Capítulo 2 – Bloody Mary!

POV Norah

            No dia seguinte, em um sábado bastante ensolarado, eu fiquei todo o café da manhã pensando no vampiro de ontem e como ele me olhou de uma forma amorosa e perigosa ao mesmo tempo. Obviamente o vexame da minha mãe fez com que eu pagasse um mico enorme para toda aquela gente, mas a maioria estava bêbada como ela, então não foi tão ruim assim.

            Liguei a TV e procurei por algo bom, mas a programação da manhã era de programas educativos, desenhos animados e mais porcarias, mas um canal me chamou a atenção “Como atrair um vampiro” diziam as letras ao fundo da tela, onde uma mulher loira e bastante atraente falava:

            - Nos dias de hoje é normal a necessidade ou a curiosidade de nós humanos em nos envolver com vampiros. Além de bastante atraentes, os vampiros têm algo que certamente nos chama bastante atenção, mas como atrair o vampiro certo? Como saber se o vampiro que você quer vale a pena? Falaremos com a psicóloga Lucinda Mcdonald.

            Uma abertura chata passou e a psicóloga, uma mulher velha e gorda começou a falar algo, com uma voz bastante fina e enjoada:

            - A necessidade de se envolver sexualmente com esses seres sobrenaturais é completamente normal nos dias de hoje, principalmente em nós mulheres que sempre sonhamos com o nosso herói em uma forma física bastante atraente, e os vampiros que mais nos chamam a atenção usufruem dessas qualidades. Mas o que sempre nos perguntamos é como chamar a atenção e nos aproximarmos dele de uma forma que o cative. O único conselho que posso dar é que seja extremamente sexy, mas não seja atirada. Vampiros gostam de um desafio, faz parte da natureza deles. Seja sexy, confiante e não muito atirada que o vampiro estará babando por você.

            Apareceram letras brancas numa tela toda preta “Para mais perguntas, entre no site: ilovevampires.com ou ligue para o número 394-555-603”.

            Desliguei a porcaria da TV e me assustei quando minha mãe surgiu de repente do meu lado e se sentou no sofá.

            - Querendo um vampiro? – perguntou ela, sussurrando.

            - Não, apenas curiosidade – falei e me levantei. – Quer uma pílula para as dores?

            - Com certeza e traga o meu milk-shake.

            - Qual deles?

            - O de uva com abacate.

            Eca! Preferi não comentar e simplesmente fui pegar o que ela pediu, e com o pedido entregue a ele eu subi as escadas e liguei o meu notebook e fui para o site que o canal indicou. Eu não estava interessada no tal vampiro loiro, mas a curiosidade não matava. Cliquei no bate papo que o site indicou. Haviam duas pessoas conectadas, eu e a psicóloga.

Norah.F: Doutora, como eu posso saber se um vampiro está ou não afim?

Dra.Lucinda: Bom, é importante você observar como ele se comporta ao seu lado. Se ele lhe trata bem, se demonstra respeito ou até mesmo joga alguas indiretas, talvez essas sejam algumas observações que você deve fazer para descobrir sobre o interesse dele. Como ele lhe trata?

            E agora? O que eu responderia a ela? Eu mal conversei com ele ontem, mas o que eu estava fazendo naquele site? Eu era a única babaca daquele bate papo boboca e estava querendo saber se o loiro gostosão e dono da boate tinha se interessado por mim.

Norah.F: Esqueça que eu lhe perguntei algo. Não vou mais incomodar. Mil desculpas.

            Fechei a página do site e ri da babaquice que eu estava fazendo. O que aquele cara tinha afinal? O cabelo bem penteado? O corpo perfeito e malhado? Os olhos azuis? A voz rouca que transmite segurança e...

            Merda! Eu tinha que parar de pensar naquele cara, ele não era para mim e nem eu para ele. Por Deus, ele era um vampiro e poderia ter quem quisesse, ele nunca se interessaria por uma garota sem graça e de dezessete anos como eu.

            - Pensando no que? – falou uma voz atrás de mim.

            Dei um grito desesperador e acabei caindo da cadeira e Malenca apenas ria desesperadamente e se enrolava de rir ainda mais deitada na minha cama enquanto eu me levantava toda desajeitada.

