Olhos De Sangue escrita por Monique Góes


Capítulo 33
Capítulo 32 - Guerra do Norte


Notas iniciais do capítulo

Acho que já posso dizer isso... Podem começar a se desperdir de OS, porque... Bom, já sabem, né? ^^'
Agradecimentos à Maria Beatriz por ter dado a 5ª recomendação de Olhos de Sangue, muito obrigada =D



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          Logo os quatro Despertados apareceram, todos maiores do que qualquer casa ali. Formas monstruosas, um humanoide, parecendo uma boneca de arame avermelhado, e no lugar de braços possuía o que pareciam tentáculos com centenas de folhas de metal, dois quadrúpedes, quase iguais, parecendo um cachorro com chifres pontiagudos e retos no lugar de orelhas, um gato com três mandíbulas e um voador que parecia uma abelha. O mais poderoso era o humanoide, que vinha à frente do grupo, e todos começaram a rir, como se ignorassem o grande número de guerreiros ali dispostos.

          - O meu grupo ficará com o humanoide. – anunciei. – Qual grupo ficará com qual?

          -... O meu com o voador. – Hideo disse.

          - Ficamos com o que parece um gato. – Anita respondeu.   

          Dante não respondeu, pois ele ficaria com o cão.

          O que parecia um boneco parou, e os outros se espalharam pela cidade, e logo todos se moveram para eliminá-los.

          O Despertado começou a girar, destruindo tudo ao seu alcance, como se seus braços fossem lâminas giratórias. Quando percebi, as folhas de lâminas se soltaram e voaram em todas as direções. Desviei de algumas, desviei outras com a espada e outras com o Corte Imaginário.

          - Tentem cortar prioritariamente os braços dele! – avisei para o grupo que começava a se mover depois do ataque.

          Dois tentáculos se levantaram e então se cravaram no chão por toda sua extensão. Hilda saltou por eles cortou-os quase que em sua base. O Despertado rugiu e tentou atacá-la, mas com saltos e cambalhotas, ela desviou de todos.

          Vários vieram em minha direção, cada um em um tempo diferente. Pisei primeiramente no mais próximo e usei-o como trampolim, saltando e despedaçando os outros à medida que passava por eles. Senti a Aura de vários outros começarem a se dirigir para mim, e já me preparava para cortá-los com o Corte Imaginário quando Raquel saltou de cima de uma construção e os cortou. Desviei de mais lâminas que eram soltas e uma atingiu o peito de Liloel. Ele caiu alguns metros atrás, e não se moveu mais, porém, para meu alívio, eu ainda sentia sua Aura.  

          O chão tremeu e vi que Alec estava movendo a neve para criar algo. Claro, neve era apenas água em outro estado, então ele podia controlá-la.

          Uma pata enorme e branca formou-se do chão e golpeou as costas do Despertado. Este cambaleou e Miranda, juntamente com Ferser, saltaram, cortando todas as folhas de metais que puderam num curto espaço de tempo. O monstro tentou atacá-los, mas assim como Hilda, com alguns saltos ambos se livraram.

          Um tentáculo passou por cima de meu ombro, sem me encostar, mas acertaram Maurice, que ainda não fizera nada. Ele gritou e cortei aquele tentáculo, sentindo a carne cedendo, até cair no chão pesadamente.

          - Deixa que eu o pego! – Ferser gritou para mim, recuando rapidamente até onde Maurice havia caído.

          Assenti, e saltei sobre a porta de uma casa. Me apoiando sobre a pedra, me empurrei até estar sobre a construção. Seu telhado era plano, mas escorregadio pela neve e gelo. Corri sobre ele, saltando para a casa vizinha, então saltei em direção ao os tentáculos do Despertado. Cortei todos os que pude e encostei meus pés em sua couraça, me empurrando em direção ao chão.

          Ele foi idiota o suficiente para atingir a si mesmo na tentativa de me matar. Pousei no chão, sentindo minha respiração ficar um pouco pesada, e Larry pousou ao meu lado. Ele se livrara do braço direito de sua armadura, e este se enroscava, sua mão girando a 360° graus, deixando seu braço completamente enrolado.

          - O que você vai fazer? – perguntei.

