Stranger - One Shot escrita por CaahOShea, Bellah102


Capítulo 2
Capitulo Bônus – Almas Gêmeas


Notas iniciais do capítulo

Oi flores, aqui está o capitulo bonus!
Esperamos de coração que gostem e comentem, ok?
Boa Leitura! ;D



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# Phoenix – 2 anos depois #


POV. Peg

Olhei para o relógio ao lado da cama. 08h15min. Suspirei me aconchegando nos braços de Ian. Apesar do frio que fazia lá fora, eu me sentia aquecida nos braços de Ian. E apesar de estar de olhos fechados, eu podia sentir sua respiração morna e compassada e seus braços em torno da minha cintura.

A vida ás vezes no prega peças. Agora eu tinha certeza disso.

Há dois anos, quando eu voltei para Phoenix, jamais pensei que minha vida daria tantas voltas. Eu acreditava estar completamente fechada para o amor e me perguntava se depois de tudo que Jason fizera eu ainda seria capaz de amar alguém.

Mas agora, isso faz parte do passado, e aqui estou, nos braços do amor da minha vida, Ian O’Shea. Sim, depois daquele dia, em que ele me salvou de Jason num ato heroico e que ficamos presos no elevador, fomos ficando cada vez mais e mais próximos, nos conhecendo cada vez mais, e logo, estávamos namorando. É claro que Jason me procurou por algumas vezes, ou tentava falar comigo pelo telefone, mas depois de algumas tentativas frustadas ele desistira. O resultado? Hoje eu e Ian completamos orgulhosos nosso primeiro ano de casados!

Assim que Ian se separou legalmente de Cassie, ele me pedira em casamento. Fora um dos dias mais especial e lindo da minha vida. Fora um casamento simples, é verdade. Apenas uma cerimonia simples, para apenas alguns amigos mais íntimos e familiares, mas foi sem duvida, o dia mais feliz da minha vida. O dia em que eu me tornei a senhora O’Shea.

Ian me ensinou o que é o verdadeiro amor, e hoje não consigo imaginar minha vida sem ele. Somos um só.

Eu sabia que te amava antes de te encontrar
Eu acho que sonhei com você toda a vida


– Bom dia senhora O’Shea! – Ouvi a voz rouca de Ian, me chamar tirando-me de meus devaneios. Ele ainda estava de olhos fechados, sorrindo, e me aconchegou mais em seus braços, afagando com carinho meus cabelos dourados. - Bom dia amor. – Falei acariciando seu rosto com a ponta dos dedos, fazendo com que ele abrisse os olhos e me fitasse com aqueles lindos olhos Neve, Safira, Meia Noite. Meus portos seguros. Minha vida. – Como está se sentindo hoje?

– Normal. – Ele disse se fazendo de desentendido – Por quê? Tem algo especial hoje que eu deveria me lembrar?

– Seu bobo! – Falei socando de leve seu ombro, fazendo-o rir.

- Estou brincando amor. Estou muito feliz! Um ano de casados! Não poderia ser mais perfeito!

– Nunca pensei que pudesse ser tão feliz! – Murmurei contra seus lábios, unindo-os aos meus num selinho casto.

– Nem eu. – Ele disse colando os lábios me minha testa – Quem diria que ficar presos num elevador nos traria tanta sorte.

– Sim, meu estranho do elevador! – Falei sorrindo dando uma piscadela pra ele, vendo-o torcer os lábios. Ele odiava aquele apelido, mas eu amava. Era fofo.


Eu sabia que te amava antes de te conhecer
E eu esperei por isso a vida inteira

- Peg?

– Sim amor?

– Eu quero ter um filho com você. – Ele disse sorrindo. – Assim a nossa felicidade seria perfeita. Um fruto do nosso amor.

Assim que Ian terminou de falar, senti meus olhos marejarem. Céus, aquele homem podia se mais perfeito? Acho que não!

- Seria mesmo perfeito. – Sussurrei sorrindo – Mas... Acho que talvez não precisemos esperar tanto assim pra que isso aconteça...

Levei a mão de Ian até o meu ventre, alisando-o. Ian não sabia, mas naquela mesma semana, eu tinha descoberta que estava grávida, estava esperando nosso primeiro filho. O fruto do nosso amor que apesar de ser muito pequeno, eu já amava incondicionalmente.

- Oh meu Deus! Você quer dizer que... Que você... - Ele disse gaguejando, de olhos arregalados, me olhando incrédulo e surpreso.

– Sim, eu estou grávida.

– Oh, isso é perfeito! – Ele disse aproximando o rosto do meu ventre ainda sem sinais de gravidez. – Oi bebê, aqui é o papai. Estamos muito felizes com sua chegada meu amorzinho.

– Eu te amo Ian.

– Eu te amo Peg!

# Meses Depois #


- Nervosa? – Ian perguntou, acariciando minhas mãos com o polegar. Estávamos sentados há alguns minutos na pequena sala de espera do Hospital, onde eu fazia o meu pré-natal, com a doutora Jane, desde o inicio da minha gestação. Agora, eu estava com quatro meses de gestação e hoje tentaríamos pela quarta vez ver o sexo do bebê, já que das últimas vezes ele, ou ela, estava de perninhas fechadas.

– Não, só um pouco ansiosa pra saber se vamos ter um menininho ou uma menininha. – Falei sorrindo francamente, acariciando o pequeno volume no meu ventre. Ian sorriu de volta.

Apesar de ser tão pequeno, eu amava com toda minha alma aquele pequeno ser dentro de mim. Estávamos conectados de uma forma única, especial.

E é claro que depois da descoberta da minha gravidez Ian passou a me mimar ainda mais do que antes. Ele sempre estava ao meu lado, realizando meus desejos loucos de gravida, fazendo massagem nos meus pés inchados, e em cada consulta do meu pré-natal. Ainda me lembro como ele ficou maravilhado quando nosso bebê chutou pela primeira vez:

#Flashback On#


Eu estava acomodada nos braços de Ian. Nós dois estávamos sentados no sofá da sala, trocando carinhos e beijos calmos. Fazia pouco tempo que ele havia chegado do trabalho.

Não posso negar que me sentia um pouco desapontada. Eu já estava na décima sétima semana, e o bebê ainda não chutara. A doutora Jane me dissera que não devíamos nos preocupar, pois ele ou ela faria isso ao seu próprio tempo, e que alguns bebês demoravam mais a chutar.

Ian se afastou um pouco de mim, me ajeitando no sofá e retirou o paletó, afrouxando a gravata logo em seguida. Depois ele voltou, sorridente, e abaixou a cabeça na altura da minha barriga, espalmando as mãos nela, fazendo leve caricias. Eu sabia o que ele estava tentando fazer, e não era a primeira vez que ele fazia isso, sem sucesso. Ele estava tentando fazer nosso bebê reagir. Chutar pela primeira vez.

– Ian, por favor, amor. Você sabe que isso não dá cer... – Parei a frase na metade, quando senti uma leve pressão no meu ventre, onde a mão de Ian estava pousada. Senti meus olhos marejados e logo veio outro cutucão, um pouco mais forte. Meu bebê havia chutado pela primeira vez! – Oh Meus Deus! Ele...

–Sim amor, ele chutou! Nosso bebê chutou! – Ele disse com os olhos marejados. Eu sentia meu peito inflar de tanta felicidade. Puxei Ian para mais perto de mim, unindo nossos lábios num beijo caloroso. Eu sem duvida era a mulher mais feliz do mundo.

E logo em seguida, peguei o telefone e liguei para Mel, anunciando a novidade.

# Flashback off#


Não há nenhuma rima ou razão
Apenas essa sensação de plenitude



Fui tirada dos meus devaneios quando ouvi a doutora Jane, minha obstetra nos chamar, sorridente. Ian e eu entramos na sua sala de mãos dadas, como sempre.

