À Procura Da Felicidade escrita por Effy


Capítulo 19
Icarus and his wings of wax


Notas iniciais do capítulo

Acho que esse é meu capítulo preferido até agora...

Icarus and his wings of wax: Ícaro e suas asas de cera.

Ah, ás vezes eu uso a versão inglesa de Ícaro no capítulo... Então, não estranhem.



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CAPÍTULO 17

Depois de  algum tempo, eu sonhei.

Eu não estava no lugar de Ícaro agora, estava ai seu lado, e estávamos sobrevoando o mar. Meu Ícaro era um pouco mais novo que eu, talvez por volta dos 14 anos e tinha cabelos castanhos que brilhavam ao sol e lindo olhos cor de mel, usava uma túnica grega vermelho-sangue, e suas asas de cera estavam parcialmente derretidas. Olhava sério para mim, enquanto eu podia sentir a força do mar me puxando. Não parecia a expressão certa para um garoto de sua idade.

– Resista – ordenou Ícaro, enquanto sobrevoava calmo, acima de mim. Seu olhar parecia superior e isso me irritou.

– Eu não consigo – resmunguei, minhas asas estavam me puxando para baixo.

– Resista – mandou de novo – não é pelo mar que você deve morrer. É pelo sol.

– É muito forte... – sussurrei. Como ele conseguia permanecer no alto? E conseguia fazer isso com uma facilidade absurda.

– Lute então – deu de ombros, fazendo uma cambalhota no céu azul. - Você tem que lutar. Não se afogue, garoto. Muitas coisas virão para tentar fazer você desistir daqui para frente... As chamas, o gelo... Mas se você tiver que morrer, será pelo sol.

– Eu não quero morrer pelo sol, também. Eu não quero morrer – disse firme. Como eu poderia morrer agora? Eu tinha filhos para cuidar e tinha Isabella...

Ícaro riu, parecia está se deliciando com minha frase enquanto ficava cada vez mais no alto. Sua risada era angelical e soava a sinos.

– Todos teremos que morrer algum dia, garoto tolo. – riu novamente - O sol não é ruim... Não foi ele que me matou, fui eu. Não caia. Resista. – e então ele voou para o alto, suas asas derretendo, mas ele parecia feliz enquanto voava para sua morte.

Render-me a escuridão do mar abaixo de mim e tentar alcançar o sol estava começando a ficar entediante. Eu ainda podia ouvir as conversas e isso era ótimo, porque me distraia de toda aquela dor nos meus pulmões e cabeça.

Eu havia começado a ficar doente cerca de três dias após nossa visita a La Push. No começo era apenas uma fraqueza, e uma estranha dor nos pulmões. E então veio a febre, a falta de ar e a maldita tosse.

Eu tinha perdido tanto peso durante esse curto período de tempo que minhas roupas pareciam poder ser vestidas por dois Edwards facilmente.

Fiquei preso a cama por três semanas, cada ficando pior, mais fraco.

Recusei-me terminantemente a procurar um médico. Eu odiava hospitais. O nascimento de Anthony e agora de Nathan fora as únicas coisas que me fizeram entrar em um hospital e isso porque a dose de adrenalina em minhas veias era alta. Acho que Emmett estava quase me levando nos braços a força para um hospital. Era ele quem mais reclamava que eu estava parecendo uma vareta e poderia me levar no colo para qualquer lugar facilmente – quando isso aconteceu. Eu tenho certeza que ele teria feito isso se eu não tivesse desmaiado, e me parecia ridículo chegar ao hospital nos braços de meu irmão gigante.



A próxima coisa que ouvi após a visita dolorosa de Tony foi sua voz e a de meu pai.

– Eu deveria tê-lo arrastado para cá. Devia ter o amordaçado e jogado sob meus ombros até aqui. – grunhiu Emmett. Sua voz parecia frágil. Ele estava com raiva, muito raiva. E dor, talvez? Nunca tinha ouvido a voz de Emm com tanta dor antes - Ele está com uma cara horrível. Acho que ele perdeu uns 15 quilos em uma semana.

– Não foi sua culpa, filho. A culpa é toda minha. Eu deveria ter reconhecido uma tuberculose... – ele parecia cansado e triste – quando nós começamos a nos acertar... Não entendo porque ele ainda não acordou.

E novamente eu fui puxado.

