POV Narradora

Nem Hermione e nem Draco podiam acreditar. Aquilo era mesmo realidade ou um sonho muito bom?

Hermione se impressionava de como Draco Malfoy pôde beijá-la. Sim, ele não era o mesmo Draco de antes, o inútil, idiota, insuportável Draco Malfoy, mas mesmo assim.

Draco se impressionava de como conseguiu fazer aquilo. E o jeito que a morena reagiu! Era tudo tão surreal...

Harry se impressionava... Com tudo! Tudo o que ele desconfiara, tudo que ele insinuara, era realmente verdade. Porque Hermione não contara pra ele? Ela acharia que ele ficaria bravo, seria um idiota incompreensível? Se fosse, ela teria toda a razão, porque o moreno não estava nada feliz. Ela sentia nojo de Hermione. Puxa, ele era Draco Malfoy. Sonserino, mesquinho, convencido, insuportável, preconceituoso, mau, sempre humilhara Hermione... E ela teve a coragem de beijá-lo ainda por cima!

-Draco, eu acho melhor você não se atrasar pra aula... -disse Hermione, saindo do "transe Malfoy".

-Eu... -Draco começou. Ele não queria sair dali. Não importava quantas aulas ele faltasse nada era mais importante que Hermione.

-Não quero que você se prejudique por minha causa...

-Não vou me prejudicar, Mione. Eu...

-Vai, Draco. Se Minerva te pega atrasado na aula dela...

-Tudo bem, Hermione, você venceu! Mas se não queria que eu ficasse aqui com você, bom, era só dizer... -disse Draco, fingindo mágoa.

-Draco -disse Hermione, segurando as mãos do sonserino. -, tudo o que eu mais quero é ficar com você. -um sorriso se abriu no rosto franzino de Draco. -Mas...

-As aulas, são muito importantes, sim. Tudo bem, eu vou. Mas só se você me prometer que nos veremos de novo. Em breve.

-O mais breve possível, Draco. Eu prometo. 

Assim, Draco Malfoy foi para a sua aula de Transfiguração. Harry Potter foi para o seu Salão Comunal. Ele esperaria Hermione ali. Quando ela chegasse, os dois teriam uma conversa, Harry prometia isso a si mesmo.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------

POV Hermione

Eu nem podia acreditar que aquilo tinha acontecido!

Foi tão mágico... Draco se declarou pra mim, e corou tanto... Ele fica tão lindo vermelhinho.

E eu, como uma boa menina, não fui egoísta e pedi para ele voltar pras aulas. Eu queria um Draco vivo!

Fui para o meu Salão Comunal saltitando em purpurina. Aquele beijo me deu as forças que eu tinha perdido naquelas semanas.

Mas eu cheguei lá e vi Harry. Harry Potter.

Eu queria mais que tudo voltar a ser amiga dele, mas o meu orgulho grifinório não permitiu tal traição ao meu próprio eu.

-Olá, Hermione.

-Oi, Harry.

-Então... Será que você tem alguma coisa pra me dizer, hã? -disse Harry, desconfiado, se aproximando, a capa nos braços.

-Não... -eu disse um pouco insegura.

-Então por que chegou aqui saltitando?

-Não te importa.

-Por acaso você arranjou um namorado, foi? -disse Harry, fazendo meu coração ir a mil por hora.

-N-não... Eu... É...

-E ele era sonserino? Hein, Hermione? Não, não se vire. Responda-me.

-Claro que não, Harry. Não arranjei namorado, e mesmo se sim, ele não seria sonserino, obviamente.

-Tem certeza disso, Hermione?

-Sim.

-Então, talvez não seja oficial entre você e o Malfoy. Foi só um beijo, sem nenhum compromisso?

-Do que você...? Harry, você está ficando louco? Claro, mais do que já é...

-Não Hermione. Eu apenas tenho olhos. Você e o Malfoy se beijaram na biblioteca. Na Seção Reservada. -disse ele. Como ele sabia daquilo tudo?

-Como... Você sabe? -perguntei apreensiva.

-Eu vi, Hermione. Sabe, eu venho te procurando faz uns dias. E quando acho você está se agarrando com o Malfoy. Eu pensei que estivesse acontecendo algo sério com você...

-E estava Harry! -eu disse, mas eu não ia revelar a história toda. Eu nunca ia dizer que eu estava deprimida por causa do que ele falou. -O que aconteceu com Draco foi uma coisa de apenas hoje, um acidente.

-Um acidente, sei... Desde quando você o chama de Draco? Desde quando você vem se encontrando com ele? Você é mesmo indigna de confiança. Traidora.

