Abri o meu roupão e o deixei deslizar pelo meu corpo, caindo, por fim, no chão. Peguei minha calcinha preta e a vesti, em seguida, pegando meu sutiã, também preto, o vestindo. Fiz um coque frouxo no meu cabelo começando a mexer nas minhas roupas a procura de algo para vestir hoje a noite. Fui interrompida pelo meu celular tocando. Saí do closet e logo o achei em cima da minha escrivaninha:

– Alô?

– Mellanie, já está pronta?

– Ah, oi tio Will! Estou bem sim, obrigado, e você? – Falei sarcástica.

– Desculpe, mas você está pronta?

– Quase... Já me maquiei e tudo, só falta por a roupa.

– Hum... Sobre isso... Olha, será que teria como você ir com uma roupa... Formal? Mas formal, mesmo. Fala pro Justin ir com um blazer, é melhor.

– Tudo bem... Mas por quê?

– Houve uma mudança de planos, nós vamos jantar em um restaurante. Estaremos esperando você e esse Justin lá no saguão.

– Ok, agora deixa eu terminar de me arrumar, bye!

Encerrei a chamada, colocando o iPhone onde estava antes. Voltei para o meu closet, olhando, agora, os meus vestidos. Por fim, escolhi um vestido preto com uns detalhes em renda. Se é pra ir arrumada, vou arrumada, oras. Me vesti e por último coloquei um salto alto preto. Peguei uma das minhas bolsas de mão e coloquei meu iPhone dentro com um pouco de dinheiro.

Pronto! Agora só preciso arrumar uma desculpa pro Justin não ter ido. Ok, isso eu penso no caminho. Apaguei a luz do quarto e saí, fechando a porta. Peguei minhas chaves em cima da mesinha, as colocando dentro da minha bolsa e abri a porta.

– Justin? – Perguntei confusa, vendo-o na minha frente.

– Ah, oi. – Coçou a nuca. – Eu ia tocar a campainha agora.

– Não sei se você lembra, mas eu tenho um jantar para ir agora e uma desculpa para inventar, devido a ausência do meu “namorado”. – Falei fria, fazendo aspas com os dedos, quando disse “namorado”.

– Por isso que eu vim aqui. – Suspirou. - Você quer que eu vá?

Suspirei.

– Infelizmente, sim. – Fechei meus olhos por breves segundos. – Se você for, precisa se trocar logo. Já são 19h40min.

– Falando nisso, você está linda, Mellanie. – Falou olhando profundamente nos meus olhos. Confesso que corei um pouco, mas pelo menos consegui evitar um sorriso bobo se formar nos meus lábios.

– Obrigado. – Desviei meus olhos.

– Vamos? – Perguntou.

– Uhum. – Murmurei o seguindo a caminho do elevador que rapidamente chegou. Não demorou muito e já estávamos no seu andar, afinal, era apenas um acima do meu. Esperei ele abrir a porta do seu apartamento, para eu poder entrar. – Coloca um blazer, o jantar não vai mais ser na casa da Lizzie.

– Por quê?

– Não sei... Meu tio apenas disse que vai ser em um restaurante e que era pra colocarmos uma roupa mais formal. – Dei de ombros.

– Tudo bem. – Assentiu me olhando atentamente. Coloquei uma mecha do meu cabelo que caiu no meu olho, atrás da orelha. Cocei o meu braço, incomodada, percebendo que ele media cada mínimo movimento meu.

– O que foi? – Perguntei um tanto quanto irritada com a sua atenção depositada em mim.

– Olha, Mellanie, me desculpa por hoje mais cedo. – Coçou a nuca. – Eu estava com raiva do professor que me expulsou da sala. – Bufou. – E depois ainda veio a Jasmine, aquela líder de torcida que você me viu conversando, me convidando para ir pra casa dela e, bom, eu recusei. – Passou a mão no cabelo.

– E o que isso tem haver...

– Ela falou que eu mudei. – Me interrompeu. – Falou que eu não sou mais o mesmo Justin, que eu tava parecendo um viadinho apaixonado. – Revirou os olhos. – Perguntou até se eu virei gay! – Bufou. – Me desculpa. Eu pensei um pouco no que ela disse e... – Fez uma pausa me encarando. – Eu realmente não fico com ninguém, a não ser você, há muito tempo. Confesso que por um breve momento, pensei que a culpa da minha mudança era sua. – Já ia abrir a boca para protestar, porém me cortou novamente: - Mas a culpa não é sua, é minha. Você não está me obrigando a ficar com você, nem está me impedindo de ficar com outro alguém. Eu que não estou precisando. Então, por favor, me desculpa?

