Os Jogos Dos Semideuses escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 96
Capítulo 96- Missão cumprida


Notas iniciais do capítulo

Oii gente,desculpe pela demora.
Hoje não sei se comemoro ou se fico triste.
Esse é o link da minha nova história:
http://fanfiction.com.br/historia/334496/Um_Trapaceiro_No_Acampamento_Meio_Sangue
E este capitulo é simplesmente o último desta emocionante história.
Gostaria de agradecer á todos pelo carinho e atenção que me proporcionaram.
Essa história me lançou no mundo da escrita,da qual não pretendo sair.
Desejo-lhes uma boa leitura e nos vemos em:
"Um Trapaceiro no Acampamento Meio Sangue"



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Annabeth:




Meu pai acordava cedo para dar aulas durante todo o dia.E isso fazia dele um grande madrugador nos fins de semana.Seu relógio não dava descanso,e por isso,todos em sua casa levantavam na mesma hora que ele.




Tínhamos acordado cedo também,mas não fora por causa de meu pai,mas sim por causa do horário que tínhamos programado para voltar á Nova Iorque.

Descemos,as crianças estavam com canecas cheias de leite assistindo jornal com sua mãe- Jainne.

Ela sorriu para nós enquanto descíamos as escadas.

–Bom dia- disse Jainne,tentando parecer simpática

–Bom dia- respondi,não muito feliz

Eu havia perdoado Jainne quando voltei a morar com meu pai,mas nunca lhe dei muito espaço.

– A última vez que esteve aqui você era bem menor- disse Jainne á Percy

–Minha mãe diz para eu tomar cuidado para não herdar a altura de meu pai.Ele tem quatro metros.

Jainne riu como se estivesse num Stand Up Comedy.

–Annabeth não disse que era tão engraçado.

–Na verdade não sou nada engraçado.

–Não é o que parece.-Jainne ajeitou as almofadas ao seu lado no sofá- O professor saiu para comprar o jornal,o café de vocês está na mesa.

Assentimos e seguimos até a cozinha,onde o cheiro de bolo e pães enchiam minha boca d’água.

–Ela é legal,Annabeth.Não sei porque não deixa que ela se aproxime de você- disse Percy,referindo-se á Jainne.

Puxei minha cadeira e me sentei.Não respondi de primeira,deixei que ele pensasse nas minhas respostas.

–Ela gostava de bancar a durona quando eu era pequena- respondi,enquanto servia-nos de bolo

–Mas você cresceu,e ela reconheceu o erro.

–Já estou dando bastante espaço para ela,nós conversamos muito quando morei aqui por um tempo.Mas eu prefiro deixar as coisas fluírem desse jeito,dessa forma,ela não me atinge e nem eu atinjo ela.Todos ganhamos.

–Faça como quiser.

Pensei um pouco.Ele podia estar sendo irônico ou até infantil.Mas o “faça como quiser” só podia significar uma coisa: Faça melhor ou Pare com essa bobeira.

Ele mais do que ninguém sabia como é ter um padrasto- no meu caso,madrasta- ruim.Durante anos seu padrasto Gabe o infernizou sua vida e a de sua mãe.Jainne nunca fora tão ruim como Gabe,mas para uma garota cuja passava o dia todo sem ver o pai,não conhecia sua mãe e nunca era bem vinda em uma escola,qualquer coisa se transformava em um grande problema.

Comemos o bolo e tomamos café.Desejei que meu pai não demorasse a chegar,eu não queria pegar estrada sem me despedir dele.

Não sabia quando nos veríamos novamente,mas agora que eu estava de carro,as coisas se tornariam mais fáceis e nossas visitas mais frequentes.

O dia estava bonito lá fora e a previsão do jornal na TV da sala dizia que o sol predominaria em todo o país.

Quando terminamos de comer,achei que teria que ligar para meu pai e me desculpar por ter ido embora sem vê-lo,mas então ele abriu a porta da casa e entrou,trazendo nas mãos o jornal local.