-Eu não...

-TRAIDORA! COMO VOCÊ PODE ESTAR JUNTO DAQUELE FILHOTE DE COMENSAL? 

-EU NÃO ESTOU COM O "FILHOTE DE COMENSAL"! E O QUE IMPORTA ISSO? NÃO SIGNIFICA QUE ELE SEJA UM!

-CLARO QUE SIM! FILHOTE DE COMENSAL, COMENSAL É!

-CLARO QUE NÃO! QUE ABSURDO ISSO!

-VAI DEFENDER ELE AGORA, VIRA-CASACAS GRANGER?

-E SE EU DEFENDER, O QUE VOCÊ FAZ?

Neste momento, Harry sacou a varinha, e no segundo posterior peguei a minha.

------------------------------------------------------------------------------------------------------

POV Harry

-E SE EU DEFENDER, O QUE VOCÊ FAZ?

Agora chega. Hermione passou dos limites. Traidora. Ele é do lado oposto! E além do mais, ele sempre a humilhou. Que faria agora ela gostar dele?

Saquei a minha varinha, sem pensar. Eu nunca seria capaz de ferir Hermione com a minha varinha. Mesmo assim, eu estava nervoso. Com raiva. Com ódio. Hermione sacou a varinha dela logo depois que eu peguei a minha.

-EU POSSO FAZER QUALQUER COISA!

-VOCÊ TEM CORAGEM, HARRY POTTER? TEM CORAGEM?

-TENHO! TENHO CORAGEM SIM! NÃO TENHO MEDO DE PERDER PRA UMA GAROTA, HERMIONE. E A GAROTA É VOCÊ, PIORA A SUA SITUAÇÃO! EU SEMPRE FUI MAIS FORTE QUE VOCÊ, HERMIONE! SABE BEM DISSO. VOCÊ JÁ FALOU ISSO! EU SEMPRE FUI MELHOR EM DCAT QUE VOCÊ! QUE CHANCE VOCÊ TERIA? VOCÊ NÃO GANHARIA DE MIM EM UMA LUTA DE VARINHAS NEM SE EU ESTIVESSE COM UMA MÃO E UM PÉ NAS COSTAS! VOCÊ AINDA TEM TEMPO DE DESISTIR... SANGUE-RUIM! -gritei a Hermione. Ainda hoje eu tenho remorso do que fiz. Eu nunca teria a chamado daquela coisa horrível de sangue-ruim. Eu nunca conseguiria falar tudo aquilo pra Hermione. Porque era a mais deslavada das mentiras. Hermione sempre soube executar os feitiços melhor que eu. Em exceção do feitiço do patrono. Eu não agia por mim. Era como se alguém dentro de mim estivesse falando por mim, sem o meu consentimento. Eu ainda não conseguia ver a burrada que eu estava fazendo. Mesmo quando Hermione começou a chorar.

-AGORA CHEGA HARRY POTTER! -disse ela, chorosa. -EXPELLIARMUS! -gritou Hermione, e os raios vermelhos jorraram da varinha de Hermione, me jogando alguns metros em uma mesa qualquer, fazendo cair penas e pergaminhos e quebrando vários tinteiros e vasos de planta vazios (N/A: A própria J.K. já disse que o único Salão Comunal enfeitado por plantas era o da Lufa-Lufa).

Eu não estava crendo na capacidade da grifinória.

-ESTUPEFAÇA! -gritou ela novamente, mas fui mais rápido.

-LEVICORPOS! -e a grifinória foi pendurada pelo tornozelo no ar, e fiz um gesto de varinha, fazendo Hermione tombar no chão. O barulho da confusão fez atrair uma plateia dos seus dormitórios.

Eu e Hermione trocávamos feitiços, cada vez mais pesados. Hermione tinha no rosto uma expressão violenta e furiosa. Nunca havia visto a morena assim em toda a minha vida. Eu estava suado. Cansado. Já havia sido atirado na parede e no chão várias vezes.

A plateia ia ao delírio. Gritavam "VAI HERMIONE" ou "DETONA ESSA SANGUE-RUIM HARRY". Outros até faziam apostas surpreendentes, de dezessete galeões as mais altas em diversos temas: Hermione ganha; Harry ganha; Hermione ganha, mas acaba nocauteada; Harry ganha, mas ganha detenção tripla...

Até que eu gritei:

-EXPULSO! -mas Hermione rebateu o feitiço com o Protego.

