Os Três Amores Da Minha Vida escrita por Azzula


Capítulo 14
Templo e Muito Soju


Notas iniciais do capítulo

como hoje já é dia 26 (00:40) esse é o capítulo do dia kkk depois vou tentar escrever os dois proximos, espero que gostem desse *---* um beijo em vocês suas lindas (:



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   Era enfim domingo. SoonHyun finalmente conseguiu levar JaeSoon para um SPA de casais que tanto queria, logo ficamos apenas Kiseop e eu em casa.

   Não sai de meu quarto antes das 10:00 horas da manhã e não conseguia pensar em algo pra fazer sem JunHyung. Ele havia me abandonado pelo fim de semana. Estava em uma coletiva de imprensa para ‘On Rainy Days’ e talvez conseguisse sair a tempo de me ver ao anoitecer, mas até o anoitecer tinha tempo.

   Levantei-me da cama pensando em ligar pra Brookie, aquela menina simplesmente sumia mais da minha vida conforme seu relacionamento com Min Ho Soo ia ficando sério.

   Caminhei até a sala, aterrando-me no sofá e cobrindo-me de almofadas, quando Kiseop apontou no corredor descabelado e com roupas de frio.

   Ele sentou-se na poltrona em minha frente, encarando-me silencioso com olhos quase fechados. Tinha baba seca no canto de sua boca, o que me fez rir baixinho.

_ Ta rindo de que? – ele perguntou sonolento.

_ Já escovou os dentes? – ele apenas negou com a cabeça.

_ O que você vai comer de café da manhã? – ele perguntou baixo, encolhendo-se de frio.

_ Não sei, talvez coma cereais com leite...

_ Faz pra mim? – olhou-me com olhos que pediam por piedade.

   Eu me levantei e capturei duas tigelas de tamanhos iguais no armário, preparando nossos cereais.

_ Pode por avelã no seu? – perguntei olhando-o de costas. Ele apenas confirmou com a cabeça.

   Preparei então, entregando-lhe o vasilhame com uma colher em suas mãos.

_ Obrigado. – Kiseop permaneceu concentrado na tigela.

   Retornei ao meu lugar, comendo também meu cereal. Comíamos em silêncio, e podia-se ouvir apenas as colheres batendo contra as tigelas e nossos dentes mastigando com força os pedaços de avelã.

_ O que vai fazer hoje? – ele perguntou-me sem me encarar.

_ Nada! – disse derrotada. – Você vai fazer o que? – encarei seu rosto.

_ Não sei... – ele permaneceu indiferente.

   Ele terminou seu cereal primeiro, deixando a tigela na mesinha ao seu lado e cobrindo sua cabeça com o capuz do moletom. Ligou a televisão e deixou no primeiro canal de desenho que encontrou.

_ Aish... vai assistir isso? – perguntei incomodada pela qualidade do desenho.

_ Quer o controle? – ele encarou-me pelo canto dos olhos, levantando uma sobrancelha.

_ Não, só escolha um desenho melhor. – disse finalmente abandonando minha tigela e deitando-me no sofá.

_ Estou com preguiça de mudar de canal!

_ Kiseop! O controle ta na sua mão! – disse indignada com tamanha preguiça.

_ Aish... não acredito que o domingo se passará assim! – ele esfregava seu cabelo, livrando-se do capuz.

_ Vai rezar... – disse indiferente.

   Kiseop rapidamente se levantou da poltrona, encarando-me por um segundo e seguindo pelo corredor até seu quarto.

   Pude ouvir somente o barulho de ele abrindo e fechando portar com uma rapidez incrível, e quando menos esperei, ele estava de volta a me encarar.

_ Vem cá! – ele me puxou pelo braço.

_ Aish... o que foi?! – disse enquanto ele me arrastava para meu quarto.

   Chegando na porta do cômodo, ele parou a minha frente e me encarou por um segundo, estudando uma maneira de me dizer o que tinha para dizer.

_ Vamos sair! Então coloque uma roupa descente! – deu as costas. – E nada de chuquinhas!