Ela nos cumprimentou e fez algumas perguntas de praxe, como se eu havia tido algum sangramento ou algo anormal durante o período entre as consultas, e se eu estava tomando corretamente os remédios que ela havida receitado. Respondi a ela sorridente e contei que finalmente o bebê havia chutado e ela pareceu bastante satisfeita.

Depois disso chegou a hora tão esperada. Ela pediu que eu trocasse de roupa para realizarmos o ultrassom. Ian me ajudou e logo eu estava deitada na maca, com aquelas camisolas de Hospital, que deixava minha barriga exposta.

A doutora Jane passou o gel gelado na minha barriga e logo começou a deslizar o aparelho e meus olhos não desgrudavam do monitor, onde eu apenas conseguia identificar uma pequena manchinha. Meu coração parecia saltar pela boca e eu torcia que o bebê cooperasse e não estivesse de perninhas fechadas dessa vez.

– Parabéns papais, o bebê de vocês está ótimo. Crescendo forte e saudável. Olhe – Ela disse apontando para o monitor – Aqui estão às perninhas, os bracinhos, mãozinhas e os pezinhos. E o feto mede aproximadamente 15 cm e pesa 93 g.

– Oh, tão pequeno! – Murmurei baixinho apertando a mão de Ian.

– É sim, mas a partir de agora ele começara a crescer mais rápido e sua barriga irá crescer consideravelmente, Peg. – Ela explicou. - Você notará um aumento do seu peso de aproximadamente 250 g por semana, ou de 6 a 7 quilos, durante o segundo trimestre.

– E dá pra ver o sexo doutora? – Ian perguntou ansioso.

– Vamos ver – Ela disse enquanto deslizava o aparelho pelo meu ventre. - Olha o que temos aqui. Parece que alguém aqui resolver cooperar conosco hoje. Querem mesmo saber o sexo do bebê agora?

– Sim – Ian e eu respondemos em uníssono.

- Bom, então, parabéns, temos um menininho aqui. – Ela disse sorrindo – E olhem só, ele já está até chupando o dedinho.

– Oh meus Deus, um menininho amor!- Ian disse extasiado sem conseguir tirar os olhos do monitor.

– Sim, nosso menininho. – Falei com a voz embargada, sentindo as lágrimas finalmente rolarem. Nosso filho, nosso menininho!

A doutora nos deu um tempo a sós. Eu mal conseguia me conter, de tanta felicidade, que mal cabia no meu peito tanta alegria. Depois de devidamente vestida e sem lágrimas nos olhos, Ian e eu voltamos de mãos dadas ao consultório pra finalizar a consulta.

– Bem, agora que já sabemos o sexo do bebezinho, eu vou explicar um pouco mais a vocês sobre a amamentação. – Ela disse calmamente e passou a explicar passo a passo sobre amamentação e o aleitamento materno. Como a primeira mamada, o intervalo sobre as mamadas, a posição correta para amamentar, armazenamento de leite e a higienização correta dos seios após cada mamada. E naquele instante, eu não via a hora de ter meu menininho em meus braços...

# 4 Meses Depois #


- E então, já escolheram o nome do meu sobrinho lindo? – Mel perguntou sorridente tocando minha barriga elevada. Eu já estava na trigésima oitava semana, ou seja, quase entrando no nono mês de gestação e nosso bebê poderia vir ao mundo a qualquer momento. O bebê já estava posicionado, segundo a doutora Jane, então, eu escolhera o parto normal. Agora, eu esperar. Ela dissera também que os pulmões do bebê estão maduros e prontos para funcionar por sua conta.

Eu estava ansiosa não podia negar. Não via a hora de ver meu menininho.

Não há como negar, meu corpo mudou muito. Além do peso e da barriga elevada, meus seios estão o dobro do tamanho e extremamente doloridos, meus pés incham com facilidade, meu quadril está mais largo. Mas nada se compara a alegria que eu sinto quando o sinto se mechar dentro de mim, enchendo-me ainda mais de alegria.

