Annabeth:

Estávamos correndo pelo jardim de Hipnos feito fugitivos em fuga,mas isso não era necessário,Tântanos não correria atrás de nós pelo jardim empunhando uma bengala e gritando “Seus Moleques!” .

Paramos de correr para recuperar o fôlego,Dorot e Alana já estavam de volta.E eu ainda precisava conversar com as garotas sobre o sonho com Afrodite.

-o que está acontecendo?- perguntei,ainda sem não entender o motivo pelo qual fugimos desesperados do templo de Hipnos.

-Fui checar se Hipnos já teria acordado- respondeu Nico- Então o vi na sala do trono com Tânatos,os dois discutiam sobre pegar algo emprestado.Achei melhor darmos o fora logo,não é bom ficar entre uma briga de deuses...

-E para onde vamos?- perguntou Sofy

-Consegue sentir o mar?- ignorei Sofy e me dirigi á Percy.Eu estava corando,me lembrei do momento que ele me acordou e a cara que ele fez ao me ver.Droga Afrodite .

Ele negou com a cabeça

-O que faremos agora?-perguntou Thalia.

-O de sempre,vamos andar

E assim fizemos,ao nos distanciar do templo de Hipnos,percebi a mudança no solo.Ele passou de sub-tropical para rochoso e seco.Haviam muitas pedras pelo caminho,poucas folhas e ramificações,além de ser mais arenoso.As árvores começaram a desaparecer,até darmos de cara com uma enorme montanha de pedra.

-Os reis gêmeos falavam sobre essa montanha- disse Sofy,seus olhos seguiram toda a extremidade da montanha,eles subiram até o topo e depois se voltaram para mim.

-Vamos subir?- perguntou ela

-Há outra alternativa?

Procuramos maneiras de subir a montanha,mas ela era lisa e suas rachaduras não eram o suficiente para nos manter firmes para escalar,além de ser perigoso.Tentamos voar em Dorot,mas ela se negava a voar com ninguém a não ser Thalia- que tinha medo de altura.

-Não tem como subir- Estávamos quase desistindo,quando uma ninfa passou correndo entre nós.Ela pressionou um pedaço da montanha rochosa e nos olhou com curiosidade.

-Estão indo para a festa?- perguntou ela,com seus grandes olhos violetas,da mesma cor que os de Sofy.Seus cabelos eram da cor laranja e muito bagunçados.

 Nosso grupo parecia meio confuso,a Ninfa nos observava curiosa,mas com a demora pela resposta ela começou a desconfiar.

-Se não foram convidados par a festa,o que fazem aqui?

-Viemos para festa,só não sabemos como subir.

O local onde a ninfa pressionara ,afundou na pedra e tomou forma.As pedras afundavam uma de cada vez,ficando mais funda que as outras.

-Usem a escada se quiserem subir.-A ninfa subiu os degraus .

-Escadas?- perguntou Clarisse,confusa- No meio de uma floresta?

-Deve pertencer há alguma antiga civilização primitiva- disse eu.Os degraus eram paralelos e bem esculpidos,mas não formavam um retângulo perfeito,haviam rachaduras e outros eram mais largos e maiores que os outros.Fui a primeira a subir as escadas,o lance era de mais ou menos quinhentos degraus de pedra bruta.

-Quinhentos e vinte e quatro- Thalia ofegou- Quinhentos e vinte e cinco.

O barulho de festa era alto,entre gargalhadas e conversas.O som vinha de uma cova na montanha,ela parecia grande e oca,já que fazia bastante eco.

A ninfa que encontramos antes do lance de escadas, chegara junto conosco,ela entrara na cova da festa e desaparecera.

-Tem certeza que vamos entrar ai dentro?- perguntou Nico

-Vamos checar,se não houver nada que possa nos ajudar,vamos embora- respondeu Percy,tomando partido.

Ao entrar na cova,fomos atacados por um bando de ninfas dançando e seguindo uma as outras num trenzinho.Fomos emburrados e forçados a participar da festa.Seguimos a dança e juntos,participamos do trenzinho que contornava a grande cova enfeitada.

A rádio estava ligado,a música era de uma renomada cantora norte americana- Britney Spears

-Oh baby baby,How was I supposed to know? That something wasn't right here...- cantavam as ninfas
-Precisamos sair daqui!- gritei.Uma Ninfa segurava meus ombros pelo trenzinho.

Todos estavam vermelhos de tanta vergonha,alguns até riam.

-Muito bem- disse eu,assim que pude me livrar da dança coletiva.

-Vamos nos distanciar e procurar por alguma coisa que possa nos auxiliar,uma bussola talvez?

Nos separamos,cada qual desarrumando os artigos para festa á procura de qualquer coisa que nos ajudasse a nos localizar.Me lembrei do que Hermes dissera

“Basta queimar alguma coisa,e eu lhe mostrarei o caminho...” “...farei que o mapa de vocês aponte na direção certa,mas para isso,terão que me dar algo em troca....”