   Eu apenas observei inconformada enquanto ele caminhava até seu quarto. Como alguém podia ser tão irritante quanto ele?

   Entrei em meu quarto procurando por uma roupa quentinha e aconchegante.

   Acabei por escolher uma calça jeans e várias blusas de frio, colocando por cima um moletom vermelho que tinha ganhado de SoonHyun, junto com meu tênis novo e um gorro cinza. Estava realmente frio lá fora.

   Fui até a sala, esperar por Kiseop que apareceu no corredor vestindo o mesmo tipo de roupa do que eu, só mudavam as cores. Ele olhou-me um tanto constrangido e foi até seu quarto buscar alguma coisa. Logo apareceu com um cachecol por cima de tudo.

   Ri sozinha de sua atitude infantil. 

_ Onde vamos? – perguntei enquanto ele pegava as chaves do carro.

_ Rezar. – ele respondeu-me seco.

   Levei aquilo na brincadeira. Não estava falando sério quando disse pra ele fazer aquilo, do mesmo modo que acreditei que ele estivesse brincando comigo também. Apenas o segui fechando a casa e saindo em direção ao automóvel.

_ É sério, aonde vamos? – insisti.

   Ele permaneceu calado, olhando-me seriamente enquanto ligava a chave no carro.

   Permanecemos calados o caminho todo enquanto ele dirigia com fones de ouvido.

   Incomoda com o silêncio, liguei o radio.

_ Desliga isso! – ele ordenou desligando ele mesmo.

_ Não! Também quero ouvir música! – disse ligando o radio. 

_ Como você é irritante! – ele tirou seus fones de ouvido, percorrendo as rádios até que encontrasse algo que lhe agradasse.

   Ele parou em uma radio em que tocava ‘On Rainy Days’ e olhou-me com ar de provocação.

_ Ai a música do seu namorado... – ele disse, e sem pestanejar trocou a radio.

_ Deixa lá! – ordenei.

_ Não... – ele parou em uma radio de música típica coreana.

   Ele estava me provocando, mas fingi gostar da música e ignora-lo.  

   Finalmente chegamos e ele estacionou o carro embaixo de grandes cerejeiras, que seguiam uma trilha longa que dava em algum lugar que não podia ver bem.

_ Onde é aqui? – perguntei confusa.

_ Nunca esteve em um templo? – ele encarou-me incrédulo.

   Não o respondi, apenas analisei o lugar e admirei a arquitetura.

   Andamos um ao lado do outro em direção ao templo, e aquele lugar era realmente maravilhoso. Estava encantada com as pinturas e estátuas.

_ Você nunca mesmo esteve em um templo budista? – ele encarou minha face, saia fumaça de sua boca quando ele falava.

_ Não ué... – esfreguei minhas mãos roxas de frio. – Não é uma coisa que se encontra com tanta facilidade no Brasil. Deve até ter em algum lugar, mas não tão bonito quanto esse... – olhei seu rosto que me encarava, prestando atenção em cada palavra que eu dizia.

_ Você não fala muito do Brasil. – ele disse contemplando o chão.

_ Você nunca mostrou interesse ou perguntou... – desafiei-o.

   Kiseop apenas riu, olhando seus passos sobre aquela trilha de paralelepípedos.

   Entramos no templo enfim, e Kiseop abaixou-se, colocando sua cabeça no chão. Aquele movimento me surpreendeu, mas na segunda vez, ele olhou-me sem dizer nada, querendo saber se eu não o faria também.

_ M-mas Kiseop... e-eu não sei como... – ele apenas agarrou em minha mão, abaixando-me a força, sem dizer uma palavra.

   Eu decidi seguir seus movimentos. Abaixamos com a cabeça no chão e levantamos muitas vezes, e eu fiz aquilo sem entender muito bem o porquê de estar fazendo.

_ Você deveria pelo menos me explicar porque eu estou fazendo isso... O que eu devo pensar? – ele ignorou-me.

   Aquilo estava me irritando, mas continuei fazendo. Não queria faltar com respeito a sua religião e nem nada do tipo.