Mordi meu lábio inferior. Por que não consigo ficar com raiva dele? Isso não é justo! Suspirei vendo que um sorriso já tinha se formado nos meus lábios. Imediatamente Justin sorriu também me puxando pra um abraço. Passei meus braços pelo seu pescoço e ele enlaçou a minha cintura, me apertando fortemente. Afundei minha cabeça na curva do seu pescoço inalando seu cheiro magnífico.

– Você precisa se trocar. – Sussurrei. Percebi que minha respiração batendo contra o seu pescoço o arrepiou.

– Eu sei. – Resmungou, afrouxando o aperto do abraço.

– Vamos, eu te ajudo. – Me soltei dele lentamente, lhe dando um selinho em seguida.

Puxei ele até o seu quarto, onde imediatamente adentrei o seu closet, procurando por uma roupa. Peguei uma camisa preta, jogando na mão do Justin que estava parado ao meu lado. Em seguida, peguei um blazer preto e por último uma calça cinza.

– Justin... – Parei de falar vendo que ele estava apenas de box, colocando a camisa.

– Sim?

– Ah... – Balancei a cabeça levemente. – Toma. – Lhe entreguei todas as peças de roupas que estavam na minha mão.

– Obrigado. – Vestiu a calça e o blazer rapidamente.

Me aproximei arrumando o blazer.

– Vai deixar aberto? – Perguntei.

– Uhum. – Murmurou passando os braços em volta da minha cintura e me dando um selinho.

– Coloca o sapato e vamos. – Me afastei dele.

– Que chata! – Resmungou puxando meu braço, fazendo com que nossos corpos se chocassem.

– Não sou chata! Só não dá tempo agora, vamos. – Respondi rapidamente desviando o olhar.

Suspirou soltando meu braço e passando por mim. Me virei, vendo-o sentado em uma espécie de pufe, colocando seu sapato. Cruzei meus braços saindo do closet, voltando para a sala. Olhei para trás vendo o Justin saindo do corredor, bagunçando o cabelo com as mãos. Desviei rapidamente o olhar, abrindo a porta e passando pela mesma. Esperei o Justin apagar a luz da sala e trancar a porta, para irmos até o elevador. Apertei o botão do elevador, esperando-o chegar, o que não demorou muito. Entramos e novamente apertei o botão para a portaria.

Assim que o elevador parou, senti o Justin pegar a minha mão delicadamente. Saímos do elevador, calmamente. Avistei o meu tio sentado junto de uma mulher e outro homem, em umas poltronas que tinham, junto de um sofá e uma mesinha de centro.

– Estão atrasados dois minutos. – Reclamou meu tio. Revirei os olhos.

– Tanto faz. – Murmurei.

– Bom, Mellanie e Justin, esses são Lizziane e Richard, minha filha e seu noivo. E Lizzie e Richard, esses são Mellanie e Justin, minha sobrinha e seu namorado. – Cumprimentei todos educadamente.

– Vamos? – Perguntou a Lizzie.

– Claro! Mellanie, vocês vão com a gente? – Perguntou meu tio.

– Não precisa, o Justin segue o carro de vocês. – Respondi.

– Tudo bem. – Deu de ombros.

Caminhamos todos silenciosamente para a garagem do prédio. Assim que foi possível avistar a Range Rover do Justin, ele destravou o carro. Entrei no banco do passageiro e o Justin no do motorista, obviamente. Assim que o carro onde estava meu tio saiu da garagem, Justin ligou o carro, o seguindo.

Depois de andarmos por algumas ruas desconhecidas por mim, chegamos em um restaurante. Justin parou o carro em frente ao restaurante e saiu. Respirei fundo e me virei para sair, vendo que o Justin tinha aberto a porta e me estendia a sua mão. Segurei na mesma, descendo do carro. Enquanto eu observava os detalhes da estrutura do lugar, Justin entregou a chave ao manobrista. Olhei em volta, vendo meu tio perto da porta de entrada, conversando com dois homens de terno. Bufei. Sabia que ele não tinha vindo até aqui pra nos visitar. Segurei na mão do Justin e me aproximei deles.

