Polícia escrita por judy harrison


Capítulo 18
Encontros Mal Planejados


Notas iniciais do capítulo

Devido a problemas de saúde, Judy Harrison não postará comentários aqui, e estou postando os últimos capítulos de seu último trabalho. Agradeço pela apreciação.



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Em um motel de última categoria, Grace pensava em outro plano para surpreender Bruce. Lembrava-se com raiva de si mesma que foi estúpida quando estava dentro do bueiro com a arma apontada para as pernas dele. Uma barata voou em seu rosto e atrapalhou sua pontaria. Ela tinha que dar um tiro certeiro, ou poderia ser presa sem ter alcançado seu objetivo. Bruce saiu de lá sem que ela tivesse a chance de mirar de novo.

_ Mais uma dia! – dizia ao se vestir diante do pequeno espelho pendurado na parede daquele lugar sujo – Mas eu ainda te pego. Pra quem esperou até agora... – sentia a ira corroer sua alma.

Ela precisava se aliviar e saiu para as ruas em busca de drogas, pretendia usar seu corpo para consegui-las. Com uma aparência mais bonita do que quando foi presa, Grace conseguiria qualquer homem que estivesse em busca de diversão, mas seu interesse era se estruturar cada vez mais para sobreviver nas ruas pelo menos até atingir seu alvo. Então usou seus atributos para atrair um tipo de homem fino e rico.

Quando ela conseguiu seu perfil perfeito, propôs a ele que fizesse sexo oral, dentro do carro. Mas seu plano falhou de novo. Grace não tinha sutileza, embora fosse bonita. De volta a sua “casa” improvisada com apenas umas pedras de crack em troca de sexo em becos e prédios vazios com outros viciados, ela suspirou, cansada. Então se deitou para pensar no que faria dali pra frente

_ Esse número é de New York! –

Ela usou o telefone do quarto e ligou para o tal número. E uma mulher atendeu.

_ Alô! Alô!

_ Mãe! – disse Bruce pegando depressa o telefone de sua mão para atender.

_ Você pode não é? – protestou sua mãe com meio sorriso.

_ Eu sou a polícia! – ele sorriu para ela e falou ao telefone – Alô!

_ Bruce, é Pontes!

_ Olá, Pontes! Novidades?

_ Sim, se segure! – ele pausou – Meus agentes do aeroporto souberam que uma garota andou perguntando sobre você ai em New York, no aeroporto Kennedy.

_ Aqui? Quando?

_ Isso tem três horas, mas não sabemos se é ela. Disseram-me que ela é uma moça jovem, bonita e tem cabelos pretos. Anda por aí com seu nome escrito num cartão.

_ Ela deve ter mudado a aparência. Pontes, fique atento e peça a seus homens que interceptem da próxima vez a quem deu a informação, agente tem que fechar o cerco. Ele têm o meu apoio.

_ Está bem, até logo.

Bruce deligou, sentia sua circulação ficar alterada. Como conseguia prender grandes bandidos e não uma mulher jovem.

_ Mãe, eu vou para a rua, os agentes ficarão com a senhora.

_ Mas você disse que ia almoçar. Eu estou terminando!

Ele beijou o rosto dela. Se quiser me esperar... Eu tenho que ir.

Enquanto ele saia ela resmungava.

_ Bruce Barrett, isso sim! Todos vocês são iguais.

_ Te amo, mamãe! – gritou da porta e saiu.

Do lado de fora ordenou que não permitissem a entrada de ninguém, exceto Laurence e ele.

_ Impeçam o presidente se ele vier. Entenderam?

_ Sim senhor.

_ Trabalhem direto. – disse com seriedade – É minha mãe que está lá, um vacilo e estarão na rua.

Ele queria ficar, não confiava em ninguém melhor do que ele mesmo para proteger sua mãe, mas tinha que procurar por Grace.

Do seu rádio ligou para várias unidades e deu a descrição aproximada de Grace.

_ Quero que revistem as suspeitas se precisarem, qualquer uma. Peguem uma cópia da foto dela em suas unidades e coloquem em todas as esquinas e bares, onde for viável. Tomem cuidado, ela é perigosa, traiçoeira e mentirosa. – dizia com seu lado pessoal.

Aquela ordem havia sido dada apenas no estado da Califórnia, pois a informação de que Grace tinha saído de lá ainda não era oficial, não comprovada e a polícia tinha que trabalhar com certezas e não possibilidades.

Mas Bruce não quis esperar. Era a certeza dele e o risco era dele.

Depois de rodar muito pela cidade e observar todas as mulheres com o mesmo corpo de Grace, algo que ele nunca esqueceu, Bruce ia voltar para a delegacia quando recebeu um chamado pelo rádio, e parou no meio fio para ouvir melhor.

_ Bruce, nós a pegamos! Ela se recusa a falar, estava com o tal cartão nas mãos com seu nome, o de sua mãe, e o endereço de São Francisco.

