Well Be A Dream escrita por MissLerman


Capítulo 3
Capítulo 3 As vezes, nem tudo é como você pensa


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um capítulo, e eu preciso arranjar um par para o Jason mas to sem ideias de quem pode ser, o que vocês acham?



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Sai do meu quartinho às pressas, mas quando abri a porta, dei de cara com Bianca.

– Percy! - ela disse me abraçando. Bianca era como minha irmã mais velha, sempre cuidou de mim e de Nico muito bem. Tinha os cabelos castanhos e bem compridos, estava usando um vestido comprido muito bonito, provavelmente era de Thalia. Quando ela me soltou, me deu um soco no braço. - Nunca mais faça isso, está me entendendo? - ela me fuzilava com o olhar.

Dei uma risada sem graça. Ela suspirou e olhou para trás. Luke estava treinando com Jason, Thalia assistia sentada em um dos bancos que ficavam no jardim. Eu percebia o jeito como Bianca olhava para Luke, era aquele tipo de olhar. Quando ela percebeu que eu a observava, ficou vermelha e foi até Thalia.

Thalia era o tipo de princesa que não parecia princesa. Ela usava calças quando montava à cavalo, sabia até como usar uma espada, e só usava vestidos em ocasiôes muito especiais. Hoje ela estava de vestido, o que quer dizer que, ou ela estava de bom humor ou ela e os irmãos teriam algum compromisso muito importante.

Já estava tarde, resolvi me encaminhar até o estábulo buscar Blackjack, não is deixar meu camarada.

Precisava ser rápido e silencioso, o velho Quíron não gostava que ninguém tirasse os cavalos sem a ordem de um dos príncipes, principamente quando estava prestes a anoitecer.

Para minha sorte ele parecia não estar por perto, o que me assustou, porque normalmente não tenho sorte. Peguei Blackjack e sai dali.


*****


Era estranho andar pela vila naquelas horas. O sol estava prestes a se por, então, tanto os comerciantes quanto as pessoas, estavam se retirando das ruas. Eu estava me sentindo um forasteiro.

Dei uma chicotada em Blackjack, que disparou num galope. E eu quase cai.

Chegamos à praia. Olhei para o mar e senti uma coisa engraçada, o mesmo que havia sentido na noite anterior. Será que eu estava na presença dela?

O mar estava brilhante, e muito mais lindo do que de costume.

Deixei Blackjack nas pedras, ele se irrita quando cavalgamos na areia.

Comecei a andar, estava começando a ficar escuro. Não sabia por onde começar, como eu poderia chamar a atenção de uma sereia? Me aproximei da maré alta.

Decidi começar da maneira tradicional:

– Olá, - gritei - tem alguém aí?

Quem passasse por ali devia pensar que eu era um louco. Mas eu realmente esperava ouvir uma resposta, infelizmente ouvi apenas o barulho das ondas se quebrando na praia.

Fiquei desapontado, mas tentei de novo.

– Olha, eu queria te agradecer por ter me salvado! - gritei mais alto.

– De nada! - respondeu uma voz feminina.

Era ela!

Olhei para o lado e lá estava ela, com os cotovelos nas pedras. Seus cabelos loiros caíam pelo ombro, compridos e sedosos, mesmo estando molhados, parecia ter 17 ou 18 anos. Sua pele era clara e totalmente lisa. E os olhos, eles eram incrivelmente cativantes, eram azuis, mas como os de Thalia que eram azuis eletrIzantes, os dela eram cinzas e tranquilos. Realmente, ela era encantadora.

Ela sorriu para mim, senti minhas bochechas queimarem, a minha sorte é que o sol já havia sumido, então não estava tão claro.

Não consegui ver sua calda, mas não precisava ver para saber o que ela era.

Tentei falar oi, mas senti como se estivesse esquecido como se fala. Me senti um completo idiota, para variar. Sempre fazia isso quando estava na presença de mulheres bonitas, e ela era sem dúvidas uma mulher muito bonita.

– Viu o que você fez Annie, petrificou ele! - um rapaz falou, e logo em seguida apareceu as lado dela.

Como eu havia previsto, ele me parecia ter 16 anos, tinha cabelos loiros como ela, todo bagunçado por causa da água. Os olhos também eram cinzas, deduzi que eles eram irmãos.

E ali estava eu, diante de uma sereia e um sereio, eu acho, precisava lhes preguntar sobre o que eu ouvira de manhã e também agradecer pelo salvamento.

– Hãn... - tentei começar - obrigado... eu .... hãn... não sei como agradecer a vocês por me salvarem.

Não soou legal, mas mesmo assim era melhor do que nada.

– Não está aqui só para agradecer, está humano? - dizendo isso, a sereia fez força com os braços e se sentou na pedra. Foi então que vi sua calda.

Era toda prateada do umbigo para baixo. Era incrivelmente estranha, e estranhamente incrível. Parecia mesmo um peixe, fiquei hipnotizado por alguns minutos. Até que retornei minha consciência.

– É Percy, meu nome é Percy.

Eu a disse.

– Sabemos disso. - ela continuou - Meu nome é Annabeth, e este é meu irmão Charles. - ela apontou para o moço. Realmente, eles eram irmãos.