– Mellanie! Justin! Esses são Anthony e Robert, e suas esposas, Katherine e Elena. – Nos apresentou os dois homens de terno e as duas mulheres ao lado de cada um deles. – Senhores, esses são Mellanie e Justin, minha sobrinha e seu namorado.

Todos se cumprimentaram e minutos depois já estávamos sentados em uma mesa redonda, com taças de vinho e água. Bom, eu e Justin apenas com água, afinal, ainda não podemos beber.

– Mellanie, não me mate, mas foi o único meio que achei para conseguir fazer você vir. – Sussurrou meu tio, que estava sentado ao meu lado.

– Você sabe que eu odeio essas coisas. – Sussurrei em resposta.

– Eu sei, mas um dia metade dos negócios da família serão seus e você precisa começar a participar de tudo. – Explicou-se.

Suspirei. Olhei para o Justin que conversava com o Robert, Richard e Anthony. Segundos depois meu tio já estava na conversa, junto deles. Lizziane, Katherine e Elena conversavam sobre moda, dinheiro, maquiagem, roupas, unha, esmalte, enfim, sobre essas coisas chatas que eu não estava com a mínima vontade de saber. É, definitivamente, eu estava sobrando.

– Mellanie? – Ouvi Justin me chamar.

– Oi? – Balancei a cabeça negativamente. – Desculpa, estava pensando em algumas... Coisas. – Sorri amarelo.

– Tudo bem. – Sorriu e voltou a falar. Dessa vez eu participava sobre o assunto.

[...]

– Obrigado Justin! Mesmo. – Agradeci enquanto esperávamos o manobrista pegar o carro.

– Não foi nada. – Sorriu. – Até que foi... Legal.

– Tudo bem, eu sei que não foi. – Ri fraco. – Esse povo da alta sociedade é um saco.

– Eu sei. – Passou um braço em volta da minha cintura.

– Falando nisso, não sabia que você conhecia todos esses assuntos... Não sei como explicar, só que... Sei lá! Isso não é muito a sua cara. – Me embolei, fazendo-o rir.

– Minha mãe. – Coçou a nuca. – Ela é uma advogada muito bem... Sucedida. – Suspirou. – Meu pai era, antes de se envolver com bebidas, um homem da alta sociedade. Minha família tem dinheiro. – Sorriu tristemente. – Mas depois que ele virou alcoólatra largou tudo. Começou a pegar coisas de casa pra poder vender e comprar bebidas. Passou a viver do dinheiro da minha mãe. – Revirou os olhos. – Não sei por que ela ainda não largou ele. Eu sei que geralmente os filhos torcem pros pais ficarem juntos, mas na minha situação, o melhor para a minha mãe é se separar dele. – Fez uma pausa, respirando fundo.

– Sinto muito por tudo, mesmo. – Sorri amigavelmente o abraçando.

– Eu também. – Me apertou forte.

– Bom, então isso explica você ter um carro caro, um apartamento lindo em um prédio caro e roupas de marca, sendo que você não trabalha e saiu de casa. – Ri fraco.

– Mas por que você não me disse que sua família era dona dessa empresa? – Perguntou partindo o abraço.

– Sei lá. Não achei importante. – Dei de ombros.

– Vamos. – Me chamou vendo o homem chegando com o carro.

[...]

Acordei sentindo beijinhos no meu rosto. Abri apenas um olho me deparando com o Justin, que assim que percebeu que eu acordei me deu um selinho.

– Bom dia! – Sussurrou saindo de cima de mim.

– Bom dia. – Bocejei me levantando e indo direto para o banheiro.

Abri a torneira, fazendo uma conchinha com as minhas mãos e a enchendo de água. Molhei o meu rosto, despertando-me um pouco. Em seguida peguei minha escova, passei a pasta e escovei os meus dentes. Arrumei um pouco o meu cabelo com as mãos e saí do banheiro, voltando para a minha cama, onde o Justin estava deitado vendo TV.

– Justin? – Chamei sua atenção, me deitando ao seu lado.

– Sim? – Passou os braços em volta da minha cintura, me puxando para cima dele.

– Como você entrou aqui? – Perguntei confusa.

– A porta estava aberta, sua louca. – Riu.

– Sério? – Apoiei o meu queixo no seu peito o olhando atentamente.

– Uhum. – Murmurou.

– Eu realmente preciso aprender a trancar portas. – Ri junto dele.

– Falando nisso, acho que você deveria trancar a porta. – Sorriu malicioso.

– Hum... Mas por quê? – Me fiz de desentendida.

