E ela estava sozinha. “Vai lá, bobão!” – pensei. Eu fui, com medo, mas fui.

– O-oi. P-posso me sentar aqui? – Apontei para o lugar ao seu lado e sem olhar pra mim ela apenas assentiu com a cabeça.

– Traído pelo nervosismo de novo, Benson – Ela disse, com um sorriso distraído no rosto.

– Me desculpe. Eu fui um idiota.

– Quantas vezes eu já ouvi isso vindo de você? – Ela disse meio nervosa, ainda sem olhar pra mim.

– Aposto que muitas. – ela finalmente olhou para mim e sorriu. Ela tem algo que me encanta, todas as vezes que eu olho para ela. Puckett o que você está fazendo comigo? Por que me deixa tão louco? - Onde está seu namorado?

– Teve que ir pra casa, o pai está na cidade. Ele viaja muito e quando vêm pra casa, eles sempre juntam toda a família para um jantar especial.

– Por que ele não levou a namorada? – Perguntei receoso.

– Porque a namorada não quis ir. – Ela disse soltando uma risada. Como eu senti saudade de tê-la por perto, de fazê-la sorrir. - Porque está aqui Benson?

– Às vezes eu gosto de vir pra cá só pra pensar. Pensar na direção que a minha vida tomou sem… você. – Eu disse, deixando ela corada. – Minha vida mudou completamente, eu não sentia vontade de fazer nada. Eu sentia saudade até da maneira que você anda. Na verdade, ainda sinto saudades. Eu mentiria, suplicaria, roubaria e tomaria emprestado o passado para ouvir você sussurrar meu nome. Princesa Puckett, nem parece que você foi minha um dia. Parece que eu nunca tive você só pra mim, sendo só minha e de mais ninguém. Eu percebi que não aguento mais um dia sem você, que todo esse desinteresse dói lá no fundo, que eu sinto falta dos seus carinhos, dos seus beijos e sinto falta do jeito que você me tratava. Mas agora não há nada a se fazer. Eu fui estúpido e deixei você, meu amor, ir embora. – Eu acabei de dizer isso mesmo? Quando comecei a falar, não consegui me segurar e fui falando logo tudo o que eu estava sentindo. Olhei para o lado e percebi que mais uma vez seu rosto estava encharcado de lágrimas. Será que ela achou estranho o que eu disse? Eu disse algo errado? Benson, você está mais bobão hoje do que você já esteve sua vida toda.

– Eu não esqueci Freddie. Como posso esquecer? Você é cada lágrima que choro. Para você eu não sei, mas naquele dia na saída de incêndio, não foi um adeus pra mim. Freddie, eu orei todas as noite para que meu amor viesse pra mim. Você não voltou, mas o Zac chegou. Eu tive que aprender a viver sem você, e consegui, eu segui em frente e eu acho que você deveria fazer o mesmo. – Ela disse chorando ainda mais. Ela se levantou e correu e eu fui atrás dela, dessa vez olhou pra trás – Eu nunca dei o braço a torcer, Benson. Eu nunca fui de pedir desculpas. Eu posso ter magoado muitas pessoas, eu posso ter perdido muitas oportunidades, mas deixa pra lá, não é? Talvez só seja besteira. A Puckett é forte o bastante pra aguentar. Eu queria que você tivesse ficado comigo, independente do que era certo ou errado, poderíamos ter voltado ao começo e ter feito do nosso jeito. Mas nunca acontece do jeito que queremos. – Secando as lágrimas ela voltou a correr.

Foi a última vez que eu a vi. Soube por Carly que ela foi pra Londres, três dias depois, para estudar no colégio que a irmã estudava.

Eu e Zac acabamos virando amigos, pelo fato de nós dois termos muito em comum e por sermos os dois apaixonados por ela.

Meu amor se foi, e com ela, levou o que restava de mim.