–Acredita que não tinha o jornal de hoje na banca aqui da esquina?Tive que busca-lo á três quadras daqui- disse ele para Jainne.

–Veja só!-continuou ele- Os Doggers são os líderes do campeonato!

Os garotos na sala deram vivas

–Eu disse que eles iam conseguir!-disse Bobby- Parece que você está me devendo cinco pratas,Matthew.

–Não vou pagar!Vou usar o dinheiro para comprar os ingressos da Final do campeonato!

–Ela será em Nova Iorque,Matthew.Será contra os...

O professor checou a tabela dos jogos antes de responder

–Yankeers.Mas tudo depende se o Nova Iorque ganhar.

Me levantei.O quanto antes saíssemos,chegaríamos mais cedo em casa.

–Bom dia,pai.-Disse eu,enquanto atravessava a porta da cozinha- O senhor demorou e...já estamos de saída.

–Mas tão cedo!-exclamou ele

–Já estamos há bastante tempo fora de casa pai.Tenho muita coisa para fazer.

–Só se prometerem que voltaram mais fezes.

–Prometemos.

–Annabeth!-exclamaram os meninos- Annabeth!

–O que querem?- perguntei,mesmo já sabendo a resposta.

–Você mora em Nova Iorque.E a final do campeonato acontecerá no estádio dos NY.Será que...

–...Você não poderia nos levar?

–Isso seria bom!-interrompeu o professor.Assim você teria mais uma oportunidade de nos visitar.

–Tudo bem.Vocês me ligar e eu vejo se consigo busca-los a tempo.

Os garotos abriram grandes sorrisos.

–Agora precisamos ir.

Nos despedimos do professor,dos meninos e de Jainne.

Eles diziam para que viéssemos visita-los mais fazes.E é claro,prometíamos.Mas o que tudo indica,logo mais eu teria motivos para visita-los,com a final do campeonato de Baseball próxima e ela acontecendo em Nova Iorque,meus irmãos fariam de tudo para que eu os levasse.

Colocamos nossas coisas nos carros e partimos.

Percy fora guiando seu carro atrás do meu.Eu morara alguns anos em São Francisco,por isso,conhecia muito bem a cidade.

Durante o caminho,pensei no assunto para tanta conversa na noite anterior.

Meu pai tinha o dom de fazer perguntas inconvenientes.Ele não conseguia guardar suas perguntas para si mesmo,principalmente as que não deviam ser feitas.Imaginei as inúmeras vezes que ele teria deixado Percy numa saia justa na noite anterior.

Fora isso,correra tudo bem.Jainne fizera sua parte e os garotos não me fizeram passar vergonha.Meu pai foi muito respectivo e amigável,e todos nossos planos foram cumpridos.Conseguimos dar o recado ao pai de Sofy e Victoria,eu já estava guiando meu carro pela estrada e nada além de uma fúria que fora atraída por meu celular nos atacara.Nike estava cumprindo sua promessa.

**

As horas se passaram,e com isso os estados ficaram para trás.Nova Iorque ficava á poucos quilômetros de distância,e eu já estava exausta.

Continuei dirigindo sem parar,até que finalmente a placa de Nova Iorque estava bem visível.

Percy me pediu para que abaixasse o vidro do carro.

–Ainda tem forças para ir até minha casa?Minha mãe quer te ver.

Pensei por um instante;Com certeza o motivo da visita seria os jogos.Sally sabia sobre nossa participação na ilha e devia estar preocupada comigo.

–Tudo bem.Vá na frente.

Ele assentiu e assumiu á fronte.Seu apartamento não ficava longe do centro,o que facilitou para que chegássemos mais rápido.

Estacionei no lado de fora do prédio e esperei até que meu nome fosse anunciado.Mas não fora preciso.

Subimos o elevador e logo já estávamos no sexto andar.A porta estava aberta,entramos.