– Minhas intenções no momento não são muito puras, Mellanie. – Se sentou na cama, fazendo com que eu ficasse com uma perna em cada lado do seu corpo. Assim que me dei conta, seus lábios já estavam grudados no meu em um beijo.

Levei minhas mãos até o seu cabelo, puxando levemente alguns fios, enquanto suas mãos seguravam fortemente a minha cintura. Antes que ele pudesse aprofundar o beijo, me levantei de seu colo indo rapidamente até a porta a trancando. Encostei-me na porta, vendo o Justin se levantar e andar na minha direção.

– Satisfeito, senhor Bieber? – Perguntei.

– Muito. – Falou com uma voz rouca extremamente sexy, me fazendo morder o meu lábio inferior.

Mal tive tempo de pensar em qualquer outra coisa e nossas bocas já estavam coladas. Passei os meus braços em volta do seu pescoço, sentindo-o enlaçar a minha cintura. Pedi passagem para a língua, a qual ele imediatamente cedeu. Nossas línguas brigavam pelo controle dentro de nossas bocas. Senti Justin dar alguns passos para a frente, me levando junto e fazendo com que minhas costas batessem na porta. Descolamos nossos lábios para recuperar o ar, e ele, sem perder tempo, desceu os beijos para o meu pescoço. Me arrepiei ao sentir seu hálito fresco batendo contra o local. Puxei sua cabeça para cima, selando nossos lábios novamente. Senti suas mãos descerem da minha cintura, até as minhas coxas. Por reflexo, fiz impulso para cima, enlaçando as minhas pernas em sua cintura. Descolou nossas bocas, beijando minha bochecha e descendo os beijos para o meu pescoço. Senti ele morder o local, me fazendo fazer impulso para a frente, colando ainda mais nossos corpos. Ele deu alguns passos saindo de onde estávamos, senti minhas costas baterem contra a cama, enquanto ele tirava a sua blusa, a jogando em qualquer lugar. Passei minha língua pelos meus lábios, vendo-o subir lentamente em cima de mim. Sorri sentando na cama e o puxando para ficar entre as minhas pernas. Enlacei novamente a sua cintura, me deitando. Suas mãos, ágeis, retiraram a minha blusa, a jogando perto de onde estava a sua. Sua boca rapidamente procurou pela minha, selando-a com urgência. Enquanto nossas línguas brincavam uma com a outra, dentro de nossas bocas, suas mãos passeavam pelo meu corpo, alternando entre apertar a minha bunda e as minhas coxas. Nos separamos ofegantes. Aproveitei para pegar um pouco de ar, enchendo meu pulmão. Seus lábios tocaram meu ombro, descendo para o meu colo. Seus dedos contornaram o meu corpo, da minha coxa até a curva do meu seio. Soltei um gemido baixo, sentindo seus dedos tocarem lentamente meu seio esquerdo. Sua mão começou a massageá-lo enquanto sua língua tocava o direito. Puxei seus cabelos, fazendo-o levantar a cabeça. Selei nossos lábios com força e urgência. Ouvi uma música soar, fazendo o Justin bufar.

– Jus...tin. – Disse com dificuldade, enquanto ele distribuía beijos pelo meu pescoço.

– Hum? – Murmurou mordendo minha mandíbula.

– Atende. – Puxei seus cabelos, fazendo-o descolar seus lábios da minha pele.

Bufou saindo de cima de mim e caindo ao meu lado na cama. Pegou seu celular no bolso da calça:

– Alô?

– ...

– Não, eu não estava dormindo.

– ...

– Vou ver com a Mellanie, espera aí. – Tirou o celular da orelha. – A Caitlin ta chamando a gentes pra passar o dia na casa dela. Os meninos também vão.

Apenas assenti me sentando na cama e me levantando. Passei meus olhos pelo quarto, procurando pela minha blusa. A encontrei no chão, perto da escrivaninha. Vesti a minha blusa e peguei a do Justin, que estava em cima da escrivaninha, voltando para a cama. Sentei na cama, o esperando encerrar a chamada.

– Que horas é pra gente ir? – Perguntei.

– Depois do almoço. – Deu de ombros, me puxando e fazendo com que eu caísse em cima dele.

– Parece que está todo mundo contra a gente. – Sussurrei aproximando nossos rostos.

– Concordo com você. – Sussurrou com sua voz rouca.

Ri fraco lhe dando um selinho.