Dear Servent escrita por Haruhi_Hanamoto


Capítulo 1
Dear Sevent - Part 1


Notas iniciais do capítulo

Fic atrasadissima para o Amigo Oculto, dou explicações na ultima parte da fic pk fica mais fácil.
Provavelmente já sabem mas pronto...Tentem adivinhar pra quem é.



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Dear Servant

Part 1

Haruhi_Hanamoto

            O destino é uma coisa engraçada e cruel. Eu gostaria de ter nascido em outra era, talvez ser outra pessoa até. Não que eu não goste de minha vida, o problema é que eu tenho uma pessoa que eu amo, e ele é o meu mordomo.

            Inglaterra, pleno século XIX, eu, Kagamine Rin, faço parte de uma das famílias privilegiadas do país. Devem estranhar meu nome de origem japonesa, a verdade é que esse não é meu nome verdadeiro, na verdade nenhuma das pessoas mencionadas na minha história serão tratadas pelo seu verdadeiro nome, devido á certas circunstancias prefiro me manter em anonimato, mas estou me desviando da minha verdadeira razão para estar escrevendo isso.

            Voltando ao assunto, eu tinha acabado de fazer 15 anos, tinha uma vida fácil, a maior dificuldade que tinha sofrido fora a morte de meu pai, Leon, tinha apanhado alguma doença que minha mãe decidiu não me informar. Minha mãe era muito protetora, visto que eu era a filha mais nova ela me mantinha como se eu fosse um belo passarinho numa jaula, sempre protegida, longe de qualquer problema, só saia acompanhada, nem aos jardins de minha própria casa podia ir sozinha, era muito bem guardada, e quem estava comigo sempre era ele…Len, meu mordomo pessoal.

            Conheci Len quando tinha 5 anos, no meu aniversário ele e sua família tinham sido contratados pela minha mãe para substituir os outros serventes da casa. Kamui Luka, uma bela moça de aproximadamente 25 anos, cabelos róseos e compridos, belos olhos azuis e provavelmente uma das pessoas mais gentis que conheci. Kamui Gakupo, seu marido, tinha longos cabelos roxos, normalmente presos em um rabo de cavalo delicado, era nosso jardineiro e era também uma pessoa muito bondosa. Len era o filho daquele casal, tinha os mesmo olhos de seus progenitores e surpreendentes cabelos dourados e sedosos, que naquela época eram mantido curtos, mas por minha decisão Len passou a deixar eles crescerem, agora seus cabelos chegavam a ser mais compridos que os meus, mantidos em um delicado rabo de cavalo baixo e de lado.

            Len por ser apenas um ano mais velho, se tornou no meu mordomo pessoal, Luka cuidava de minha mãe e Gakupo das flores. No começo lembro de que eu não gostava de Len. Achava a ideia de ter que andar para todo o lado com um garoto simplesmente idiota e ridícula, mas Len sempre fora gentil e simpático comigo e não consegui deixar de gostar da sua companhia.

            Eu também nunca fora uma daquelas garotas dóceis e obedientes, gostava de brincar, me sujar, acompanhar Gakupo e Len nas suas caminhadas e caças de Pai e Filho e sempre acabava por trazer a casa o maior animal que conseguisse matar. Mas mesmo apesar disso Len continuava me tratando como uma preciosa jóia, como se eu fosse frágil e doce, e não a garota masculina e egoísta que eu sou.

            O tempo foi passando rapidamente, e antes que eu pudesse ter percebido Len se tornara a pessoa mais importante para mim. Se Len se ausentasse ou não estivesse ao meu lado quando eu acordasse eu logo me sentia em pânico e saia correndo pela casa a sua procura. Me chamem de melodramática, eu não me importo, mas a verdade é que Len estava sempre do meu lado e eu me sentia vazia sem ele, eu o amava muito…Talvez demais.

            Mas não pensem que eu não tinha outros amigos, não eu tinha também Miku, Haku e Lily.

            Hatsune Miku era filha de uma família que aparentemente mantinha boas relações com a minha, e que tinha nos ajudado financeiramente depois da morte de papai, era uma garota muito simpática e divertida, tinha belos cabelos compridos de um peculiar tom aquamarine e olhos azuis belos, e ao contrário de mim era doce e feminina.

            Yowane Haku era a maid pessoal de Miku, tinha belos cabelos compridos e prateados e olhos vermelhos enormes. Era gentil e um pouco tímida, mas sempre pronta a ajudar qualquer um.

