Este é meu terceiro dia no quartel que eu chamo de acampamento, ele começou melhor do que outro tirando que eu fui acordado pela briga de Travis e Connor para decidir quem usaria o banheiro primeiro, e depois o Connor cantando desafinadamente no chuveiro enquanto eu insista que ele saísse antes que eu perdesse mais uma vez o café da manhã.

      Mas o que estava me deixando tenso mesmo era o encontro com a minha equipe, eu sabia que eles não Iriam gostar nada das nossas últimas decisões. Ainda assim estava lá na hora marcada só esperando para a catástrofe acontecer.

- O capitão do nosso time é o Charlie. – Informou Silena contente como já é de habito.

Ás vezes eu fico me perguntando o porquê dela ser tão feliz, mas da mesma forma que Silena é só sorrisos, há Clarisse que acorda ao som dos urubus, nunca vi um dia que ela parece pelo menos calma.

- Cadê aquele papo de tomar “decisões juntos”? - Perguntou Clarisse lançando um olhar maligno pra amiga, fique feliz por não ser eu a contar já que ela faria muito mais do que me dirigir seus olhos castanhos aterrorizantes.

- Ninguém me falou nada também. – Disse Michael.

- Foi feita uma votação e ficou decidido que Charlie vai ser o líder. – Repetiu mais uma vez como em fez de protestar com sangue nos olhos (como eles tinham feito) só tivessem não escutado direito.

Beckendorf e nem eu nos ariscávamos a dar uma palavra, o que não era um problema já que Silena cumpria muito bem o papel de porta voz do grupo. Eu não sei se ela é boa nos esportes, mas ter ela no grupo foi a melhor coisa que aconteceu.

- Votação porcaria nenhuma. – Clarisse teria dito mais do que um mero “porcaria” se não estivesse falando co Silena.

- Votação sim. Partindo do ponto onde você e Michael não votariam em ninguém mais do que em si próprio, Beckendorf, Percy e eu votamos. Beckendorf dois; eu zero; Percy, você Michael um.  – Aproveitando a descrença visível no rosto dos dois acrescentou:

- Mesmo o Charlie sendo o líder, não vamos deixar de tomar decisões juntos.  Admira-me você Clarisse, levar uma briga infantil tão longe a ponto de não se importar com a competição.

Ela disse evitando olhar para Beckendorf, ela tinha feito isso todas as outras vezes que tinha falado o nome dele, no inicio pensei ter sido só impressão minha, mas agora tinha ficado bem claro que alguma coisa tinha acontecido eu não sabia se isso era bom ou ruim.

Depois de Clarisse ter permanecido de cabeça baixa pensando, ou seja, lá o que o celebro pouco evoluído dela faz eu disse:

- Precisávamos de um líder e se você e Michael continuar brigado nós vamos acabar perdendo.

- Não começa com lição de moral não, vai procurar a Annabeth. – disse mal-humorada, grande novidade.

- As garotas estão no Chalé, eu vou ficar com a Clarisse até que ela se acalme a ponto de por a vida de ninguém em risco.

- Toma cuidado para não ser visto. – acrescentou depois.

            ***

            - O que você está fazendo?- perguntei pra Thalia que olhava super concentrada para um livro.

             Tudo bem a pergunta soou muito estúpida, ela obviamente estava lendo só que essa cena é rara eu nunca a vi com um livro na mão. Se alguém tivesse me contado as chances de eu acreditar era tantas quando se me contassem que a aurora boreal poderia ser vista em New York.

            - Tentando te ajudar, só tentando, já que de minuto em minuto sou interrompida por algum idiota.

            Clarisse não foi a única que acordou ao som dos urubus, como a resposta dela não fez sentido pra mim dei mais uma olhada para o livro que ela estava nas mãos antes de perguntar mais confuso ainda:

- Você está buscando conselhos amorosos em um livro de história?

Pois era o que claramente o livro era, um livro didático de historia e um daqueles que só de olha ara a capa já me dava sono.

- Cada um usa o que tem. Eu nunca disse pra você que entendia dos assuntos do coração, disse?

Eu não respondi até porque apesar da sua resposta ter sido um pouco mais educada ela continuava com o mesmo tom rabugento. Olhei para o livro na parte superior tinha a foto de uma estatua, comecei a ler um texto que fala sobre a vida do homem li umas duas linha antes de baixar o olhar para uma lista que vinha logo a baixo com o seguinte titulo “COMO RESOLVER PROBLEMAS” pelo pouco que tinha lido deu pra saber que o problema o qual o livro se referia era uma guerra entre Roma e não sei quem.

- Você está usando as regras de como ganhar uma guerra para conquistar uma garota?

 - Não Percy, as regras são para resolver problemas e não ganhar uma guerra. – disse dessa vez mais calma.

- Muito menos conquistar uma garota. – disse Katie que estava pintado as unhas em cima do beliche do outro lado do quarto.

Li os passos em voz alta que erram:

1.Definir claramente o problema; 2. Coletar informações para descobrir as possíveis causas do problema; 3. Analisar as causas levantadas para verificar sobre quais delas se poderia agir;4. Montar um plano de ação para as causas selecionadas como passíveis de eliminação;5. Executar o plano de ação e medir seu progresso; 6. Verificar a eficácia do plano de ação;7. Padronizar a solução, se o plano foi eficaz, ou tomar ações corretivas, em caso contrário; 8. Concluir o processo, aprendendo com uma reflexão sobre a sua execução.

            -Em qual desse passos doidos nós estamos? – perguntei

            O pouco tempo que passei longe delas quase apagou qualquer lembrança de quão eram doidas.

            -Passo Cinco: Executar o plano de ação e medir seu progresso. – Rachel que entediada organizava os esmaltes da Silena em ordem de tom, formando um grande arco-íres pelo chão.

-Na verdade o Seis: Vocês têm que continuar a dar uma de pombinhos apaixonados pelo acampamento para poder saber se o plano foi eficaz. – falou Thalia que tinha mudado de pagina e estava marcando o texto com uma caneta.

- O que deu nela? - perguntei baixinho para Katie.

- Ela esta afundada no livro história desde que chegou aqui, se ela tirar mais uma nota F vai acabar reprovada.

Isso explicava o mal humor e o livro.

- O que você e Rachel estão fazendo aqui já pra fora e façam o que um casal normal de namorados fariam.  – Como nem Rachel e eu fizemos qualquer coisa além de olhá-la, ela gritou:

- Agora.

Nós saímos, não antes de soltar:

- Prefiro a Silena a você.

Ela não pareceu se importar.