Life Note

 

Episode 5:

 

We are the Justice

(Nós somos a Justiça)

 

 

 

Near lembrou-se de daquele curioso quarto, onde tudo começara. Lá havia equipamentos de alta geração, inclusive estranhou alguns e um deles era no mínimo “interessante”. Preferiu não dar muita importância, pois voltar-se completamente para aquele caderno misterioso era seu objetivo primordial.

 

Pegou a chave em questão. Usá-la-ia em todos os lugares que possuíam vestígios do mestre, pois algum lugar precioso e inestimável ela teria de abrir e estava convicto de que iria descobrir. Pensou por inúmeras vezes, procurou e a introduziu-a em várias maçanetas e nenhuma foi esporadicamente aberta. A primeira vez que fora bensucedida, a frustração era devastadora, pois encontrava nada o mais do que já havia descoberto; vestígios de um passado sigiloso de L.

 

Ficava a se martirizar quando percebia os dias se passando, e o caso continuava da mesma forma. Near juntou os pertences de L que foram encontrados em  lugares inimagináveis dentro do quarto de seu mestre, para começar a pensar em uma estratégia diferente. Como na maioria das vezes, Near sempre conseguia rumar para o caminho certo.

 

– No início, não faziam sentido algum estes números e diagramas nestas folhas... – Dizia Near segurando várias folhas que apenas continham números e fórmulas - Porém, começo a entender que se tratando de L, os números podem funcionar de forma diferente. -Afirmou Near sorrindo e rabiscando outras folhas em branco - Eu encontrarei a verdadeira chave para este mistério!

 

– Isso te remete à algo, meu caro?-Disse L fitando o ser ao seu lado que começava a esboçar traços de lembrança, mas preferia escondê-los até que pudesse saber um pouco mais sobre a vida de L.

 

– Ora! Não me lembro, eu já disse. –Esboçou um sorriso irônico - Me dê mais um tempo para lembrar! -Sorriu e fez L perceber que ele já havia recuperado sua memória ou parte dela...

 

– Vai querer mesmo que isto vá até o fim?-Disse L fitando o ser que esboçava um pouco de preocupação.

 

– Claro, saber tudo o que está por vir parece ser mais empolgante... -Sorriu sádico, deixando claro para L que o Ser ao poucos recuperava sua memória...

 

Permaneceu por algumas horas, debruçado sobre aqueles papéis e aqueles códigos intermináveis que para ele, significavam muito mais do que meros números. Near começava a sentir as pálpebras lutarem contra o cansaço, fazendo com que o albino começasse a entender como o L obteve tantas olheiras; esforço demais, desistência inexistente.

 

Depois de horas à fim entre cochilos e quebra-cabeças, Near deu um largo sorriso dizendo:

 

– Eis enfim, o mistério desvendado! –Sorria indubitavelmente cético que havia encontrado o caminho correto.

 

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– Me parece que ele descobriu como “desvendo” meus códigos!  -Sorriu L copiosamente feliz.

 

– E Isto é bom?

 

– Depende do que você acha ser bom. –Disse fitando o moço seriamente - Mas tem coisas que a gente deve saber de qualquer jeito, meu caro.

 

Números e ciência do reflexo de da Vinci, teoria da relatividade de Einstein, a linguística ampliada por Sassure, invariantes matemáticas, ciberespaço e interfaces eletrônicas, as filosofias de Aristóteles, a arte do pensar sistemático de Sherlock Holmes, ou seja, tudo havia se passado pela cabeça de Near, menos o resultado final. Talvez se não tivesse pensado em tudo o que L gostava não teria chegado à conclusão que a última coisa seria "aquela".

 

Sim, agora fazia sentido. Ela ele o verdadeiro causador da morte de L...

 

– Menino promissor, não é L-kun? –Disse o ser Ironicamente.

– Não é por acaso que ele o pegou... –Sorriu falso o que fez o outro fechar os olhos e bufar zangado.

 

Near sorriu. Aquela descoberta era demais para sua cabeça e isto o fez se convencer de que Mello e Matt estavam corretos ao afirmarem tal curioso fato. Naquele exato momento, só conseguia se focar naquela parte do chão que descobrira através dos códigos...