            Kagamine Lily era minha irmã mais velha, possuía cabelos compridos e louros, um corpo desenvolvido e olhos de um azul mais escuros e profundos que eu alguma vez tinha visto. Era um pouco chata e petulante, adorava me irritar e me tratar como se eu fosse seu brinquedo, e por mais que me irritasse ela não tinha nenhum servente pessoal, isso porque já era casada e me visitava de vez em quando. Seu marido era Utatane Piko, um rapaz albino e com olhos de cores diferentes, aparente inocente e pueril, parecia ter a minha idade mas na verdade já tinha 20 anos e tinha engravidado minha irmã, agora grávida de 4 meses e com uma barriga já um pouco saliente, que incomodava minha vaidosa irmã, e me divertia imenso.

            Miku e Haku me visitavam todos os dias, eu as visitava apenas uma vez por semana, dia em que me era permitido sair de casa sempre com um numero ridículo de seguranças e mordomos, para me manter mesmo que fora de casa, dentro daquela gaiola de ouro que minha mãe me mantinha.

            Quando eu ia a casa de Miku me sentia relaxada, os pais dela, Tonio e Prima, eram muito mais calmos e relaxados que minha mãe, e muitas vezes me levavam de férias com eles, já que minha mãe recusava-se a sair de casa. Miku tinha também um irmão mais velho, Hatsune Kaito, um jovem de 18 anos muito belo e simpático, mas não é como se eu convivesse muito com ele, sua companhia era agradável mas dispensável. Len é que parecia não gostar muito dele por razões que eu desconheçia e que nunca tivera necessidade de saber.

            Os dias com Miku eram quase sempre do mesmo jeito, ela chegava e íamos para o jardim tomar chá e comer alguns doces e conversar, Miku quase sempre, não conformada com minha forma pouco feminina de ser, trazia inúmeros vestidos e maquilhagem variadas para me embonecar, coisa que eu achava irritante e que divertiam muito Len, que sempre acabava abafando um riso ou outro, e que me deixavam com uma cara extremamente emburrada durante o resto do dia.

            - Rin! Se você continuar assim tão masculina será um verdadeiro desperdício de beleza! Logo você que parece um boneca! – Dizia Miku constantemente, pelo que eu respondia sem paciência e educação.

            - Miku não me enche e acaba logo esse troço para eu ir tomar um banho! – Ela fazia um cara cansada e continuava mexendo em tudo que era lugar em mim me arrumando. Mesmo que ela me irritasse muitas vezes, Miku era minha melhor amiga e eu a amava muito, foi por causa dela que eu descobri que amava Len mais do que como um amigo ou irmão.

            - Rin, você já viu como olha para o Len? – Perguntou ela um dia quando Len e Haku forma buscar mais chá á cozinha.

            - Como assim? – Interroguei curiosa, Miku me olhou com olhos preocupados e falou calmamente:

            - Com olhos cheios de amor Rin…

            - Mas é claro! Len e eu estamos juntos desde que éramos pequenos, se eu não o amasse até agora teria algo de errado comigo, não?

            - Não Rin…Não é esse tipo de amor que eu estou falando.

            - Então do que você está falando exatamente? – Disse já ficando nervosa, Miku suspirou e olhou para mim séria:

            - Você o ama…Como um homem.

            - Queria o que Miku!? Ele é um garoto! Eu não posso amar ele como eu amo você!

            - Não Rin! Eu estou dizendo que você o ama como uma mulher ama um homem…Romanticamente!

            -… Você anda lendo muitos romances Miku…

            - Por isso mesmo que eu sei diferenciar o teu amor por ele e você não.

            - Ah é? Me prove então que eu estou apaixonada por ele! – Disse em tom desafiador, Miku simplesmente inspirou profundamente e começou a falar pausadamente:

            - Quando você está com ele você se sente como a pessoa mais feliz no mundo, mas mesmo assim tem um pouquinho de tristeza nessa felicidade? – Pensei um pouco tentando perceber o que ela tinha me perguntado, e falei receosamente:

            - Sim…Mas isso é normal! Também me sinto assim com você!

            - Espere. Quando você o vê o teu coração bate mais forte e rapidamente e você se sente esquentando?

            - Acho que sim…

            - Você não consegue viver sem ele?

            - Sim!

            - Nem sequer quer pensar na possibilidade dele alguma vez se apaixonar por uma garota qualquer e te deixar sozinha?

            - Ele nunca irá fazer isso e-

            - Rin…Você o ama…Admita. – Eu pensei durante um certo tempo, tentando absorver tudo que Miku tinha me dito e finalmente percebi…Eu o amava, o amava mais do que qualquer pessoa, mais do que a minha família, mas do que a mim própria, e com essa realização veio uma felicidade imensa, e também uma tristeza e desespero ainda maiores.

            Eu e ele nunca poderíamos ficar juntos.

