À Procura Da Felicidade escrita por Effy


Capítulo 21
The fire is back


Notas iniciais do capítulo

Capítulo especial. Depois desse, as coisas realmente esquentam aqui.

The fire is back: o fogo está de volta.



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CAPÍTULO 17

Quando acordei, o sol entrava fracamente pela janela. Olhei para os lados e não havia ninguém comigo. O livro que mamãe lera estava jogado sobre sua poltrona.

Percebi, com certo desconforto, que eu precisava muito ir ao banheiro. Sentei-me na cama, experimentando a sensação de mover meus músculos rígidos. Eu ainda estava com dor de cabeça, e meus pulmões tinham a mesma dor de sempre, fora isso, eu acho que estava bem pra alguém que dormiu quase três dias. Coloquei meus pés para fora da cama, percebendo que eu estava com uma daquelas batas ridículas de hospital. Arrastei o carrinho IV comigo enquanto andava a passos lentos para o banheiro. Havia uma sacola de soro e uma de sangue penduradas. Fui para a única porta no quarto além da porta de saída e entrada, que revelou-se sendo um banheiro pequeno e branco. Vi meu reflexo no espelho, a pele estava colada a minhas bochechas encovadas, as olheiras fundas faziam meus olhos saltarem e estes tinham um ar sem vida, eu estava extremamente pálido e meus cabelos meio sem vida. Eu parecia o fantasma de alguém que não comia a séculos.

Desviei meu olhar do espelho, um calafrio percorrendo meu corpo. Após eu ter feito minhas necessidades joguei um pouco de água no meu rosto, tentando torná-lo um pouco mais vívido. Tentei não olhar mais para o espelho mas o reflexo do homem sem vida me fascinava. Eu não acreditava que aquele era eu.

– O que você está fazendo fora da cama, porra? – Emmett gritou atrás de mim. Seu reflexo apareceu ao lado do fantasma no espelho. Ele estava com sue cabelos castanhos arrepiados e seus olhos me sondavam.

– Olá... – sussurrei em um tom horrivelmente rouco – É tuberculose, certo? Ouvi papai falando com você.

– É – respondeu elem sério.

– Eu estou tão... horrível – sussurrei, apontando para o espelho.

– Não fique assim... Edward. Vem cá, ruivinho. – ele disse e me abraçou. Eu ri fracamente. Ele me chamava de ruivinho quando éramos pequenos.

– Eu não acho que ela vá me querer assim – disse eu, ele sabia de quem eu estava falando.

– Ela não saiu do seu lado nos últimos dois, ela só foi para casa ontem a noite um pouquinho antes de você acordar. E ela só não apareceu ainda porque eu acho que papai colocou um pouco de calmante no chá dela. A Bella te ama. – disse ele, e acho que foi a primeira vez em toda a minha vida que Emm conseguiu me consolar tão bem – agora vá pra sua cama antes que o Dr. Sullivan apareça aqui e queira matar você.

Emmett empurrou meu carrinho IV para o quarto e eu mal tinha me deitado quando senti um ataque de tosse se aproximando. Curvei-me, meu corpo arqueando novamente. Aquilo estava matando minha garganta.

– Isso esta ruim, hein? – Emmett murmurou, me dando batinhas nas costas.

– Você não deveria chegar perto, pelo que eu saiba, essa doença é contagiosa – resmunguei, me deitando novamente. Emm revirou os olhos.

– Dr. Sullivan disse alguma coisa sobre você não transmitir tuberculose nem pra uma mosca.

– Ele disse isso? – franzi a testa.

– Não com essas palavras – ele sorriu.

– Onde nós estamos?

– Seattle.

– Sério? – murmurei, encostado minha cabeça nos travesseiros.

– Sim. Estão todos lá em casa. Tipo, quando digo todos, eu incluo a família toda. Bella, Angie, Tony, Alice, mamãe, papai, Jasper, e o pequeno e barulhento Nate – Emmett revirou os olhos. Nathan não gostava muito de Emm – você tem que ver como Ann está feliz em ficar com todos os primos dela lá em casa. Por que você não tenta dormir um pouco, hum? Eu vou estar bem aqui... Nessa poltrona – Emmett se jogou na poltrona cinza onde mamãe estivera ontem. Ele pegou o livro sobre Mitologia Grega e abriu em uma página qualquer – E eu vou ler... hm, alguma coisa sobre Dédalo e um labirinto – ele leu alguma coisa na página – e o garoto otário que caiu no mar.

– Não chame Icarus de idiota – resmunguei, fechando os olhos, a morfina ainda estava em meu organismo, o que me fez dormir – de novo – rapidamente.


Victoria

Seus cabelos ruivos estavam presos em um coque alto, ela estava elegante em suas calças skinny caqui e uma blusa azul e solta. Ela se movia graciosamente pela entrada do Hospital Geral de Seattle¹, parando, sem muita paciência na frente da recepcionista. A mulher era magérrima e tinha uma pele clara, os cabelos pretos caiam ao seu redor. Victoria colocou um sorriso falso em seu rosto.

– Bom dia – sua voz de soprano sussurrou para a mulher espantada a sua frente.

– Ah... Bom dia, senhora. Em que posso ajudá-la? – Victoria olhou a  postura atrapalhada da mulher. Como deixavam pessoas como ela serem recepcionistas?

– Você poderia me informar, por favor, onde é o quarto do Sr. Edward Cullen? – ela falou, firme.

– Edward Cullen? O filho do Dr. Cullen?

Quem mais seria sua estúpida? – pensou Victoria, mas em resposta ela sorriu para a mulher a sua frente.

A mulher – Clarisse – como dizia em seu crachá digitou alguma coisa no computador.

– Ah sim... Tuberculose... Ele está no quarto andar, quarto número 50 C.

Tuberculose? Então era isso que ele tinha?

Victoria franziu sua testa perfeita enquanto se direcionava aos elevadores, seus informantes tinham dito a ela que viram Edward sendo levado as pressas em uma ambulância para Seattle. Ela tinha pego o primeiro voo para Seattle que conseguira e agora estava ali. Ela tinha que vê-lo, tinha que ver se seu menino estava bem.

Quando finalmente seu elevador parou no quarto andar, ela andou em seus saltos pelo corredor esterilizado e branco do hospital. Ainda devia ser cerca de cinco e meia da manhã por isso o corredor branco estava silencioso e tranquilo. Ela parou em frente a enorme janela de vidro que dava a uma vista do quarto 50 C, sua boca se abriu, em um “O” perfeito. O Edward deitado naquela cama com grades tinha a pele extremamente pálida, suas bochechas encovadas estavam sem vida e seus cabelos castanhos avermelhados, um ruivo discreto, tinha menos brilho que o normal... Ele parecia tão... frágil.

Os punhos dela se flexionaram; ela não o deixaria ali com toda aquela família esquisita dele, como o irmão mais velho grandão que cochilava na poltrona.

Victoria voltou seu caminho pelo corredor, soltando seus cabelos no caminho, que caia como um véu ao redor de solto, um sorriso enorme em seus lábios.

Ela o levaria consigo, cuidaria dele, como se ele fosse seu bebê.

O que, na verdade, em sua mente doentia, ele era.


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Notas finais do capítulo

Seattle¹ não faço a mínima ideia se esse hospital existe.