Vio atirar-se no sofá da sala e voltou seu olhar apavorado para a porta, por que teria de tinha que ter acontecido aquilo? Primeiramente dormir no ponto de ônibus e ser carregada até a casa dele junto ao mesmo já era um absurdo, agora ter de ficar trancada numa casa gigantesca com ele, somente ele, era demais. Não sabia do que ele era capaz, decidiu-se então continuar ficar em pé esperando até a hora de alguém chegar ali.

― Ei! – Pode ouvi-lo lhe chamando, mas preferiu ignora-lo.  – Você não esta me ouvindo? Pode sentar-se, isso não vai abrir-se de uma hora para outra. – Continuou com sua maluca idéia, até sentir algo ser jogado em si, agachou-se para pegar a pequena almofada e atirou de volta.

― Idiota! – Pensou.

― O que? Eu sou o idiota que dormiu num ponto de ônibus? – Como ele conseguiu lhe ouvir? Acabou por falar mais alto. Droga! Agora não poderia nem mesmo pensar? Tinha que se acalmar, aquilo estava deixando-a atordoada. Certamente não poderia pensar naquilo afinal se não fosse aquela burrada estaria bem e confortável na sua casa, não poderia defender-se sendo que perderia toda razão se já não tivesse perdido, sentou-se na ponta do sofá em frente ao que estava Ikuto e ali permaneceu em silencio.

― Você... Por que foi namorar o Tadase? – Pode ouvir num som quase inauditivel, parecia ter certa mágoa em sua voz rouca.

― Por que quer saber? – Perguntou.

― Por... Esquece. – Desistiu da idéia de pergunta-la novamente, ela não iria respondê-lo, também não queria demonstra-la interesse algum.

― Eu não sei muito bem... - Olhou para ela assim que esta começou a conta-lo. -... Primeiramente ele era gentil com todos, sempre ajudando-nos com tudo, ele parecia ter um brilho dentro de si, que o fazia ser brilhante em tudo aos meus olhos, eu o via antes somente como um amigo, mas depois de um tempo mudou, me sentia mal quando ele faltava aulas, quando o via, era certo de que não deixava de ficar feliz... Ele era como meu mundo e depois de certo tempo ele me pediu em namoro e eu aceitei, mas... Eu era uma boba, sempre que ele queria um beijo eu inventava algo para despista-lo, eu tinha medo de perdê-lo, mas esse medo virou realidade, Assim que eu o vi com outra, além de ter que ouvir algumas coisas... – Limpou algumas lágrimas que escorriam por seu rosto. -... Tsc, eu pareço uma garota obcecada que não consegue esquecer o Ex-namorado.  – Ikuto a escutava atentamente, não conseguia entender um fato, se Tadase fez tanto mal para ela, por que ela não o esquecia? Enquanto ouvia contar tudo pode ver que não somente dizia aquilo da boca para fora e sim parecia vivenciar tudo novamente, realmente a vida não foi muito boa com o coração dela. -... Mas eu não consigo entender, por que eu estou vendo o mesmo brilho que antes via nele em você? – Seus olhos arregalaram-se com o que ela dissera, será que a partir dessa frase que ela acabara de dizer poderia ter uma chance? O que realmente significava aquilo?

― Você quer dizer que esta...

― Eu não to conseguindo me entender, esta tudo confuso, tudo! – Não o deixara completar sua frase, realmente estava confusa entre todos seus sentimentos.

― O que aconteceu para esta porta estar assim?! – Ao escutar aquelas vozes estranhas, Amu rapidamente se virou avistando um casal, a garota era a mesma daquele dia, já o garoto, ele era aquele playboy amigo de Ikuto.

― Eu tenho que ir... – Falou dirigindo-se a porta.

― Garota! – Escutou Ikuto lhe chamar e virou-se, viu ele com um pingente na mão e logo pode ver a corrente a que este pertencia “Então ele estava com ele”,num ato rápido pegou seu colar, que o outro atirou e o observou a corrente por segundos, logo percebendo que continuava naquela casa e se retirando em seguida.

― Realmente eu preciso de um tempo. – Falou para si, apertou o colar em sua mão, provavelmente não teria coragem de encara-lo por alguns dias depois de falar aquilo, estava confusa e precisava organizar suas ideias.