Havia muitos alimentos diferentes nas mesas de guloseimas,eu poderia queimar algo para Hermes e pedir que ele fizesse nosso mapa brilhar indicando o caminho,mas o que eu daria em troca?

Pensei em qualquer coisa que eu usasse que pudesse trocar...meu colar do acampamento?-Nunca.- E o colar de estrela do mar que Percy me deu de presente?- Jamais- Havia o broxe que Atena me dera no Olimpo,bem antes dos jogos.Eu deixara sempre a espada já transformada,nem me lembrava mais de sua verdadeira forma.

Eu não podia fazer isso com Atena,os únicos dois presentes que ela já me dera eu guardava com carinho.O boné da invisibilidade e esse broxe.Não ia trocar com Hermes por um pedaço de papel velho.

-Venha se juntar há nós!- Uma Ninfa nariguda me enfeitou com anéis e pulseiras de neon,colares havaianas -daqueles de plástico-  e marabús coloridos cheios de purpurina.

Aquilo não se parecia mais com uma festa,estava um completo caos.Todas as ninfas da ilha foram convidadas para a festa,fazendo do lugar um completo furdúncio.

Era grande o festejo,mas eu não tinha tempo nem paciência para participar da dança das cadeiras.

-Desculpe,tenho que procurar meus amigos.-disse eu para a ninfa dos acessórios,tentando falar mais alto que a musica do B.o.B

-Tem um garotinho desmontando o baú de fantasias,talvez seja um dos seus amigos!- Disse a Ninfa por cima da musica alta,ela apontou e seguiu até a mesa dos ponches.

Tentei me esgueirar entre as Ninfas dançarinas no meio da pista de dança,muitas me olharam feio,mas não me importei.Pedi licença ao conseguir escapar do aperto,mas o lugar estava tão cheio que eu não conseguia dar um passo sem esbarrar em alguém.

Nico estava agachado sobre os calcanhares revirando um baú cheio de fantasias.Seu rosto continuava pálido como sempre,mas seus olhos negros estavam fundos e tristonhos.

Me agachei ao lado dele e perguntei:

-O que houve?

Nico tinha nas mãos um boné verde,ele era comum,daqueles que você encontra em qualquer loja de suvenires e bugigangas.

Ele não respondeu.Continuava a fitar o boné,seus olhos se estreitaram e  ele virou a cabeça violentamente para mim.

-Reconhece isso?- perguntou ele,estúpido

-É apenas um boné,Nico.

-Não é apenas um boné!-berrou ele- Pertencia a Bianca!

Anos antes,Eu,Percy e Thalia resgatamos o casal de irmãos Di Angelo de um internato no meio do inverno.Aquela fora minha única oportunidade de estar com Bianca.Naquele mesmo dia eu fora raptada e levada até o monte Santa Helena,e Bianca morrera esmagada por um robô no ferro velho dos deuses.Percy havia prometido cuidar de Bianca na ausência do irmão,mas ela falecera e isso tornou o relacionamento entre Percy e Nico,difícil por algum tempo.

Não soube o que responder.Pousei uma das mãos em seu ombro,tranqüilizando-o.

-Está tudo bem,guarde isso com você e me ajude a procurar os outros.

Nico se virou para o baú,me ignorando.

-Você não pode ficar assim cada vez que falar ou se lembrar da sua irmã,a vida continua.E eu sei que você consegue,guarde isso como recordação e vamos.Temos que encontrar a saída.

Nico se levantou sem me olhar,ele puxou uma casaco de aviador do baú e o vestiu.

Ele se parecia com o Nico que eu conhecera tanto anos atrás.

-Venha.

Eu e Nico contornamos as Ninfas,eu sempre o observava para checar se estava tudo bem.Nico continuou sem demonstrar emoções.

Encontramos Clarisse perto da mesa dos ponches.

-Encontrou alguma coisa?-perguntei.A garota engasgou com seu ponche de groselha ao me ver.

-Não há nada neste lugar além de perucas coloridas e óculos de plástico.

 Havia purpurina e gliter por todo o cabelo de Clarisse.Ela usava no pescoço um acessório festivo de penas,um pluma luxo e uma tiara com chifres eu piscavam.

-Sabe onde os outros estão?- perguntei

-Vi Thalia agora pouco,perto da mesa do DJ.

Assenti.

Eu,Nico e Clarisse fomos até a mesa do DJ,sendo empurrados por traseiros coloridos e passos espertos.

-Thalia!- chamei.Ela conversava no ouvido da Ninfa que controlava os aparelhos.A Ninfa se parecia com uma verdadeira beetbox ou uma rapper.

Minha voz foi ocultada pelo som do Green Day.Então era sobre isso que Thalia e a Rapper conversavam...