   Eu sabia que a família Lee era budista, mas nunca havia dado tanta atenção àquilo. Permaneci com a seqüência de movimentos, mas desta vez, pedia pra quem quer que fosse, saúde pra minha família, para a família Lee, para JunHyung, Onew, Brookie e para mim.

_ Venha! – ele puxou-me pela blusa quando eu estava prestes a me abaixar novamente.

_ E agora, pra onde ta me arrastando? – perguntei irritada. Nem pra ele esperar eu terminar de agradecer o que eu estava agradecendo...

   Ele ignorou minha pergunta, levando-me mais para dentro do templo, onde encontramos um pátio amplo ao ar livre, com uma pequena fonte de água no centro.

_ Aqui! – ele apontou-me uma pequena tigela de madeira, tomando outra em suas mãos, capturando a água da fonte e bebendo. – Não vai beber? – ele perguntou dando o primeiro gole.

   Apenas fiz como ele, bebendo o primeiro gole da água gélida, que me causou uma reação estranha.

_ Quanto mais devo beber? – perguntei torturada pela temperatura da água.

_ Beba tudo que colocou ai! – ele encarou o tanto de água que havia em minha tigela. – Ninguém mandou colocar isso tudo de água! – ele estava sério.

_ E se eu apenas colocar de volta? – perguntei confusa.

_ E as outras pessoas vão ter que beber sua água babada? – ele tentava manter a pose séria.

_ Mais eu posso jogar aqui no cant...

   Ele interrompeu o que eu dizia, tomando a tigela de minha mão e bebendo da água em minha tigela.

   Ao terminar, ele apenas encarou-me com ar vencedor, puxando-me pelo braço e arrastando-me para admirar a arquitetura do local.

_ Aqui é muito lindo. – apreciava cada canto.

_ Sim. Eu amo esse lugar! É aqui que encontro paz no mundo e dentro de mim.

_ E você consegue encontrar paz dentro de você? – brinquei.

   Kiseop encarou-me sério, ignorando minha piada e guiando-me para outro canto, ainda segurando em meu braço.

   Um monge surgiu por detrás dos pilares e veio em nossa direção com algo em mãos.

   Kiseop apenas curvou-se para ele, puxando meu braço para que eu fizesse o mesmo. O monge baixinho de cabelos grisalhos repetiu o movimento, estendendo suas mãos em nossa direção. 

   Ele tinha algo parecido com um colar em suas mãos. Um colar artesanal aparentemente feito de bambu e pedrinhas coloridas de verde, vermelho e azul. Ele entregou o colar em minhas mãos e Kiseop apenas observou aquilo confuso.

_ Para vocês, um jovem casal. – o monge disse encarando a nós dois. Kiseop passou a segurar em minha mão ao invés de meu braço. – Esse é um amuleto, tão bonito quanto o amor de vocês. É um amor sofrido, cálido e acolhedor. Que não quer nada alem do bem do outro. – ele silenciou-se por um segundo encarando diretamente Kiseop. – Você meu jovem, faria de tudo por essa garota, eu sei disso... – Kiseop estava inquieto. – E você minha jovem, vai se surpreender com as coisas que um coração pode sentir, e esse garoto mostrará isso a você! – o monge apenas riu de nossas caras confusas e passou por nós, dizendo algumas coisas em um tom impossível de se ouvir.

   Eu estava paralisada por aquelas palavras. Não que eu acreditasse, mas era algo um tanto absurdo de se acreditar. Não existia amor entre Kiseop e eu. Na verdade, fazia pouco tempo que as coisas haviam melhorado, porque eu o odiava!

   Ele soltou minha mão rapidamente e seguiu o caminho sem mim.

_ Ya! Kiseop... – eu disse tentando alcança-lo. – Primeiro você me trás aqui e depois vai embora sem mim? Não! Você vai me levar de volta! – finalmente o alcancei.

   Ele permaneceu calado. Estava inquieto no carro, de modo que dirigia apressado, apavorando-me a cada curva.

_ Se quer me matar me diz logo que eu poupo seu trabalho jogando-me do carro em movimento! – encarei seu rosto querendo xingá-lo.