E uma voz chamou a nossa atenção:

-MAS O QUE É ISSO? DOIS ALUNOS BRIGANDO VIOLENTAMENTE NO SALÃO COMUNAL? EM PLENO DIA? DEEM-ME AS VARINHAS, AGORA, E VENHA JÁ COMIGO! -dizia a Profª McGonagall, branca de terror. Confiscou as nossas varinhas e conduziu-nos até a sala do diretor Dumbledore, murmurando: "Onde já se viu...?" "Em toda a minha vida... Meu Merlim!" "Que desonra ao nome de Godric Griffindor!"...

Chegamos a um corredor vazio, e McGonagall parou a frente de uma gárgula:

-Senha?

-Gosto de Acidinhas.

A gárgula moveu-se e abriu entrada ao escritório do diretor. Estava como da última vez que vi. Muito arrumado, com todas as coisas prateadas de Dumbledore na escrivaninha, os vários livros na estante, os vários armários costumeiros. A penseira encontrava-se numa mesa não muito distante dali. Na cadeira principal, Alvo Dumbledore descansava, olhando vários papéis.

A professora entrou:

-Professor Dumbledore, tenho um assunto urgente a tratar!

-Diga professora McGonagall? -disse Dumbledore, olhando suave e tranquilamente com os olhos azuis penetrantes de seus oclinhos de meia-lua. -O que a senhora tem a tratar de tão urgente, que provavelmente envolve o senhor Potter e a senhorita Granger?

-Professor, esses dois alunos infringiram uma regra claríssima, que não permite duelos de qualquer espécie nas dependências escolares! Em outras palavras, estavam duelando com as varinhas em pleno Salão Comunal! -explodiu a professora, fazendo eu e Hermione ficarmos tão vermelhos quanto a pelagem de Fawkes.

-Oh, mas o que os levaria a criar uma situação dessas? -disse Dumbledore, parecendo perturbado... Ou não... Era realmente difícil entender a fisionomia do mestre. -Senhor Potter, Granger? O que causou a briga? -continuou, virando-se a nós, penetrando os olhos cintilantes em nós.

-Foi uma desavença, senhor. -começou Hermione. -Nos desentendemos e isso não é de hoje. E talvez isso tenha chegado a um ponto meio que extremo, senhor...

-Mas Granger! Isso é inadmissível! Os dois já são bem moços pra entender que isso é uma coisa terrível! -disse a professora.

-O que a Hermione disse é verdade. -consegui apenas dizer isso.

-Mas quem começou a briga afinal? -perguntou a bruxa mais velha.

-Ela! -falei apontando a Hermione, ao mesmo tempo em que Hermione dizia, apontando o dedo a mim dizendo "Ele!".

-Estamos num impasse.

-Não, Minerva. Diga-nos, Hermione. O que acha que teria causado isso? -perguntou docemente Dumbledore a Hermione, levantando-se.

-Harry estava tentando se intrometer na minha vida, diretor. E talvez ele tenha sido agressivo demais comigo por uma causa injustíssima, e não nego, ataquei-o com um feitiço. Mas merecido, professor. Bem merecido. -disse Hermione, as lágrimas ainda caindo do rosto.

-Entendo. -disse o professor, que se virou pra mim. -E você, Harry? Que tem a nos dizer?

-Eu... Diretor... Não sei... -eu disse, envergonhado. Eu não achava motivos para a brutalidade que fiz a Hermione.

-Mas Alvo, nada explica esse comportamento deplorável! -disse a professora. -Sugiro que retirem pontos da Grifinória e lhes dê uma detenção.

-Certamente.

-Sugiro que retiremos... Setenta pontos da casa. -disse a professora.

-NÃO! -exclamamos eu e Hermione.

-Por cada. -continuou ela.

-Quer tempo para pensar em uma detenção, Minerva?

-Sim. Mandarei uma mensagem. Enquanto isso, os senhores estão deliberadamente proibidos de saírem do seu Salão Comunal, a não ser que seja para as aulas ou para as refeições.

-Mas professora... -comecei, mas a bruxa me cortou:

-Sem "mas", Potter. Este é o castigo pela sua irresponsabilidade. Agora os dois, pro Salão Comunal. Agora.

Eu e Hermione saímos da sala. Hermione pisava fundo:

-VIU O QUE VOCÊ FEZ POTTER? POR SUA CAUSA NÃO PODEMOS SAIR DO SALÃO COMUNAL!

-MINHA CAUSA? -gritei de volta. –MINHA CAUSA? QUEM FOI QUE ME LANÇOU O FEITIÇO DE DESARMAR, HEIN?