 

– Não pode ser... Mas... porque logo “ele” L? - Balbuciou Near esporadicamente.

 

 

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– Na verdade, não queria que ninguém soubesse -Indagou L olhando para o Ser ao seu lado - Mas acho que você é justamente a exceção.

 

– Ei L, o que você está fazendo com este cara? –Disse Mello mordendo uma barra de chocolate e se sentando ao lado do mestre. - Eu realmente não te entendo... –Disse Mello com destreza se sentando ao lado do ser e o analisando.

 

– Nem eu, mas é melhor você não se meter, Mello. –Disse Matt passando pelo local – É por isto que estou vazando.

 

– Vocês não têm nada a ver com isto. –Disse L deixando os dois com uma gota na cabeça – Vá com ele Mello. –Disse fazendo Matt sair automaticamente do local.

 

– Me espera imbecil! –Disse Mello se levantando e mordiscando mais um pedaço do chocolate.

 

-Pare de comer estas coisas, ou você não vai sair daqui... –Disse Matt repreendendo-o.

 

– Mas um para me dar aulinhas? Já não basta o L estar folgadinho por causa do irmãozinho dele!?

 

 L permaneceu sereno e calado enquanto o ser arregalou os olhos.

 

– Achei que estava entendendo alguma coisa... mas agora... O que eu tenho haver com esta história?

 

– Simples meu caro. Você sabe que tem tudo haver, não é mesmo...

 

 

– RAITO-KUN!? -Disseram em uníssono, mas cada um com uma expressão diferente....

 

 

 

 

*Flash back L and Kira on*

 

– Bem meu caro, acredito que agora chegou seu fim. –Disse fitando Raito que sangrava pela boca, tossindo e amedrontado por vê-lo novamente.

 

– Foi você L! Não foi?! Por quê? Porque você voltou?! Foi para me matar com suas próprias mãos?! –Gritava o garoto sentindo as primeiras pontadas de dor.

 

– Não, eu nunca quis te matar, assim como você não queria fazer o mesmo comigo. –Disse L tirando as mãos do bolso e tentando tocar o rosto de Raito que se afastou – Eu não queria que o Near o matasse, muito menos o Ryuuk, mas falhei. –Disse olhando para o céu – Te restam poucos segundos vivo, meu rival... Kira.

 

– La-Lawliet, o que você se tornou? Um Shinigami? Não me deixe morrer!- Disse em desespero e com os olhos arregalados, sentindo o coração apertar no peito.

 

– Hum... você sabia meu nome. –Sorriu e segurou a mão de Raito –Arigatou gozaimazu, Raito-one-chan.

 

 

*Flash Back L off*

 

 

 

– Masaka... Ie... não pode ser... –Disse Raito colocando mão na cabeça e se lembrando dos últimos minutos de vida de L.

 

 

 

 

*Flash back Raito ON*

 

– Por que... Porque eu não consigo matar o L?! –Disse batendo forte na mesa onde o Death Note se encontrava - Eu sei o nome dele... Eu sei que seria mais fácil matá-lo com o Death Note do que sacrificar o Shinigami da Misa, pois isto levantaria menos suspeitas! Sei também que poderia programar a morte dele no momento em que estivéssemos juntos buscando pelo “suposto” Kira! - Disse emaranhando as mãos entre os cabelos e esfregando-as no couro cabeludo. –Mas... por quê? PORQUE EU NÃO CONSIGO???!!! –Disse sentindo a cabeça latejar.

 

*Flash back OFF*

 

 

– A sua solução, mesmo descobrindo meu nome, foi procurar um Shinigami para fazer o que você não conseguiu fazer com suas próprias mãos. –Disse L fitando Raito que tremia com os olhos fechados e as mãos na cabeça – Raito-kun, você é meu irmão.

 

Raito parou de tremer e entrou em choque. “IE!” Não poderia acreditar naqueles fatos. O que o seu Rival estava dizendo? O que Mello tinha dito era referente a isto? Isto não poderia ser verdade!