-Thalia!-chamou Clarisse.A caçadora procurou por toda a festa com o olhar,até nos localizar graças há tiara de chifres luminosos de Clarisse.

Thalia desceu do pequeno palco onde se encontrava o material do DJ,ela correu até nós e disse:

-Não encontrei nada.- ela tinha cara de culpada.

Eu a fuzilei com o olhar- Você procurou?

-Por todo canto!Mas não encontrei nada que servisse.

Thalia usava um óculos de plástico da cor azul e um chapéu de cowboy.

-Ainda falta Percy e Sofy.

A pista de dança esvaziou-se,provavelmente as dançarinas se cansaram de dançar e foram beliscar alguma coisa na mesa dos salgadinhos e doces.

Aproveitamos a oportunidade para atravessar a pista sem sermos empurrados pelas Ninfas.

Ao contrário da pista,o outro lado da cova estava repleto delas.Elas conversavam e fofocavam,sobre a mesa dos doces,luzes azuis piscavam nervosamente e refletiam num chapéu dourado.

Empurrei as Ninfas fofoqueiras e atravessei o local,só parei de correr quando cheguei na mesa dos doces e encontrei do dono das luzes azuis.

Percy usava um colar em forma de estrela pisca-pisca, feito de acrílico rosa,sua cartola era da cor dourada com muito brilho e gliter,ele usava um óculos em forma de abóboras de halloween amarelas e devorava uns docinhos em forma de corações azuis.

-Isso aqui está uma delicia- disse ele para mim.- Prove Annie,você não vai se arrepender.

-Temos mais coisas para fazer,cabeça de Algas.

-Então prove as jujubas- Percy me jogou jujubas azuis na boca,elas eram quase tão gostosas como as que comprávamos nas lojas de doces em Manhattan.

-Muito boas Percy,agora vamos.-puxei-o pelo pulso,ele se limpou na calça e me seguiu.

-Onde está Sofy?- perguntou Clarisse,olhando em volta.

Procuramos com os olhos,as Ninfas dançavam em seus lugares enquanto conversávamos.

-MADONNA!!!!!!- gritou uma delas,assim,todas as Ninfas atravessaram a cova e se juntaram na pista de dança.

-Viva Madonna!-disse eu.

Sofy cruzou a mesa dos doces e acenou.Ela vestia um xale verde limão e usava uma peruca loura até os ombros.,além da máscara para os olhos.Ela era metalizada da cor vermelha.

Ela acenou para que a seguíssemos.

Contornamos a mesa e seguimos Sofy de longe,desviando das Ninfas que dançavam a musica da rainha.

Sofy nos esperou ao lado de uma cavidade na parede,era uma espécie de passagem sem porta.

-O que tem ai dentro?- perguntou Percy.

-Melhor vocês verem isso- respondeu Sofy.Ela acionou uma  lanterna colorida e desceu as escadas que haviam dentro da passagem.

Os degraus eram apertado e estreitos,pareciam com os dos moinhos Irlandeses,cujos quais eram levemente posicionados para baixo,fazendo você ter a impressão de estar caindo.

No fim da escada haviam um tipo de depósito,onde as Ninfas guardavam velharias e utensílios,além de algumas roupas espalhadas pelo lugar.

As paredes eram feitas da mesma rocha que a montanha,mas haviam correntes para prisioneiros ,além de dois irmãos gêmeos fantasiados de dançarinas de hula-hula.

-Veja só Preto,não é a garota filha de Deméter que roubou nosso mapa?-perguntou o de peruca loura metalizada.

O rapaz ao lado levantou os olhos.Um par de óculos em forma de dois olhos azuis saltaram presos ás molas.

-Não posso ver,irmão!

-Então tire os óculos!- respondeu o de peruca

-Estou algemado á parede

O rapaz dos óculos balançou a cabeça para um lado e para o outro,até os óculos caírem.

-Senhorita MeggRyan,é bom vê-la novamente...creio que veio devolver nosso mapa!

-Na verdade não- respondeu Sofy- Vocês ficam ótimos como dançarinas de Hula

O rapaz de peruca bufou- Ria enquanto pode,senhorita.

-Já estou rindo.Vamos pessoal,não era isso que eu queria lhes mostrar.

Seguimos Sofy até uns caixotes de madeira que liam-se “INFLAMAVEL”.Sofy destampou-os e puxou um pote de vidro com chamas verdes.

-Fogo Grego- disse Thalia- Isso é perigoso,Sofy,deixe isso ai.

-Então é assim que se chama...

Sofy empurrou mais um caixote,e atrás dele havia outra passagem sem porta.

Ela era escura e quente,e do outro lado podíamos sentir o cheiro do mar.

-Acho que do outro lado é a praia –disse ela,contente- vamos usar os potes para iluminar o lugar.