Haunted escrita por CarolynNinne


Capítulo 1
If Only I Knew...


Notas iniciais do capítulo

Hey hey! Primeiro cap de mais uma fic dos BVB.
Esta é uma coisa um bocado diferente, acho que podem perceber isso pela sinopse.
Espero que gostem, e qualquer erro peço desculpa!



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Afundei na cadeira da carteira do fundo da sala. Escola. Que nome tão suave para um lugar empestado de gente inculta e egocêntrica. Suspirei quando vi uma forma cinzenta atravessar a parede. Até aqui me perseguem.

Escola nova, o mesmo destino. Qual é o ponto de mudar de escola, de estado, se as coisas continuam iguais? Se eu os continuo a ver!? Se eles me continuam a assombrar.

Ele não me viu, e dei graças a quem quer seja que comande este Universo por isso. Soou o toque de entrada e a manada de selvagens entrou dentro da sala. O professor ou professora estava atrasado. Odeio atrasos. Cada segundo perdido nesta escola é um desperdício de tempo visto que agora poderia estar a escrever. Escrever é a minha paixão, e eu sei que Inglês vai ser fácil este ano.

O professor chegou. Era um homem com talvez cinquenta anos, mente fechada, com poucos anos de vida restante, calvo e baixo. Trajava umas calças de um tecido castanho que não sei dizer o que era, uma camisa branca lisa de manga comprida e uns sapatos de bico. A única coisa que se aproveitava eram os sapatos. O homem atirou os livros para cima da mesa numa tentativa falhada de chamar a atenção dos alunos. Que ridículo. Tirou um pedaço de giz do bolso e escrever o seu sobrenome no quadro. Mr. Peterson. Que nome tão usual. Olhou para nós e contou-nos. Quando os seus olhos bateram em mim, num sentido figurado como é óbvio, ele voou para o livro de ponto e ficou a encarar-me. Sou assim tão bonita?

– Turma, parece que temos uma aluna nova. Levante-se, e venha aqui à frente apresentar-se. - rolei os olhos e fui. Por que quereria eu ir para o inferno quando eu já estou nele? Chama-se High Shcool! Olhei para os selvagens tentando captar a atenção deles e vi-o. Não, não era um fantasma. Não, não era o rapaz por que eu sentia um amor platónico. E não, não era alguém normal. As cores à volta dele eram diferentes. Como se ele estivesse morto, mas não havia cinzento. E ele estava lá, por que vi um dos jogadores de futebol americano a atirar-lhe uma bola de papel para a cabeça. Ao menos ele tinha pontaria, mas apesar de tudo não pude deixar de o fuzilar com o meu olhar. Por que os rapazes fazem isto? - Miss... - o professor olhou para o livro - Miss Evangelon, pode começar a falar. - encarei a turma que olhava para mim com um misto de curiosidade e medo. Olhem a rapariga nova! E talvez as minhas tatuagens estivessem à vista.

– O meu nome é Amanda Evangelon, tenho dezassete anos e vim de New York. - olhei para eles. Não, não estavam saciados. O professor olhava com curiosidade para mim.

– Prossiga.

– Não tenho mais nada a acrescentar.

– Por que é que se mudou de New York para Ohio?

– Isso é algo que não lhe cabe a si saber. - voltei para o meu lugar e a aula passou lentamente enquanto era suposto absorvermos todos os detalhes sobre qualquer coisa que o meu cérebro fez o favor de apagar.

Quando o toque de saída soou todos se levantaram e saíram da sala. Peguei nas minhas coisas sem saber bem para onde ir. Acho que a rua era um bom começo. Sair daquela enorme escola com paredes brancas e salas recheadas de fantasmas conversadores e ir para um local silencioso e pacífico.

Caminhei de cabeça baixa. Acho que o chão onde as pessoas pisam é interessante. E não é sarcasmo. Acho fascinante a maneira de como ele está mais desgastado nos locais por onde os fantasmas passam do que naqueles em que somente os humanos pisaram. Acho intrigante os padrões que a pedra do chão pode formar, e a forma de como o chão que é o sustento do homem é completamente ignorado por todos.

Segui para a rua e encontrei uma árvore que dava uma boa sombra. Caminhei para lá e sentei-me na relva que de fofa não tinha nada. Estava dura e picava. Tirei o meu mp4 e coloquei os phones. Tirei o livro que estava a ler da mala e embrenhei no meu mundo sem querer ser perturbada.

Mas a minha mente começou a divagar quando vi mais um fantasma a passear pela rua.

Por que é que eu os vejo?

Lembro-me do tempo eu que eu não os via. Quem pensava que eles eram somente uma coisa da imaginação fértil de alguém que está morto há muito tempo.

Estava com a Emy num dos hotéis mais caros de New York de férias. Não tínhamos que nos preocupar com nada. Os nossos pais que pagassem. Estávamos na piscina quando me lembrei que tinha que ir buscar o meu telemóvel pois o Brandon disse que me iria ligar. Quando entro no nosso apartamento vejo um rapaz de cinco anos em cinzento. Ele olhou para mim com os olhos marejados e vi que tinha um corte na garganta que sangrava e sangrava e sangrava. Engoli o grito e voltei para trás e a Emy estava a trás de mim. Ela entrou normalmente e sentou-se no sofá, exatamente no lugar onde o rapazinho estava sentado. Ele não fez um único som de dor por causa dela. Simplesmente olhou para mim, disse adeus e atravessou a parede.

Tranquei-me no quarto por dois dias. Não comia. Não falava. Não vivia. Simplesmente existia como aquele menino. Chorava dia e noite por achar que estava a enlouquecer. Os meus pais não estavam como era habitual e a nossa empregada desde que eu me lembro tinha falecido na semana anterior. Fiquei com medo que ela viesse. Fiquei com medo de estar realmente a enlouquecer.

Quando os dois dias passaram e eu não tive mais nenhuma visita fiquei normal. Fiquei melhor, não bem. Fiz tudo como fazia antigamente sem medo de encontrar mais um ser cinzento a vaguear pelo meu quarto.

Mas via-os sempre nas ruas de New York. E um num belo dia de sol, na última semana de férias Rosa veio falar comigo.

"Mi hija, não podes ter medo. Na minha terra natal o dom que tu tens é raro, e é considerado uma bênção! Foste escolhida."

– Mas, Rosa, eu não quero ser nada disso. Quero voltar para a minha vida de antes.

"Uma vez assombrada, ficarás para sempre assombrada!"

E ela foi embora assim. Sem dizer mais nada. Só que eu iria ter que conviver com eles para o resto da minha existência. Um ano depois e estou aqui. Em Ohio. Sozinha debaixo de uma árvore. A pensar no passado. A pensar se há uma maneira de voltar a trás.

Pudesse eu ver o futuro...


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?