"Os jovens só atentam para os problemas sociais quando eles invadem a sua vida." - Caio Blat

.

(...)

.

POV Justin

Ela não demorou pra pegar no sono, provavelmente cansada de toda essa agitação que tem sido a vida dela.

Desliguei a televisão e fechei os olhos tentando pegar no sono também.

Impressionante como o tempo passou rápido. Nós já estamos juntos a um mês, e isso é maravilhoso, foram os melhores dias da minha vida.

Todo esse tempo que passamos juntos ela tem estado estranha, distante as vezes, sai de repente com a Mad e demora pra chegar, sem contar as mudanças de humor que tem sido constantes.

Eu me arrisquei a perguntar pra minha mãe o que eu deveria fazer, mas ela só me disse que isso era normal, afinal toda a mulher tem momentos de mudança de humor.

Eu estava feliz, apesar de sentir um pouco de falta da Demi que eu conheci pela internet, eu gostava de poder viver com ela agora.

Ela se transformou e eu ainda me pergunto se ela mudou por causa de mim, ou melhor por causa do outro eu: Kidrauhl.

Nesses últimos dias eu estava pensando em contar pra ela, afinal eu me sentia mal de estar mentindo pra ela.

Tenho medo da reação dela, talvez ela fique com raiva por eu ter escondido isso dela esse tempo todo.

[...]

Ouvi o celular despertar e desliguei rapidamente, para que Demi não acordasse. Abri os olhos e vi que entrava luz pela fresta da janela. Levantei e me contorci um pouco, senti uma leve dor nas costas devido a posição que havia dormido.

Demi estava virada pro outro lado da cama, dormindo ainda.

Fui até o banheiro e lavei o rosto, escovei os dentes e tomei um banho, me vestindo pra ir a escola. Antes de descer pra preparar algo pra tomarmos café fui até o outro lado da cama.

Ajeitei o cobertor e alisei seu rosto.

Ela estava linda, como sempre, dormia tranquilamente.

Peguei seu pulso e tirei as pulseiras, mas me arrependi depois.

Ela tinha cortes nos pulsos, e pareciam ser absurdamente recentes. Me assustei e senti minha garganta fechar.

Desci rapidamente até a cozinha e tomei um copo de água, tentando controlar a umidade dos meus olhos. Eu me sentia mal por vê-la assim.

Sentei na cadeira e respirei fundo, tentei mais uma vez afugentar as lagrimas que vinham, eu não podia chorar e muito menos, me fazer de fraco. Eu precisava ajudar ela, eu não poderia deixa-a fazer isso.