Agora, Mel e eu estávamos sentadas na cama, no meu quarto e de Ian, e eu estava mostrando as últimas pecinhas do enxoval se Anthony. Sim, Anthony, esse era o nome que tínhamos escolhido pro nosso pequeno.

– Sim. Ele vai se chamar Anthony. – Falei acariciando minha barriga com carinho. Meu sorriu de volta, satisfeita. Aquele era o nome do nosso pai, e sabia que ela iria gostar da escolha.

– Oh Peg, papai ia ficar muito orgulhoso de você! - Ela disse me abraçando. Eu estava feliz por ela ter nos visitado. Jantaríamos todos juntos aquela noite pra comemorar o casamento dela e de Jared! Sim, finalmente eles haviam marcado o dia!

Naquele momento senti uma pequena pontada embaixo do ventre. Franzi o cenho. Naquela manhã eu havia acordado com algumas sensações diferentes: minha barriga ficava contraída e eu sentia cólicas e dores nas costas. Isso acontecia, em média, a cada 30 minutos.

Ignorei as pontadas e continuei a conversar animadamente com Mel.

Ouvimos alguém pigarrear e assim que me virei, me deparei com os lindos olhos Neve Safira, Meia Noite de Ian nos fitando animados.

– Oi amor. – Falei sorrindo. Ian estava lindo com os cabelos levemente molhados e uma roupa casual. Ele se sentou ao meu lado, e enlaçou as mãos em torno da minha cintura.

– Oi. – Ele disse, sussurrando no meu ouvido ‘’ Você está linda’’– E então, estão prontas? Jared marcou nossas reservas no restaurante as oito.

– Claro, vamos sim amor. Só vou mostrar o quarto do bebê pra Mel

– Claro amor. Estaremos esperando vocês lá em baixo. – Ele disse dando uma piscadela.

Depois que Ian saiu levei meu até o quarto do nosso Anthony, que estava todo decorado. Era lindo, decorado em tons de azul, branco e verde.

Mel ficou encantada e disse que não via a hora de conhecer o sobrinho. Senti outra fisgada. Bom, talvez não demorasse tanto assim pra que isso acontecesse...


[...]


– Amor, será que podemos ir embora? - Perguntei a Ian num tom mais casual possível, afinal, eu não queria preocupa-lo. Mas na verdade, eu não estava me sentindo nada bem. As ondas em minha barriga ficaram mais intensas e ocorriam a cada 15 minutos. - Claro amor, você deve estar cansada. – Ele disse acariciando meu rosto. – Está tudo bem?

– Sim, eu só... Quero ir pra casa. – Falei mentindo. Despedimo-nos rapidamente de todos e logo estávamos no carro. A viagem até nossa casa pareceu um tortura pra mim, mas não queria alertar Ian. Poderia ser apenas um alarme falso, certo? Assim que chegamos em casa fui até o banheiro tomar um banho morno. A agua fazia pressão nas minhas costas e em minha barriga, aliviando a tensão. Deixava-me relaxada.

Ian estava esparramado em nossa cama quando sai do banho, assistindo a um programa qualquer na televisão.

De repente, mais uma pontada, que me fez parar completamente o que estava fazendo, segurando o ar com força. Um dor muito mais forte do que todas as outras anteriores. Parecia que todos meus músculos se atrofiavam e tencionavam ainda mais sem um milésimo de segundo de relaxamento. A dor se intensificava, já não conseguia ver mais nada a minha frente, minha respiração ofegante já não era mais o suficiente, minhas mãos pressionavam meu ventre na busca incessante ao alivio por mínimo que seja.

– Aiiiiii. – Gemi baixinho acariciando minha barriga tentando conter às lagrimas que queriam cair por causa da dor. Naquele instante, senti um líquido quente escorrer pelas minhas pernas. A bolsa havia estourado.