Não resisti e perguntei:

– Você também é uma... quer dizer, um sereio?

Quando ele ouviu isso, me olhou enfurecido, enquanto Annabeth parecia segurar a risada

– Eu sou um tritão, não um "sereio"!

Ele me disse um tanto irritado. Mas resolvi não retrucar e continuei o assunto. Dei um passo à frente e disse:

– Na manhã em que vocês me salvaram, você - olhei para Charles - disse que eu poderia ajudar. Podem me explicar em que exatamente?

Eles se olharam de forma tensa, como se estivessem mesmo precisando de ajuda.

Naquele instante decidi, eu ia fazer tudo que estivesse ao meu alcance para ajudá-los. Mesmo tendo acabado de conhecê-los, senti que eram duas pessoas, ou sereias, de confiança.

– Agradeça à ela - Charles deu de ombros - foi ideia dela te salvar!

Olhei para Annabeth automaticamente. Ela usava duas conchas para tampar os seios. Ainda bem, me sentiria muito menos à vontade na presença de uma sereia quase nua.

– Bem - ela começou - precisamos da sua ajuda. Aquele cara, sem um dos dentes - Annabeth se referia ao sr D, seu nome na verdade era Dioniso, mas ele odiava ser chamado assim - nó ouvimos ele falando algo sobre encontrar Atlântida, Percy, se isso acontecer, estamos perdidos!

Aquilo me assustou, realmente, um pouco antes de tudo pegar fogo, eu ouvira sr D. e príncipe Luke conversando sobre sereias. Mas o príncipe não seria capaz de fazer algo assim, ou seria? Porque ele conversou comigo sobre as Ilhas Marques um pouco mais cedo. Talvez ele também estivesse participando do plano, seja lá qual fosse.

– O que aconteceria - arrisquei - caso sr D. encontrasse Atlântida?

Ambos pareceram não gostar da pergunta. Trocaram olhares não muito contentes. Pude perceber que aquela não fora uma boa pergunta.

– Simplemente a maior guerra aqua-terrestre de todos os tempos. Papai jurou que se algum humano chegasse perto de nosso reino ele..

– Opa, - imterrompi - papai?

Ela assentiu.

– Sim, somos filhos do Rei Tritão! - disse Charles num tom rude.

Fiquei chocado, para variar.

– Rei? Quer dizer, com aquele garfo e tudo?

Annabeth riu. Seu sorriso parecia iluminar toda noite escura. Sem perceber, comecei a sorrir como um idiota de novo. Charles me olhou feio, como se fosse me bater.

Resolvi que era melhor voltar ao assunto principal.

– Mas como vocês esperam que eu ajude?

Eu estava com medo da resposta.

Annabeth começou:

– Você é amigo dele, descobrir se eles vão mesmo e porque.

Era um bom plano, mas parecia não ser bom o suficiente.

– Mas sr D. não é burro como parece, ele ficou desconfiado pelo fato de eu ter nadado quilomentros sozinho após cair de vários metros de altura.

Eles abaixaram as cabeças.

Então Annabeth se ergueu, como tivesse tido uma ideia, e olhou para Charles.

Quando o olhar deles se encontraram, eles pareciam conversar só com uma troca de olhares. Ele me pareceu assustado, como se a ideia da garota fosse a pior coisa do mundo.

Mas ela parecia insistir.

– Annabeth, não me diga que você pensou em... - ele não conseguiu terminar a frase.

Annabeth segurou seu braço.

– Esta pode ser nossa única chance!

Aquele suspense estava me matando. Eu odiava ser o último a saber das coisas.

– O que pode ser nossa única chance?

Charles me lançou um olhar tipo: "Nossa, você não sabe de nada mesmo!" e Annabeth apenas encarou o mar.

– Pode nos encontrar aqui amanhã Percy? - ela me disse sem olhar para mim.

Amanhã? Então eu teria que ficar curioso até amanhã?

– Mas por quê? O que vocês dois não estão me contando?

Segredos, aí está uma coisa que me irrita.

Annabeth se arrastou para um pouco mais perto de mim. Charles revirou os olhos.

– Nos encontre aqui amanhã bem cedo. Eu prometo que te explicarei tudo, agora vá e durma um pouco.

Dizendo isso, tanto ela, como Charles, deram um mergulho e sumiram no mar.

Eu tinha certeza que agora o certo a fazer era voltar para o palácio e tentar dormir.

Andei até Blackjack, que havia deitado. Acho que ele estava cansado de me esperar.

"Minha noite foi bem produtiva" pensei "afinal, sereias não são criaturas tão horríveis, pelo contrário, são lindas!"

Mas eu só havia conhecido dois deles, não sabia como era o resto. Se todas as sereias fossem que nem Annabeth, acho que eu queria me mudar para Atlântida.

A boa notícia é que fiz mais dois amigos. A má é que eles eram sereios. Meu dom para amizades é fascinante!

Montei em Blackjack e cavalgamos de volta para o palácio. Mas a única coisa que passava pela minha cabeça era aquela moça de olhos acinzentados.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado (: