P.O.V Pauline

Collete e eu ficamos olhando aqueles meninos e chegamos a mesma conclusão: eles eram estranhos. Quando Melly veio nos chamar, ela lançou um olhar do tipo ''O que raios vocês estão olhando para eles feito duas retardadas?''. Melly era loira com mechas vermelhas nos cabelos; seus olhos castanhos e ela se comportava como nossa empresária, literalmente. Ela estava no primeiro ano na faculdade de administração, para no futuro cuidar melhor do Boliche de seu pai.

Quando voltamos a mesa, o rosto de Collete endureceu.

Thesca e Grew estavam apostando para ver quem bebia mais rápido uma latinha de energético, e Niki, com Boby em seu colo, gritava palavra de incentivo. Sobre a mesa estavam 4 latinhas de energético barato, todas vazias.

Antes que Collete pudesse explodir e mandá-las parar de beber, Grew baixou mais um energético.

– Ganhei, Italiana! - zombou ela, com a voz embriagada pela bebida: já estava ficando bêbada. Francesca, derrotada, baixou a latinha e fez cara feia, rindo alto logo em seguida.

Certo, ela também já estava ficando um pouco fora de si. Seus olhos estavam turvos, o que mostrava que o energético de compraram era daqueles bem barato.

Aparentemente, Collete fez a mesma coisa que eu: pegou uma latinha vazia da mesa e a cheirou, fazendo uma careta.

– O que vocês duas tem na cabeça? - as risadas pararam de repente – Pelo menos comprassem um energético sem álcool! Já pensaram nisso? Esqueceram do show?

– Ah, deixa dessa Colly! Nós estamos ótimas – disse Grew. E então ela curvou o corpo para baixo, vomitando embaixo da mesa. Francesca apontou e começou a rir, mas antes que conseguisse se conter, também se virou e vomitou.

– AAH, eu não posso mais com essas duas! - exclamou Collete, se afastando da mesa e indo em direção ao palco.

Olhei para Mel e Niki que estava agora paradas atônitas do meu lado. Decidi tomar o controle da situação.

– Certo... Niki e Mel, levem essas bêbadas até o banheiro dos funcionários e as joguem embaixo do chuveiro. Eu falo com a Colly.

Elas já estavam se afastando quando me lembrei de um detalhe muito importante.

– Ah! E Mel, quando vocês passarem pelo balcão, peça para alguém vir aqui e limpar essa bagunça.

P.O.V Mel

– Bilu, bilu, bilu – Grew fazia nos lábios de Niki como um bebê.

Francesca, apoiada em meu ombro, cantarolava uma canção qualquer, enquanto Niki tentava puxar uma sonolenta Grew da mesa. Chamei Jaqueline, a gerente geral aqui do boliche, para dar uma olhada na mesa 6 - a nossa mesa.

Entramos cambaleando no banheiro dos funcionários e trancamos a porta, e então conferimos os armários de Grew e Thesca para ver se elas tinham roupa para trocar. Depois disso, as colocamos de roupa e tudo embaixo dos chuveiros. Elas pularam e reclamaram, e a maquiagem de Francesca foi por água a baixo - literalmente. Ela despejou palavrões e ofensas para nós o tempo todo. Mas no fim acabou e ela acabou tomando banho bem bonitinha.

Grewdolyn é a menina mais bagunceira do nosso grupo. Ela é animada e extrovertida. Só quem gosta dela percebe quando Grew está triste, e somente quem ela realmente ama a vê chorar. Tem 19 anos e é a mais criança de todas nós; uma prova disso são suas roupas. Tem cabelos ruivos e sardas na bochecha, olhos castanhos e um sorriso com covinhas – e para a inveja de Thesca – cabelos lisos.

A prova desse retardamento de Grew é a bagunça que a mesma faz no banho! O shampoo vira microfone e ela esquece que ela consegue cantar até nos tons mais alto sem perder a voz. Para melhorar, Thesca a acompanha na cantoria da musica ''Baby'', do Justin Bieber.

Francesca é italiana e veio para Londres com apenas 3 anos. Tem cabelos cacheados castanhos cacheados e olhos verdes de esmeralda. É a mais ''patricinha'' entre nós.

Terminado o show/banho, Niki e eu ajudamo-as a se vestir. Assim elas pareceram um pouquinho mais sóbrias.

– Vamos ao show! - exclamei. Como empresária delas tenho essa obrigação: animá-las até nas piores horas.

– Ela voltou... – disseram as meninas em uníssono.

Já que todas estão aqui, podemos prosseguir com a apresentação; tenho uma leve impressão que esse ensaio vai ser diferente dos inúmeros outros que fizemos. Bem, minha intuição nunca falha.

Vamos ver o que acontece.