda estavam meio abismados menos Gajeel que já tinha se recuperado.

Exato, eles não podiam esconder de Lucy e talvez nem fosse necessário pelo jeito que ela reagiu, normal, sem se importar, fazia muito tempo que Natsu era insignificante pra ela e se ele quisesse pular o fogo ela não ia se importar e ficaria parada vendo ele queimar já que ele que cuidava da vida dele.

Lucy continuava a olhar pra eles esperando outra reação ate que eles aceitaram as palavras da garota e voltaram ao "normal", nesse mesmo instante o sinal tocou e na mesma hora que o sinal começou a tocar, sem nenhum atraso, alguém abriu a porta atrás de Lucy e ficou atrás dela esperando a loira dar passagem, Lucy olhou pra trás e viu um cara meio estranho, magro, de pele clara, com cabelos encaracolados e marrons que não passavam do pescoço, ele usava óculos e tinha a cabeça enfiada em uma cartola, no pescoço ele tinha um pano amarrado em um laço médio caído, vestia calças pretas folgadas, uma blusa social com um colete em cima, e calçava sapatos sociais pretos, o homem carregava nos braços um monte de pastas, ele olhou Lucy com um sorriso gentil

– Mocinha pode me dar licença e, por favor, ir se sentar? - ele tinha um sotaque meio frances

"o professor..." ela concluiu em pensamento e se dirigiu para alguma cadeira vazia,enquanto o cara se abaixava para pegar o pacote e jogar no lixo.

Ela se sentou na frente da mesa de Erza, na sua frente estava gray do lado dele Juvia e na sua frente Levy e do outro lado do moreno estava Gajeel. Tinha uma mesa vazia do lado de Lucy que olhou o lugar séria

" Acho melhor eu me sentar só hoje aqui, estou com um mal pressentimento"

O homem estranho foi para a frente da sala e se apresentou para a turma, mais precisamente para Lucy

– Como parece que temos uma aluna nova eu vou me apresentar, meu nome é Reedus Jonah e sou o professor de artes - ele disse com outro sorriso gentil, que estava dando tranquilidade e raiva para Lucy ao mesmo tempo, enquanto colocava suas pastas em cima de sua mesa - e hoje vamos pintar um quadro, cada um de vocês peguem uma tela - ele apontou para umas telas médias no canto da sala

Cada um foi pra lá pegar um quadro, Lucy estava se levantando para pegar quando alguém a chamou.

– Novinha pega uma pra mim. - Gray

– Não, se levanta e pega - Lucy disse sem se virar - Deus te deu pernas pra que?

– Você não sabe a resposta pra uma pergunta tão obvia Lucy? Ficou burra com esses anos - ele disse com um tom de deboche e ironia, Lucy se virou com raiva ia retrucar e bater nele - e depois eu não pedi pra você pegar, foi uma ordem - ele disse, mas dessa vez com um tom autoritário

– Já que é assim pega um pra mim também - Erza disse com um sorriso gentil, mas com certeza estava brincando com ela.

– Pra mim tembém - Levy disse acenando

– Pra mim também novinha - Gajeel - já que eu estou com preguiça e você esta fazendo trabalho comunitário tenho que aproveitar

– Já que vai pegar pro Gray-sama pega pra mim também - Juvia

Lucy estava com raiva, mas como não queria mais bater boca foi pegar as merdas dos quadros, então ela voltou com seis, de um pro Gajeel, depois pra Erza e outro pra Juvia, Lucy se sentou com ainda três quadros na mão colocou um sobre a mesa e então pegou os outros dois e bateu com eles na cabeça do moreno na sua frente, este que virou com a mão na cabeça e já ia reclamar, mas antes que fizesse Lucy começou

– Passa pra Levy - ela entregou os quadros pro garoto

– E precisava me bater porra? - ele disse enquanto ainda esfregava a cabeça e pegava os dois quadros com a mão livre

– Nem foi tão forte - Lucy disse entediada - e você me deu todo esse trabalho eu só retribui

Todos riram, menos Juvia e Gray que passava um dos quadros pra Levy

Na frente de todos Reedus voltou a falar

– Pintem o que quiserem e onde quiserem, no chão, nas suas carteiras, nos cavaletes, até na janela se quiserem. Usem a imaginação de vocês nessas duas horas, mas é claro, eu não quero mais que uma simples pintura de tinta, quero imaginação, inovação, criatividade..... além de tinta vocês devem usar outras cosias, como papel, imagens, jornal, pano, fitas, miçangas e o que mais quiserem, se tiver apenas tinta nesses quadros já podem se considerar com zero. - ele disse com um sorriso gentil, mas ninguém estava satisfeito, era um sorriso do mal - Comecem!

