Show Me What Im Looking For escrita por xDropDeadx


Capítulo 1
O cara da prancha alugada


Notas iniciais do capítulo

Mais um romancinho bobo de verão.
Primeira fanfic do a7x;
Apesar de ser cedo ainda, já quero que me digam o que acham... Sendo assim continuarei, ok? *-*
Vamos de primeirão *o*
aiquemedo



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UM.

A água já podia salgar a boca daqueles que já se encontravam aproveitando a sensação do corpo imerso ao mar. Especialmente ela. Sua prancha deslizava pela água calma e seus braços serviam de remo para o mesmo. Seu corpo relaxado, esquecido no oceano. Só ali ela se encontrava. Seus instintos naturalmente nascidos para as águas da Califórnia. Era como se ela e o mar fossem almas gêmeas que podiam se conectar apenas com pequenos toques. No entanto, um dom totalmente distinto de qualquer outra mulher a flor da idade. Lizzy era essa garota de vinte e três anos que se entregou a cidade que tanto amava e ao mar que a acolheu como uma mãe acolhe o filho assim que acaba de nascer. Lizzy Marie era serena, tinha os olhos de esmaraldas verdes, morava a beira da praia e venerava o oceano mais do que tudo que já teve posse.

O mar naquela manhã estava inteiramente calmo, a brisa era leve e isso acontecia em conseqüência. Seus braços cansados foram largados inertes de cada lado do seu corpo repousado sobre aquela prancha de fibra azul. Deitou-se sobre ela como uma pessoa se deita em sua cama, e ficou a observar o céu azul ser engolido por relexos amarelados do sol.

– Lizzy! - escutou seu nome ser chamado por uma voz conhecida. Com cuidado tentou se arrumar certamente sobre a prancha, mas não obteve muito sucesso. A maré havia se transformado subitamente em uma onda e pela força da água a garota fora mergulhada ali.

– Noan, caramba. - reclamou.

– Não é minha culpa Izzy. Você estava distraída demais... Aconteceu alguma coisa?

– Não, só estava relaxando.

Noan continuara sentado em sua prancha, assim como Lizzy fazia o mesmo agora. A mesma encarava a imensidão oceânica atrás de si, esperta a qualquer onda sobrenatural que pudesse aparecer.

– O Tyler vai fazer um luau hoje e disse pra eu chamar você. Vamos? Eu passo aqui pra te buscar.

– Não tenho certeza... Tenho muita prancha pra shapear.

– Ah Izzy! Para de pensar só em trabalhar. Faz tempo que você não sai com a galera... Eles estão sentindo sua falta.

– Vou pensar, ok?

O garoto torceu a boca em descontento, mas vendo que não podia simplesmente obrigar a amiga, deixou que tomasse suas próprias decisões sem pressão. Lizzy era muito relaxada, quase anormal comparada aos demais amigos elétricos que tinha. A única coisa que tinha em semelhança a eles era, com certeza, o surf.

– Vou nessa... Me liga se resolver ir.- piscou e saiu ao remo.

Lizzy ainda ficou um tempo sobre a prancha, apenas sentindo metade das pernas frescas dentro da água. Estava em uma distancia boa da margem, e tinha esperança que alguma onda lhe aparece-se para que pudesse pegar carona, mas estava difícil.

A garota observava à areia onde crianças já brincavam e mulheres se bronzeavam, mas algo ainda dentro do mar chamou sua atenção. Ela riu pra si ao ver um ser tentanto ficar em pé sobre a prancha. A onda ali, ao contrário donde ela estava, quebrava violenta. Ao observar melhor - com toda atenção que podia ter - o garoto inexperiente brincando em cima de algo que pra ela era simplesmente a coisa mais importante que existia, se preocupou. O mar ali se tornara raivoso para acompanhar o vento que já soprava forte, e ele não iria receber ajuda caso precisasse, porque, aliás, alguns outros rapazes - que deveriam ser seus amigos - se encontravam perto da beira apenas olhando e gargalhando de seus tombos.

