Do Outro Lado. escrita por Dearbiebs


Capítulo 31
Papai!


Notas iniciais do capítulo

I hope you enjoy it!



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"Eu acho que muitas crianças têm seus pais separados, e elas deveriam saber que não é por causa de algo que elas fizeram." - Justin Bieber

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(...)

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POV Demi

Quando eu sai de casa senti meu estomago revirar, o frio na barriga só piorou quando eu estacionei o carro em frente o aeroporto.

Abri a porta e levei um susto a fechando assim que um taxi passou quase a levando. Coloquei a mão no peito e respirei fundo, me certifiquei que nenhum taxista louco vinha e sai do carro.

Entrei no aeroporto e segui as placas até o portal de desembarque, eu sabia que elas demorariam mais algum tempo pra chegar, mas eu não consegui me sentar, eu estava tão nervosa e com tanto medo de toda aquela tensão que não consegui ficar parada.

Quando ouvi aquela voz anunciando o desembarque do vôo francês, meu coração foi a mil. Parei bem a frente do portão de desembarque e respirei fundo. Vi as pessoas vindo e abri a boca, puxando o maximo de ar que conseguia. Minha respiração estava pesada, e eu senti medo de me engasgar com meu próprio ar.

Depois de muitos abraços das pessoas do meu lado, que recebiam seus parentes eu avistei no final do corredor uma cadeira de rodas e atras dela, a empurrando, estava Mad com minha mãe ao seu lado.

Engoli em seco em finalmente olhar o rosto daquele velho senhor. Aquele era meu pai, sentado numa cadeira de rodas, seus cabelos grisalhos e sua pele do rosto com aspecto doente.

Ele tinha um olhar perdido, talvez me procurando. Mad e mamãe tocaram o ombro dele assim que trocarem olhares comigo, apontaram na minha direção.

Eu finalmente encontrei seus olhos, mesmo fraco ele sorriu, de um jeito que me fez sentir um nó na garganta.

Me lembrei daquele olhar, eu sempre sorria quando ele me olhava com aquela ternura. Mesmo tendo uma vaga lembrança eu ainda tinha aquilo gravado na minha mente.

- Demetria – sua voz doente me fez olhar fixamente pra ele. Senti uma lagrima escorrer dos meus olhos e eu me abaixei tocando em seus joelhos.

- Pai – deitei minha cabeça em suas pernas e chorei.

As pessoas que passavam nos olhavam, mas eu não me importava. Eu sentia um aperto no coração ao ver meu pai naquele estado, eu não queria admitir antes mas eu sabia que sentiria isso quando o visse.

Minha mãe tocou meu ombro e me fez ficar de pé, a abracei forte e chorei mais um pouco em seus braços.

[...]

Ao chegarmos em casa tivemos dificuldade pra tira-lo do carro, então tivemos que pedir ao neto da senhora Wilson uma ajuda.

Ele carregou meu pai no colo, com a ajuda de Madison, eu e mamãe carregamos a mala e a cadeira de rodas. Fiquei na sala enquanto eles colocavam meu pai no quarto. Me joguei no sofá e tentei parar de chorar um pouco, eu estava cansada, minha cabeça doía e minha garganta também.

Fechei os olhos e respirei fundo, abri os olhos quando ouvi o barulho de pessoas descendo as escadas. Mad agradeceu ao Paul, neto da senhora Wilson e logo depois fechou a porta, fiquei a observando enquanto ela vinha na minha direção. Se sentou ao meu lado e me puxou pelo ombro, me abraçando devagar de lado.

- Ta tudo bem? – perguntou baixinho enquanto me apertava um pouco. Me encolhi ao corpo dela e voltei a chorar em silencio.

- Pensei que eu fosse conseguir ser mais forte – falei finalmente, depois de engolir um pouco o choro.

- Chora, sempre resolve quando agente chora – assenti fraco e fechei os olhos.

[...]

Abri os olhos e eu estava no meu quarto, provavelmente peguei no sono. Olhei pra janela e já era noite. Me levantei e tomei um banho rápido.

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Eu estava com frio, então coloquei minha pantufa e meu conjunto de moletom.

Desci as escadas devagar, vendo apenas a luz da televisão iluminando a casa. Mamãe estava sentada no sofá, assistindo um programa de culinária.

Como se ela cozinhasse muito.

- Tentando aprender a cozinhar – comentei me sentando ao seu lado.

- Ah, já acordou. Na verdade sim, to pensando em fazer um curso diferente.

- Pra que? Você cozinha bem, lembra que foi você que me ensinou a fazer panquecas? Não precisa de curso. – ela riu fraco e segurou minha mão.

- Obrigada filha. – sorri e segurei sua mão também – O Justin esteve hoje aqui. – suspirei me lembrando que havia esquecido dele.

- São que horas mãe? – perguntei e ela olhou o relógio de pulso.

- Sete e quinze, alias a senhorita não comeu nada o dia todo. Nem sei como conseguiu dormir tanto tempo. – senti finalmente minha barriga roncar, em lembrar que eu passei o dia todo sem comer.

- Vem – ela se levantou e me puxou pela mão – Eu fiz sopa pro jantar do seu pai, quer também ou prefere um sanduíche? – me sentei na cadeira em frente o balcão enquanto ela andava pela cozinha.

- Não sei, acho que é melhor um sanduíche – ela assentiu e foi até a geladeira tirando de la algumas coisas pra fazer um sanduíche.

- Er... mãe, como ele esta? – perguntei assim que ela parou a minha frente no balcão.

- Um pouco cansado da viagem, mas ficou feliz por ter te visto. Ele queria ter conversado com você, mas eu falei que você estava dormindo. – comentou enquanto preparava o sanduíche.

- Será que ele ta acordado? – perguntei, ela me olhou e sorriu.

- Ele vai gostar se você for la falar com ele. Acho que ele quer conversar, te explicar. – assenti e ela me estendeu o prato com o sanduíche.

- Obrigada – agradeci enquanto ela colocava um pouco de suco em um copo. – E a Madison?

- Bom, ela saiu com o tal do Kevin. Acho que ela vai trazer ele pra gente conhecer no final de semana, durante o churrasco da família. – suspirei lembrando do churrasco da família.

Todo ano minha família se juntava em certa data pra fazer um churrasco. Nunca era uma data certa, era sempre quando todos estavam disponíveis.

- Por que vai ser aqui em casa e não na casa da tia Payton? – perguntei tomando um gole do suco em seguida.

- Por causa do seu pai, não podemos ficar saindo com ele por ai e todos querem vê-lo. – assenti e voltei a comer meu sanduíche.

- Obrigada mãe, estava ótimo – ela pegou o prato e o copo e colocou na pia.

- Por que não vai dar uma palavrinha com ele agora? – perguntou me olhando sorrindo, assenti e lhe dei um beijo no rosto antes de sair da cozinha.

Subi as escadas devagar e parei em frente a porta branca. Eu podia ouvir o barulho do noticiário que passava.

Respirei fundo e bati duas vezes na porta, ouvi sua voz rouca autorizando minha entrada.

Assim que entrei percebi o quanto aquele quarto estava parecido com um leito de hospital. As paredes de cor neutra, a janela com uma grande persiana, a cama com uma grade cercando os dois lados e com alguns botões na lateral, provavelmente aquilo que a deixava do modo como estava, como uma grande cadeira.

Ele sorriu pra mim assim que entrei, sorri fraco e fui até a poltrona que tinha ao lado da cama.

- Você esta uma mulher já – comentou sorrindo, desviei meus olhos pra televisão.

- Gosta de ver noticias sobre esportes? – perguntei tentando iniciar uma conversa menos nostálgica.

- Eu praticava muitos esportes quando mais novo. Sua irmã adorava ir a estádios de futebol comigo, você também ia mas não deve se lembrar, era muito pequena. – continuei com meus olhos na TV.

- Você gosta de futebol?

Que raio de pergunta foi essa que eu fiz?

