Someone In Your Side escrita por Den Falk


Capítulo 1
Stolen Smile - Prólogo I


Notas iniciais do capítulo

Essa primeira parte de história é a introdução da primeira personagem, a ChanJi.
Bem, para quem quiser se inscrever o formulário é esse:
http://www.tfaforms.com/237676
Eu não sei quantas pessoas vou escolher, na verdade eu vou escolher pelas histórias, então por favor, quanto mais sofridos melhor posso trabalhar :)
Tem um ponto da fic que eu não vou MESMO revelar por enquanto, mas é importante e resolvo com vocês depois, porque senão fica um spoiler enorme.
No caso espero que curtam dramas e não se revoltem comigo, porque a tendência é melhorar, piorar, melhorar e ficar oscilando. :(
Enfim, espero que gostem.



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30/08/2010.

Eu não queria levantar. Realmente não queria levantar nessa manhã e simplesmente olhar para meus pais saindo de carro para aquela droga de viagem bem no dia do meu aniversário.

Eu achava injusto, ok? Achava injusto o fato de eles terem ficado para o aniversário do meu irmão e adiado a viagem até o dia do meu aniversário. O que são malditos 16 dias? Eles esperaram do dia 14 até o dia 30 de agosto, porque não esperaram até dia 31?

“Temos que estar instalados em Tokyo cedo para podermos resolver os negócios, você sabe que é importante.” Claro, mãe. É só o meu aniversário de dezoito anos. Obrigada.


Joguei as cobertas no rosto tentando inutilmente cobrir a claridade que entrava pela janela quando minha mãe estava a abrindo.


―Vamos, ChanJi, levante-se – Ela falava me cutucando. Espera? Ela realmente está puxando a minha coberta? Fala sério!

―Omma... – murmurei sonolenta enfiando a cara no travesseiro – É meu aniversário...

―Eu sei disso, por isso estou te chamando. Seu pai quer dar-lhe os parabéns antes de irmos para o aeroporto.

―Ommaaaa... – murmurei de novo e ela puxou o edredom do meu rosto beijando minha testa.

―Channie já está lá embaixo. – ela falou saindo do meu quarto e descendo as escadas.


Joguei a coberta pro lado respirando fundo. Aigoo... Eu queria MESMO dormir mais. Não estava brincando com isso. Coloquei os pés no chão sentindo aquele choque térmico ao constatar aquele piso frio debaixo dos meus pés descalços. Tateei o chão em busca das minhas pantufas e coloquei meus pés nelas me levantando e indo ao banheiro murmurando coisas que nem eu mesma entendi.

Fiz minha higiene matinal e olhei para o relógio. Ela deveria estar brincando comigo, eram 7:30h e eu estava de pé e acordada, no meu aniversário. Eu realmente mereço um presente muito bom.

Desci as escadas rapidamente ouvindo a voz do Channie da cozinha, ele estava fazendo waffles.


―Bom dia, aniversariante! – ele falou sorrindo ao me ver.


Bom, eu realmente amo meu irmão. Acho que o amo mais do que amo qualquer um na família. Ele é o melhor irmão do mundo.


―Bom dia Shik – cumprimentei e ele fez cara de bravo. Parecia um filhote rabugento e contrariado. – O que está aprontando, hein tigrezinho? – perguntei brincando por ele ainda estar com o pajama de tigre, ainda por cima com a touca na cabeça e esfregando o rosto. Adorável.

―Waffles para a aniversariante que agora pode se responsabilizar totalmente pelo seu tigrezinho amado. – ele riu e foi mexer no fogão quando ouviu a omma resmungar algo sobre ele estar queimando as panelas dela.

―Você é mesmo um babo. – Falei mostrando a língua e ele retribuiu.


Alguns minutos se passaram e o Channie havia terminado de preparar meu café. Ele pôs a mesa e eu me senti mais feliz por ter acordado tão cedo. Minha mãe sentou-se ao meu lado colocando uma jarra de suco fresquinho na mesa e eu me senti privilegiada por estar começando o meu dia com minha família. Sorri, como sempre faço em todos os momentos da minha vida, e comecei a me servir, bem a tempo de ver ChanShik cuspir seu leite em meio à um riso ao ver o appa tropeçando com uma grande mala no beiral da escada.