O apartamento estava perfumado pelo cheiro de pasta de amendoim.Sally enxugou as mãos abandonando a louça na pia e correu até a porta.

–Esses deuses não aprendem nunca!-Ela me abraçou forte- Você está bem,querida?

–Cansada por causa da viagem,mas fora isso estou sim.Obrigada por se preocupar.

–Fiquei tão preocupada!-Sally abraçou Percy- Peço aos deuses todos os dias para não meterem vocês em confusão.

–É o que eles mais fazem- brincou Percy

–Vão se sentar,vou buscar os sanduiches que fiz enquanto vocês descansam.

A senhora Jackson nos deixou na sala para buscas os sanduiches.

Aproveitei a oportunidade para fazer as perguntas que me intrigavam.

–E aí...?Não vai me contar o que conversaram?

–Quem?Eu e sei pai?Ah...nada.

–Nada...Desde quando fazer nada demora tanto tempo?

Percy ficou sem graça.Ele esperou até que o assunto desaparecesse no ar,ou até eu esquecê-lo.Mas voltei á fazer as perguntas.

–Não vai me contar?

–Já que quer tanto saber... Começamos falando do carro.Seu pai queria muito saber sobre como o carro se reconstruía,para nós fica óbvio o tridente sobre o motor,mas seu pai não consegue ver através da névoa.

–só isso?- perguntei,certa de que não havia tanto assunto num motor de carro.

–Depois o assunto mudou de repente.Tentei voltar para a conversa do carro mas seu pai de escapulia pelas mãos.

–E sobre o que conversaram?

–Achei que isso não fosse acontecer...Mas ele começou a me fazer um monte de perguntas e eu não tive como não responder.

–Sobre o que ele perguntava?

–Sobre tudo.Sobre você,sobre Nova Iorque,sobre o acampamento e sobre a minha vida,o que eu pretendia ser e sobre uma série de coisas.

–Sobre mim?-perguntei,pasma-O que ele quis saber?

–Perguntou como estava o Olimpo,sobre a escola que você frequentava e o que fazia.

Achei que meu pai já soubesse sobre minha vida,afinal,ele é meu pai.Mas já que ele estava tão interessado,por que não perguntou diretamente á mim?

–Ele perguntou sobre nossa vida em Nova Iorque.Aonde íamos,que lugares gostamos de visitar.Essas coisas.

Percy corou.Imaginei a cena em minha cabeça.Com certeza meu pai não tinha facilitado,ele sempre gostou de fazer perguntas constrangedoras.Mas esse era o mal de viver com um professor de história;ele sempre quer saber demais.

–O que você disse quando ele perguntou sobre sua vida?Contou muita coisa?Ou apenas o enrolou com o papo de “falecido pai”?

–Obviamente não colaria,ele sabe que meu pai é Poseidon.Mas contei tudo desde a minha infância e como minha mãe sofreu para me criar.Achei que isso criaria uma proximidade entre nós,uma certa confiança.

–E acha que isso funcionou?

–Acho que sim.De repente ele começou a falar no plural.”Voltem para nos visitar” ou “Espero vê-los em breve”

–Você não disse nada sobre os jogos,certo?

–Achei que ele não precisava saber,já teve preocupação demais com você e ele não precisa de mais motivos.

–Melhor assim.Ele não precisa ficar sabendo.

–Tem uma coisa que sei pai me perguntou que me deixou muito constrangido.Ele perguntou sobre quais eram nossos planos para o futuro.Ele disse que era cedo para pensar nisso,mas se nunca passou pela minha cabeça o fato de nós nos casarmos.

Meu pai tinha o dom de fazer perguntas inconvenientes.Desde sempre ele não aprendera a guardar para si as perguntas que não podiam ser feitas.Ele mandava tudo na lata,sem se importar com a reação da pessoa.Mas dessa vez ela estava indo longe demais,dessa forma ele assustaria garoto.

