Polícia escrita por judy harrison


Capítulo 10
Jamie Constance


Notas iniciais do capítulo

Bruce encontra Jamie, que vai transformar a sua vida. Para melhor? Para pior? Ou só vai mudar?



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Bruce ainda estava na varanda.

Seus pensamentos ainda estavam embaralhados, e ele não conseguia organizá-los em sua cabeça, não conseguia coloca-los em ordem de importância. Nos últimos dias muitas coisas aconteceram, e agora aquilo.

Laurence chegou, mas não em sua frente, e disse.

_ Eu sinto muito...

_ Temos que ir à delegacia. – ele interrompeu bruscamente e foi para o carro.

Laurence fechou a casa e entrou no carro em silêncio. Assim permaneceram até a delegacia. Lá Bruce teve uma surpresa.

Depois de elaborar o relatório que fez com muito custo, ele foi chamado pelo capitão do seu batalhão.

_ Bruce, eu obtive boas referências a seu respeito e também você foi muito recomendado pelo delegado Pontes para nos ajudar em uma blitz que faremos daqui a duas semanas.

_ Por que esse tempo de espera?

O capitão riu satisfeito, era uma pergunta de quem queria agir sem demora.

_ Vá sempre com calma, agir com cautela às vezes é a melhor política. É uma estratégia de captura...

_ Vou trabalhar com os investigadores?

_ Isso mesmo, você não anseia por isso?

Bruce raramente sorria em serviço, mas daquela vez ele sorriu.

_ Claro, senhor!

_ Eu imaginava! – deu tapinha em suas costas – Mas eu sei que você pegou uma semana de licença por causa do que houve ontem. Ato de bravura, eu soube! Logo que voltar resolveremos isso. – ele pausou para pegar um documento – Essa menina, Jamie Constance... – aquele nome soou como um sino estridente nos ouvidos de Bruce – A mãe... , você sabe, você estava lá, e o bandido que a matou, acreditamos que por acidente, era seu marido. – Bruce estava ansioso, sua boca estava seca – É uma coisa triste que vou lhe dizer, mas é a realidade. Não há orfanatos para essa menina. Ela é grande e as instituições estão cheias. Além do mais ela tem um tio em Los Angeles que ainda não se manifestou. Eu gostaria de lhe pedir, Bruce, que fique com ela até esse tio se pronunciar, coisa de três ou quatro dias. A unidade o recompensará, e você sabe que será muito bem recompensado.

_ Por que eu? – a pergunta era em pensamento que soou alto.

_ Como eu disse, eu tenho ótimas referências de seu caráter, sei que sua mãe fica em casa, você terá uma semana fora daqui, e... – suspirou e o encarou – Você a salvou, digo, aquele louco podia ter matado a própria filha, e você a protegeu. Não há razão maior. – ele notou que Bruce suava, e estava pálido – Sente-se bem?

_ Sim, só quero um pouco de água. – ele sentou-se num sofá macio, e relaxou o corpo – É que esses remédios que tomo me deixam assim. – mas era aquela notícia sobre a menina.

_ Vou buscar água para você. - saiu

Mas Bruce queria cuidar dela, queria vê-la de novo, mesmo que implicasse em reviver mentalmente toda aquela cena de terror. Afinal, estava tudo muito nítido ainda; os tiros, os gritos, o rosto daquela mulher...

O capitão voltou com a água e ele a bebeu.

Quando acabou, para sua surpresa, ele viu do lado de fora a criança que chegava com um oficial do juizado.

Eles entraram e Bruce se levantou devagar, encarando a criança.

_ Bruce, esta é Jamie Constance.

Ela estava de cabeça baixa, seu olhar era distante e não expressava nada, exceto o vazio.

Tentando não pensar em como o destino os uniu, Bruce abaixou-se e tentou achar aqueles olhos que em sua lembrança estavam atentos.

_ Jamie? – ele disse e ela levantou os olhos – Q-Quer ir para casa comigo?

Mas ela o encarou também e continuava sem expressão. Porém ele achou dentro daqueles olhos castanhos a dor e a revolta pelo que ela passou e ainda passaria.

_ Ela não fala. – disse o policial – Os especialistas disseram que temos que dar um tempo a ela.

Bruce se levantou.

