Algum tempo havia se passado. Os novos alunos estavam se adaptando bem ao primeiro ano letivo de Hogwarts, exceto por alguns pequenos problemas, como a dificuldade de Brittany para fazer uma simples pena levitar.

   O time de quadribol da Grifinória ainda estava sem um apanhador. A treinadora Beiste estava cada vez mais pressionando Karofsky, pois se ele não encontrasse ninguém pra colocar no time, não daria para adiar mais o campeonato, e a Grifinória seria eliminada. O capitão começava a ficar tenso.

   - É sério, não sei mais o que fazer.  Ninguém gostaria de ser apanhador.

   - Relaxe, Karofsky, mais cedo ou mais tarde vai aparecer alguém – respondeu Azimio, capitão do time de quadribol da Sonserina.

   - Fala sério, cara, você só tá tranquilo porque não é o seu time... Aliás, pra você seria ótimo se a Grifinória fosse desclassificada, né – disse Karofsky.

   - Eu não. Sei que vou ganhar mesmo, prefiro ganhar jogando – Azimio riu – falando nisso, é melhor eu ir pra mesa da Sonserina, depois a gente se fala!

   Enquanto isso, os três calouros da Grifinória, Mercedes, Rachel e Kurt, estavam sentados ali por perto.

   - Que chato isso de nosso time não ter um apanhador, né? – perguntou Mercedes.

   - Senhorita “Boa-em-tudo”, por que você não tenta? – falou Kurt, se dirigindo a Rachel. Ele e Mercedes riram e bateram com as mãos por baixo da mesa. Era como um cumprimento secreto dos dois.

   - Podem rir o quanto quiserem. Eu sei que eu seria a jogadora perfeita, mas, não, obrigada. Estou muito ocupada.

   - Ocupada com o quê? – Perguntou Mercedes.

   - Vocês não souberam da última? Saiu até no Profeta Diário. – disse Rachel.

   Kurt e Mercedes se entreolharam, curiosos.

   - Parece que esconderam um dos maiores artefatos de todos os tempos aqui no castelo – Rachel começou a explicar.

   - E o que seria isso? – perguntou Kurt

   - Vocês ainda não sabem? – Rachel fez uma pausa dramática - A pedra filosofal!

   - A pedra o quê? O que é isso, branquela?

   - Francamente, vocês não leem as notícias não? É só o que estão falando por aí... Andei pesquisando, parece que essa pedra foi feita por um tal de Nicolau Flamel, e a partir dela, pode-se produzir o elixir da vida!

   - Elixir da vida? Ser jovem pra sempre? Isso seria um sonho! – os olhos de Kurt chegaram a brilhar.

   - E por acaso você sabe onde ela está escondida? – Mercedes perguntou.

   - Ainda não, mas se me derem licença, estou prestes a descobrir. – Rachel se levantou de seu lugar na mesa da Grifinória e saiu do salão principal, como se desfilasse para uma famosa marca de roupas. Ela tropeceu, Kurt e Mercedes seguraram mais uma risada.

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   - Afinal, temos o dia todo livre hoje, o que quer fazer? – perguntou Kurt

   - Não sei, pensei em darmos uma volta... Já estamos aqui em Hogwarts há algumas semanas e ainda não conhecemos a arena de quadribol, podemos ir até lá? – sugeriu Mercedes

   - Não sei, não, Mercedes. Vai que algum time está treinando, podemos acabar sendo atingidos por algum balaço errante, sei lá... Li isso uma vez num livro, que haviam enfeitiçado um balaço pra perseguir um jogador até acertá-lo.

   - Kurt, isso devia ser só uma história, não é de verdade, vamos!

   Kurt e Mercedes então resolveram seguir até a arena. O dia estava lindo, o sol brilhava, não havia nenhuma nuvem no céu, mas havia uma brisa boa, confortável. Quando chegaram, os amigos resolveram pegar um lugar na arquibancada, para aproveitar e assistir o jogo amistoso entre os times da Lufa-Lufa e da Corvinal. A arquibancada estava vazia, exceto por uma garota. A jovem tímida da Corvinal. Eles ainda não tinham falado com ela, então, resolveram ir até lá se apresentar.

   - Oi. Podemos nos sentar aqui com você? – perguntou Mercedes, amigavelmente.

   - Ah, sim, claro.

   - Sou Mercedes, e esse é meu amigo Kurt.

   - Oi, sou Tina – ela respondeu com um sorriso envergonhado.