Já fazia uma hora que tinham começado, Lucy estava usando um cavalete para pintar, inesperadamente ela estava focada, não tirava os olhos da tela e aprestava atenção em cada um dos detalhes, enquanto fazia ouvia música por isso estava desligada do mundo e nada podia atrapalha-la, seus amigos por outro lado não estavam dando a mínima pro trabalho, estavam sentados no chão rindo e falado enquanto faziam um desenho qualquer na tela e colavam alguns papeis para não perder ponto

Lucy sentiu alguém chegar e olhou pro lado, Reedus estava olhando sua pintura então ela parou com as pinceladas e tirou um dos fones para ouvi-lo caso falasse, o professor encarava a tela pensativo e um pouco admirado

A tela antes em branco tinha se transformado na seguinte imagem:

tinha uma boneca de pano sorridente com olhos de botão pretos como centro, estava encostada em uma caixinha de costura aberta, ambos estavam em cima de uma mesinha simples já que não era essa que devia chamar atenção, além da linda bonequinha e da caixa, havia algumas linhas, botões, agulhas e um pequeno novelo de lã marrom, que fora usado para fazer os cabelos presos em Marias-chiquinhas da boneca, espalhados por cima, e a cor de fundo era rosa, Lucy já tinha pitado quase tudo de uma forma meio desleixada e clara, ao fundo, na parte de rosa, ela tinha colado de vários tons e de vários tamanhos papeis rosa, todos um pouco longe do outro mostrando a tinta rosa bem clara que ela tinha pintado antes de cola-los, a caixa atrás da boneca ela tinha feito com pedaços de jornal e revista, e o novelo de lã e o cabelo da boneca eram com lã de verdade, a pintura estava simples, mas adorável

Reedus deu um sorriso satisfeito

– Você leva jeito - ele disse ainda com um sorriso

– é só uma das coisas que meu pai me obrigou a aprender - ela disse indiferente, então Reedus saiu para ir ver mais obras.

Lucy só ajeitou mais uns detalhes e então colocou o pincel em um copo com água e se afastou, ela começou a limpar as mãos com um pano úmido que estava por perto enquanto admirava sua obra, então largou o pano e foi até uma mesa perto onde ela tinha deixado um pedaço enorme de fita vermelha e uma tesoura grande com ponta, ela pegou a fita e começou a corta-la no meio, assim que terminou ela colocou cada pedaço do lado do outro para ver se tinha cortado direito, ela observou as duas fitas e pensamentos indesejáveis vieram a mente fazendo ela se descuidar com a tesoura que caiu e fez um risco grande e profundo na sua coxa antes de tocar o chão, ela levou as mãos até o machucado e deu um grito abafado de dor, no desespero ela acabou fazendo alguma coisa que a fez se desequilibrar e cair pra trás a fazendo, antes de cair no chão, bater a cabeça na mesa que estava atrás dela, a loira gritou não muito alto e chamou atenção, fazendo alguns irem socorrê-la enquanto outros apenas olhavam preocupados.

– Lucy você tá bem? - Erza perguntou pra garota deitada no chão e toda suja de tinta de várias cores

Lucy normalmente não respondia as amigas, mas a batida na cabeça a deixou com tanto mau humor que ela acabou dizendo

– Eu pareço bem?

