Two Worlds Collide escrita por Lucy in the Stories


Capítulo 2
Please Be Mine (Capítulo Final)


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem :)



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               Demi apenas riu da minha proposta.

               - Eu estou falando sério. – Falei enquanto me virava de barriga para baixo, cruzando meus braços em sua barriga.

               - Selena, eu sou apenas uma prostituta. – Falou, olhando para o teto.

               - Eu acho que você é muito mais que isso.

                Eu não conhecia Demi. Não sabia se esse era mesmo o nome dela, não sabia sua idade, nada. Mas senti que tínhamos uma conexão tão grande, que não poderia deixar ir embora.

               - Pare de se fazer de boba. – Disse com a voz séria. – Eu sou uma ninguém. Uma ninguém! – Nesse momento, ela se levantou da cama, e ficou em pé na minha frente, fazendo com que eu me sentasse. - Olhe para o que eu sou! Eu dou para pessoas que eu nem sei o nome só por dinheiro! – Lágrimas corriam pelo seu rosto de marfim, mas não fez com que parasse de falar. – Eu sou um fracasso na vida. Minha mãe não fala comigo, meu pai tirou toda a herança que eu teria, minha irmã mais velha me chingou tanto por anos, até aceitar o que eu faço, e quando aceitou, parou de falar comigo. A única pessoa que se importa comigo é minha irmã mais nova, que vem me visitar vez ou outra. Minha mãe a deixa na porta da minha casa e faz a coitada esperar cinco minutos após ter saído para poder tocar a campainha.

               As lágrimas rolavam livremente sobre seu rosto. Levantei-me e a puxei para um abraço. No começo ela não retribuiu, mas quando a abracei mais forte, ela se deixou levar e me abraçou, ainda chorando, no meu ombro.

               - Eu acredito que você é muito mais que isso. – Falei, quando suas lágrimas diminuíram. – Podemos ir para Phoenix. Eu posso abrir um escritório de advocacia e você faz alguma faculdade. – Eu fazia carinho em seu cabelo, acalmando-a.

               - Por que eu? – Demi disse, afastando-se de mim, limpando suas lágrimas com a própria mão.

               - Eu... – Eu não sabia. Eu realmente não sabia o porquê. – Eu... Apenas senti. – Sorri. – Senti uma grande química entre nós duas. Veja: você já transou com alguém, depois ela pediu para fugirem juntas, e você começou a chorar e contar sobre o que você acabou de contar?

               Demi negou com a cabeça.

               - Vamos. Estou te dando uma oportunidade de ser alguém. Você não quer isso?

               Continuava calada, suas lágrimas haviam parado, mas seus olhos ainda vermelhos.

               - Eu te busco amanhã de manhã com um caminhão de mudanças, tudo bem? Pegue o necessário, eu vou pegar bastante coisa minha...

               - Não. – Falou com o rosto baixo.

               - Desculpe?

               - Selena, saia.

               - O que houv...

               - Pare de bancar a boazinha, escutou? – Demi gritava. – Nada nem ninguém pode mudar o fato que eu sou uma prostituta, que eu não valho nada!

               - Demi...

               Mas era impossível. Demi já estava colocando sua pequena roupa novamente, e saindo do quarto, me deixando sozinha.

               Eu fiquei ali, parada, sem reação. Como eu poderia me casar no dia seguinte, sabendo que traí um namoro de mais de cinco anos, e pedido para fugir com uma prostituta que eu transei em uma noite? Eu não agüentaria todo esse peso nas costas.

               Coloquei de volta meu vestido, e fui em direção ao frigobar do quarto, em busca de cerveja. Bingo. Vodka. Melhor ainda. Enchi metade de um copo, e o bebi em um gole. Não me importei com a bebida arranhando minha garganta. De certo modo, eu estava me sentindo melhor.

               Saí do quarto, e quando abri a cortina que dava para o palco, pude ver de relance que todas ali estavam bêbadas. Taylor com uma stripper em seu colo, e Miley nem se havia sinal. Ashley poderia estar bêbada, mas parecia a menos bêbada do local.

               - E ai gata. – Disse a loira, passando um de seus braços em meu pescoço, o outro estava com a mão ocupada por um copo de bebida. – Tá com cara de que acabou de ser comida legal.

               É. Só estava com cara mesmo de que estava nem tanto bêbada assim.

               - Ashley... – Tentei, mas logo fui interrompida.

               - A garota lá, a que você pegou, bem gostosa. Mas quando saiu, nem olhou na minha cara. Acho que foi embora.

               Não a culpo de ter ido embora. Afinal, eu, a “principal” da festa, havia a chamado para fugir comigo.

