Now. escrita por Hello Stranger


Capítulo 2
Holiday, Birthday, Funeral.


Notas iniciais do capítulo

Soundtrack: http://www.youtube.com/watch?v=G-R-w2COLlQ



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Max se acomodara em um dos quartos da casa do prefeito, ou melhor, o escritório, onde havia sido improvisado um pequeno quarto com um colchão e alguns cobertores macios. Por mais que Liesel houvesse insistido para Max dormir no mesmo quarto que ela, afinal, o quarto era grande e eles tinham muito para conversar, Ilsa decidira que Liesel não podia dormir tarde, afinal teria aula logo cedo no dia seguinte. Max teve que concordar. 


•UM PEQUENO RESUMO SOBRE A VIDA DE ESTUDANTE DE LIESEL MEMINGER•

Ela não era a primeira aluna da classe, mas estava quase.

Não havia arranjado novos amigos, e sentia muita falta dos velhos.

A cada dia que passava, ela tinha mais vontade de poder mudar o passado e trazer seu melhor amigo de volta.

Eram quase três horas da manhã, e Max Vandenburg ainda não conseguia dormir. 'Está tudo bem', pensava. 'Acabou'.

Mas, na mente dele, nada havia acabado.

Ele quase conseguia ver o escuro quarto cheio de judeus imundos e famintos, alguns lutando por um espaço em uma cama.

O soldado. O soldado. Olhe para trás.

Ele apertava os olhos ao imaginar.

No outro quarto, Liesel acordava aos berros.

— Papai! Papai! — ela gritava, com os olhos vermelhos e o rosto inundado de lágrimas. 


• • •

Fazia uma tarde quente. Ensolarada. O céu, de um azul bem claro, era borrado por nuvens brancas, quase transparentes, enquanto o sol, redondo e amarelo, brilhava radiante.

Haviam se passado duas semanas desde que Max Vandenburg havia se hospedado na casa de Ilsa Hermann.

Max e Liesel caminharam até o rio Amper após a garota chegar do colégio, um ao lado do outro, na maior parte do tempo apenas observando a paisagem. Eles cantarolaram algumas coisas juntos.

Não levavam jeito algum para cantar. Nada. Os dois desafinavam, erravam a letra, faziam tudo o que espantaria qualquer pessoa que entendesse um pingo de música. Mas, não importava. Eles estavam juntos, a guerra havia acabado, e nada nem ninguém poderia estragar sua felicidade.

Ao chegar à margem do rio, os dois sentaram-se, fitando o céu, vendo as nuvens andarem calmamente de um lado para o outro.

— Max? — Liesel disse baixinho, fitando o céu, deitada na grama à beira do rio Amper.

— Sim? — ele respondeu, virando o rosto para olhá-la, abrindo um sorriso amigável e sincero.

— O que faremos agora?

— Como assim?

— Ah, você sabe. Todos estão mortos... e não podemos ficar na casa do prefeito para sempre. Você naquele escritório improvisado de quarto... — ela sorriu de canto. Liesel era bem madura para uma garota de 14 anos.

— Não sei. Talvez nós... — Max interrompeu a frase, desviando o olhar para o céu novamente.

— Nós...?

— Esquece. Acho que não iria dar certo.

— Fala, Máxi Táxi. — Liesel havia passado a chamá-lo assim desde seu "reencontro", o que o fazia rir.

— Só pensei que a gente pudesse morar juntos. Sabe, estão terminando de reconstruir a casa 33...

Liesel não respondeu nada. Talvez precisasse de um tempo para absorver a idéia.

Fez-se um longo momento de silêncio, ambos fitando o céu azul claro borrado de nuvens brancas.

— Max? — Liesel chamou-o novamente.

— Sim?

— Eu estou com medo. — seu tom de voz parecia um sussurro.

— Do que?

— Você sabe. De te perder. De novo. Já te perdi tantas vezes, poxa vida Max, eu achei que nunca mais iria te ver!

— Liesel, vem cá, olha pra mim. — virou-se, levantando e apoiando-se sobre o cotovelo para olhá-la. Virou o rosto da menina para ele com sua mão livre. — Eu te prometo que nunca mais vou me separar de você. Nunca mais. Está me ouvindo?

Liesel fez que sim com a cabeça, abrindo um sorriso fraco.

— E eu nunca vou deixar ninguém te fazer mal. Não importa o que eu tenha que fazer, eu sempre vou te proteger, tá certo?

A essa altura, Liesel sentia vontade de chorar. Mas não o fez. Não queria parecer uma idiota.

— "Agora acho que somos amigos, a menina e eu. Em seu aniversário, foi ela quem deu um presente a mim." — ele disse baixinho, quase como um sussurro. — "Isso me fez compreender que o melhor vigiador que conheci não é um homem..."

Liesel não conseguiu segurar, e uma lágrima teimosa escorreu por seu rosto. Ela levantou-se, atirando-se sobre o corpo de Max, abraçando-o o mais forte que podia. 


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