Clove gritava de dor. Tive que ajudá-la a ir em direção ao hospital, a bolsa tinha estourado. Minha testa suava por causa do nervosismo. Parece que era eu que ia ter um filho.

Chegamos no hospital, e Clove logo já é atendida. Sou permitido a entrar na sala de parto junto com ela.

Clove recebe uma injeção na coluna, e os médicos colocam ela na cama. Chris ia nascer. Clove apertava tanto minha mão, que chegou a ficar vermelha. De repente ela deu um grito mais forte que os outros, e ouço um choro de bebê.

De tão nervoso que eu estava eu acabo desmaiando.

* * *

Os médicos me acordam. Abro os olhos e vejo que estava sentado em uma poltrona, no quarto em que Clove estava pós-parto.

–Parabéns, papai. -ela diz sorrindo. Seu cabelos pretos e lisos estavam presos num rabo de cavalo, e seus olhos brilhavam como nunca. Levanto da poltrona e ando em direção a cama. Christopher estava em seus braços, dormindo como um anjo. Sento ao lado de Clove e pego Chris, que acorda imediatamente. Olhos azuis como o meu, cabelo preto como o da mãe.

A sensação de ser pai é insubstituível.

–Eu te amo. -dou um beijo na testa de Clove.

* * *

Acordo com um choro. Olho para o lado e Clove ainda estava dormindo. Se eu chegasse a tempo de fazer Chris dormir novamente, Clove ainda pode continuar dormindo. Saio do quarto e ando ao quarto dele. Acendo a luz e lá estava ele, em seu berço.

–Papai tá aqui... -pego ele e o aconchego em meus braços. Clove chega e coloca a mão em meu braço.

–Nem parece que já faz 3 anos que nos casamos...

–É verdade. Você estava tão linda... Seus cabelos estavam presos em um lindo coque, e você estava maravilhosa no vestido.

–O vestido era de mamãe. É impressionante como continuava novo...

"Coloquei meu terno apressadamente, como eu havia me atrasado para o meu casamento?! Como sou um idiota. Não sei como Clove me aguenta.

Mamãe me ajudou a colocar o terno, adiantando as coisas. Ela me levou á igreja, e lá encontrei minha irmã de doze anos. Sou apenas doze anos mais velho que ela. Ela estava com um vestido branco e com uma fita vermelha na cintura, ela era a dama.

–Anne! -minha mãe chamou. Ela acertou o cabelo de Anne, que havia soltado uma flor. Meu pai estava na porta da igreja, falando que eu estava atrasado e que era pra eu entrar. Entrei pelos fundos e fui até o altar. O padre me cumprimentou, e fiquei esperando. Esperando. E esperando. Só falta a Clove me deixar apodrecer aqui. Ou será que ela me abandonou?

No momento que penso nisso, lá estava a minha princesa, entrando na igreja com meu sogro.

Seus lindos cabelos estavam presos em um coque com a ajuda de pequenas flores. Seu vestido era branco, e no final do vestido, havia detalhes vermelhos, mas discretos.

Ela chega ao meu lado e o padre começa a missa.

O padre diz que já posso beijar a noiva. Dou um beijo em Clove, e saímos da igreja. Sim, estavam jogando arroz na gente. Clove dá uma risada gostosa, que eu tanto gosto. Saímos de mãos dadas e entramos na limousine.

E é então que me cai a ficha. Eu havia me casado com a garotinha que eu defendia na academia, que foi para os Jogos comigo, e que novamente no ano seguinte, teve que ir para os Jogos. E foi então que eu percebi que eu queria morrer ao lado dela."