– Peg, o que foi? – Ian perguntou assustado, pulando imediatamente ao meu lado. Gemi novamente.

– O bebê... Vai. Nascer. – Falei ofegante.

– Oh Meus Deus, fique calma amor! Vai dar tudo certo.

– Se você estiver comigo, eu sei que vai.

– Estarei amor. – Ele beijou meus lábios com cuidado ajudando-me a levantar e me guiando até a cama para que eu sentasse. – Eu já volto. Vou ligar pra doutora Jane.

– Ian? - Chamei-o de volta quando ele estava na porta a caminho da sala.

– Sim amor?

– Liga pra Mel... – Pedi cerrando os olhos de dor – Eu a quero aqui. Por favor.

– Ok. Eu já volto. Respire fundo meu anjo, lembra-se do que a doutora nos explicou, certo?

- Ok. - Eu disse indo com calma e devagar.


[...]

– Isso Peg, respire fundo. – Mel disse calmamente e eu obedeci prontamente– Muito bem.

Eu estava na banheira há uns vinte minutos, procurando espirar e expirar, sentindo a agua morna da banheira sobre minha pele delicada. Procurava relaxar, mas era difícil. Estava chegando ao meu limite. As contrações estavam menos espaçadas, ocorrendo de dois em dois minutos. Mel estava sentada não chão, ao lado da banheira onde eu estava. Ela chegara voando assim que recebera a ligação de Ian.

Ian estava sentado atrás de mim e eu estava encostada em seu peito, segurando sua mão. Ele fazia carinho em meu ventre e por um tempo eu senti as contrações diminuírem um pouco. Respirei fundo novamente. Eu podia sentir meu útero se dilatando.

Mel estava no telefone com a doutora Jane repassando suas dicas para nós. Eu havia entrado em pânico quando ligamos para o consultório e ela disse que a doutora estava em uma convenção fora da cidade. Mas Mel não era de desistir e depois de muito discutir com a secretária, conseguiu o celular da mulher. Não havia tempo de chegar ao hospital, pois eu provavelmente teria meu filho no caminho pra lá, então, eu decidira fazer o parto normal, em casa. Somente eu, Ian e Mel, sobre as orientações da doutora, que orientou que eu fosse para banheira assim que atingisse cinco centímetros de dilatação.

– Oh meu Deus... – Eu choraminguei sentindo mais uma contração, apertando com força a mão de Ian. Podia sentir a bebê descendo rapidamente, abrindo caminho pelo meu corpo.

– Você está indo muito bem meu amor. – Ian disse beijando minha mão. Ele me dizia palavras de conforto, e me incentivava, sua voz me acalmava um pouco.

Procurei ficar focada no meu corpo, nas sensações, no bebê, em meu Anthony e em enviar oxigênio para ele e para meu ventre.

– Peg, quando a próxima contração chegar, você tem que empurrar, faça força junto com ela. – Mel disse sorrindo. Ela também sabia que estava próximo o grande momento. – Eu sei que você consegue maninha...

- Traga nosso filho ao mundo, meu amor. Eu confio em você. – Ian disse se posicionando melhor atrás de mim, me deixando mais confortável.

De cócoras dentro da banheira, comecei a fazer força junto com as contrações de acordo como a doutora Jane dizia a Mel e sentia o meu bebê descer cada vez mais. Ele já estava bem encaixado, pronto para o momento tão especial do nosso primeiro encontro. Depois de tanto tempo sofrendo dessas contrações, eu mal podia esperar para vê-lo, meu pequeno menininho. Comecei a empurrar, ansiosa para ver o seu rostinho.

Quando a próxima contração chegou eu empurrei. Eu já podia sentir a cabecinha do bebê pronta para sair, e num gesto automático, levei a mão ao meio das minhas pernas para segurá-lo assim que ele nascesse. A mão de Ian acompanhou a minha e ambos sentimos a cabecinha do nosso bebê, do nosso Anthony sair.