          - Veja.

          Ele saltou em direção ao lado em que quase todos os tentáculos estavam ainda lá, e literalmente, soltou seu braço, fazendo-o girar como uma broca, e atingiu o ombro do Despertado, despedaçando-o completamente, todos os tentáculos caindo ao chão.

          - Seu...! – O Despertado gritou e seguiu com um palavrão.

          Raquel saltou, juntamente com Hilda e as duas cortaram os tentáculos restantes. Alec formou uma armadilha de gelo que, quando o Despertado pisou sobre ela, dezenas de estacas de gelo foram fincadas em suas pernas, rompendo-as. Ele caiu pesadamente, fazendo o chão tremer.

          Seu tronco começou a se levantar e rapidamente todos nós avançamos para eliminá-lo, mas aí veio o problema. No exato momento em que pisamos próximos a ele, senti minha Aura sendo forçada para baixo, fazendo meu corpo ir junto. Fiquei ajoelhado com as mãos no chão, sem conseguir me levantar. Aquele bicho controlava Auras?

          -... F-fujam! – Miranda gaguejou, se aproximando com a espada em punho, sendo controlada pelo Despertado.

          - Bando de babacas. – o Despertado rosnou. – Sejam mortos por sua própria companheira!

          Tentei me mover, a sensação era parecida com a de quando Nicholas tentara me afogar a cinco anos atrás. Como se houvesse muito peso sobre minhas costas, me forçando a ficar no chão.

          Miranda estava se aproximando de Alec, quando consegui mover, com esforço, parte de minha Aura, cortando a cabeça do Despertado. Mas, para minha surpresa, ele sorriu.

          - Fujam, por favor!

          Ele era do tipo que precisava ter sua cabeça despedaçada para morrer.

          - Espertinho! Quem é que conseguiu isso?!

          Miranda levantava sua espada, conseguia ver seu corpo tremendo.

          Ela começava a baixá-lo em direção à nuca de Alec quando despedacei a cabeça do Despertado.

          Imediatamente senti o peso sair de meu corpo, enquanto Miranda caía no chão. Levantei e fui até ela, mas escutei gritos vindo dos outros grupos.

          O Despertado voador lançava uma espécie de bomba neles, que eu não conseguia ver o efeito, mas quando dei por mim, Hideo saltou e o despedaçou completamente com sua espada rápida.

          - Vamos ajudar os outros grupos. – falei, começando a me dirigir na direção do outros Despertados. – Mas não se esqueçam do Liloel, Maurice e Miranda!

          Ferser deu meia volta em direção a ambos, então nós seguimos.  

          Corri em direção ao grupo que me pareceu em desvantagem, que era o de Dante. Quatro integrantes caídos. Os de Anita estavam todos de pé, lutando.  

          Foi aí que percebi que Anita e Dante não estavam lutando com Despertados diferentes, mas sim com o mesmo, embora houvesse variações de Aura de um corpo para o outro. Ambos não possuíam patas traseiras e lançava miniaturas de ambos em todas as direções, bem menores que humanos. Ou seja, se quisessem eliminá-los, tinham primeiro de se livrar dos monstrinhos que os atacavam.

          Vários “atingiam” Anita, mas sua imagem desaparecia por conta de sua velocidade, a técnica fantasma. Vários monstros estavam despedaçados no chão, por conta de todas as pessoas que lutavam, mas quase não conseguiam se aproximar do Despertado.

          Cortei a cabeça de um que tentava comer uma integrante do grupo de Dante, que também estava com problemas, com vários monstrinhos o rodeando, mas ele despedaçava-os impiedosamente, hora ou outra uma cabeça saía rolando, o que demonstrava que grandes problemas ele não possuía.

          Vários cães/gatos vieram em minha direção, mas os despedacei rapidamente, então decidi, talvez somente para assustar o Despertado, atacá-lo. Com minha Aura, fiz um corte bem no meio dos dois corpos. Não o suficiente para separá-los, somente para realmente assustá-los.