Ah, ele não fazia ideia de como o oceano abaixo de mim é tentador também.



– Bella, por favor, vá pra casa querida – escuto Alice dizendo, ela parecia triste.

Ele ainda está aqui? Penso, feliz. Eu gosto de saber que ela está comigo. Parece um pensamento egoísta, não quero que ela sofra por mim.

– Eu não posso, Alice. Quero está aqui quando ele acordar – ela soou cansada e eu concordei com Alie. Ela precisava ir pra casa.

– Angeline precisa de você. E Anthony também; ele ainda não parou de chorar. – sussurrou minha irmã.

Ah não, meu bebê... Não, Anthony de novo. Eu queria poder acordar e pedir para alguém dizer a ele que eu estava aqui. Que ele parasse de chorar. Mas então o mar me puxou novamente... Fazendo-me afundar em suas ondas, molhando minhas asas de cera. Tenho certeza que Ícaro me mataria por causa disso, porém ele não apareceu de novo.


– Estúpido. Estúpido. – Alice xingava, pude sentir pequenos socos em minha mão – Por que você não acorda, hein? Mamãe está quase tendo um ataque e Isabella não está melhor que ela. Eu queria ver a cor de seus olhos de novo... Ah, Ed, por favor. Abra os olhos.

Eu queria atender o pedido dela, mas então... As asas... Ficaram tão pesadas...


Eu estava com frio. E estava tremendo de novo. Eu podia sentir meu corpo de novo, minha cabeça latejava e meus pulmões também, havia uma estranha sonolência por todo o lugar. Abri meus olhos e me deparei com um teto branco. Estava escuro ali. Tremi de novo. Olhei para os lados, as paredes também eram brancas e além da cama desconfortável onde eu estava também havia alguns aparelhos ligados a mim e uma poltrona ao meu lado. Minha mãe estava lá, e havia apenas um abajur ao lado dela, ela estava lendo e usava seus óculos de leitura. Quando eu era pequeno adorava aqueles óculos. Parecia cansada, com olheiras profundas em seus olhos e ela falava, falava comigo, não, ela lia para mim.

– Então as asas de Icarus ( é a forma inglesa de Ícaro ) derreteram lentamente, enquanto ele se aproximava cada vez mais do sol. – sua voz doce falava. E eu percebi a enorme ironia que era ela está lendo para mim sobre ele.

– Mamãe? Pode me dá um cobertor? Estou com frio. – sussurrei rouco. Ela olhou para cima e largou seu livro, correndo para o meu lado.

– Ah, querido... É tão bom ver seus olhos abertos – Mamãe me abraçou, seus braços me envolvendo, um pouco forte demais.

– Ai, mãe. Isso dói. – resmunguei, ela estava encima de meus pulmões.

– Desculpe-me, amor. Como você está? O que aconteceu? – falou, rápido, apertando minhas mãos e se afastando até voltar a sua poltrona.

– Eu estou bem, mamãe. Mas estou com frio. – disse.

– Ah sim... – ela sorriu e foi até um armário, voltando com meu cobertor azul-marinho. Meu preferido. Cobriu-me, como se eu tivesse cinco anos novamente e que ela leria para que eu conseguisse dormir. Mamãe acariciou meus cabelos, os tirando de minha testa. Aquilo era bom.

– Vou chamar seu pai, ele estava preocupado com você.

– Pode chamá-lo depois? Estou com sono – murmurei, quase dormindo. Acho que tinha muita morfina em meu organismo, isso explicava toda aquela sonolência em minhas veias.

– Só, por favor, acorde de novo, ok? Fiquei sem ver seus olhos abertos por dois dias. – balançou a cabeça, seus cabelos da mesma cor que o meu caindo encima de mim.

– Sim, claro. – disse, sorrindo um pouco. Ela ficou em silêncio por alguns minutos, acho que para que eu dormisse.

– Mãe? – chamei já de olhos fechados.

– O que, querido?
– Lembre-me de chamar meu próximo filho de Icarus – Acho que eu devia isso ao Ícaro, porque acho que foi graças a ele que eu consegui sobreviver.

E então eu caio na inconsciência.


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Notas finais do capítulo

Como vocês já viram, possivelmente o irmãozinho de Angie e Anthony ( se eu resolver criar um irmão ) e se for menino será Icarus u.u