Bem vinda à Oxford escrita por Laura_Delacour


Capítulo 6
Sonho/Pesadelo




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Eu estava num terraço de um prédio, um prédio muito alto e cinza. Estava no beiral, sentada. A chuva fustigava minha pele de um jeito que não sabia como ainda não havia caído lá embaixo. Também sabia que estava de dia, apesar de estar muito escuro. O vento estava tão forte que quase nada se ouvia.

Olhei para trás e vi lábios se movendo como se dissessem algo e depois um sorriso maldoso. Senti mãos empurrando-me do terraço, mas estava virada o suficiente para ver quem havia me empurrado, e agora, segurava meu pulso esquerdo, evitando-me a queda.

Felipe me segurava, com uma expressão estranha no rosto, como se realmente quisesse me soltar e alguma coisa o impedia. Eu tentei gritar, com todas as minhas forças, mas nenhum som saiu. Havia alguém sussurrando-lhe no ouvido, não pude ver quem era, mas quem quer que seja, estava mandando ele fazer isso. Nesse momento eu comecei a chorar, mas foi imperceptível por causa da forte chuva. Ele me soltou e eu caí.

Caí numa linda campina coberta por margaridas e outras flores colorida, de grama verdejante, com algumas arvores que balançavam suavemente com a brisa quente. Felipe estava ao meu lado, comendo um sanduiche de pasta de amendoim. Eu sorri ao vê-lo. Como era bonito. Como se tudo fosse um caminho para o mal, abriu-se um buraco sob mim de repente. Estava lutando para conseguir me segurar nas bordas. Tentei pedir ajuda a Felipe, mas a voz novamente me fugira. Ele se levantou e ficou me olhando com aquele sorriso meigo no rosto. Novamente tentei pedir a ajuda dele, mas minha voz havia sumido. Acabado o sanduiche, limpou a boca com as costas da mão, olhava-me coçando o queixo e pareceu se decidir do que fazer. Sorriu o mais lindamente de um jeito que só ele mesmo conseguiria, ele acenou com a esquerda, pisando nos meus dedos com toda a vontade e com isso, quebrando-os e o vi sorrindo e acenando enquanto eu caia novamente.

Acordei com o barulho da minha janela abrindo com o vento forte no meio da madrugada. Não consegui conter minhas lagrimas. O que significava aquele sonho? Felipe era perfeito, a pessoa mais doce que já havia visto. O conhecera a pouco mais de uma semana, porém, sabia que estava apaixonada. E já ia conhecer seus pais. Dormi com o rosto melado de lagrimas em cima de um travesseiro realmente úmido e salgado.


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