Os olhos de Mel brilhavam em expectativa enquanto ela relatava o que estava acontecendo à doutora Jane.

Mordi o lábio inferior para conter o gemido de dor que escapava da minha garganta. Só então eu percebi que choramingava e que lágrimas escapavam pelos meus olhos. Mas eu não podia parar. Tinha que ira em frente, a vida do meu filho dependia disso. Eu inspirava o ar, prendia a respiração e fazia força emitindo um som com a garganta. Na contração seguinte, me enchi de força e energia, pois sabia que estava próximo o momento de Anthony vir ao mundo. Quando a próxima contração veio, eu me curvei a minha barriga, e então eu senti todo seu corpinho sair de dentro de mim. Lá estava ele, escorregando para dentro da água.

Ian o pegou e tirou-o da água, todo sujinho de sangue e líquidos amnióticos e ainda ligado a mim pelo cordão umbilical. Ele chorou alto e forte e naquele momento não pude conter a emoção e deixei as lágrimas rolarem.

- Oh meu Deus, meu sobrinho nasceu! Nasceu! – Mel exclamou alegre esquecendo-se por um instante da doutora Jane, que continuava do outro lado da linha.

– Seja bem vindo meu filho. – Ian disse colocando Anthony com cuidado em meus braços. Mel entregou a ele um objeto cortante, e ele cortou o cordão umbilical.

– Oi meu amorzinho. Seja bem vindo – Falei com voz embargada, acariciando os cabelinhos ralos dele, depois depositei um beijo em sua testa. Ele piscou os olhinhos por alguns segundos, voltando-os a fechar em seguida, se acomodando em meus braços. – Nós te amamos muito.

Ficamos assim por alguns minutos, trocando carinhos e mimando nosso pequeno Anthony, decorando cada detalhe do seu rostinho perfeito. Suas bochechas rosadinhas, sua pele branquinha, sua boquinha pequena. Ele era perfeito.

E em seus olhos
Eu vejo as peças perdidas
Que eu estive procurando



Logo se choro estridente indicou que era hora dele mamar. Meio receosa fiz o que a doutora Jane havia nos instruído em umas das consultas.

Afastei com cuidado o top rosa claro que eu estava usando, deixando meu seio esquerdo de fora. Ajeitei Anthony melhor em meus braços, de modo que ficou um pouco de lado, com a boquinha próxima ao meu seio. Primeiro ele ficou com o bico do seio na boca, como se fosse uma chupeta, então começou a sugar avidamente e foi se acalmando aos pouquinhos.

E naquele instante, vendo meu filho mamar, um misto de sensações invadiram meu peito. Alegria. Orgulho. Felicidade. Eu me sentia completa.

Naquele dia, 11 de Março, eu descobrira o real significado da palavra amor. Amor incondicional.


# Meses Depois #


Anthony piscou os olhinhos, sem entender onde se encontrava. Os ecos das conversas nas paredes da igreja o assustaram, mas eu logo o acalmei, ouvindo-o balbuciar algo e sorrir mostrando suas gengivas rosadas.

Mel queria vesti-lo em um smoking, mas com muita briga, consegui optar por algo mis confortável e leve devido ao calor e que bom que havia feito isso. Jared parecia estar cozinhando em seu smoking a frente do altar. Ou talvez fosse o nervosismo. Ah sim, altar. Depois de alguns anos de noivado, Mel e Jared finalmente iam se casar. E eu, do lado de fora, espiando pela porta aberta, iria ser a sua madrinha.

É claro que como a tia coruja que era, queria que Anthony, que mal sabia segurar, levasse as alianças. Jamie se ofereceu para levá-lo até o altar e evitar que os anéis pelo caminho. Eu acho que ele estava apenas querendo participar, mas achei linda a sua iniciativa.

–Nervosa? - Ian perguntou vindo para trás de mim. Ele estava lindo, com a gravata azul combinando com os olhos claros e perfeitos

–São os saltos. Não estou acostumada. Promete que não vai me deixar cair?

