Last Breath escrita por Garota Anônima


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Sou completamente apaixonada pela possibilidade de Rhaegar e Lyanna serem MESMO um casal e passei tanto tempo fissurada neles que me esqueci que nessa relação existia outra pessoa, ou melhor, outras três. Elia é um personagem que, para mim, é triste. Rhaegar traiu ela e colocou toda a família em perigo quando "sequestrou" a Lyanna, e eu sempre tentei imaginar como isso tinha sido para ela, principalmente na morte dela. Espero que gostem, é algo realemente pequeno (era para ter sido uma drabble, mas saiu do controle), mas me encontrei apegada.
Boa leitura!



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LAST BREATH

By Garota Anônima

Seu corpo estava jogado no chão, as roupas rasgadas e a pele sensível contra a pedra fria. Elia não sentia muita coisa a sua volta, seus olhos estavam focados no pequeno embrulho largado no chão, perto do berço. Largado como se não passasse de trapos. O seu bebê, seu lindo bebê Aegon.

 Os olhos encheram-se de lágrimas mais uma vez, e elas escorreram por seu rosto, morrendo em seus cabelos negros, espalhados pelo chão. Rhaegar, como o odiou naquele momento. O odiou mais do que quando ele entregou aquela coroa de rosas de inverno a menina Stark, nomeando-a rainha da beleza e do amor, passando por cima de Elia, humilhando-a.

 Tinha a vaga noção de que o monstro estava sobre ela, com as mãos ainda ensangüentadas e manchadas com a vida de seu lindo bebezinho. Que os deuses protegessem sua Rhaenys como não protegeram Aegon.

 Fechou os olhos lentamente, batendo os cílios devagar, lembrando-se do dia mais feliz de sua vida.

Os Targaryen não se importavam muito com o nascimento de meninas, e mesmo que Rhaegar fosse mais honrado, bondoso e amável do que qualquer outro Targaryen, Elia sabia que havia o decepcionado quando Rhaenys nascera, mesmo embora ela fosse a menina dos olhos do pai. Mas agora, agora ninguém poderia acusá-la de nada, ela havia feito. Havia conseguido. Havia dado a luz a um herdeiro legitimo. Sentia-se quase tão orgulhosa como se sentia cansada.

Rhaegar passou o braço em volta de seus ombros, puxando-a de encontro a seu peito, enquanto ela aninhava o pequeno bebê em seus braços. Os poucos fios prateados que cobriam a pequena cabeça e os olhos, violetas como os do pai, abrindo-se preguiçosamente, enquanto seus pequeninos dedos agarravam os da irmã, que estava sentada no colo do pai.

Quando Elia ergueu os olhos e viu sua família, sentiu que havia conquistado tudo aquilo que desejava, que havia feito tudo aquilo que esperavam dela. Notou que estava verdadeiramente feliz. Amava Rhaegar e sabia que o sentimento era recíproco, Rhaenys era a garota mais carinhosa, doce e amável que poderia ter desejado; e agora, agora ela tinha seu pequeno bebê Targaryen, contradizendo tudo que lhe falaram após o parto de Rhaenys, indo contra a opinião do Grande Maester, ela havia dado a luz a um menino, seu Aegon. E estava viva.

Voltou a abrir os olhos, deparando-se com a parede vermelha. O coração apertou no peito, e não foi pela lamina que enterrava-se em sua carne. Seu coração apertou em raiva e desespero, no horror de não ter mais forças para lutar. Sentiu-se enraivada por Rhaegar ter prometido amá-la e honrá-la e mesmo assim ter levado a menina Stark, ter desaparecido com ela e deixado seus filhos a mercê da irá dos Stark e da loucura do pai; sentiu-se enraivada por ele estar morto agora, assim como seu Aegon e como logo ela estaria.

Podia sentir a vida escapar de suas veias junto de todo o sangue, deitando-a em uma fria e vazia cama de sangue.

Não tinha mais forças para se mexer e sentia mãos frias abraçando seu corpo, apertando seus pulmões. Voltou a se desesperar ao pensar em Rhaenys. Tinham de ter salvado ela. Tinham de tê-la levado a um lugar seguro. Precisavam salvar a princesa, sua menina, seu anjo. Não podia perder a todos eles.

E quando todo o desespero, o medo, a raiva e o horror foram embora, quando Elia caiu em um mundo negro e cheio de paz, ela pensou na mãe. Na imponente Princesa de Dorne. Esperava encontrar com ela no mais belo dos sete céus, junto de seu lindo bebê. E então pediu aos deuses para que acalentassem a tristeza de Doran e Oberyn e que eles pudessem ajudar Rhaenys. Pediu que Rhaenys estivesse bem.

E então a escuridão a abraçou por completo, apertando seu corpo morto. E ela seguiu regia e altiva, para o seu destino.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de me contar o que acharam de mais um "insight" a época da Rebelião do Usurpador.
Obrigada!
xo.xo