―Marido, não pode fazer isso depois? – omma questionou enquanto Channie ria e eu tentava não rir do pobrezinho que vinha atrás de mim afagando meus cabelos e beijando minha testa.

―Feliz aniversário, princesa. – ele falou arrancando um sorriso espontâneo de mim.

―Obrigada, papai. – falei comendo os waffles semi-queimados do Channie.


Depois do café aconteceu tudo muito rápido. Me lembro de ter ficado cutucando o ChanShik na entrada da garagem enquanto o appa abria o portão para tirar o carro já todo carregado. Nossa casa era grande alias, nossos pais empresários e a casa de três andares em um condomínio nobre não deixava de mostrar o quanto temos uma vida boa.

Entramos nos bancos traseiros para nossos pais nos deixarem no mercado com a lista de compras para a ausência deles e o bilhete das roupas da lavanderia. Por mais que tivéssemos uma boa quantia de dinheiro nossos pais ainda nos criavam sem empregados nem nada. Éramos só nós, vivendo uma vida comum e focada. De forma simples e humilde, apesar do conforto e segurança que eles proporcionavam para nós. Em breve eu começaria minha faculdade e mal esperava para que o Channie se formasse. Seriamos o orgulho do papai e futuros profissionais bem sucedidos para retribuir tudo o que eles têm dado para nós.

Retribuiríamos se tivéssemos a chance. Omma deu um beijo na testa do meu irmãozinho e um na minha. Peguei minha mochila e Channie desceu na frente. Eu ainda parei por um tempo para observá-los antes de sair do carro.


―Não sei se consigo ficar tanto tempo sozinha. – murmurei para minha omma que afagou meu rosto.

―Claro que consegue, meu bem. Você já tem 18 anos e tem que apoiar seu irmão. – ela falou sorrindo com orgulho. – Vai ficar bem até se não nos tiver mais.

―Não diga isso. – pedi rindo e meu pai riu junto.

―Tenha o melhor aniversário de todos. Quando chegar em casa olhe dentro do nosso quarto. Em cima da escrivaninha da sua mãe está o seu presente, ok?

―Pai, não precisava...

―Claro que precisava! Não é sempre que se faz 18 anos, não é? – ele falou e eu assenti.

―Nos vemos em breve? – perguntei.

―Nos vemos em breve.


Errado.


Coloquei os pés pra fora do carro e empurrei a porta. Foram segundos. Nem minutos separaram a minha vida da deles. Foram exatamente 8 segundos. Eu respirei, me virei e ouvi eles dizerem um tchau até o grito de uma moça na rua tomar meus ouvidos assim como o grito de minha mãe e a buzina do caminhão descontrolado que pegou o carro dos meus pais em cheio.

Eu fiquei parada, totalmente sem reação. Eu estava descrente daquilo tudo.

Calma, ChanJi, é sua imaginação. Você fecha os olhos e o carro deles vai estar na sua frente quando você os abrir.

Fechei os olhos com força ouvindo várias vozes desesperadas na rua e algumas buzinas preencherem minha mente, abri-os devagar olhando para o local onde o caminhão estava, com o carro totalmente destroçado e preso debaixo de suas rodas frontais. Olhei para atrás, sentindo meu rosto começar a ficar molhado, e lá estava GongChan parado estático e totalmente sem reação, a única coisa que ele fez foi olhar pra mim e, reparando que eu estava chorando em desespero, correr em direção ao carro gritando por nossos pais.

Foram poucos segundos. Poucos segundos que me tiraram da morte e me fizeram estar aqui com meu irmão para que ele não sofra sozinho.

Mas por quê? Por que meus pais? Por que agora? Por que hoje? É meu presente de aniversário? É isso? Deus me odeia para marcar um dia que deveria ser importante com uma tragédia dessas? Alguém havia tirado meus pais de mim e a partir dali haviam tirado meu sorriso também.


–--

20/11/2010

Eu sentia medo. Sentia mais medo do que nunca. Eu segurava a porta do meu quarto nesse momento e gritava para que GongChan corresse dali, fosse pra longe, buscasse ajuda, sei lá. Eu só queria que meu irmão ficasse bem.