 

– IE! Isto é mentira! –Disse segurando a gola da blusa de L, sacudindo-o – O QUE VOCÊ QUER DE MIM L? EU NÃO JÁ MORRI?! O QUE VOCÊ QUER? RESPONDA! –Disse soltando aos poucos a gola de L e sentindo a primeira lágrima verdadeira escorrer sobre sua face.

 

– Eu desconfiei disto depois de pensar em quanto nós somos parecidos. –Disse L serenamente, segurando os braços de Raito que havia abaixado a cabeça para soluçar entre as lágrimas – Como eu tinha recursos, fui atrás da verdade depois que Watari me contou a história de nossos pais. –Suspirou e prosseguiu – Como ele não está mais aqui para te contar melhor, pois já foi "purificado", eu lhe contarei com as palavras do próprio como aconteceu...

 

 

 

*Relate L on*

 

“– Lawliet-kun, preciso ter uma conversa muito séria com você” - Disse Watari com uma expressão séria, quebrando meu sorriso.

 

“– O que foi Watari-sama?”- Disse ao mesmo tempo em que decodificava alguns códigos no computador, salvando-os em listas e mais listas que continham diversos números.

 

“– Lawliet-kun, por favor, pare de se dedicar aos estudos e preste atenção em mim um minuto!”

 

Eu pensei por um instante em responder, indagando que sempre conversei sobre qualquer assunto com atenção em meus estudos e nele. Mas se estava me pedindo para parar, mesmo me conhecendo como a palma da mão, tinha a sincera impressão que era um caso urgente, gravíssimo, algo que eu nunca havia presenciado desde então.

 

“– Okaerimashita.”- Disse deixando o sistema em estado de espera, virando a cadeira para fitar Watari.

 

“– Bem, não sei como começar esta história, mas como sabe, seus pais morreram muito cedo... Bem, pelo menos sua mãe morreu mais de desgosto.” -Disse Watari me deixando em pleno estado de choque.

 

“– Do que você está falando Watari? Lembro-me muito bem quando perdi meus pais naquele acidente horrível... Mas porque isto agora?” - Disse ainda curioso.

 

“– Você nunca quis saber o porquê, mas tenho de te contar... –Suspirou - Teu pai teria outro filho aquele ano e ela não aceitou.”- Disse pesadamente -“Discutiram ao volante e acabaram descendo o despenhadeiro...”

 

“– Watari, você não esta dizendo que eu...”

 

“– Sim Lawliet. Você tem um irmão. São de mães diferentes, mas ainda sim irmãos...”

 

“– Onde ele vive? Com quem ele vive?” – Indaguei curioso – Me conte absolutamente tudo!

 

“– Acalme-se L, ele não sabe disso. O garoto vive com a mãe e o “suposto pai". Não vá destruir o casamento deles e acabar com quem ele sabe como "pai e mãe".”

 

 

*Break L*

 

Eu apenas abaixei a cabeça. Sentia-me queimar. Era a primeira vez que senti que aquele era um caso impossível de se resolver. O que faria? Queria tanto um irmão, mas não iria deixar que a velha história se repetisse com você. Sofri muito com a perda de meus pais e não queria que você, Raito-kun passasse pela mesmo. Mas continuei questionado Watari...

 

 

“– Posso saber o nome dele?”

 

“– Ie... Você é o melhor detetive do mundo, vai descobrir se assim desejar.”

 

“– Arigatou, Watari-sama.” Assim terminei o assunto.

 

*Relate L Off*

 

 

– Bem, foi isto que ele me disse. –Disse L fitando o sofrimento do mais novo - Seu pai sabia que sua mãe estava grávida de outro homem, mas assumiu a paternidade. Nosso pai era um homem frio e sem escrúpulos... Sou o detetive que aqui está pela inteligência que ele tinha, mas desde cedo estava determinado a ser diferente dele. Os perdi muito cedo, mas o pouco que o vi fazer com a minha mãe me deixou mais forte para dar orgulho a ela aonde quer que ela esteja... Por isto Raito-kun, preciso te salvar ou você irá para o mesmo lugar que nosso pai...