            - Não ria você realmente me assustou. Que mania de fazer isso comigo, principalmente quando estou concentrada em algo.

            - Nossa não precisa se irritar comigo – falou Malenca rindo enquanto eu sentava na cama ao lado dela. – O que você estava fazendo que fez com que eu te assustasse assim? Eu cheguei aqui e você estava só parada na cadeira olhando para as mãos.

            - Eu estava apenas pensando em você – uma grande mentira. – Não te vi na boate ontem.

            - Eu e o Lucio não ficamos lá nem dois minutos, mas espera aí...você foi? Como conseguiu entrar? Eles estavam pedindo identidade e tudo.

            - Eu sei disso, mas não fui pra me divertir, fui pegar a minha mãe bêbada.

            - Como sempre – ela disse e riu.

            - Mas por que vocês não ficaram? Logo você que estava toda ansiosa para ir.

            - Era legal e tal, mas o dono da boate, um vampiro muito gostosão deu em cima de mim. Se eu não estivesse com o Lucio eu até teria agarrado o gostosão na mesma hora, mas eu costumo não trair quando o relacionamento é sério, então eu saí de lá antes que eu fizesse alguma besteira.

            - É, eu vi ele, bastante bonito.

            - Bom, se você quiser pode ficar, ainda quero o Lucio – ela falou rindo.

            - Não acho que um vampiro como aquele se interessaria por mim, mas eu te aviso se mudar de ideia.

            Passamos a maior parte do dia rindo. Fomos almoçar fora e demos uma volta pela cidade contando segredos e fofocando bastante, até que já era noite e cada uma foi para a sua casa. Malenca jantaria com os pais e eu apenas iria ao cinema assistir algo bom. Chegando à fila dei uma olhada nos filmes que passavam “Bloody Mary: A Maldição”, “O Bebê vampiro”, “Tudo sobre os vampiros do passado” e “Crepúsculo”. Mas que merda, tudo sobre vampiros. Decidi assistir ao filme de terror da Bloody Mary.

            - Um ingresso para o filme da Bloody Mary – pedi ao atendente do cinema.

            - Senhora, você é a última da fila e ninguém pediu para entrar nesse filme, vai querer mesmo assim?

            Que saco, eu ficaria sozinha na sala do cinema? Melhor para mim, eu poderia pensar ou gritar de medo sem passar por algum vexame.

            - Vou querer sim – eu disse.

POV Eric

            - Mais uma humana vai ser a sua vítima agora? Que tal você se concentrar só na boate e em ser um ótimo xerife? – indagou Pam.

            Ela estava completamente descontrolada quando eu mandei que ela me informasse tudo sobre a garota de ontem e onde ela estaria naquele momento. Pam estava com medo de que eu me envolvesse com alguém e me apaixonasse novamente. Mas o que ela não tinha noção é de que eu também estava com medo de me envolver com alguém e obviamente aquela garota tinham chamado a minha atenção. Ela era bastante bonita fisicamente e eu queria muito me aproximar dela, parte por curiosidade e outra para chegar a Malenca Harold e a família de Caçadores.

            - Apenas cuide da boate na minha ausência. Confie em mim e deixe-me fazer o meu trabalho.

            Saí da boate e corri em direção ao cinema da cidade, em direção à garota de belos olhos castanhos com a mãe bêbada. O atendente do cinema se assustou quando me aproximei de repente do balcão.

            - Uma entrada para o primeiro filme da lista – eu disse com a voz mais séria do mundo, mas que estava assustando o atendente.

            - Mas só há apenas uma pessoa na sala – falou ele.

            - Apenas me dê a entrada.

            Com o meu poder de controlar as pessoas eu puxei a mente do atendente de nome Brad a minha e coloquei minhas palavras em sua cabeça para que fossem obedecidas.

            - Brad, você me dará uma entrada agora e de graça e se alguém pedir uma entrada para esse filme você vai apenas falar que essa sessão foi cancelada. Fui claro Brad?

            - Sim.