-EU JOGUEI A DROGA DE FEITIÇO SIM, MAS QUEM FOI QUE FOI SE INTROMETER NA MINHA VIDA ME ESPIONANDO CADA SEGUNDA, HÃ?

-VOCÊ NÃO ESTÁ NEM EM SITUAÇÃO DE SE DEFENDER!

-ESTOU SIM, VOCÊ SABE QUE ESTOU! E QUE TUDO O QUE VOCÊ DISSE TAMBÉM ESTAVA ERRADO! RIDÍCULO, É CLARO QUE EU TE GANHARIA EM UM DUELO, VOCÊ TEM SORTE DA MCGONAGGALL TER INTERFERIDO SENÃO VOCÊ NEM ESTARIA AQUI, SABE DISSO! E DESDE QUANDO VOCÊ VIROU TÃO NOJENTO HEIN? –jogou Hermione na minha cara. –E “GRIFINÓRIA É PURA GLÓRIA” PRA VOCÊ! ESSA SENHA É RIDÍCULA! –gritou pra Mulher Gorda a nova senha, e o quadro escancarou-se de susto.

-TALVEZ DESDE QUE VOCÊ E O MALFOY SE...

-Cale a boca, Potter, não vê que isso é um Salão Comunal? –sibilou ela, apontando pro monte de pessoas que estavam no Salão.

-Descobriu isso sozinha, foi? –ironizei.

-Olha aqui, cala essa sua maldita boca. E olhe aqui também, eu não me arrependo de nada do que eu fiz hoje. Se quiser ficar com nojo, que fique. Eu não ligo. Eu é que tenho nojo da pessoa terrível que você é, e eu só lamento por nunca ter percebido isso antes. Passar bem Potter. –disse Hermione, com o dedo espetado no peito e expressão triste no rosto. Foi pro dormitório e eu não vi mais ela.

------------------------------------------------------------------------------------------------------

 POV Hermione

Eu não podia acreditar naquele Potter.

Ele é um completo idiota! Por ter dito tudo aquilo, tudo. Por ter feito tudo aquilo. Ah, mas ele ainda ia se ver comigo!

Nenhuma garota conseguiu me fazer parar de chorar aquela tarde. Apenas Gina. Contei toda a minha história, até o beijo:

-Ai, Mi, que mágico! –disse ela, com as mãos no rosto e um sorriso reluzente.

-É, seria. Se o Potter não tivesse complicado... –eu disse e contei o resto da história.

-AH, QUE IDIOTA ESSE HARRY POTTER! EU NÃO ACREDITO QUE AQUELE CRETINO TE FEZ ISSO, NÃO ACREDITO!

Hã, ela não ia defender ele?

-Você não vai ficar do lado dele, defender ele?

-Nunca Mione! Eu nunca ia te deixar na mão assim, e isso que ele fez não tem desculpa!

-Não acredito que eu pensei isso... Que você ia ficar com ele... –eu disse com nojo de mim mesma.

-Ah, Hermione, não tem problema. Você é minha amiga! –ela disse me abraçando.

-Ah, Gina. –disse retribuindo o abraço.

Mas mesmo assim eu não dormi direito. Quase madruguei a noite. Pensando como eu iria ver o Draco, se eu não podia sair do Salão. E por quanto tempo duraria este castigo? Qual seria a nossa detenção? O que iria acontecer amanhã?

------------------------------------------------------------------------------------------------------

POV Draco

Então a Hermione e o Potter brigaram?

Pansy dissera no jantar, quando eu não achei Hermione:

-Sabia que a sangue-ruim da Granger não veio comer? É, aquela sonsa e o idiota do Potter brigaram. Hoje de tarde eles trocaram feitiços e quase se mataram no Salão Comunal e levaram uma boa detenção!

Que droga, o que aquele maldito grifinório fez coma minha Hermione?

“Ah, Draco, pela milésima vez. Ela não é sua. Nunca foi. E não é agora, nem que você tenha beijado ela.” Essa minha consciência quer ser morta.

Só sei que eu só fui ver a morena na aula de Herbologia.

Ora, mas ela parecia tão bem quanto no começo do ano!

Quando o sinal tocou indicando o fim da aula, eu fui falar com Hermione.

-Hermione! Oi, tem um tempo?

-Hã, que...? Ah, oi Draco! Sim, tenho sim. Diz.

-Hermione, sobre ontem, você brigou com o...

-Não foi nada demais, é que ele viu a gente, é... –começou Hermione, mas não terminou. Era culpa minha. É sempre culpa do Draquinho aqui, sempre.

-A culpa é minha...

-Ah, Draco, por que você sempre acha que a culpa é sua?

