POV MARCOS

E quando ela disse "claro que sim" eu sorri de um jeito que fazia anos que eu não sorria, um sorriso feliz, um sorriso de vitória.

Depois de tantos anos, algo estava dando certo na minha vida.

Eu estava namorando uma menina de verdade, não que as outras não fossem, mas elas ficavam comigo por causa do meu corpo, da minha "popularidade" não era isso que eu queria, eu queria alguém que me entendesse, alguém que se mostrasse interressado no que eu queria e fazia. Alguém que me ajudasse a tampar o buraco, a ferida, que ainda doia.

Ela era perfeita.

A menina dos meus sonhos.

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Algumas semandas depois, eu tive uma briga séria com a minha mãe. Fugi de casa, de novo. Mas não ia voltar pras drogas, para aquele mundo.

Fui pra casa da Isa, claro. Bati na porta. Ela abriu a porta e me olhou, com um sorriso no rosto.

-Oi Marcos -E me abraçou

-Isa... eu queria te pedir um favor, posso?

-Claro.

-Eu poderia passar uns dias aqui? Eu tive uma briga séria com a minha mãe e... não quero ficar lá por um tempo.

-Que pergunta, é claro que pode

Ela saiu da frente da porta me deixando entrar.

-Nós temos um quarto de hóspedes, você pode ficar por lá.

-Ok

-Vem aqui que eu te mostro onde é.

Eu a segui, o quarto ficava bem ao lado do dela.

-Meus pais viajaram e só voltam semana que vem, não vai ter problema você ficar aqui.

-Incrível.

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Ouvi o apito do microondas, levantei e peguei a pipoca que eu tinha feito. Eu me sentia mais confortável na casa da Isa, que na minha. Peguei duas latinhas de coca e voltei pra sala. Nós estávamos vendo um filme. "A casa das duas irmãs". Terror. Por algum motivo, que acabou com os meus planos, a Isa não tinha medo.

Droga.

Sentei, passei a pipoca e a coca pra ela e apertei "play".

-Tá gostando do filme? -Perguntei pra ela.

-Uhum, mas é fraquinho.

-Eu achei legal.

-Podia dar mais medo.

-Também acho. Mas dai você não ia querer assistir.

-É, mas eu ia ter uma desculpa pra ficar abraçada em você o tempo todo.

Eu ri e passei o braço pelo ombro dela, brincando com seu cabelo.

-Feliz agora? 

-Perfeito.

E começamos a ver o filme.

Alguns minutos depois, eu deitei no sofá e coloquei a cabeça no colo dela.

-Senhor Marcos, você vai dormir, é isso mesmo?

-Não sei, talvez, depende dos seus argumentos, se eles forem bons eu não durmo, se forem ruins, já estou sonhando.

-Que tal esse: Você não pode me deixar sozinha.

-É um bom argumento mas -Fechei os olhos- Dormir ainda é mais legal.

-Levanta vai, você não pode dormir antes do filme acabar.

Abri os olhos e falei:

-Assim você acaba comigo.

E me sentei