_ Levem-na para o distrito. Eu a quero algemada e com dois agentes, uma agente feminina também. Estou indo para lá.

Seu coração batia forte e ele ia arrancar o carro quando um rapaz entrou na frente e foi atropelado. Seu corpo voou para cima do carro e quando Bruce freou ele rolou para o chão.

Assustado, ele saiu depressa do carro, e foi ao socorro do garoto, que não devia ter menos de 16 anos, estava estirado no chão. As pessoas começaram a se aglomerar.

_ Ei, garoto! – gritou abaixando-se, mas o garoto se sentou – Tudo bem? Não se mexa, fique aí, eu vou chamar a ambulância.

_ Eu... Eu estou bem. – o garoto disse meio confuso.

Bruce foi até o carro e chamou pela ambulância. Como viu pessoas se aproximando muito e algumas indignadas, precisou mostrar seu distintivo.

_ Afastem-se todos, a ambulância está a caminho. Sou da polícia, Agente Bruce – ele voltou com o rapaz – Como se chama?

_ Bruce!

_ Ei! - sorriu, mas estava nervoso – Me chamo Bruce também! Bruce, deite-se ai. – ele se deitou no chão, estavam exatamente no meio da rua. Eu sou da polícia, e você entrou na frente do carro quando eu estava saindo. – apalpou seu corpo com leveza – Sente dor por aqui?

_ Não, eu estou...

De repente ele começou a vomitar. Bruce o virou de lado e o segurou, viu o menino expelir sangue pela boca, e ficou desesperado, mas ao mesmo tempo a ambulância já estava ali.

Depois de todo o procedimento, a ambulância se foi e Bruce foi com eles tinha que acompanhar o socorro.

No lugar do acidente uma poça de secreção ficou no chão e muitas pessoas ainda estavam ali, e comentavam o assunto.

Um moleque passou e perguntou o que houve para várias pessoas. Na verdade era Grace que havia escutado o nome de Bruce e “policial” na mesma frase.

_ Um rapaz foi atropelado. Era um policial. Bruce. O resgate do hospital central acabou de sair com ele.

Era a última informação que ela ouvia, justamente de alguém que havia chegado depois que tudo aconteceu.

Equivocada com o que soube e com sede de vingança ela procurou uma forma de ir para o hospital.

Lá, Bruce chegou com o rapaz e entrou com ele, tinha que ter certeza de como o garoto estava, que não estava gravemente ferido.

O doutor logo chegou para vê-lo. Ele estava inconsciente, mas segundo o médico era apenas temporário.

_ Eu preciso tirar umas radiografias de todo o corpo e fazer uns exames, mas pelo que vejo aqui ele mordeu a língua na queda ou na batida, por isso o sangue. Esse sangue não saiu de dentro dele, fique tranquilo.

Ele respirou aliviado.

_ Maluco, foi atravessar a rua e não viu que eu ia sair com o carro. Eu tenho que ir, estava indo efetuar uma prisão... Bem, assim que resolver isso, eu voltarei com ele. Mantenha me informado, ok?

Bruce ia sair do hospital pela porta da frente, mas já viu uma repórter a sua espera. Com a ideia de despistá-la pediu que um motorista o levasse dentro da ambulância.

_ Mais tarde eu pego meu carro.

Pouco tempo depois que ele saiu, Grace chegou, percebeu a repórter, junto ao carro de Bruce, sabia que era dele, era o mesmo que viu pela manhã.

_ Está esperando o policial? – perguntou a ela.

_ Sim. – a repórter respondeu com indiferença.

Grace não se importou muito, estava furiosa por ter falhado antes, e não se preocuparia se alguém a maltratasse, mas desejou tirar seu disfarce para que ela a reconhecesse e a filmasse depois que matasse Bruce. Encarava a ideia com orgulho, pois já ouvira de pessoas que conversavam em bares sobre o feito de uma burguesa assassina, ela mesma, seu ego alargou-se, ela gostava de saber que era lembrada.

Grace entrou no hospital, estava com um peruca longa e ruiva com um gorro, e na recepção perguntou:

_ Por favor, em que quarto o policial Bruce está?

Sem pestanejar a moça buscou o livro de internações.

_ No quarto dezesseis, - levantou os olhos – com o ferido...

Grace já tinha saído de lá ao ouvir o número.

No distrito policial, Bruce entrou depressa, estava ansioso para ver Grace e dizer que a pegou primeiro.

_ Na sala dois, Bruce.

Ele foi a passos largos, tinha em sua boca tudo que queria dizer, tinha o riso e a satisfação para mostrar a ela.

Quando abriu a porta a viu de costas, ela estava com cabelos compridos, castanhos e cacheados.

_ Grace!

Ela se virou e Bruce quase surtou. Não era Grace.



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