            Ele fez o que eu mandei e entregou a minha entrada. Andei – na velocidade humana – em direção à sala 1 para poder encontrar a tal garota. Quando eu entrei na sala ela estava sentada bem em frente à tela e encolhida com um pote de pipoca e duas latas de refrigerante em mãos. Na tela passava uma cena boboca com bastante sangue falso sendo jorrado para todos os lados. Sentei-me bem longe dela e observei ela dar um grito de susto quando uma mulher no filme perdeu a cabeça. Acabei rindo o que fez ela olhar para trás e se assustar com a minha presença.

            - Me desculpa se a assustei – eu disse enquanto ela recompunha-se e dava uma risada nervosa.

            - Sem problema, mas é que não vi você entrar – ela falou ainda rindo.

            Ela se virou para frente e continuou a assistir ao filme. Ganhei um impulso no corpo e praticamente voei e me sentei ao lado dela, que novamente se assustou.

            - Você – ela falou e riu. – Vampiros gostam de cinema?

            - Não estou aqui pelo filme – eu disse e ela apenas riu mais uma vez. – Não nos apresentamos, sou Eric Northman.

            - Norah Fitzgerald.

POV Norah

            Droga! O dono da boate, o loiro gostosão chamado Eric Northman estava ao meu lado no cinema. O pior era que eu havia acabado de pagar um mico muito idiota por ter gritado em uma cena desse filme estúpido, que eu nem estava mais prestando atenção.

            - Incrível como essas cenas são tão falsas – falou ele sério.

            - Você acha? Para mim são muito reais.

            - Eu tenho anos de existência e posso afirmar que tudo isso é muito falso – ele disse com o ar de deboche.

            - Você já viu alguém ser decapitado daquele jeito ou você já decapitou alguém daquele jeito?

            Fiquei com um medo danado da resposta dele. Imaginei-o decapitando a cabeça daquela mulher do filme. Não era uma imagem tão inacreditável assim, ele tinha cara de que poderia fazer aquilo sem pensar duas vezes.

            - Você ficaria com medo se eu dissesse sim para as duas opções? – ele perguntou.

            - Eu já estou com medo, então não faria muita diferença assim. Bom, não é nada legal você fazer isso com alguém, mas você é um vampiro então acho que para você aquilo não é nada.

            - Você considera que os vampiros são uns monstros?

            - Não monstros, mas eu tenho certeza que decapitar alguém não seria tão ruim para vocês. É a natureza de vocês. Eu não gosto, mas não julgo, principalmente por causa do Tru Blood. Não é mais necessária essa matança toda.

            - Mas nem todos tomam Tru Blood, a maioria dos nossos vivem do sangue humano.

            - Eu sei, mas não matam tanto quanto antes. Alguns humanos até gostam de serem mordidas.

            - Você gostaria de ser mordida?

            Ele fez essa pergunta e se aproximou de mim. Nossos rostos estavam a uns 20 centímetros um do outro. Vi como o lábio dele era bonito e pedia por um beijo.

            - Talvez em privacidade ou em algum momento mais...

            - Mais?

            - Nada não, eu tenho que ir – eu disse e me levantei.

            A presença dele estava me assustando e me deixando nervosa, não conseguia mais ficar com ele tão próximo assim a mim e tinha que me afastar antes que algo sério acontecesse.

            - Que tal ir me ver na boate amanhã? – ele perguntou.

            - Sou menor de idade e não posso entrar.

            - Eu sou dono e te colo lá dentro.

            - Segunda-feira eu tenho aula.

            - Não, não tem, é feriado.

            Saí da sala do cinema rindo. Não foi necessário fazer perguntas a uma psicóloga para saber se ele estava afim de mim. Eu tinha certeza que ele estava, e eu me sentia muito bem por isso.

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O próximo capítulo vai ser postado na semana que vem, mais precisamente na quinta-feira. Vou organizar tudo e vou postar um capítulo por semana

SPOILER: Quer saber o que acontece no próximo capítulo? Apenas uma ideia do que pode acontecer? Avisa aqui nos comentários que mandarei uma MP super especial para quem estiver se matando de curiosidade.

COMENTEM bastante e até sexta (da semana que vem).

Beijos!