_ Então, garoto? - o capitão perguntou – O que você decide.

_ Eu já disse que a levarei.

_ Você não disse! – olhou para o outro e sorriu.

De fato, ele não disse, mas seu coração gritava, ele achou que tivessem ouvido.

_ Desculpe-me, eu vou leva-la comigo.

Bruce ficou com Jamie na recepção, como se fosse um reclamante, era necessário esperar para que a papelada fosse redigida. Ele a observava, e ela apenas olhava o horizonte, às vezes arrumava no corpo seu vestidinho de tricô, todo rosa, com um forro branco e sapatinhos brancos, que faziam aquele “toc toc” quando ela andava.

Algum tempo depois, ele foi chamado para assinar os papeis para guarda provisória de Jamie.

Quando ele terminou segurou Jamie pela mão para que o acompanhasse e ela o fez sem hesitar. Laurence estava esperando por eles lá fora.

_ Eu vou de taxi, Laurence. – ele disse com seu semblante fechado.

_ Nada disso, Bruce. Vamos, pela menina.

Ele acabou aceitando.

Bruce preferiu ir com Jamie no banco de trás, e como foram em silêncio, assim voltaram.

Já era noite quando eles chegaram. Laurence apenas os deixou e foi embora, nem mesmo o comprimento natural de despedida se ouviu de ambas as partes.

Betsy ainda dormia, e Bruce pediu a Jamie.

_ Fique sentadinha aqui no sofá, vou ver se minha... se a tia Betsy vem fazer comida para nós. Está com fome?

Para sua surpresa ela esboçou um leve sorriso no rosto. Bruce sorriu para ela, estava satisfeito por ver que ela reagiu.

No quarto porém, sua mãe estava inerte ao seu chamado da porta de seu quarto. Ele entrou e notou que ela estava nua. Não teve reação senão cobrir seu corpo. Parecia que aquilo que viu mais cedo o deixou frio e indiferente ao fato de vê-la sem roupas agora. Mas ele estava preocupado. Betsy dormia profundamente e cheirava a alccol.

_ Não acredito que ele fez isso. – disse já imaginando o que se passou entre ela e Laurence.

Temendo que sua mãe tivesse alguma complicação, ele chamou pelo próprio Laurence. Falou com ele ao telefone.

_ Ela não reage. Isso nunca aconteceu. Venha para cá, eu não posso ficar com ela e Jamie ao mesmo tempo.

_ Bruce, eu preciso trabalhar, sua mãe só está dormindo.

_ O que deu a ela? Você a embebedou para se aproveitar dela?

Aquela acusação fez com que Laurence desligasse.

Bruce apenas fechou a porta do quarto e voltou sua atenção a Jamie.

_ Venha, vou levar você para a cozinha.

Ele estendeu sua mão e ela a segurou. Por um instante ele olhou e comparou o tamanho de sua mão com a dela e depois sorriu. Jamie sorriu para ele e abaixou a cabeça. Bruce parecia ter se esquecido do mundo todo com aquele sorriso. Sua mãozinha branca e leve era uma flor dentro da grande mão dele, como um monstro a devorá-la. Ele sentiu que seu coração estava apaixonado pela pequenina.

Depois de colocar a menina na cadeira ele preparou uma sopinha de macarrão para ela, como legumes em conservas e uns pedaços de peixe que sua mãe sempre guardava no congelador pronto para cozinhar ou fritar se ele quisesse.

Jamie o observou fazendo a sopa e depois a tomou com vontade. Estava mesmo com fome, pois tomou dois pratos de sopa, e ele sempre tomando junto a ela e reparando em seu modo de sugar o caldo para dentro da boca, produzindo aquele barulho que para os adultos era uma falta de etiqueta na mesa. Como ela fez bem ao seu coração. Ele ria sempre que ouvia aquilo: Vrrrrrrrrrrrrrrp!


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Notas finais do capítulo

Bruce está com Jamie e pretende cuidar dela. Ele vai suportar sua presença em casa? E quando ela se for, o que vai acontecer? O que houve com Betsy?
Não deixe de assistir..., digo, de ler o próximo capítulo de "POLÍCIA"!
E pra variar, não deixe de deixar seus reviews!!!
Obrigada!



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