Eu estava até agora tentando imaginar como dois marginais conseguiram entrar em casa num momento desses, quando estávamos aguardando para que os resultados dos últimos negócios de nossos pais antes da morte fossem enviados. Faziam exatamente dois meses e vinte dias que eu havia perdido a maior parte da minha vida e, nem que esses bandidos tivessem que me matar, eu não deixaria que tirassem o resto de esperança que havia no Channie. Ele ainda podia sorrir, então não seria ele que se machucaria. Nunca mais deixaria ele se machucar.


O mais alto puxou meu pulso com força assim que abriram a porta do meu quarto. Eu havia caído e não consegui nada além de chutar o queixo do outro quando comecei a me espernear. Seria difícil me desvencilhar mesmo que fossem só dois deles, afinal eles eram dois homens lá pelos seus 26 anos e eu uma garota de 18 anos que estava mais preocupada em saber se seu irmão havia conseguido fugir do que consigo mesma. Ou estava até sentir uma mão forte rasgar minha camiseta e expor parte da minha roupa íntima. Ele sorriu com malícia e pelo choque eu arrumei forças para me soltar e tentar correr pra janela. Pularia na sacada e seja o que Deus quisesse que fosse do terceiro andar para baixo. Pularia, caso não tivesse sido segurada pelo calcanhar e caído de cara no chão enquanto os dois me arrastavam para o meio do quarto.


―Qual é gatinha? – perguntou o mais alto sentando em cima do meu corpo e me alisando. – Eu só quero brincar. – ele falou e lágrimas de revolta se acumularam no meu rosto.


Eu olhei em volta e vi que o menor descia de novo, talvez tivesse ouvido um barulho. Esperei para que desse tempo dele se afastar e juntei todas as forças que eu tinha para empurrar o corpo do pervertido para longe do meu e dar uma cabeçada em seu nariz quando ele estava passando aqueles lábios asquerosos pelo meu pescoço. Levantei tentando correr de novo e consegui. Fui até o corredor cobrindo meu corpo com as mãos e esbarrei em alguém na escada gritando assustada e torcendo para que não voltassem a me tocar daquela forma. Levantei meu rosto com as lágrimas embaçando a minha vista e vi um olhar preocupado sobre mim.


―Jiji. – Channie chamou subindo as escadas com um taco de baseball na mão. Quando me viu ele parou preocupado. – Jiji... Ele... Ele tocou em você? Ele chegou a fazer realmente algo com você? – ele perguntou com raiva na voz.

Meneei a cabeça negativamente e me soltei de quem quer que fosse que estava ali, indo até meu irmão e o abraçando.


―Só estou com nojo dele.


O estranho tirou sua jaqueta e colocou sobre mim para me cobrir. Pegou o taco da mão de GongChan e foi indo pelo corredor.


―Eu faço questão de acabar com esse depois que você acertou o que está lá embaixo.


Channie riu e me apertou em seus braços deixando que eu chorasse.


―Está tudo bem, eles não conseguiram nada. Eu já liguei pra polícia.

―Quem é esse? – perguntei me referindo ao estranho que nos ajudava.

―Não sei. Um vizinho que apareceu na hora certa aqui e me ajudou a pedir ajuda da polícia. – ele falou calmo e por estar muito assustada não questionei nada. – O taco de baseball foi ideia dele. – meu irmão comentou e eu ri.


Em alguns minutos a polícia chegou e tudo foi resolvido. Tudo, menos o novo trauma que aquela situação havia me causado. Ele me tocou onde eu nem imaginava alguém me tocando, ele me machucou me segurando com força e se apertando contra mim, ele roubou meu primeiro beijo e falou coisas que prefiro reprimir... Ele me deixou com medo de ser tocada de novo, apesar de não ter conseguido consumar suas vontades. Imagino como é para quem passa pela experiência completa. Sinto que parte das pessoas é roubada a cada tristeza, a cada trauma. Assim como roubaram meu sorriso.



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Notas finais do capítulo

Eu não fiz nem metade das coisas que era pra fazer com a Jiji porque a segunda personagem sofrer MUITO mais, então deixa a Jiji.
Bem, conforme forem me mandando fichas e eu descobrindo como desenvolver a história, se é que vão me mandar fichas, eu vou postando os prólogos.
Cada personagem vai ter seus caps em seu POV e com um nome pra diferenciar. Da Jiji é Stolen Smile, dos outros crio conforme a história, mas se pensarem em algo durante a inscrição sintam-se a vontade.