A Vingança de Allison Castellan escrita por Queen Julia


Capítulo 15
13. Tarde demais para se desculpar.


Notas iniciais do capítulo

Nem sei o que dizer...



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Acordei com alguém sacudindo o meu ombro. A minha dor de cabeça me fez continuar sem me mecher.


No segundo depois eu estava no chão.



– Ai! – reclamei abrindo os olhos. Um Nate com um olhar reprovador me encarava.



Meu pescoço doia por eu ter dormido na rede de fora da cabana.



– Por que você me derrubou? – perguntei ainda com sono.



– Você já deveria estar arrumando a sua mochila, partiremos depois do almoço. – falou.



– Shhh... Fala mais baixo. Eu já te disse, eu vou sozinha. Sei muito bem cuidar.



– De acordo com o que eu vi ontem você não sabe se cuidar.



– O que quer dizer?



– Não se lembra?



Fiz que não com a cabeça. Nate deu um suspiro e se sentou na rede.



– Você estava completamente bêbada. Chegou gritando perto do meu chalé. Eu te segui e você estava gritando com Thalia. – contou.



– O que eu dizia? – perguntei olhando para baixo envergonhada.



– Algo como, que você desejava que ela nunca tivesse voltado.



Era mentira. Thalia ter voltado parece que foi a melhor coisa que me aconteceu nesses últimos anos. Mas o único motivo de eu sonhar com a volta de Thalia, era Luke. Eu sonhava que um dia eles iriam se casar e que viveriam felizes para sempre.



– Você tá bravo comigo? – perguntei me sentado ao seu lado.



– Confesso que mal te reconheci. – falou.



Fechei os olhos com força. A última coisa que eu queria era magoar Nate, e eu sabia que ele estava magoado.



Acho que é por causa de toda aquela história com a mãe dele. Nate também era novo quando veio para o acampamento, aproximadamente 6 anos.



Ele é só mais um dos casos de meios sangues que vieram parar aqui órfãos.

A maioria das vezes é culpa dos Deuses, eu disse maioria? Eu quis dizer todas.



Isso realmente me deixa irritada. Eles se divertem com mortais por um tempo e depois os deixam com filhos para criar. Não sei de quem eu mais sinto pena. Dos filhos que vão crescer sem um pai ou sem uma mãe. Ou dos mortais, que acharam que tinham alguém que os amassem. No fim todos acabam da mesma maneira.



Abandonados.



Apolo é um ótimo exemplo. Encanta milhares de mulheres, as engravida e depois parte, simples assim.



A mãe de Nate tinha somente 17 anos quando engravidou. 17 ANOS!!! Depois que Nate nasceu, Apolo os deixou. Isso levou a mãe de Nate para o mundo das drogas.



E o resto é fácil de adivinhar. Ela morreu de overdose, e Nate viveu em um orfanato até um Sátiro o encontrar e o trazer para o acampamento.



– Você me odeia. – conclui.



– Eu não te odeio. – falou rapidamente. – Só achei que você era mais forte que isso.


È claro que ele me odiava. Ou pelo menos me odiou naquele momento.



Deito a minha cabeça em seu ombro.



– Eu não sou algo que você pode consertar. Sabe disso não sabe?



Ele não me respondeu.



– Não vou conseguir fazer você mudar de ideia quanto a ir comigo né?



– Não.



Bufei e me levantei indo para dentro da cabana.



– Vai falar com a Thalia antes de ir? – Nate perguntou atrás de mim.



– Você vai me dar outra escolha?



Quando me virei percebi que ele já havia ido embora.



Fui caminhando entre os chalés até chegar ao de Zeus. Todos os campistas estavam no refeitório, mas sabia que se alguém me encontrasse aqui acharia que eu estava vindo matar a Thalia, por isso entrei pela janela de trás.



Assim que entrei a primeira coisa que eu vi foi a enorme estátua de Zeus. Admito aquele olhar era assustador. Parecia que os olhos me seguiam para onde quer que eu fosse.



Logo me recompus e mostrei o dedo do meio para a estátua. Um tempo depois Thalia entrou.



– O que você está fazendo aqui?



Fiquei em silêncio a encarando.



– Se veio pedir desculpas, pode ir embora. – falou.



– Não vim aqui para pedir desculpas.



– Para que então?



– Thalia... – engoli em seco – Eu não sei o que vai acontecer daqui para frente. Nem sei se vou conseguir voltar viva para cá. Você precisa saber que aquilo que eu disse não era verdade.



– Acredite em mim você não é a primeira pessoa que me magoa e certamente não será a última.



Eu não entendo as pessoas desse lugar. Querem que eu fique calma mas também não param de me provocar.



– Você não foi a única a sair magoada dessa história.



– Tanto faz. – ela disse indo em direção a porta.



– O que você quer que eu faça? Fingir que nada aconteceu? – gritei.



– Siga em frente Allison, você nem percebe mas vai acabar vivendo presa ao seu passado.



– Seguir em frente? Como você fez? Foi por isso que você se tornou uma caçadora de Ártemis, certo?



– O que quer dizer com isso?



– Eu te conheço a minha vida inteira! Você sempre foi apaixonada por Luke e mesmo assim não fez nada! Você só ficou olhando meu irmão morrer.



– Eu entendendo que é difícil para você, mas...



– Você não entende, não sabe o que é perder um irmão.



Por algum motivo isso a afetou. Fez uma careta de raiva e saiu batendo o pé.



È a segunda vez que me deixam falando sozinha. Qual é o problema com esses semideuses?



Ou talvez o problema seja eu...



Não não não! Com toda certeza são eles.



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