"O mundo não é um parque de diversões, a vida esta prontinha pra te enrrabar na primeira oportunidade." - Felipe Neto

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- Quando vocês vão me explicar o que ta acontecendo? – perguntei colocando DJ no chão. Elas se olharam e suspiraram. Mamãe bateu no sofá, indicando o lugar ao seu lado pra que eu sentasse.

- Nosso pai... – antes dela continuar a falar, fiz menção pra que ela parasse.

- Ele não é meu pai – Mad bufou e suspirou antes de continuar.

- Ele ta doente, estava em uma clinica em Paris, quando eu fui pra la fiquei na casa dele. Ele saiu da clinica e eu o ajudei, cuidei dele até o dia que decidi voltar.

- Ele não tem família la? – perguntei a interrompendo.

- Tinha uma mulher, mais assim que ele ficou doente ela o abandonou.

- Assim como ele fez com agente.

- É diferente Demi, tenta entender. – bufei e indiquei que ela continuasse.

- Ele ta pior, por isso achamos que seria melhor trazer ele pra ca.

- É grave?

- Em termos sim.

- E o que é exatamente?

- Ele sempre bebeu, fumou e fez uso de coisas – engoli em seco – Agora ele esta pagando o preço, o corpo dele esta reagindo a anos de descaso. – assenti e me levantei do sofá, não conseguia nem imaginar. Caminhei até a escada e parei no segundo degrau.

- Você acha que ele ainda lembra de mim? – perguntei sem me virar.

- É claro que lembra filha – assenti e continuei meu caminho até meu quarto.

Tomei um banho morno, esfregando todo meu corpo, tentei relaxar o maximo possível.

A idéia de ter meu pai aqui deveria ser boa pra mim, mas o jeito como mentiram pra mim e a noticia dele estar mal, me deixava triste.

Eu não queria ser rude ou magoar meu pai, mamãe ou Mad, mas pra eles era fácil – talvez não tão fácil pra ele, já que esta doente – mas com certeza pra elas era fácil.

Deitei na cama e tentei não criar imagem nenhuma na cabeça, não seria nada bom ficar imaginando meu pai, ainda mais quando eu sabia que ele estava doente.

Me ajeitei na cama e olhei meu celular, por algum motivo lembrei de Justin.

Finalmente consegui dormir, com a imagem do meu anjo da guarda na cabeça.

[...]

Desci as escadas com DJ no colo, deixei minha bolsa sobre uma das cadeiras e coloquei-o no chão.

Peguei o bilhete da mamãe que estava em cima do balcão e coloquei no bolso, leria ele depois.

Peguei uma maçã e ouvi a buzina.

- Bom dia – Coloquei DJ no banco de trás do carro. Justin me olhou confuso e eu ri um pouco.

- Bom dia anjo – lhe dei um selinho – Pode passar no pet shop pra deixar ele? – perguntei e ele assentiu. DJ pulou pro meu colo no banco da frente e colocou a cabeça pra fora do carro.

Fiquei o segurando e rindo, enquanto ele babava com o vento batendo na cara.

- Legal isso, estamos levando nosso filho pra creche – Justin falou brincalhão e eu ri.

- Por que estamos levando ele pra la? – perguntou entrando na rua do pet shop.

- Mamãe e Mad viajaram – engoli em seco, senti a mão de Justin em minha coxa esquerda, olhei pra ele e sorri.

- Quando elas voltam?

- Daqui a dois ou três dias. Disseram que virão pessoas aprontar o quarto. – puxei DJ pra dentro do carro e Justin parou em frente ao pet shop.

- Como assim?

- Ele ta mal e precisa de cuidados específicos, provavelmente vão montar um quarto especial pra ele. – falei enquanto pegava minha carteira.

Deixei DJ no pet shop e paguei pra que ficassem com ele durante todo o dia.

- Você sabe o que ele tem? – Justin perguntou arrancando com o carro.

- Na verdade não. Mas parece que ele destruiu o próprio corpo com bebidas e drogas. – suspirei e me virei pra janela.

Rapidamente chegamos à escola.

Fui até meu armário junto com Justin e depois até o dele, seguimos pra nossa aula.