   Ele simplesmente não respondeu, descendo do carro e me deixando ali, ainda no banco do passageiro digerindo as palavras do monge.

   “Esse é um amuleto, tão bonito quanto o amor de vocês. É um amor sofrido, cálido e acolhedor. Que não quer nada alem do bem do outro...”

   Encarei o amuleto por alguns segundos. Era realmente lindo de modo que coloquei-o em meu pescoço.

   Desci do carro, entrando pela porta e dando de cara com o Senhor Rabugento que paralisou ao me vez com o colar no pescoço.

_ Tira isso! – ele tentou arranca-lo de meu pescoço. – É ridículo!

_ Não, sai... eu ganhei, é meu e eu vou usar quando quiser!

   Fui até a cozinha, vasculhando qualquer coisa na geladeira para fazer de almoço.

   Kiseop permaneceu calado, sentado na banqueta e jogado sobre o balcão. Ele me acompanhava com os olhos, enquanto eu andava pra lá e pra cá em busca do fósforo.

_ Ali. – ele disse apontando para o fósforo.

   Eu encarei seu rosto me perguntando como ele sabia pelo que eu procurava. Talvez fosse verdade e eu deixasse meus pensamentos transparecerem em minhas feições.

   Lembrei-me ligeiramente de Onew e seu beijo surpresa. Mudei-me pra Coréia sem nunca ter beijado alguém alem de meu cachorro, e em pouco tempo havia sido beijada por duas pessoas diferentes, e muito bem quistas pelas meninas locais.

   Sorri sem perceber, lembrando-me da surpresa. Aquela era uma cena engraçada de se lembrar. Há algum tempo atrás, aquilo teria me deixado louca de felicidade, mas com JunHyung na minha vida, a sensação não foi a mesma. Meus olhos estavam totalmente voltados para Jun, e eu estava sentindo muito a sua falta.

   O almoço logo ficou pronto. Preparei uma sopa com alguns legumes e carnes cortados, e nós começamos a comer em silêncio.

   Kiseop abandonou sua colher na mesa e levantou-se em direção ao armário.

   Ele sentou-se novamente com uma garrafa em mãos, encarando-me naturalmente, como se aquilo não fosse uma garrafa de soju.

   Ele se serviu com uma dose, encarando meus olhos vidrados em seu copo.

_ Você vai querer? – ele ergueu uma sobrancelha.

   Permaneci calada, apenas olhando a bebida.

_ Talvez não seja uma boa idéia... Se lembra da ultima vez em que bebeu? – eu realmente não me lembrava.

   Ele levantou-se contrariado pegando um copo no armário atrás dele. Serviu-me com uma dose menor que a dele, brindamos a nada e viramos com tudo.

   Senti aquilo descendo quente em minha garganta, mas conseguia apenas sentir grande satisfação. Havia puxado de meu pai uma grande satisfação em beber.

   Comemos a sopa quente intermediando com doses e doses de soju, e quanto percebi, minha cabeça rodava e eu estava alterada.

_ Aish... – deitei minha cabeça sobre a mesa.

_ Já? – ele gritou. – Não é possível que já esteja bêbada!

_ Não estou... não grita! – fechei os olhos.

_ Esse colar... – ele disse enrolado – É muuuuuuito bonito mesmo. – ele piscou lentamente.

_ Eu sei né? – mal conseguia abrir a boca pra falar.

   Kiseop levantou-se cauteloso, ajudando-me a levantar também. Puxando meu peso para cima, ele caiu sentado quando eu me levantei. Não consegui fazer nada além de rir enquanto ele levantava-se sozinho.

_ Você é muito tapado! – bati em suas costas enquanto seguíamos para a sala.

   O dia ainda era claro e nós estávamos embriagados e largados no sofá àquela hora da tarde.

_ Liga logo essa bosta! – ele me disse apontando para a televisão.

_ Mas você ta sentado em cima do controle... – disse baixo. Mal consegui abrir minha boca encostada no acento do sofá.

   Kiseop arrotou apontando o controle para a televisão a fim de ligá-la.