 

– O QUE VOCÊ ESTÁ DIZENDO L? EU NÃO POSSO SER TEU IRMÃO! IE! NÃO POSSO ACEITAR ISTO... L... –Disse sentindo-se fraco, pois começava a cogitar esta hipótese.

 

– No começo eu não sabia. Descobri um pouco antes de me apresentar a você. -Disse tentando confortar o outro - Mas pense bem Raito-kun, sempre lutamos pelos mesmos ideais, somos os únicos capazes de pensar o que o outro não pensaria, somos otimistas, odiamos perder, além de sermos extremamente egocêntricos.

 

– Isto não prova nada!!! –Disse um pouco mais calmo, levantando os olhos para fitar L – Eu preciso de provas!!!

 

– Eu diria o mesmo. –Disse L fitando Near que organizava vários papéis, sorrindo balbuciando algo ao olhar para eles - Por isto te trouxe aqui e dei aquela chave para o Near.

 

“Mello e Matt, venham para cá.”, Pensou L fechando os olhos e chamando pelos rapazes.

 

– O que foi que aconteceu L? –Disse Mello sendo acompanhado por Matt, sentando-se ao lado de L.

 

– Nadeni monai. Apenas sentem-se, vocês fazem parte da minha vida.

 

“No que L se transformou?”, Pensou Raito assustado, fitando Near, cada vez mais confuso.

 

– Em um Anjo Raito-kun... –Disse L sorrindo e amedrontando o menor.

 

– Na-Nani? Pode não só invocar como ler mentes também???

 

– IE. Apenas quando você invoca o nome de alguém você pode escutar o pensamento dela. –Retrucou Matt fitando Near, curioso – Mas o que está acontecendo L?

 

– Eu também quero saber... Não quero perder meu tempo com este chá de casinha! –Disse Mello nervoso.

 

– Se vocês continuarem rebeldes assim, não vão ser nem meus assistentes pessoais. -Disse L serenamente - Prestem atenção em Near...

 

 

Fotos, arquivos secretos, e-mails, endereços eletrônicos e históricos. Tudo encontrado a partir de códigos que L decifrou durante anos. Tudo guardado minuciosamente para ninguém descobrir, a não ser uma pessoa que escolhesse. O escolhido foi Near.

 

E este, estava espantado com a descoberta, mas sorria ao pensar que Yagami Raito, o Kira era o irmão biológico de L. Near se espantou ainda mais o pensar e constatar que L havia descoberto que Raito era o verdadeiro Kira, mas preferiu fazer com que o moço voltasse atrás em seus erros, tentando fazê-lo confessar.

 

– L-kun, arigatou gozaimasu por me permitir ver tais curiosidades sobre sua vida. Nunca imaginei que o Raito-kun poderia ser seu irmão, mas realmente ser inteligente igual ao mestre só poderiam ser alguém do mesmo sangue – Sorriu – Você conseguiu até um fio de cabelo dele quando estavam presos por aquela corrente, e através dele, fez um exame de DNA. E eu ainda pensava que tinha te superado! Você escolheu até a hora de morrer... Genial...

 

– Esse albino imbecil se sente demais... Ele é melhor que todo mundo! –Disse Mello vitorioso fazendo Matt cair na gargalhada.

 

– Você sempre teve ciúmes dele! Não adianta negar que eu sei, não é mesmo L?

 

– Sim Matt, os dois eram como eu e o Raito-kun. Só brigam, mas um quer ser igual ao outro. –Sorriu – E então ototo-san, consegui provar que é meu irmão ou ainda devo te apresentar minha mãe para contar o que aconteceu? – Disse ironicamente - Pois creio que nosso pai não seja muito acessível, a menos que queira ir para o inferno. Sozinho é claro, pois não posso entrar lá...

 

– Hum, não acredito em você, imagine então em seus pais –Devolveu o sorriso -Quem irá me provar que este exame é verdadeiro? Diga-me L, como pode ser verdadeiro se o melhor detetive do mundo também conhece os melhores falsários do mundo! Não acredito em você! E eu estou condenado a vagar, não mereço nem inferno... Esqueceu?