– É melhor você ir pra enfermaria Lucy - Reedus disse - olha esse corte deve ter sido profundo - a perna de Lucy ainda sangrava bastante

– Eu levo ela lá - Gray prontificou

– E eu acompanho - Levy disse

– Não precisa, eu posso ir sozinha - Lucy falou com raiva, aquilo tava doendo pra caçete

– Você nem deve saber onde é a enfermaria Lucy - Levy disse

– Levy tem razão, é melhor eles irem com você - Erza estava mandando, mas a voz ainda tinha um ar de preocupação

– Não precisa eu vi onde ficava a enfermaria enquanto você me trouxe pra cá

Todos ainda olhavam pra ela sem saber o que dizer e preocupados, como aquela garota podia ser tão teimosa. Gray tinha pegado as bochechas dela e começado a puxar

– Para de ser idiota Lucy, você nem deve conseguir andar

– Ai, Ai, Ai..... para com isso seu garoto de streep - Lucy soltou as mãos dele das suas bochecha e começou a se levantar com a ajuda de Erza e se apoiando na mesa, então foi andando até a porta - Eu consigo sim, já falei não se preocupe

A garota ouviu Reedus falando alguma coisa, mas foi ligeiramente, pois ela já tinha colocado seus fones e estava com as mãos os bolsos que a saia dela tinha

– Não mecham na minha pintura eu vou voltar pra termina-la - ela gritou esperando que ouvissem e se não tivessem, problema

30 minutos depois...

– Eu sei que eu disse aquilo - Lucy falava com ela mesma enquanto vagava pelos corredores do prédio principal - mas eu estou totalmente perdida

Ela tinha andado por uma meia hora e já tinha ouvido um monte de músicas, estava ficando entediada e a droga da enfermaria não aparecia, e pra piorar sua perna estava doendo muito e não parava de sangrar, Lucy tinha tirado a faixa verde que estava usando no cabelo e prendido sobre o machucado, mas pra única coisa que serviu foi ter ganhado uma faixa vermelha misturada com verde.

Tinha muitas pessoas naquele corredor, todas deviam estar matando aula e todas ficavam olhando pra Lucy, primeiro porque ela estava toda suja de tinta, aprecia que o arco-íris tinha cuspido nela várias vezes, segundo ela era nova na "escola" e terceiro metade da perna dela estava suja de vermelho. Já estava ficando difícil de andar quando ela viu um milagre, uma placa com uma seta escrito enfermaria, ela quase gritou de alegria, mas não pagar de retardada maluca.

Lucy seguiu as indicações das placas que foi achando e chegou até uma escada era o último passo depois só precisava virar pra esquerda e lá estaria ela, a loira estava tão animada de que finalmente ia se livrar daquela dor que nem percebeu; em quase todo o caminho que tinha feito até aqui, Lucy veio mancando sem forçar a perna por causa da dor apenas de andar, mas agora ela tinha se esquecido e forçado a perna maldita e a ferida já tava tão ruim que ela não aguentou a dor e acabou dobrando a perna, pra piorar ela estava na ponta do começo da escada então ela acabou perdendo equilíbrio e caído pra frente, Lucy ia rolar a escada e ia ganhar mais ferimentos, mas no ultimo instante Lucy se apoiou em algum degrau com as mãos, plantando bananeira por uns segundos, depois deu impulso com elas se jogando no ar onde deu um giro simples e caiu intacta em pé de frente pra escada, o pouso só não tinha sido perfeito por causa da perna dela. Por causa do salto os fones dela tinha caído

– Essa foi por pouco - ela deu um suspiro e esfregou a testa - ainda bem que eu aprendi ginástica. Mas que diabo de dia é esse que eu to tendo? - ela reclamou se lembrando do dia dela

Ela tinha vindo pra maldita Fairy Tail, e pra vir teve que acordar bem cedo, onde ficaria trancada até acharem que ela se "curou" e pra piorar ia ser vigiada por oito babás, duas mais novas que ela, ela teria que dividir o quarto com um insuportável, ela tinha se cortado feio e depois batido a cabeça com força, teve que andar metros porque tinha se perdido e enquanto isso teve que ficar aguentando olhares indesejáveis e agora isso? O que mais podia acontecer? O dia de hoje pra ela era o inferno

– Belo salto - uma voz nem tão desconhecida falou atrás dela

Aquela voz... era a dele, e com certeza ele estava atrás dela com o sorriso idiota que ele sempre tinha ou apenas um sorriso normal e simples só que gentil. Lucy se virou lentamente e encontrou ele, com o sorriso simples e normal, ele tinha as mãos enfiadas nos bolsos.

– Há quanto tempo Lucy - ele disse de um jeito que deu nojo nela, foi de um jeito autoritário e de ironia

– Oi, Natsu...... - Ela disse com raiva e indiferente, mas sem expressão

" Com certeza esse meu dia é o inferno, só faltava ele aparecer mesmo..."