Desde que cheguei à cidade, muitas pessoas me olharam com espanto... eu era como um fantasma.  E de certa forma, não podia negar.

Após meu passeio pela mansão, resolvi andar pela cidade, talvez descobrisse mais alguma coisa. Andei por todo o centro comercial, muitas coisas haviam mudado, mas as características marcantes do local permaneceram.
Lembrei-me de um lugar em especial, decide ver como estava e para minha surpresa, estava exatamente como há oito anos.  Era um parque com muitas árvores e flores, onde o aroma das rosas se misturava com diversos outros perfumes nos causando uma sensação de tranqüilidade... Era tudo o que eu precisava.
Fechei meus olhos lentamente e permaneci ali, imóvel.
-Sa-Sakura? – uma voz feminina me chamava, enfim eu sabia meu nome.
Abri meus olhos rapidamente, porém  minha visão demorara alguns segundos para se acostumar com a luminosidade. Quando finalmente pude ver, dei um salto do banco e a abracei.
-Ino! Não posso acreditar... é você mesma?
-Pelo que eu saiba sim! – Ino me respondeu rindo. – Mas o que houve com você? Todos achavam que estava morta... – Seu semblante mudou em um segundo ao dizer tais palavras.
-Por muito tempo eu achei que estava, mas... Alguém me mostrou que estava errada. – Falei me lembrando de Sasuke.
-Há dois anos... Meu noivo, Umino Iruka, fui assassinado no dia de nosso casamento... Desde então eu fiquei um pouco diferente, sabe? Mas Há algumas semanas conheci alguém que me fez recordar de como eu era. – Ino mudou a expressão no último instante, esse rapaz realmente lhe fizera bem.
-Não vou perguntá-la sobre este dia tão ruim, mas você... Ia mesmo se casar com o Iruka? Hinata soube disso? – perguntei receosa.
-Sim... Eu ia. Mas você não se lembra do que houve com a Hina?
-Digamos que... Perdi a memória. –Disse envergonhada.
- No mesmo dia que seus pais foram mortos e você e Sasori foram levados, o pai da Hinata levou-a para Konoha.
-Konoha? Hinata foi levada para lá? Hyashi Hyuuga... Aquele desgraçado! – disse furiosa.
- O que houve Sakura?
-Agora faz sentido... O rei do País do Fogo elaborou um plano para tomar de Sanshiti, para isso precisava dos meus pais mortos, assim eu não poderia assumir o trono por ser muito nova e mulher, nesse caso a família de Itachi assumiria... Os Uchiha. O único empecilho era Sasori, então ele o seqüestrou, mas apenas isso não bastava para mantê-lo preso, Fugaku ainda tem uma carta na manga. – pausei percebendo um erro na teoria. – Hiromi! Ela casaria com Sasori, mas aí o trono passaria para as mãos do meu irmão, por isso eles não puderam se casar... Onde está ela agora? E... – hesitei em dizer. – Sasuke carrega o mesmo sobrenome.
-Você também não se lembra do Sasuke? – confirmei e Ino prosseguiu. – Cabe a mim preencher as lacunas de sua memória não?- deu um risinho abafado. – Ele vinha aqui com Hiromi todas as vezes, mas era privado de entrar na mansão dos Haruno. Você e Sasuke não poderiam de conhecer antes que se casasse com Itachi, por que isso poderia atrapalhar.
-Atrapalhar? De que maneira? Nem nos conhecíamos.
-E nem podiam. Você era muito quieta e reprimida se tratando da família do seu noivo, e Sasuke tinha uma personalidade bruta demais para sua sensibilidade, assim você desistiria do casamento para não ter que vê-lo.
-Sasuke não é assim! - defendi meu am...igo.
-Se lembrou do que houve?- Ino perguntou radiante, mas neguei. – Você se esquece das melhores partes! Você se perdeu na floresta enquanto seguia seu animal de estimação, tentou procurar o caminho de volta, mas não se lembrava. Caiu de um barranco onde torceu o tornozelo e ficou impossibilitada de andar, foi aí que- interrompi completando.
-Sasuke me encontrou e me levou para a mansão, mas ao ver que eu era uma Haruno me obrigou a esquecê-lo. –disse me lembrando e Ino confirmou. – É irônico como tudo aconteceu, o filho do homem que matou meus pais, é o rapaz que amo. – arregalei os olhos percebendo o que acabara de dizer. – Mas que asneiras acabei de dizer?
-Você apenas admitiu seus sentimentos... assim como eu também deveria.