_ POOOOOORCO! – eu disse, arrotando em seguida.

_ Sua nojenta! – ele encarou-me com um sorriso em seus lábios.

_ Kiseop, porque você sorri tão bem?! – estava indignada. Até quanto ele estava em casa, ele parecia um pop star.

_ É algo tão natural quanto nascer entende? – Não. Não entendia. Aquilo não fazia o mínimo sentido.

_ Me ensina? – me levantei cambaleando em direção à poltrona, sentando-me no tapete a sua frente.

_ Primeiro, você ergue essa parte aqui olha! – ele colocou o dedo em um canto de minha boca, erguendo para cima. – ai essa parte vai pra baixo! – ele enfiou o dedo com tudo em outro extremo de meus lábios.

   Kiseop paralisou. Ele encarava minha boca hipnotizado enquanto mantinha segurando meus lábios com seus dedos.

_ Na verdade, você fica ridícula tentando imitar meu sorriso... – ele soltou meus lábios encarando a televisão. – Continue com o seu! 

_ Aish... porque você é tão grosso?! Eu quero um sorriso legal também! Tenho certeza que o meu ficou melhor que o seu e agora está com inveja!

_ Eu não tenho porque sentir inveja de você! – ele encarou-me de olhos arregalados.

_ VOCÊ ME INVEJA PORQUE EU SOU LEGAL LA LA LA LA LA – porque eu estava gritando?

_ AISHH, CALA A BOCA! – ele tampou minha boca com sua mão.

   Por pura influência do Soju, eu mordi sua mão, fazendo com que ele se jogasse por cima de mim como se eu fosse SooHyung ou Hoonim.

_ Sai seu gordo, ta me amassando! – tentava me livrar de seu corpo em cima de mim.

_ Você não está bêbada! Esta fingindo só pra me apalpar! – ele disse encarando meus olhos com bafo de pinga.

_ Mais é você quem esta me apalpando! – olhamos diretamente para sua mão, que segurava firme uma de minhas coxas.

   Nos olhamos tensos e ele tirou sua mão dali devagar.

   Encaramos-nos com certa timidez enquanto ele retornava para sua poltrona, segurando o controle perto de seu peito.

   Inesperadamente, o canal começou a exibir relações sexuais entre macacos, e eu cobri os olhos.

_ Porque está cobrindo os olhos? É isso que o JunHyung vai tentar fazer com você no dia do baile! – ele riu.

_ Cala sua boca idiota! – joguei uma almofada em sua direção ainda sem encarar a televisão.

_ Se prepare porque vai doer! – ele continuou me provocando.

_ Doeu quando foi com você? – provoquei-o.

_ Aish... estúpida! – ele jogou a almofada em minha direção.

_ Tira desse canal! – ordenei envergonhada.

_ Não, me interessa o amor entre os animais. – ele concluiu.

_ Como é o amor que sente por mim? – perguntei fazendo-o me encarar surpreso.

   Kiseop desviou a atenção da televisão, olhando em meus olhos que quase não se mantinham abertos.

_ Porque perguntou isso? – ele disse um pouco mais sério.

_ Porque o monge... – comecei a soluçar. – Ah, ele disse lá... que você me amava e blá blá blá... – era incapaz de me lembrar das palavras do monge. – Então, como é o amor?

_ Não sei. Porque você só causa momentos assim quando está bêbada? – ele parecia incrédulo.

_ Mas eu não estou bêbada não bebê! – encarei seu rosto rindo como idiota. Solucei.  

_ Você nunca mais vai beber! – ele encarava-me revoltado enquanto eu soluçava.

_ Lee Kiiiiiiseop! As vezes eu penso sabe, que você é tããão bonito, mais sei lá. Você é chato e possessivo e não age como homem... Isso me impede de vê-lo como alguém digno de se namorar... – disse completamente sem noção do que dizia.

   Kiseop me encarava com olhos vidrados enquanto eu brincava com as almofadas no tapete.

