Diário Dos Sonhos escrita por Laila Cobbs
Notas iniciais do capítulo
desculpem a demora em atualizar, eu estava muito enrolada, mas prometo que vou atualizar novamente em pouco tempo!
O corpo de George congelou após ouvir aquela voz, e seu sorriso morreu. Não era apenas uma voz, era a voz dele. De Daniel. No meu mundo. As mãos mantinham-se em meus braços, porém afrouxaram levemente o aperto.
E meu corpo, também congelou. Não por ouvir a voz, não pelo fato de Daniel estar no meu mundo, mas sim pelas memórias que ouvir sua voz, agora tão real, me trouxeram...
Eu estava parada em frente a um espelho, mas a imagem refletida não era exatamente... eu. Quero dizer, era eu, só que ainda criança - talvez com uns sete ou oito anos.
Vestia um delicado vestido cor de rosa, os cabelos cacheados aindo em meus ombros e os olhos cor de avelã brilhantes e curiosos, como os de toda criança.
Virei minhas costas para o espelho, e examinei o grande salão em que me encontrava. Havia uma escada no meio, que levava para o andar de cima, e eu andei nessa direção. Quando me preparava para pisar no primeiro degrau, ouvi uma voz suave chamando meu nome e me fazendo virar rápidamente.
Haviam três meninos parados na porta:
O primeiro era um pouco mais baixo que os outros, tinha os cabelos loiros, olhos verdes e feições perfeitas. A pele levemente bronzeada acentuava o rosa de seus lábios, que estavam com as pontas curvadas para cima em um sorriso gentil. Eu soube pelos olhos - já que nunca havia visto seu rosto - que aquele era Daniel.
O que estava ao seu lado, possuia a pele mais clara, os cabelos castanhos quase pretos e lindos olhos azuis, também estava com as expressões felizes, e um sorriso torto. George.
Ao olhar para o lado de George, pela primeira vez eu pude ver seu irmão. Eu não sei como, mas sabia que seu nome era Calleb.
Calleb Davings era praticamente igual ao George - afinal eles eram gêmeos -, e a única coisa que os diferenciava, era a cor dos olhos. Ao invés de azuis e brilhantes como o do irmão, seus olhos era negros como a noite.
Mesmo somente os olhos sendo diferentes, Calleb tinha algo que chamava a atenção. Era muito bonito, assim como os outros dois, mas até o ar a sua volta parecia ser mais misterioso que o normal.
Não sei se era o fato de seus olhos serem tão negros, ou se era a expressão mais séria que a dos outros, mas algo nele me fazia querer chegar mais perto, mesmo não parecendo uma boa ideia...
Quando a memória acabou e eu voltei a realidade, pude ver que ambos os rapazes na sala olhavam para mim. George não estava mais me segurando, mas sim caído no chão, meio deitado mei encostado à parede, e Daniel estava parado ao meu lado, me observando com seus olhos verdes e preocupados.
- O-o que foi isso? - perguntei com o que não passou de um sussurro - Eu... me lembrei, não é? Era tão real que não poderia ser um sonho.
Daniel assentiu, e pareceu relaxar levemente.
- Você está bem? Ele a machucou? - perguntou, sem nem olhar para George.
- Não, ele não me machucou. - eu estava confusa, e ainda não conseguia acreditar que Daniel era verdadeiro e que estava ao meu lado, mas ele estava mesmo ali.
Eu podia sentir suas mãos quentes tocando meu ombro, sentia o calor de sua presença e os pequenos choques que era enviados por minha coluna toda vez que ele me olhava fundo nos olhos, e essas sensações eram mil vezes mais fortes do que as que eu sentia nos sonhos com ele.
- Essa lembrança... era real? E por que ela veio agora? - continuei.
- Provavelmente a presença de seu queridinho aqui fez o seu cérebro se recordar de outros momentos em que ouviu essa voz. - respondeu George, revirando os olhos.
- Achei que tinha mandado você ficar calado. - Daniel disse seco, olhando pela primeira vez para o outro, que deu de ombros. Olhando para mim, ele respondeu com um tom mais gentil: - Mas devo concordar que ele está certo. Do que você se lembrou?
- Eu era criança...
- Óbvio - George me interrompeu, recebendo um olhar ameaçador de Daniel.
-... E estava em um tipo de castelo. Quando estava prestes a subir as escadas, alguém me chamou, e ao me virar, eu vi que era você, George e Calleb. - terminei.
Vi Daniel e George trocarem um olhar preocupado da parte de Daniel e curioso da parte de George.
- O que houve?
- Você se lembrou do último dia antes de... sofrer a amnésia. - respondeu George.
- Espera aí: vocês estão querendo dizer que eu morava num castelo quando era pequena? - essa ideia me fez querer rir, mas me contive. Como assim? Nem existiam castelos perto de onde eu havia sido encontrada!
- É uma história um pouco comprida, mas tenho certeza de que você se lembrará mais tarde. - Daniel me assegurou.
- De novo você está querendo esconder o meu passado? Por que não podem simplesmente me contar o que houve, e o por que dessa loucura toda?
- Alice, acredite em mim, se eu pudesse eu contaria. - Daniel já parecia cansado deste assunto.
- E o que ele quer contigo, afinal? - apontei para George.
- Eu preciso de respostas, assim como você, e achei que Daniel as tivesse. Mas pelo jeito, ele também não irá me contar nada. - o garoto se levantou lentamente, com as mãos levantas em sinal de ausência de culpa.
- Eu sei que os dois querem... ou melhor, precisam de respostas, mas não sou eu que as posso dar. - Daniel insistiu.
- Quais as suas perguntas, afinal? - me virei para George, que agora estava mais perto de nós.
- Eu não me lembro do que aconteceu naquele dia, o dia em que você perdeu a memória. Me lembro de antes dele, e de depois, mas não do dia. E eu sinto que algo que eu realmente preciso saber aconteceu. - ele parecia tão determinado quanto eu a descobrir seu passado.
- Eu não posso lhes dar as respostas que querem, mas eu sei de um lugar em que podem conseguir. - Daniel sorriu com a ideia que acabara de ter.
- Onde? - perguntei junto com o menino de olhos azuis.
- Já ouviram falar de um lugar chamado Temple of Wisdom?
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e então, o que acham?