 

– Quer fazer um novo Exame de DNA Raito-oto-kun?- Indagou L, surpreendendo Raito – Eu não acreditaria em uma palavra de um Shinigami se fosse você...

 

Milhares de informações e momentos com L se passaram por sua cabeça. Nenhum golpe inteligente poderia ser tão perfeito a ponto de evidenciar tantas provas que ele tinha. O pior de tudo era que se L lhe oferecia um exame de DNA tão abertamente, significava que tinha certeza absoluta do que estava afirmando.

 

– Não sei... Só me deixe pensar L... Ao menos um pouco... – Disse emaranhando a mão direita entre os cabelos da fronte, esfregando-os e tentando entender toda aquela situação.

 

– Okaerimashita. Você tem a eternidade... –Sorriu irônico.

Raito fechou os olhos e tentou pensar por um minuto. Não poderia negar diante de tantos fatos. L tinha provas incontestáveis que Near revelava ao retirar da pequena caixa de metal que pertencia a L.

 

– Tudo bem L, posso até aceitar esta história, mas você não pode negar que agora é um pouco tarde, não é? Nós estamos aqui e eu nem sei para aonde vou depois. Não adianta, quem usa o Death Note não vai nem para o inferno e você sabe disto. Então não adianta ter peninha de mim...

 

– Se você se arrependesse de coração Raito-nee-kun, não teria esta penalidade. O que estou fazendo é justamente para te salvar.

 

– L ! Como você mesmo disse, não dá para me arrepender de coração! O que está feito está! Não dá para voltar atrás!

 

L fechou os olhos por um instante e Matt e Mello fitaram Raito com espanto. L voltou a fitar o mais novo e decidiu balbuciar sua sentença final.

 

– Raito-kun está... Perdoado. -Disse sorrindo e levantando, surpreendendo Raito.

 

–Na-Nani? –Indagou o garoto confuso.

 

– Ototo-san, pode até parecer que não temos trabalho aqui, mas você verá que isto é superstição dos humanos –Deu uma pausa e prosseguiu sorrindo - Não nos cansamos, pois somos anjos, mas trabalhamos todos os dias! Então levanta daí e vamos cuidar de uns casos pendentes... – Disse ao estender a mão para Raito que estava em estado de choque -Vamos?

 

– Ma-Mas como pude ter sido perdoado? COMO? –Disse segurando a mão de L e se levantando, ainda muito confuso.

 

– Sim, você foi perdoado. – Disse fitando Raito no fundo dos olhos - Por mais que diga e pense que não merece o perdão, seu coração foi purificado somente pelo ato de sentir-se encurralado por não saber o porquê de ter feito tudo aquilo, por ser impulsivo e querer me superar para provar “quem é o melhor...” –Sorriu fitando as mãos unidas – Mas não fui eu quem te deu esta sentença, Raito-kun, pois eu e ninguém aqui além "Dele" pode ler o coração de um humano... Felizmente sei que o seu está puro, pois você acabou de provar.

 

Raito sentiu seu coração queimar. Pela primeira vez sentiu que aquilo não era ansiedade ou a adrenalina como sempre imaginou. Pela primeira vez pode sentir o que aquilo representava. Era seu coração lutando contra a mente, buscando vencer o instinto de sempre vencer, não importando como. A luta com L chegou ao fim, assim como a luta com o próprio coração, porém não queria de forma alguma admitir que perdeu para L.

 

Raito não disse mais nada, porém L o abraçou carinhosamente em um abraço aconchegante, de irmãos.

 

– Ser anjinho dá trabalho, Lawliet-kun? -Disse Raito irônico, se desvencilhando com repulsa. – Eu nunca vou ser seu irmão, L...

– Você gosta de coisas fáceis, Ototo-san? – Disse respondendo a primeira pergunta e olhando para o irmão que cruzava os braços com um sorriso torto de vitória – Você adora fazer um teatro, não é Raito-kun?

– Eu? Claro que não, Ryuuzaki... Se formos mesmo irmãos, somos iguais até na parte de cênica... – Disse irônico deixando L sério.