–Nunca. - Ele disse beijando minha bochecha.

Ian me conduziu perfeitamente até o lado esquerdo do altar, onde os padrinhos deveriam ficar. Anthony soltou um gritinho ao nos ver no altar, chupando os dedinhos.



A marcha nupcial logo ecoou pela Igreja. Todos os presentes se levantaram e logo Mel estava trilhando a passos lentos o tapete vermelho, em direção a Jared que a esperava com um sorriso imenso no rosto.

A cerimônia foi simples. A festa e o jantar, de bom gosto. Anthony e Jamie ficaram tão amigos, que meu irmão não queria soltá-lo nem para que eu o amamentasse. Depois do jantar Mel fez questão de apresentar o sobrinho queria a toda a nossa família e a de Jared, erguendo-o acima da mesa principal como em Rei Leão. Com toda aquela atenção só para ele, o danado ficou a noite toda aceso, distribuindo sorrisos, mas foi só encostá-lo a cadeirinha no carro na hora de ir embora para vê-lo apagar de vez.

Despedimo-nos de todos e nos dirigimos para casa antes que o som alto começasse. No caminho, entrelacei minha mão na mão livre de Ian que dirigia ao meu lado. A luz que iluminava nossas mãos unidas revelava como seria de agora em diante, e se dependesse de nós, para sempre.


[...]

POV. Ian


– Isso bebê, vem com a mamãe vem. – Peg incentivou Anthony que engatinhava em sua direção sorrindo. Anthony agora estava com onze meses de vida, e tornava a minha vida e de Peg ainda mais perfeita. Há alguns meses ele engatinhara pela primeira vez, agora falta pouco pra ele dar seus primeiros passinhos!

Nós estávamos na sala, e eu havia chegado do trabalho há alguns minutos, não vendo a hora de ficar com os dois amores da minha vida. Agora eu estava a alguns metros deles, gravando com a filmadora, Anthony engatinhando em direção a Peg.

Anthony sorriu pra ela, e ela sorriu de volta. Logo ele atravessou engatinhando o pequeno espaço até Peg, subindo no colo dela e se aconchegando em seus braços. Ele soltou uma gargalhada quando Peg encheu suas bochechas gordinhas e rosadas de selinhos.

- Assim eu fico com ciúmes filho. - Falei fazendo bico tentando provocá-lo. Ele olhou pra mim com seus olhinhos idênticos aos meus, confuso. Peg riu e colocou-o em pé, certificando-se de que ele estava firme.

Eu abri os braços, chamando a atenção dele com um pequeno ursinho de pelúcia que estava em minhas mãos. Ele soltou um gritinho alegre e olhou para Peg ansioso, e ambos o incentivamos. Então, algo mágico aconteceu. Ele deu um pequeno passinho bamboleante em minha direção.

Então, um passinho após o outro, Anthony chegou até mim. Meus olhos se encheram de lágrimas intrusas, lágrimas de pura felicidade. Nosso filho havia dado os primeiros passinhos, e estava tudo registrado na câmera. Peg batia palmas, também com os olhos marejados.

Nunca imaginei que um dia, pudesse voltar a acreditar no amor e hoje não sou capaz de viver sem Peg. Sem o amor da minha vida, aquela que me ensinou que o amor pode estar em qualquer lugar...


Mil anjos dançam em torno de você
Eu estou completo agora que eu a encontrei

Savage GardenI Knew I Loved You

Fim!






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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Esperamos que sim!
Que tal mais um review nesse capitulo?
Ai gente, eles não são demais? Ai eles são perfeitos né?
Bom, o parto da Peg foi baseado num relato veridico, pra quem quiser dar uma olhada, aqui vai o link: http://www.partocomprazer.com.br/?p=2072#more-2072
Gente,o Anthony não é lindo??? Eu me derreti toda com ele! hihihi
Bom flores, é isso, esperamos que tenham gostado e não se esqueçam de comentar ok?
Um BEijão e Até!