Now. escrita por Hello Stranger


Capítulo 3
Cars.


Notas iniciais do capítulo

Soundtrack: http://www.youtube.com/watch?v=brevdBodGLU



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/205891/chapter/3

Era começo de março. Liesel havia aceitado o convite que Max havia lhe feito naquela tarde no rio — de morarem juntos. Finalmente, a casa 33 da rua Himmel terminava de ser reconstruída.


•A NOVA RUA HIMMEL•

Os homens haviam tomado o máximo de cuidado para que ela fosse reconstruída exatamente como era antigamente.

As casas, as cores, os jardins, tudo havia sido fielmente reproduzido, e na parede ao lado da porta de cada casa havia uma pequena placa de metal, com os nomes e alguma citação ou detalhe sobre as pessoas que ali moravam antes do bombardeio.

Uma homenagem.

— Está nervosa? — Max dirigiu-se à roubadora de livros, que segurava uma pequena mochila com seus pertences enquanto andavam em direção à entrada da casa.

— Um pouco. — mentiu. Não conseguia ser muito convincente com aquela voz trêmula e baixa.

— Só um pouco? — ele soltou uma risada baixa, bagunçando os cabelos da garota com a mão livre, enquanto segurava as poucas roupas que tinha guardadas numa mala emprestada.

Max abriu a porta.

Tudo estava exatamente como Liesel se lembrava.

O que era bom. E ruim.

Ela sentiu uma imensa vontade de chorar, e ao mesmo tempo foi a primeira vez que se sentiu em casa desde o bombardeio.

— Bem vinda à nossa nova casa, Liesel! — Max disse num tom animado. Nova?

Liesel sorriu, indo em direção ao seu quarto para guardar sua mochila.

•UMA PEQUENA SURPRESA•

Max havia tido o cuidado de mandar que colocassem duas camas no porão.

O desenho, pintado na parede há muito tempo atrás, já não estava mais lá.

Por pouco tempo.

— Vem cá. — Max chamou, abrindo a porta do porão, o que fez o pequeno coração da garota disparar. Lembranças.

Ela caminhou, um pouco hesitante, até que começou a descer as escadas e avistou as duas camas em meio a algumas mantas de proteção e latas de tinta.

Tudo parecia mais limpo e claro, mas ainda tinha todo aquele toque de familiaridade que o porão costumava ter antigamente.

Era noite, e a luz das estrelas entrava fraca pela minúscula janela próxima ao teto em uma das paredes. Liesel olhou para a parede onde antes estavam pintadas diversas palavras. Onde o pai ensinara-a a ler e a escrever. Max e Liesel se entreolharam. Ela o abraçou forte, apertando o rosto contra o tecido de seu blusão.

— Eu sinto tanta falta dele... — sussurrou, algumas lágrimas começavam a descer por seu rosto. Max ergueu a cabeça dela, passando um dedo por seu rosto, como se colhesse uma lágrima e a guardasse.

Não disseram nada. Apenas continuaram abraçados, até Liesel mal se aguentar de pé e os dois desabarem no chão. Ficaram ali por um longo tempo. Ela chorando. Ele secando suas lágrimas. Até que adormeceram, ali mesmo, no chão, abraçados. Essa foi a primeira noite do resto de suas vidas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Now." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.