– Vamos Johnny! É uma aposta, sabia? Tem que pegar uma onda, ou então terá que sair com a Lacey de novo! - Brian gritava com seu amigo, que se martirizava ao extremo para conseguir apenas ficar em cima da prancha.

– Cala a boca Haner! Você sabe que isso é difícil... - retrucou, tentando se equilibrar em cima da mesma que voava pra cima com suas tentativas frustradas.

– Você é um bixa, Christ! Nem pra ficar em cima duma prancha serve! - Zacky se intrometeu sentando-se a areia para chupar seu sorvete.

– Gente, vocês não conseguem entender? Ele é pequeno demais pra isso. - Matt brincou, arrancando gargalhadas dos amigos ao seu lado e resmungos do outro ao mar.

O vento soou forte por ali, e as ondas foram quebrando com vagarosidade. Johnny ainda não tinha desistido, e estava totalmente disposto a chegar até a margem sobre aquela prancha alugada. Ao contrário dos amigos que já estavam impacientes e um tanto descrentes de verem as tentativas nulas do pequeno, se sentaram na areia para aproveitar os raios solares californianos que não viam há tempos.

Eram cinco, mas Jimmy estava correndo atrás de patos no parque mais próximo. Zachary Baker, mas conhecido agora como Zacky Vengeance. Matthew Sanders, apelidado desde a adolescência de M. Shadows, por conta de roupas escuras e lápis de olho que abarrotavam o seu próprio, verde. Brian Haner que agora preferia ser chamado de Synyster Gates. E por fim o ultimo, mas não menos importante: Jonathan Lewis Seward, o Johnny Christ que não manjava nada de surf. Todos melhores amigos, facilmente chamados de família. Tinham personalidades diferentes, mas uma única influência, com a qual os define quem são hoje. Roqueiros famosos mundialmente que viviam mais dentro de um ônibus do que suas próprias casas em Huntington Beach. Fazia apenas uma semana que a banda Avenged Sevenfold havia voltado de uma turnê pela Europa, e agora estavam aproveitando o máximo de suas férias merecidas.

Socorro!– se assustaram ao escutar os gritos estridentes do amigo, que se embolava numa onda um tanto grande demais para aquele clima. Antes que saíssem correndo para salvá-lo do afogamento, viram uma garota saltar de sua prancha para fazer o trabalho.

Com um pouco de dificuldade ela puxou seu tronco para cima da fibra resistente, mergulhando logo em seguida para soltar o strep de seu tornozelo. Johnny agarrou a sua prancha como se fosse depender daquilo para viver, o que não fugia muito da realidade se não fosse pelo fato de que naquela altura ele já havia sido arrastado naturalmente até a beira, onde seus amigos o puxaram rapidamente para areia.

A garota vendo a prancha boiar ali puxou-a antes que fosse levada para uma distancia cuja ninguém teria coragem de ir buscar.

– A prancha dele. - entregou a prancha branca para Brian que a encarou curioso.

Obri- obrigado.– foi um agradecimento fraco que conseguiu sair da garganta de Johnny, este que ainda tentava se recuperar do quase-afogamento.

– Você está bem? - ela perguntou analisando sua feição torcida numa careta. O rapaz assentiu ainda com os olhos fechados. - Ah não! Minha prancha! - ela correu até sua azul, e quase teve vontade de chorar ao ver duas das quilhas quebradas. Os rapazes foram até ela, inclusive Johnny, analisando o desastre que havia acontecido.

– Tem algo que possa fazer? - Johnny perguntou, encarando a feição triste da menina que acabara de salvá-lo.

– Não muito. Fica muito caro, quase o preço de uma nova.

Johnny torceu a face assim como os outros garotos, se sentindo culpados pelo acontecimento. A garota se levantou lentamente ainda lamentando com a prancha debaixo dos braços.