– Por Favor, esqueça este nome Raito-kun... Me chame de Nii-san ou então de Lawliet. - Disse L receoso.

– Não sou seu irmão Ryuuzaki. Quero provas mais concretas do que exames de laboratório... - Instigou Raito.

– Hum... – Murmurou L em agonia.

– Não tem uma resposta decente para me dar, Ryuuzaki?- Insistiu sorrindo com sagacidade, pois adorava provocar e deixar L sem palavras.

– Obrigado Ototo-kun, Me deu mais uma prova de que você é realmente meu Ototo...

– L, Porque você é tão teimoso e convencido?

– Em primeiro, Sou teimoso porque pareço com meu pai, assim subseqüentemente você também é. Em segundo, sou convencido porque não houve se quer um caso que eu não solucionasse... até depois de morto eu consegui.

– Baka, eu sou o melhor! –Disse Raito perdendo a razão.

– Ie! Sou a justiça! – Disse L ferrenhamente.

– As ladys vão parar de tricotar, ou vamos ver Near terminar de ler o Life Note? – Disse Matt nervoso.

– Sem querer interromper a relação de amor, posso encher os dois de porrada para ganhar meu pedacinho de terra no purgatório? Afinal, o céu está ficando chato...

– Ie. Que tipo de anjo é você? Não pode nem pensar em espancar alguém... muito menos o Raito-outo-san - Disse L, enquanto Raito fazia bico em sinal de reprovação.

– Até parece! Você e o Raito trocaram socos na terra, porque eu não posso fazer isto aqui também? – Disse Mello inocentemente o que fez L suspirar aliviado.

– Sem comentários quanto a isto Mello-kun... Yare, você não pode e pronto. -Disse L enquanto Raito gargalhava.

– Você não me deixou ser um Deus do novo mundo e agora quer impedir o garoto de fazer o que ele quer? Você se sente um Deus, mas na verdade eu que sempre fui a justiça!

– Já disse que estes pensamentos são perigosos para sua integridade física e mental Ototo-san...

– Humf... Desisto! Agora só quero saber de ouvir o fim da história - Disse Raito vencido pelo cansaço.

– Quer mesmo? –Disse L provocando-o.

– Você já me deu provas suficientes Oni-san, vamos ao fim. –Disse Raito fazendo L sorrir e olhar para Near na Terra.

 

 

 

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– Não acredito, tenho que terminar este caderno –Disse Near suspirando- Nossa eu nunca poderia chegar a esta conclusão, porém esta história de ambos estava difícil de explicar... –Disse Near sorrindo – Parece até coisa de Animê... Mas, vamos ao final. – Disse ao voltar a ler o Life Note...

 

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Eu posso dizer que no dia em que descobri a verdade, pude ter certeza de que ele era o Kira, meu irmão. Modéstia parte, eu nunca havia conhecido alguém com aquele raciocínio incrível e por isto comecei a investigar os passos de Raito. Sempre consegui resolver todos os casos que me foram delegados, mas eu subestimei sua capacidade e ele me fez pensar muito.

 

Cheguei até a pensar que tudo o que eu sabia era menos ou igual ao que ele entendia. Sim de fato, era isto.Agora, eu quero me aproximar dele, fazê-lo entender que a Justiça é bem diferente do que ele pensa.

 

A última linha neste caderno será especialmente para minha última promessa, pois sei que em breve morrei.

 

 Raito-ototo-kun, eu prometo que vou te salvar.         

 

 

 

                                                        FIM                                                                   

 

Lawliet, 4 de Novembro de 2004.

 

 

 

 

 

Extras!

 

Pós-Script do Além

 

- N-não te dei esta liberdade Ryuuzaki! M-me solte! –Disse Raito tentando se desvencilhar do abraço apertado de L.

 

- Eu não quero... Ototo-san! –Disse sorrindo e apertando o irmão.

 

- Até quando eu vou aguentar isto? - Disse Mello resmungando em outro canto com Matt.

 

- Até a eternidade... -Disse Matt sorrindo - Raito não vai admitir nunca que ama o nii-san dele...

 

 

THE END.