Now. escrita por Hello Stranger
Notas iniciais do capítulo
Soundtrack: http://www.youtube.com/watch?v=brevdBodGLU
Era começo de março. Liesel havia aceitado o convite que Max havia lhe feito naquela tarde no rio — de morarem juntos. Finalmente, a casa 33 da rua Himmel terminava de ser reconstruída.
•A NOVA RUA HIMMEL•
Os homens haviam tomado o máximo de cuidado para que ela fosse reconstruída exatamente como era antigamente.
As casas, as cores, os jardins, tudo havia sido fielmente reproduzido, e na parede ao lado da porta de cada casa havia uma pequena placa de metal, com os nomes e alguma citação ou detalhe sobre as pessoas que ali moravam antes do bombardeio.
Uma homenagem.
— Está nervosa? — Max dirigiu-se à roubadora de livros, que segurava uma pequena mochila com seus pertences enquanto andavam em direção à entrada da casa.
— Um pouco. — mentiu. Não conseguia ser muito convincente com aquela voz trêmula e baixa.
— Só um pouco? — ele soltou uma risada baixa, bagunçando os cabelos da garota com a mão livre, enquanto segurava as poucas roupas que tinha guardadas numa mala emprestada.
Max abriu a porta.
Tudo estava exatamente como Liesel se lembrava.
O que era bom. E ruim.
Ela sentiu uma imensa vontade de chorar, e ao mesmo tempo foi a primeira vez que se sentiu em casa desde o bombardeio.
— Bem vinda à nossa nova casa, Liesel! — Max disse num tom animado. Nova?
Liesel sorriu, indo em direção ao seu quarto para guardar sua mochila.
•UMA PEQUENA SURPRESA•
Max havia tido o cuidado de mandar que colocassem duas camas no porão.
O desenho, pintado na parede há muito tempo atrás, já não estava mais lá.
Por pouco tempo.
— Vem cá. — Max chamou, abrindo a porta do porão, o que fez o pequeno coração da garota disparar. Lembranças.
Ela caminhou, um pouco hesitante, até que começou a descer as escadas e avistou as duas camas em meio a algumas mantas de proteção e latas de tinta.
Tudo parecia mais limpo e claro, mas ainda tinha todo aquele toque de familiaridade que o porão costumava ter antigamente.
Era noite, e a luz das estrelas entrava fraca pela minúscula janela próxima ao teto em uma das paredes. Liesel olhou para a parede onde antes estavam pintadas diversas palavras. Onde o pai ensinara-a a ler e a escrever. Max e Liesel se entreolharam. Ela o abraçou forte, apertando o rosto contra o tecido de seu blusão.
— Eu sinto tanta falta dele... — sussurrou, algumas lágrimas começavam a descer por seu rosto. Max ergueu a cabeça dela, passando um dedo por seu rosto, como se colhesse uma lágrima e a guardasse.
Não disseram nada. Apenas continuaram abraçados, até Liesel mal se aguentar de pé e os dois desabarem no chão. Ficaram ali por um longo tempo. Ela chorando. Ele secando suas lágrimas. Até que adormeceram, ali mesmo, no chão, abraçados. Essa foi a primeira noite do resto de suas vidas.
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