À Procura Da Felicidade escrita por Effy


Capítulo 26
So wrong


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, e desculpem qualquer erro ortográfico, eu realmente não estou bem e só vim postar aqui porque já deixei vocês tempo demais sem atualizações.



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CAPÍTULO 22

4 – SO WRONG

Edward P.O.V

A pior coisa de estar morrendo, é que a sua vida passa diante de seus olhos.

Eu pensava que isso era baboseira dos livros e dos filmes, mas acontece que quando você está definhando para a morte, sem poder fazer nada porque você não consegue mais se mover, você lembra de cada maldito momento da sua vida.

Eu recordava cada parte da minha infância: de quando eu tinha quatro anos e havia juntado um monte de areia e dito a mamãe que era o meu castelo, um ano depois e eu queria pegar os pesinhos de musculação de Emmett ( é, meu irmão tinha doze anos e havia comprado pesinhos escondido dos meus pais ), ou quando eu tinha sete e havia pego a maquiagem de Alice e pisado nelas porque ela tinha quebrado meu carrinho favorito.

E a pior coisa de se está morrendo ao lado de Ícaro, o garoto estranhamente real que era fruto da minha imaginação, é que ele sempre acha algum defeito para cada momento feliz.

Ícaro estava sentado no chão ao lado da cama e bufou, rindo. Jeremy tinha vindo até aqui e nós tínhamos conversado um pouco:

Jeremy: Por que você está todo torto? – eu estava praticamente caindo da cama, a cabeça pendurada no espaço entre o chão e a beirada de madeira clara da cama.

Eu: Não consigo me mexer – resmunguei.

Jeremy: Coitadinho. Espere. – e colocou a bandeja de comida que ele tinha trazido encima da mesinha de cabeceira, depois praticamente me pegou no colo como se eu fosse um bebê e colocou no começo da cama, ajeitou meus travesseiros e enrolou meu corpo magro com o lençol fino que cobria o berço de Anthony.

Eu: Obrigado.

Jeremy: Eu não concordo com o que a Srta. Victoria fez, mas eu estou aqui pelo Joseph ( Joe ), ele é meu irmão. Não podia deixá-lo sozinho.

Eu: Jeremy? Se eu morrer, você levaria meu corpo para minha família? Por favor?

Jeremy: Claro.

***

Isabella

- O baile do 8º ano quando eu dancei com Katie Cooper – murmurei, minha voz estava estranha,saia arranhada e fraca.

- Você sujou o vestido dela de refrigerante – lembrou ele. Ícaro sabia cada detalhe melhor que eu mesmo, isso se devia ao fato de ele ter saído da minha cabeça, portanto ele a conhecia bem.

- O nascimento de Anthony – tentei, era impossível ele achar algo ruim naquele momento.

- Você começou a chorar e acabou fazendo o bebê chorar.

- É muito chato falar contigo – resmunguei.

- Também é chato falar com alguém que está quase definhando – retrucou ele, dando um sorriso perverso. E eu não tive mais como retrucar.

***

Estar no quarto dele, sem ele, era esquisito para Isabella.

Estava em casa, olhando para a cama de casal de madeira clara, com o forro de cama azul e branco em listras horizontais preferido dele. O quarto ainda tinha a cara e o cheiro dele. Havia um pôster na parede dos Mumford & Sons, uma prateleiras embutidas com fotos, brinquedos de quando Edward era pequeno – o carrinho vermelho preferido dele, que tinha sido de Emmett; seu boné dos Mariners que já ganhava um tom desbotado; várias fotos de Anthony bebê e as duas fotos preferidas de Isabella.

Era uma fotografia de um Edward mais novo, com o mesmo cabelo bagunçado e um sorriso presunçoso no rosto, o uniforme de futebol americano sujo de lama e seu rosto perfeito suado e com marcas de terra, ele estava correndo com a bola marrom nas mãos, os olhos concentrados. No fundo, lideres de torcida no meio de um salto e uma enorme multidão vibrando; Edward estava prestes a marcar os pontos da vitória.

Aquele era o Edward antes de tudo, antes de Victoria, antes de Anthony. Era o quarterback de um time, com um sorriso de fazer todas as garotas se derreterem. Era o menino que ele havia sido.

A foto ao lado era de um Edward um pouco mais velho, com o mesmo uniforme de futebol americano – só que agora limpo – e ele estava no meio do estacionamento do colégio, com seus colegas de time, segurando um pequeno Anthony recém-nascido, que usava uma cópia do uniforme do pai, ao redor dele, todo o time de futebol americano, inclusive Mike que segurava uma placa onde se lia ‘ O novo Quaterback’.

Aquele era o adolescente que tinha sido pai muito cedo, que – naquela época – ainda não sabia o que ia enfrentar, ainda não sabia o que era viver.

Anthony estava dormindo em seu berço, o cobertor azul que tinha estado com Edward no hospital agora o cobria, era o único jeito de ele conseguir dormir.

Bella olhou para ele, seu rosto ainda estampava preocupação, acontece que ele tinha acordado gritando de madrugada, o que acordou tanto Bella quanto todas as outras pessoas na casa. Eles tinham o levado as pressas para o hospital, mas o pediatra da emergência tinha dito que ele estava perfeitamente saudável e que era uma doença psicológica. Aquilo se chamava saudades. O único remédio para Tony era o pai dele.

E aquilo era a única coisa que ninguém podia dar a ele.

***

Parecia que cada nervo, cada músculo e cada gota do meu sangue estavam sendo mergulhados em ácido.

Eu me debatia em agonia e podia sentir a morte perto de mim, cada vez mais perto, me puxando para o escuro.

E eu teria caído na escuridão com prazer se não fosse por eles.

mamãe papai rosalie jasper annie nathan emmett alice angeline bella anthony

Todas as pessoas importantes para mim, todas as pessoas que me fariam lutar até eu não ter mais forças.

Seja forte, gritava uma voz na minha cabeça, fique forte, seja forte, continue for...

- Edward? – e ouvi a voz de Bella falando, ela parecia preocupada. Abri meus olhos, Bella estava parada perto da porta, usando um vestido branco que eu nunca tinha visto e saltos vermelhos.

- Bella? Ah meu amor, você veio – suspirei, sorrindo – você demorou.

- Você está delirando, amor – falou ela.

Franzi o cenho.

- Você veio me levar pra casa? – perguntei.

- Não. Você vai ficar aqui. Está melhor aqui que com eles.

- Eu estou morrendo, Bella. Eu não quero morrer aqui. Meu bebê, eu preciso ver Anthony, meu bebê...

Terceira pessoa

- Estou com medo dela, Bella. Ela pensa que eu ainda a amo. Eu não a amo. Por favor, me tire daqui – ele choramingou, Edward estava com a face e as roupas encharcadas de suor, seus olhos pareciam fora de foco;

A mente de Victoria não conseguia compreender o que Edward estava dizendo, ou ela não queria compreender. Ele não a amava. Seu garoto não amava. Edward amava a outra, e agora ele estava morrendo. Ele estava por culpa dela.


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