   - Hmmm, então, Tina, você é da Corvinal, né? – Kurt tentou puxar assunto.

   - Uhum. – Tina apenas sorriu. Ela parecia ser realmente bem tímida.

   - Por que está sozinha aqui?

   - Ah, não, não estou sozinha... Vim acompanhar o Mike, aquele batedor ali – e apontou para um jovem rapaz que jogava no time da Corvinal.

   Tina segurava um exemplar da última edição do Profeta Diário. Kurt reparou e trocou um breve olhar com Mercedes, que entendeu o que ele pensava.

   - Tina... – começou Mercedes – essa é a última edição do Profeta Diário, certo?

   - É, é sim.

   - E por acaso você sabe alguma coisa sobre a pedra filosofal?

   - Pedra o quê? Desculpa, eu não entendi – Tina realmente não tinha entendido.

   - Eu posso dar uma olhada no jornal? – Perguntou Kurt.

   - Hmm, claro – Tina parecia estar estranhando bastante aquilo tudo.

   Kurt pegou o jornal e começou a olhar as notícias, depois de chegar até a última página duas vezes ele tirou os olhos do papel:

   - Não tem nada aqui. Absolutamente nada.

   - Ela nos enganou?! Hell to the no! Ninguém engana Mercedinha aqui.

   - Não só isso, Cedes, ela tá nos escondendo alguma coisa.

   - SERÁ QUE DÁ PRA ALGUÉM ME EXPLICAR O QUE TÁ ACONTECENDO AQUI?!?!?! – De repente a menina tímida não parecia mais tão tímida. Tina estava realmente incomodada em não saber de nada.

   - Ok, é justo, mas precisamos ir, quer vir com a gente? Te conto no caminho – sugeriu Mercedes.

   - Eu, bem, não sei, é que... – Tina olhava para os dois e olhava pra Mike treinando. Ela queria ir com os dois, mas tinha prometido ficar ali esperando Mike. Não sabia o que fazer

   - Vai ou não vai? – Pressionou Kurt.

   - Tá bem, vamos, então, mas me contem o que está acontecendo, hein.

   - Pode deixar, agora vamos logo.

   Os três começaram a descer as arquibancadas correndo. Os acontecimentos que se seguiram foram como flashes, foi tudo rápido demais. Quando chegavam quase na última fileira de assentos, Kurt tropeçou e bateu direto na grade que dava para o campo, mas ela não foi o suficiente pra segurar o garoto. Ele caiu por cima dela. Era uma queda livre de uns dez metros até o gramado. Mercedes e Tina tentaram fazê-lo levitar, mas elas ainda não conseguiam levitar um ser vivo. Kurt bateu de costas no chão, com um baque amortecido pela grama.

   Quando ele abriu os olhos, ambos os times da Corvinal e da Lufa-Lufa estavam em pé ao seu redor, bem como Mercedes e Tina, e a treinadora Beiste, que ao que parecia, estava ali por perto e viu o acidente.

   - Você está bem, garoto? – Perguntou a treinadora

  - Kurt estava prestes a responder, quando sentiu um incômodo em suas calças. Era como se alguma coisa estivesse ali dentro tentando sair. Mercedes parecia meio sem graça. Os meninos dos times começavam a apontar e rir, exceto Sam, que parecia não entender o que estava havendo.

   - Tudo bem aí dentro, cara? – Perguntou Finn Hudson. Ele e os outros meninos riram.

   Kurt levantou o elástico de sua calça, pra ver o que acontecia ali dentro, e quase que na mesma hora, uma minúscula bolinha dourada com asas saiu voando rapidamente dali. Sem muita dificuldade, Kurt a agarrou com a outra mão. Estranhamente, as risadas cessaram. Todos olharam para a treinadora Beiste.

   - Não pode ser! – Ela parecia surpresa. – Você é da Grifinória, não é?

   Kurt estava com bastante dor pra falar, ele apenas tentou um “uhum”

   - Vamos, vou te levar para a enfermaria.

   Kurt olhou para Mercedes e Tina, tentando dizer para que elas continuassem sem ele. Elas hesitaram, mas resolveram ir, por fim.

   Beiste pegou Kurt em seus braços e seguiu em direção à saída da arena.

   - Tinsley – virou-se para falar com o capitão da Lufa-Lufa. Shane era um grandalhão, mas no fundo, não fazia mal nem a uma mosca – Procure Karofsky e mande-o me encontrar na enfermaria imediatamente. Acho que a Grifinória encontrou seu apanhador.