- Gosto sim filha, e você? – meus lábios tremeram ao ouvir ele me chamando de filha, senti mais uma vez aquele nó na garganta.

- Claro – foi o que eu consegui dizer. Ouvi um barulho de mecanismos se movimentando. Olhei na direção da cama e ele apertava um botão, fazendo a cama descer e ficar definitivamente deitada. Ele arfou quando a cama finalmente parou de fazer barulho.

Me levantei e fui até ele. Ele tentava ajeitar os travesseiros acima da cabeça mais seus braços estavam fracos, então eu fui até ele e o ajudei. Peguei o grande travesseiro branco e o ajeitei bem abaixo de sua cabeça.

Ele fechou os olhos e arfou novamente.

- Seu velho ta mal – olhei minhas próprias mãos que estavam sobre a lateral da cama.

Ele tocou minhas mãos que estavam cruzadas e as apertou. Fiquei olhando por um tempo e logo depois abri minhas mãos, prendendo a dele entre elas. Acariciei um pouco sua mão que estava um pouco fria.

- Esta sentindo frio? – perguntei ainda olhando pra nossas mãos entrelaçadas.

- Não, obrigado. – ele apertou um pouco minha mão me fazendo olhar pra ele – Me perdoa? – encarei aqueles grandes olhos castanhos, que lembravam os meus. Senti meus olhos se encherem e os fechei, permitindo que a lagrima descesse pela minha bochecha.

Me curvei sobre o corpo dele e coloquei minha cabeça em seu peito.

- Senti tanto sua falta – falei entre soluços. Com a mão livre ele acariciou meus cabelos, fechei os olhos e chorei mais uma vez sentindo, finalmente, o carinho do meu pai.

[...]

- Então quer dizer que você tem um namorado? – meu pai sorriu e eu corei.

- Tenho. Justin o nome dele, o senhor vai adora-o, sério ele é maravilhoso.

- Bom, pelo brilho no seu olhar eu acho que vou gostar dele só por estar te fazendo feliz. – sorri e beijei sua mão, que por acaso eu não soltei em momento algum.

- Filha, você desculpa esse seu velho pai? – ele perguntou pela milésima vez.

- Pai, já falei pra esquecer isso. Você ta aqui agora e tudo que eu quero é curtir o maximo possível. – sorri e ele puxou minha mão até sua boca, dando um beijo carinhoso em seguida.

[...]

- Boa noite papai – dei um beijo em sua testa e ele sorriu.

- Eu que deveria estar fazendo isso – ele riu fraco.

- Nós não somos uma família normal, lembra? – brinquei e ele assentiu.

- Vamos la, você esta bem? Confortável? Com frio? Alguma coisa? – perguntei preocupada.

- Eu estou ótimo minha garotinha. Pode ir dormir tranqüila, e não se esqueça de trazer seu namorado amanha pra eu conhecer – sorri e lhe deu um ultimo beijo na testa antes de sair do quarto.

Desci as escadas correndo e pulei no colo da minha mãe que estava sentada no sofá.

- Ficou bastante tempo la – ela comentou rindo enquanto acariciava meus cabelos.

- Matando as saudades – sorri e ouvimos o barulho da porta sendo aberta.

- Boa noite pessoal – Mad apareceu na sala com um sorriso enorme no rosto.

- Boa noite senhorita sorriso apaixonado – mamãe brincou e ela se jogou no sofá.

- Ele é tão perfeito – concluiu suspirando.

- Tudo bem, eu vou dormir. – levantei rindo e dei um beijo na bochecha da mamãe.

- Você conversou com papai? – Mad perguntou assim que lhe dei um beijo no rosto.

- Conversei – sorri abertamente e ela também. Me abraçou e depois de desejar boa noite pras duas eu subi pro meu quarto.


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Notas finais do capítulo

VIRAM MEU SOGRO E MEU MARIDO NA FOTO? LINDOS NÉ? *-*
E ai, o que estão achando? Mereço reviews?
Obrigada por todos os comentário, estou me esforçando pra fazer um final maravilhoso pra essa temporada .-.
xoxo ;*