          O sangue esguichou e suas duas cabeças se contorceram, atrás de quem o atacara. Anita, num grande lampejo de Aura, correu em sua direção, e conseguiu fazer um corte profundo no pescoço da cabeça de cão. Alec criou um ser que não consegui identificar com a neve, que abocanhou o pescoço do ser e o ergueu do chão. O corpo de gato começou a mover histericamente suas patas, mas o monstro de gelo balançou furiosamente o corpo de cão, fazendo sangue voar para todos os lados, e fiz um corte separando ambos os corpos, fazendo com o que de gato caísse pesadamente ao chão, sem mais se mover. E assim, a Aura do Despertado em forma de cão desapareceu completamente também.

          Imediatamente os monstrinhos pararam de atacar e caíram no chão, logo virando, literalmente, fumaça. 

          Por hora, a batalha terminara.

          Passado algum tempo, descobri que Alma possuía o que se poderia se chamar de afinidade para cura. Ela poderia fechar os ferimentos ou até mesmo regenerar híbridos do tipo não regenerativo manipulando a Aura deles. Ela estava curando os que haviam se ferido na batalha e estavam inconsciente, o que ocorrera em todos os grupos, já que no grupo de Anita houvera alguns que desmaiaram assim que o último Despertado morreu.

          Estavam todos ainda do lado de fora, e então decidi contar o que estava para vir e o meu plano.

          - Podem me escutar? – perguntei, falando num tom alto.

          Todos os que estavam conscientes deram a entender que sim.

          - Essa foi a primeira batalha, mas virá outra. – Anunciei, então dei um suspiro antes de continuar. – Amanhã, a tarde talvez, outro grupo irá chegar aqui. Serão mais de dez Despertados.

          - Se você quer que nós lutemos contra tantos, está louco. – Dante gritou e eu olhei para ele.

          - Posso terminar? – rebati em tom venenoso e ele se calou. Senti que Hideo reprimia o riso, apesar da situação. – Não há como fugir, mas eu pensei em algo o que pode dar certo.

          Dante bufou e quase que pude sentir uma comoção para escutarem. Não poderia repreendê-los se estivessem nervosos com a situação.

          - Todos receberam Supressores e Transfiguradores? – perguntei, e todos responderam afirmativamente. – Antes da batalha, cortem um quarto de um Transfigurador para o cabelo e um quarto de Supressor e os tomem.

          - Para quê? – Hilda perguntou.

          - Eles não farão efeito imediatamente, mas se você perder a consciência, seu cabelo assumirá a cor do Transfigurador, e o Supressor fará efeito, fazendo sua Aura desaparecer por algum tempo.

          Exclamações puderam ser ouvidas.

          - Então poderemos nos fingir de mortos. – Nina comentou. 

          - Exatamente. Mas, quando cortarem os Supressores – avisei. – ingiram somente a parte branca, não ousem tomar a verde.

          - Por que...? – Dante perguntou no mesmo tom sarcástico de sempre.

          -... Aquilo é uma droga, só vai servir para te dopar. Vai por mim, experiência própria. Não é, Hideo?

          Hideo assentiu.

          - Você se sente horrível, seu corpo fica pesado e parece que você não passa de um humano comum. – disse.              

          - Bom... – Diego falou, pensativo. – Então, se é assim, temos uma luz então. A não ser que os Despertados tentem nos comer.

          Dessa vez tive de concordar com ele.

          - É só isso? – Dante perguntou, parecendo entediado. O que há de errado com esse cara? Estamos falando de nossa própria sobrevivência e ela age com indiferença! – Estou indo embora então.

          Suspirei, então comecei as casas que haviam sido destruídas. Sete casas e a prefeitura. Amanhã, talvez a cidade não existisse mais...

          Yudai, você está dando um tiro no escuro.

         Eu sei. – suspirei. – Mas espero que fique tudo bem, e que todos nós sobrevivamos.

          Você acharia muito meloso ou estranho se eu disser algo? – perguntou num tom que considerei estranho.

          O quê?

          Eu não quero que apenas um de nós dois sobreviva.

          No fundo, tive que concordar com ele.

          Mesmo que me irritasse de vez em quando, eu não queria me livrar de Hideo tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Dúvidas? Críticas? Elogios? Tuuuudo nos reviews! =D E por favor, mandem reviews, eu preciso ter uma ideia do que vocês acham desse final de fic!