_ Sabe Ki, eu fiquei beeeeeem impressionada quando te vi pelado! Achei mesmo que você ia ter um pintinho beeeem pequetitico assim... – mostrei um tamanho minúsculo com as mãos. – MAS NÃÃÃO! Antes de nascer, na fila do pinto você com certeza passou umas 20 vezes – ele riu do que eu dizia. – e em compensação, esqueceu de passar na fila da simpatia!

   Ele olhou-me com olhos carinhosos enquanto eu dizia coisas obscenas, quase não mantendo meus olhos abertos.

_ Você esqueceu de passar na fila do autocontrole! – ele disse encarando-me debochado. 

_ Não é pra rir de mim Ki Ki!

   Chama-lo de Ki Ki só fez com que ele risse mais.

_ Sabe, eu só fico imaginando, quantas vezes será que o Jun passou nessa fila ai... Porque ele bem que podia ter passado muitas vezes também, assim como você! – eu não parava de falar. – Como ele é o único homem que me ama, acho que seria justo dar pra ele o que venho guardando a alguns anos... Sabia que eu estou ansiosa pra esse dia? – encarei seu rosto séria.

_ Porque você fica tão tarada quando bebe? – ele permaneceu me olhando, implorando com os olhos pra eu me calar.

_ Não estou tarada não! Sabe, é só uma coisa que muitas meninas na minha idade já perderam, e eu ainda não. Talvez porque eu seja mestiça, talvez porque eu seja rejeitada... Acho que vou contratar um prostituto e...

_ Cala a sua boca! Acredita mesmo nessa coisa de mestiça? Eu particularmente não ligo pra isso, e acho que os outros homens também não... Quem mais ligam são as mulheres, e as próprias mestiças que colocam isso na cabeça...

_ Então porque você me xingou?

_ Porque essa é a única maneira de te afetar quando você me afeta! – ele olhou-me sério.

   Consegui controlar-me um pouco para encará-lo séria.

_ Não precisa ter pressa pra perder sua virgindade. Não faça isso com o primeiro homem que disser que te ama. Faça apenas quando quiser fazer, mesmo que demore.

_ Não sei se vou encontrar alguém que me ame tanto quanto Jun. Eu realmente sinto que o amo. – dizer isso fez com que Kiseop fechasse seus olhos.

_ Você não passou na fila da inteligência, não passou na fila da esperteza, não passou na fila da segurança, não passou na fila do charme feminino, - ele permanecia de olhos fechados, pensativo. – definitivamente não passou na fila que possibilita a visão de coisas que estão a sua frente... Você não passou por várias filas, inclusive na da vergonha na cara! – ele encarou-me finalmente.

_ Não fala assim... – fiz bico e ele revirou os olhos.

_ Pensando bem, acho que você passou na fila do charme feminino, só esqueceu de passar na fila em que ensinava como usa-lo. – ele riu de sua piada sem graça.

   Eu estava ali, sentada no chão com a cabeça encostada no sofá enquanto ele pensava sobre essa história de filas.

_ Pensando bem... – continuou pensando. – Você passou em poucas filas...

_ Já deu esse assunto. Não acha? – estava me dando sono.

_ Eu passei em muitas filas legais sim... – ele ignorou o que eu disse.

   Meus olhos iam pesando cada vez mais, e eu finalmente me entreguei ao sono.

   Senti Kiseop segurando-me em seus braços, deixando-me em minha cama confortável.

_ Porque não deita aqui? – brinquei com ele, ainda embriagada.

   Com os olhos pouco abertos, pude o ver arregalando os olhos dele, rindo em seguida.

_ Você é uma cara de pau! Seria bom se você se lembrasse disso quando acordar, assim pelo menos sentiria vergonha e não beberia mais... Já eu, nunca vou me esquecer dessas oportunidades que tenho de te beijar, e simplesmente não faço justamente pelo fato de você não se lembrar depois... Quero fazer isso de um jeito que se lembre. – ele suspirou. – Ai você vai conhecer o homem...

_ Kiseop, para de fala tanta besteira... e vai dormir bebê! – disse finalmente, apagando.  


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Notas finais do capítulo

Boa noite gatas, quem não consegue mais manter os olhos abertos sou eu. 1 beijo:*



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