Mas Percy parecia tranquilo sobre o assunto.Ele esperou que eu dissesse alguma coisa,então achei melhor dizer algo.

–E o que você disse?-perguntei.Sem graça.

Ele demorou para responder,mas quando o fez não foi bem a resposta que eu imaginara.

–O que você diria?-perguntou ele,sacana.

–Eu...

–Aproveitem que estão frescos- disse a senhora Jackson entrando pela sala.-Trouxe um leite morno para vocês dois.Espero que gostem.

Sally deixou tudo sobre a mesa de centro da sala e se virou para nos fitar.

–Vou terminar de lavar a louça,depois voltarei para conversarmos sobre os jogos,tudo bem?

–Claro,fique a vontade.-Respondi,respeitosa

Sally sorriu.

–Já volto.

Ficamos em silêncio,aquele silêncio chato e constrangedor.Achei que ele continuaria até que a senhora Jackson voltasse,mas me pareceu que Percy estava tomando coragem para refazer a pergunta.

–Você ainda não respondeu.

–Você também não me respondeu quando perguntei.

–É exatamente a mesma pergunta.

Suas palavras ficaram no ar,e ele tinha razão.Eram exatamente a mesma pergunta.Não fazia sentido deixarmos de responder já que as duas eram iguais.

Foram tantas as coisas que já passamos juntos.Desde os doze anos que eu venho convivendo com ele diariamente,mesmo fora do acampamento não deixamos de conversar.Trocávamos cartas e e-mails,as vezes ligações e fotos,e isso fez com que ficássemos tão próximos...dentro de pouco tempo ele se tornara um amigo que nunca tive.Alguém que sabia exatamente o que eu passava;Ele também tinha um padrasto com o qual não se davam bem,sofria com as expulsões escolares e tinha TDH.

Fora ele também que me incentivara á procurar meu pai,passar um tempo com ele e perdoar Jainne.Ainda é difícil não lembrar das coisas que ela já me disse,mas meu orgulho ainda era persistente,eu lutava contra isso toda vez que a via.

Eu nunca encontraria alguém tão compatível como ele.Alguém me estendesse tão bem mesmo sendo diferente as vezes.Suas perguntas idiotas eram exatamente as que eu sabia responder,seus passos errados eram justamente os que eu ia evitar.Mas do mesmo jeito,mesmo existindo milhões de pessoas que faziam perguntas bobas e sofrendo de TDH,elas nunca seriam como ele.

Incrível como o destino nos prega peças.Atena e Poseidon não se suportam,mas seus filhos criaram laços que ninguém seria capaz de entende-los.Talvez isso funcionasse como uma lição para ambos os deuses,os dois teriam que ver seus filhos mais valiosos vivendo juntos,e fazendo exatamente o oposto dos pais.

Percy continuava a me encarar,sustentei seu olhar por longos minutos.

–Eu amo você,e faria o que fosse preciso para que ficássemos juntos para sempre.

As palavras saíram leves como plumas,como se elas estivessem ali a muito tempo só esperando a hora certa de sair.E eu não estava mentindo.Eu não conseguia imaginar minha vida sem ele,meu futuro onde ele não estivesse.Com certeza,ele era a pessoa que eu gostaria de passar minha vida toda.

FIM



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Notas finais do capítulo

MEUS AMADOS!
OBRIGADA POR TUDO! ENCERRO AQUI ESTA MARAVILHOSA HISTÓRIA,COM UM FINAL LINDO (E SEM GRAÇA KKK) E DESEJO REVE-LOS EM MINHAS FUTURAS HISTÓRIAS.
OBRIGADA POR ME ACOMPANHAREM E ME FAZEREM TÃO FELIZ.
NÃO DEIXEM DE LER MINHA PRÓXIMA HISTÓRIA: UM TRAPACEIRO NO ACAMPAMENTO MEIO SANGUE.
VOCÊS VÃO ADORAR.
GRANDE BEIJO.



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