-Porque sempre é.

-Não é não, Draco. E não se preocupe, vou fazer com que ele não conte na...

-Eu não me importo se o Potter contar, Mione. –eu disse, avançando a Hermione bastante. Os rostos a 15 centímetros de distância...

-Não se...?

-Nem um pouquinho. Eu não tenho vergonha de você. –cinco centímetros...

-Draco... –PAM! Um vaso de plantas da Bulgária caiu no chão, fazendo eu e Hermione nos separarmos.

-Acho que é melhor a gente ir.

-É, antes que a Sprout desconfie.

Dito isso, Hermione saiu da sala, me deixando sozinho. QUE DROGA DE LÍRIO VENENOSO BULGÁRIO!

------------------------------------------------------------------------------------------------------

POV Gina

Aquele Potter é um idiota!

Ele conhece a Mione, ela não é nada que ele disse, nada!

Ah, mas iriamos ter uma boa conversa.

Quando ele estava voltando pro Salão Comunal, puxei a um corredor deserto.

-Potter! –sussurrei.

-O que é isso...? –ele disse quase gritando.

-Cala a boca, estrupício! –sibilei. –Fala baixo!

-O que é, Gina? –sussurrou. –Se você ainda não sabe, eu tenho...

-Eu sei o que você tem que fazer, eu não sou nenhuma desinformada.

-É sobre o que eu disse pra Hermione, né?

-É sim! Você foi um idiota completo, um imbecil, você vai pedir desculpas pra ela!

-Nem morto! –teimou.

-Ah, você vai sim. E sabe por quê? Porque como eu sei, se não fosse pela Hermione você nem estaria vivo aqui! Se não fosse pela Mione, você teria morrido no Visgo do Diabo, na Câmara de Poções lá na Câmara da Pedra Filosofal. E não teria chegado a lugar nenhum no seu segundo ano com aquele basilisco! E além do mais, ela é sua amiga! Você a magoou de verdade! Você não seria nada sem ela!

-Mas o que ela fez com o Malfoy? Não conta? Ela é uma...

-Não importa isso, Harry! Quando eu descobri, eu não surtei desse jeito! –eu disse o pegando pela gola da camisa.

-Você sabia? Você também?

-É, e nem vem me chamar de traidora. O que importa é que a Mione tá feliz, independente do que você pensa! –parece que eu atingi o ponto fraco dele. Soltei a camisa dele. -Você sabe o que é o certo a se fazer. –e fui embora, com o gostinho de plano concluído.

------------------------------------------------------------------------------------------------------

POV Hermione

Que droga de vaso.

Fui para o meu Salão Comunal xingando e esperneando mentalmente o vaso e o descuido da Sprout.

Mas quando eu cheguei lá, Potter me chamou num canto.

-Sim, Potter? Fala logo, eu tenho muito que...

-Me desculpe, Hermione. –nossa, aquela me pegou de surpresa.

-Hã?

-Olhe Mione, eu agi supermal. Eu falei coisas que eu nunca deveria ter dito. Coisas que não são nem verdade. Eu fui um imbecil. E é por isso que você é muito melhor que eu. Você nunca diria barbaridades como essa. Eu entendo se você não quiser me desculpar, mas...

-Se você pensa que eu vou te desculpar só porque você veio me pedir desculpas?

-Eu sei que não, Mione, mas eu... –Harry não terminou a frase. Eu estava sufocando ele.

-É claro que eu te desculpo Harry!

-Mas... Hermione... Eu fui...

-Olha, Harry, não vale a pena jogar fora uma amizade bonita como nós dois temos por uma idiotice dessas!

-É verdade! Olhe Hermione, o que importa pra mim é que você seja feliz. –disse ele se desenroscando de meus braços. –Se quiser que eu guarde segredo, eu entendo.

-Ah, Harry! Faria isso?

-Faria. Mas isso não quer dizer que eu aprovo o Malfoy.

-Quem disse que eu preciso da sua aprovação?

-Não comece outra briga...

-Alunos, alunos, venham aqui! –gritou a Profª McGonagall. Todos os alunos, de todos os anos se reuniram no meio do Salão. –O Professor Dumbledore decidiu fazer um baile de fim de ano, antes da terceira tarefa. Um baile de máscaras. Este, porém, se limitaria ao sétimo ano. Mas, graças ao senhor Potter, se estenderá ao quarto também. Será daqui a três semanas. Monitores, venham comigo. Temos muito trabalho.

Um baile. Mais um baile. E dessa vez, eu não deixarei que Draco cometa o mesmo erro de antes.