               Ignorei Ashley, que continuava falando bobagem, e fui em direção a Taylor.

               - Tay... – Disse tocando seu ombro, ignorando totalmente a stripper em seu colo.

               Quando ouviu minha voz, Taylor fez um sinal para que a mulher saísse de seu colo, e apontou para uma cadeira para mim.

               - Diga, querida. – Falou. Pelo visto Taylor não estava tão bêbada. Só estava se divertindo, mesmo.

               Contei tudo para ela. Embaralhando algumas palavras, tremendo ao lembrar o toque de Demi. Mas contei. Taylor apenas falou:

               - Vamos.

               A loira chamou um táxi para nós duas, e fomos direto para a minha casa. Meu noivo não morava comigo. Podíamos viver muito um na casa do outro, mas por minha decisão, não morávamos juntos.

               Fomos direto para meu quarto, nos trocamos dificilmente, mas quando estávamos prontas, deitamos em minha cama de casal.

               - Você não deveria casar. – Taylor disse, deitada de lado virada para mim. – Eu sempre te disse isso e continuo dizendo. Eu não gosto de Brian. Como seu amigo, talvez, mas não como marido.

               A loira me puxou para um abraço.

               - Fuja de qualquer jeito. Eu sempre irei te visitar. Mas você não o merece. E principalmente agora. Te conheço, e você não conseguiria viver com o fato de ter traído alguém.

               Taylor estava certa. Eu não conseguiria. Mas talvez eu estivesse tão cansada, que apenas sussurrei um “obrigada” e fechei meu olhos.

               Acordei com Taylor falando em meu ouviu.

               - Você tem visitas.

               - Que horas são? – Perguntei, me espreguiçando.

               - Onze horas da manhã. – Riu.

               Eu não tinha idéia de que horas eu havia ido dormir no dia anterior, mas eu não estava só cansada fisicamente, mas sentimentalmente.

               - Me deixe. – Murmurei.

               - Você vai gostar de ver essa pessoa. – Taylor estava sorrindo. O que significava uma coisa: Minha mãe.

               O que estranhei um pouco. Minha mãe adorava me acordar. Mas ignorei este fato, e desci as escadas com a minha calça de moletom e camiseta regata, sem sutiã. O cabelo extremamente bagunçado (podia sentir), e não queria saber como meu rosto estava. Bonito é o que não era.

               Quando abri a porta da casa, não consegui ver direito quem era; além de estar sem meus óculos, o sol estava diretamente em meus olhos.

               - Olá, noiva. – Gritou a pessoa na calçada da minha casa.

               Pensei que meu coração sairia pela minha boca. Demi estava parada ali, mas dessa vez com uma roupa que cobria grande parte do corpo. Com o tempo, minha vista ficou acostumada e pude ver que Demi estava com grandes camadas de roupas pretas, lenço no pescoço, jaqueta de couro, calça jeans, e um rayban preto, totalmente diferente de como a tinha visto na noite passada. Atrás dela, um caminhão.

               - Acho melhor você pegar seus móveis, se não chegaremos tarde em Phoenix. – Pude ver um sorriso em seu rosto, o que fez abrir um sorriso em meu rosto também.

               Não hesitei em ir correndo aos seus braços, que estavam abertos quando a alcancei, e abraçá-la.

               - Pensei que não iria. – Falei, ainda em seus braços.

               - E não ia. – Falou. – Mas ai eu percebi que você foi a única pessoa que me disse que eu era muito mais do que aquilo.

               Olhei para seus olhos com os óculos, e os tirei para poder vê-los, e vi seus brilharem. Agarrei-me em seu pescoço, e lhe dei um beijo. Um beijo de desejo, de vontade. E quando me afastei, Demi sorriu, e bateu em minha bunda dizendo:

               - Agora entre, escolha seus móveis, vamos. E, ah, você está linda. – Disse a última frase rindo.

               Estávamos entrando na casa quando Demi perguntou aonde iríamos morar. Falei para ela que minha mãe tem uma casa extra lá, que nunca vendeu, caso eu desistisse de Los Angeles.

               Pegamos alguns móveis, com a ajuda de Taylor e meu vizinho. Tive que tomar banho e tirar toda a sujeira da noite passada de mim, Demi, o tempo todo, ao meu lado. E quando ela fechou a porta do caminhão, olhou para mim.

               -Está pronta para começar uma nova vida, Selena?

               - Prontíssima, Demi.

               A de preto sorriu para mim e selou um beijo doce em meus lábios.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Reviews?
Não resisti e postei rsrrsrs
Novamente: me desculpem prostitutas.