– Sou Johnny. - ele estendeu as mãos e ela as pegou. - Qual é o nome da minha salva-vidas?

– Lizzy. Obrigado, mas passo longe de salvar vidas... - riu divertida, escutando um dos tatuados ali pigarrear.

– Lizzy, esses são Brian, Zacky e Matt.

– Olá garotos.

– Hey Lizzy! - responderam em couro.

– Porque eu nunca os vi por aqui?- ela perguntou franzindo o cenho, fazendo-os se entreolharem. Eram famosos e a cada esquina que viravam eram surpreendidos por um fã. E naquele caso, Lizzy não se lembrava da face de nenhum deles, embora já tivesse ouvido falar sobre a banda de ambos.

– Acabamos de voltar de uma viagem... Uma viagem longa.- Johnny explicou, e de acordo com o que pretendia fazer os amigos não mencionaram nada em relação à fama que tinham.

– Entendo... Bom, tenho que ir.

– Posso te acompanhar? - Johnny perguntou impulsivo deixando-a surpresa, assim como sorrisos sacanas nas faces de seus amigos. A menina sem jeito assentiu, se despedindo dos demais que se afastaram aos cochichos. Nada discretos.

– Então Lizzy, o que te traz a Huntington Beach?

– Meu pais... Mas agora que sou só eu, apenas o mar. Você estava tentando surfar, né? Te vi de longe.

– Pois é, era uma aposta.

– Aposta?

– É meio estranho te falar sobre isso...

– Relaxa, não precisa. - ela riu, deixando-o que ficasse sem jeito. Não queria ser rude ao não contar sobre o que se tratava aquela aposta imbecil, mas iria se constranger na frente da garota. - Bom, eu moro aqui. - ela quebrou a linha de pensamentos do rapaz, que se surpreendeu com a rapidez que tinham chegado a sua residência.

– Sua casa é linda. - elogiou prestando atenção nos mínimos detalhes dela beirando a areia. Era um sobrado amarelo, simples, mas bonito de qualquer forma. A enorme porta de correr estava aberta, e ele pode ter vista da sala extramamente fofa de Lizzy. - Então você mora sozinha?

– Desde os dezenove. Meus pais morreram numa montanha russa... - explicou com a voz falha e cabisbaixa.

– O quê?

– Espera, 'to brincando! - ela riu, tirando um suspiro de alivio do garoto.

– Que susto!

– Eles se mudaram pra Los Angeles, proposta de emprego... Essas coisas.

– E porque quis ficar?

– Huntington Beach é o meu lugar, entende? - disse com vontade de liberar seus reais sentimentos enquanto aquele lugar, mas se nem seus melhores amigos entendiam aquela obsessão, não seria aquele cara de cabelos espetados que a entenderia.

– Acho que entendo, perfeitamente até... - mas Johnny entendia no fundo. Se mergulhou em pensamentos sobre como sua vida havia mudado aos últimos anos. Não sabia mais o que era ficar em sua casa; o que era comer em um bom restaurante sem ter que assinar os guardanapos... Coisas - agora com oportunidade - que não deixaria aquela garota saber. Queria aproveitar daquela sensação de ser tratado como uma pessoa comum, e estava tendo aquilo com ela.

– Acho que já vou indo, Lizzy. Foi muito bom te conhecer, e claro muito obrigado por ter me salvado. - disse risonho, vendo-a estender a mão formalmente, mas ele preferiu ignorá-las e ir lhe beijar as bochechas rosadas do sol.

Então Johnny sumiu de novo pela extensão da praia, se perdendo da vista de Lizzy, essa que ainda ficou pensativa enquanto ao rapaz que acabara de poupar dum afogamento. Apesar de ter-lhe custado uma prancha quebrada, não se arrependeu de ter seguido seus instintos de longe, ao vê-lo desequilibrar toda vez que ficava em pé naquela prancha alugada sobre o mar agitado.



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Notas finais do capítulo

continuo? o que acharam?