Cartas escrita por Lucy Holmes


Capítulo 8
Carta estrangeira




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VIII - Carta estrangeira

Querida Hermione,
Como você está? Espero que bem, desde o último verão não tenho notícias suas e fiquei preocupado, por isso peço que responda esta carta, pelo menos para me garantir que está em segurança.
Fiquei sabendo das notícias alarmantes e é realmente difícil de acreditar no que aconteceu. Lamento muito, Dumbledore era um grande homem e nos recebeu muito bem em Hogwarts para o torneio Tribruxo.
O que vai acontecer agora com sua escola? Se for fechada e você quiser prosseguir seus estudos em Durmstrang, eu posso falar com o novo diretor, ele não tem nenhum preconceito quanto a nascidos trouxas, como Karkaroff tinha.
E quanto aos planos de Harry? Acredito que ele, sendo apontado como O Escolhido providencie algum tipo de contra-ataque com o grupo de vocês. Gostaria de saber se ele vai querer algum tipo de reforço, estou disposto a largar o quadribol e me juntar a vocês.
Voltando a Karkaroff... Fui ao seu enterro e foi muito deprimente, havia poucas pessoas. A verdade é que não tinha família e os alunos de Durmstrang não nutriam simpatia por ele, principalmente depois de ter abandonado tão covardemente a escola.
Mudando um pouco de assunto, acho que você percebeu que melhorei na escrita do seu idioma, realmente tenho progredido muito, mas ainda tenho dificuldade em alguma pronúncia. Gostaria de ter aulas com você novamente, você foi minha melhor professora até agora. Será que não existe uma possibilidade, mesmo que remota, de você vir para a Bulgária?
Sinto falta de suas cartas, elas me faziam sentir uma pessoa melhor. Não sei se você entende, aliás, nunca falei isso pra ninguém, mas a verdade é que toda essa popularidade que veio com o quadribol, me sinto uma pessoa sozinha. Nunca sei bem em quem confiar, não há amizade verdadeira no que vocês devem chamar de "show business" e toda aquela "tietagem" me incomoda muito.
Na verdade... Acho que entendo o motivo pelo qual você não me escreveu mais e entendo se não quiser responder. Acredito que seja minha culpa, talvez, afinal eu sempre insisti para que viesse me ver mais vezes, mas você sempre negou.
Percebi pela sua última carta que algo estava diferente, acho que era o modo como você escreveu, de como se dirigiu a mim. Estava muito formal - mais formal do que de costume e isso me fez refletir.
No fundo sempre soube que seus sentimentos por mim não tinham o mesmo afeto que ainda tenho por você. Até sua última carta eu tinha esperanças, porém sei que você é melhor amiga para mim do que seria como namorada.
Espero apenas que essa pessoa que você gosta corresponda aos seus sentimentos, eu sei como é ruim gostar de alguém e não ser correspondido. Eu acho que sei quem ele é, tenho certeza de que não é o Harry Potter, pelo pouco do que conversamos e pelas suas cartas fica claro que vocês se dão bem como irmãos, mas não vou "chutar" um nome (a expressão correta é chutar? Ainda tenho que me familiarizar com o seu vocabulário) porque se eu estiver errado tenho medo de cair no ridículo e não quero deixá-la sem graça caso eu esteja certo.
Desejo que você seja feliz com quem escolheu e que ele não se incomode de continuarmos nos correspondendo como amigos. Não hesite em me chamar se precisar de ajuda e pode me escrever quando quiser desabafar.
Assinei um contrato com o time da Alemanha, o quadribol de lá é muito agressivo, mas será uma boa experiência e poderei me distrair. Então, não estranhe se receber alguma coruja diferente.
Espero que escreva logo, com novidades.
Seu amigo,
Victor.


Victor Krum enrolou o pergaminho, amarrando-o na pata de sua coruja parda. Deveria se sentir alegre, pois sabia que receberia uma resposta, provavelmente com desculpas e tudo o mais. Mas não conseguia se alegrar.
O motivo de sua tristeza era simples: sabia que estava certo quanto ao rapaz que Hermione gostava e tinha certeza de que era recíproco. E ela lhe diria na próxima correspondência.
Suspirou conformado, vendo a coruja se distanciar e quando ela não passava de um ponto negro no céu ele deu as costas, voltando a fazer suas malas para a Alemanha.

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