[...]

No intervalo me encontrei com Bruna e ficamos conversando até os meninos aparecerem.

Joe tinha entrado pro time de basquete, ele e Justin já conversavam normalmente, mesmo Justin ainda tendo um ciúme tremendo de Joe.

Era bom ter amigos, pessoas que eu podia contar e conversar. Os meninos do basquete me tratavam como uma irmã, as aulas que eu não tinha com Justin – que eram poucas, graças a grande amizade que Justin tinha com a secretaria da escola – ficava com os garotos, e eles me protegiam.

Scott e Bruna não saiam mais juntos, até saíram depois do término já que Bruna perdoou ele, mas eu a convenci de não sair mais com ele.

Mesmo assim ela ainda se sentava junto comigo, e agora estava de olho no Alfredo, que por acaso era bem mais digno de confiança do que Scott.

O intervalo passou voando e logo já estávamos na sala de novo. Aula de biologia, e mais uma vez Justin levou bomba no teste.

O técnico estava ameaçando ele, era inicio de campeonato e todos do time tinham que estar com notas, no mínimo, na média.

Decidi fazer um grupo de estudos, só com os garotos do time. Eu era inteligente e consegui convencer algumas meninas também inteligentes a me ajudar.

Tudo bem, éramos cinco pra ensinar um time de quinze, mas eu estava confiante.

A diretora achou uma ótima idéia e nos deixou ficar durante a tarde na biblioteca, com supervisão é claro, ela não confia nem um pouco nos garotos do basquete.

Falei com o treinador e ele permitiu que os meninos se atrasassem nos treinos que antecedessem dias de provas, e elogiou Justin por ter uma namorada que se importava com o time.

Eu amo o treinador, sério.

Falei com os meninos, no inicio eles protestaram, ninguém ali gostava de estudar, mas Justin como capitão do time se pronunciou mandando todo mundo ir.

Depois do ultimo tempo fui junto das meninas pra biblioteca, os meninos estavam atrasados, provavelmente “caçando” por ai.

Menos MEU Bieber, é claro.

Justin entrou na biblioteca carregando Scott e Chaz pelo braço, eu e as meninas rimos e logo depois o resto do time entrou.

- Já ta todo mundo aqui? – perguntei pra Justin que estava me abraçando pela cintura. Ele assentiu, enquanto o pessoal conversava, fui até as prateleiras da biblioteca, buscar os livros de química, já que seria o teste de amanhã.

- Ei – Justin me virou pelo braço e me prendeu entre ele e a prateleiras de livros.

- Bieber, agente tem que estudar – falei rindo fraco.

- Me da um beijo antes? – lhe dei um selinho e o empurrei. Ele riu fraco e me abraçou por trás. Peguei os livros e fui até a mesa.

Graças ao meu bom Deus as meninas tinham se enturmado com os meninos.

Dividi os grupos e pedi pra que os meninos não flertassem na hora do estudo. Todos riram e começaram a estudar.

[...]

A tarde passou rápida e deu certo já que os meninos estavam se achando os mais inteligentes da face da terra.

Eles nos convidaram pra ir a sorveteria e assim fomos.

Já era noite quando chegamos, pedi a John que arrumasse uma mesa com vinte lugares pra gente. A sorveteria ficou uma bagunça, vinte adolescentes brincando e rindo.

O mais legal foi poder incluir as meninas naquele grupo. Tiffany, Caitlin e Ashley, eram as típicas nerds bonitas, mas uma vez nerd, sempre nerd.

Elas não saiam em grupos ou com os meninos do basquete, e eu penei pra convence-as a participar do grupo de estudo.

Mas agora la estavam elas, rindo e flertando com os garotos do basquete.

Parece que eu não ajudei só os meninos.

Justin como sempre estava sorridente. Joe com seu sorriso meigo e discreto. Bruna saltitando na cadeira, feliz por ter mais meninas no grupo. E eu? Eu não poderia estar melhor, eu havia esquecido completamente todos os meus problemas em apenas uma tarde com eles.

John brincou com Justin, dizendo que se ele me magoasse seria um garoto morto. Eu ri deles e abracei John, ele era um grande amigo.