Meu coração estava pulando de alegria. Mas eu tinha que me controlar!

Ao subir as escadas para o avião, vejo Bhrenda correndo desesperada na minha direção.Eu fiquei muito surpresa com isso. Ela é minha amiga, nos conhecemos na época de colégio e até hoje estamos sempre juntas. Ela começa a falar:

— Amiga, até esqueci que era hoje que você ia pra Londres, mas enfim, até né, eu estou indo para Bs.As. e você atrás do seu sonho! — ela sorriu.

— Amiga, pra que tanto desespero eu disse que iria te ligar depois!

— Telefone, Nayara! Pessoalmente é bem melhor né! 

— Tudo bem, mon amour, vai indo porque senão você perde seu vôo, já sabe em que cidade vai ficar? — Perguntei.

— A que for mais próxima do meu Gas né amiga?! Estava pensando em alugar algum apartamento lá em Coronel Suaréz, ou em San Isidro que fica mais perto dos estúdios Pampa. Assim posso ver a Ro de vez em quando. — Ela sorriu como se fosse muito simples!

— Tá loquinha, até mais, e assim que chegar te mando um e-mail!

— Ok, Sister! 

Nos abraçamos e peguei meu vôo, a caminho da felicidade.

Dias antes eu achei que seria legal ficar no avião por horas. Pensamentos de uma menina que viaja uma vez no ano. Pois bem, eu comecei a perceber que de legal a situação não tinha nada. So de imaginar que eu iria ficar sentada na mesma posição durante 12 horas, sem conseguir dormir, eu senti dor no pescoço e um leve cansaço. Peguei minha agenda e comecei a escrever. Sobre a vida, sobre a falta, sobre os sonhos, sobre os meninos e sobre mim. Nos deram filmes para ver durante a viagem. Assisti a dois. Mas não me lembro os nomes nem nada. Foram longos e eu quase não prestei atenção. Eu já estava cansada. Dormi por uns 40 minutos. Então fui ler alguma coisa e ouvir música. Quando menos esperei, ouvi que o avião faria o pouso. Me senti tão feliz e realizada. A alegria não cabia em mim. Desembarquei e fiquei passeando pelo aeroporto. Esperando a hora de Samara chegar. Enquanto eu andava — totalmente distraída —, sem querer, esbarrei em uma menina. Logo pedi desculpas, em inglês, é claro. Mas ouvi ela dizer "ai meu pé". Então eu ri da situação.

— Você é brasileira? — Perguntei a ela que sorriu como se tivesse encontrado uma luz no fim do túnel.

—Sou...Meu Deus, que lindo encontrar uma brasileira simpática por aqui! Você pode me ajudar?

— Ah, que isso — e sorri. —Acho que posso, diga.

— Então, eu estou muito enrolada. Preciso achar uns documentos e não sei onde fica essa rua... — a menina disse apontando para um papel azul, idêntico ao meu, que dizia basicamente a mesma coisa sobre o apartamento que eu e Samara havíamos alugado.

— Bem, eu sei onde fica essa rua. Na verdade, meu apartamento fica lá...

— Isso é sério? ­— Ela ficou de boca aberta!

— É ­— Eu sorri — Posso te levar até lá, mas antes tenho que esperar minha amiga chegar, ela vai morar comigo.

— Nossa, que legal! E que coincidência. Estou esperando um amigo também, que vai morar comigo.

— Meu Deus — Eu tive que rir da situação! — Vamos ser vizinhas! E qual o motivo da vinda de vocês pra Londres?

— Viemos tentar a vida aqui. Você sabe, as oportunidades são maiores.

— Viemos pelo mesmo motivo. Conversamos e eu nem perguntei o seu nome.

— Ah sim, também esqueci desse detalhe — Rimos juntas — Meu nome é Anna Clara, mas pode chamar de Anna, de Clara, de Aninha, de Annets e etc, e o seu?

— Meu nome é Nayara, mas pode me chamar de Nay. Acho que é esse o meu único apelido... — Gargalhamos —E você morava aonde no Brasil?

— No Rio de Janeiro, e você?

— Rio também, omg! E o seu amigo, também é do Rio?

— Sim sim. Só que ele teve de vir em um vôo diferente do meu.

— Ah sim. 

E passei o tempo conversando com a minha nova amiga, futura vizinha, Anna. Ou, Annets, melhor apelido definido por ela. Nem vi o tempo passar. Eu estava com um pouco de frio dentro do aeroporto, mas nada demais. Foi quando ouvi meu celular tocar, Stole My Heart era o meu toque. Pude ver Anna sorrir de uma forma engraçada, mas não tive tempo de perguntar o porquê daquele sorriso. 

— Nayara? — Era a voz da Samara.

— Amiga! Você já chegou?

— Sim! Cadê você sua anta? Era pra você estar aqui me esperando! Estou me sentindo totalmente deslocada.— Eu morri de rir com o apelido que acabara de ganhar.

— Estou indo aí, fica calma, e eu também te amo. Rimos e eu desliguei. Juliana começou:

— Se eu contasse pra alguém a nossa situação, certamente, ninguém acreditaria.

Rimos de uma forma meio desesperada. E ela continuou:

— Se você disser que é fã de One Direction também, eu vou achar que estou em um sonho! ­— E não é que isso realmente parecia mesmo um sonho?!

— Também? Então, isso quer dizer que, você também é? Ai meu Deus, encontrei uma amiga, futura vizinha que também é directioner. Isso é um sonho! — E a abracei.

— Olha, algo me diz que esses tempos serão os melhores das nossas vidas!

Concordei fazendo que sim com a cabeça e rimos. 

— Vamos encontrar a Samara, ela chegou. E, ah, ela também é directioner!

— Não brinca?! Vamos logo então! — E fomos meio que, correndo.

Anna Clara parecia uma menina super legal, extrovertida. Algo nela me lembrava o Niall. Acho que a quantidade de comida que ela comeu nesse pouco tempo que ficamos juntas, e quando estávamos indo encontrar a Samy, ela disse que estava com fome... É, devia ser isso.

Quando eu avistei a Samara eu saí correndo e dei um mega abraço nela. Ela era mais alta que eu e super linda. Ela estava sorrindo com muita empolgação, como eu e Anna. Olhei pra Samy e disse:

— Samy, essa é a Annets. Anna Clara essa é a Samara.

— Prazer. ­— A Samara abriu um sorriso meigo. E imagino que ela deveria estar se perguntando "de onde essa menina surgiu?". 

— Samy, acredita que a Anna vai ser nossa vizinha e ela é directioner?

— Isso é uma piada? Cadê as câmeras?! Você só pode estar brincando...

— Não estou brincando. É sério!

— Meu Deus, que maravilha! — Rimos — Esses vão ser os melhores meses, anos talvez, das nossas vidas! — Samara disse não escondendo nem um pouco toda a sua felicidade. E arrancando suspiros de mim e de Anna. 

— Mas então gente, eu estou super cansada, preciso tomar um banho e dormir.

— Então, Samy — Anna disse sorrindo e corando de leve — Nós só temos que esperar o meu amigo chegar. 

— Pois é, me esqueci completamente dele...— Realmente, nem perguntei o nome do menino, quase não dei importancia. — Como ele chama?

— Lucas, ele tem 19 anos.

— Ahhhh, e ainda tem um menino na parada! — Samara disse com um olhar bem misterioso. Rimos todas.

 Passamos mais um tempo conversando. O vôo do Lucas havia atrasado.