            Eu era como se fosse sua dona, mas ele era somente o meu mordomo, e nada mais…

            Nesse dia chorei como nunca chorei antes, Len que não percebia o porque do meu ataque de histeria só passou a noite comigo me abraçando e me confortando, sempre com um sorriso preocupado nos seus lábios, lábios que embora fossem meus, nunca seriam para mim.

            Vários dias, semanas, meses e horas se passaram desde aquele dia, mas a dor nunca ficava menor, ela se agravava e me entristecia, mas eu a escondia de Len, nunca poderia dizer que eu o amava, e sabia que seus sentimentos não eram os mesmos. Na verdade Len era difícil de ler, nunca conseguia perceber o que se passava em sua cabeça, seus olhos e sorriso sempre escondiam seus verdadeiros sentimentos, por isso que naquele dia fiquei tão surpresa.

            Faltavam quatro meses para meu aniversário de 16 anos, minha mãe agora se apresentava sorridente e expectativa, claro que eu não sabia o que estava acontecendo, eu era sempre a ultima a saber o que acontecia, mesmo se fosse relacionado comigo eu só saberia depois de tudo ter sido resolvido, e era isso mesmo que estava acontecendo.

            Minha mãe tinha convidado minha irmã e seu esposo, toda a família de Miku e mais uns quantos outros nobres que eu não conhecia muito bem. Até Luka, Gakupo e Len tinham sido convidados para o jantar, pelo que presumi que seria algo muito importante.

            Era um jantar enorme, digno de reis, e minha mãe sempre sorridente, e Miku que sempre tinha adorado esse tipo de ocasião se mostrava cabisbaixa e desanimada, parecia triste, mas eu não pude perguntar o que havia, ela estava do outro lado da mesa com sua família, portanto não podia falar nada.

            Len estava do meu lado, mostrava-se calmo e sereno, comendo educadamente e em silêncio, eu quis perguntar o que estava acontecendo mas no momento em que ia falar algo minha mãe se levantou e pedindo atenção a todos falou animadamente:

            - Por favor! Peço a atenção de todos os convidados presentes! Devem estar se perguntando a razão de eu os ter convidado tão abruptamente, a verdade e que hoje tenho algo muito importante para anunciar. Rin querida, pode se levantar e se aproximar por favor? – Ela disse olhando para mim e me deixando confusa, eu simplesmente a olhei suplicante, pois odeio qualquer tipo de atenção em mim, e me levantei, visto que ela me tinha dirigido um olhar severo, como se dissesse para eu parar de ser idiota e ir logo.

            - D-Diga mama?

            - Querida Rin, é com muito prazer que te informo que semana passada, o jovem Hatsune Kaito pediu sua mão em casamento, e eu aceitei!

            - O-O que isso quer dizer…? – Perguntei hesitante, embora já soubesse a resposta.

            - Ora! Que você irá se casar com ele minha querida!

            Palmas irromperam pela sala, mas eu não as conseguia ouvir direito.

            Casamento…Kaito…Casamento…Eu…Len?

            Olhei de relance para onde Len deveria estar, mas não o vi mais, olhei para Miku que simplesmente não me encarou e continuou olhando para baixo, me pareceu ter visto lágrimas em seu rosto, e depois olhei para Kaito, sorrindo vitorioso e orgulhoso.

            Meu Noivo…

            Não.

            Não.

            Não!

            - NÃO! - Gritei em desespero e saí correndo para o meu quarto, onde me joguei na cama e comecei a chorar, primeiro desesperadamente, provavelmente conseguiam me ouvir na sala de jantar, mas eu não me importava, talvez assim minha mãe cancelasse o noivado, era tudo que eu queria, tudo que eu precisava.

            Fui me acalmando lentamente, meus olhos estavam cansados, eu não conseguia mais chorar, mas a dor continuava, agora mais forte ainda, pois só conseguia pensar numa pessoa:

            - L-Len… – Gemi baixinho abraçando meu travesseiro encharcado, e uns braços familiares me abraçaram por trás e com uma voz doce sussurrou no meu ouvido:

            - Chamou Ojou-sama?

            - Len! – Me virei e o abracei, comecei a chorar novamente, Len só me abraçava de volta e me dava pequenos beijos no topo da cabeça.

            - Você se opõe assim tanto a ideia de se casar com Kaito-sama?

            - E-Eu…

            - Eu gostaria de saber porque…Afinal se você está sofrendo tanto deve ser por alguma razão não é? – Len parecia nervoso, sua voz falhava, ele tremia e me apertava fortemente, sua língua parecia se enrolar, e eu tive a maior vontade de olhar para ele, pelo que me afastei levemente e olhei para ele, me surpreendendo.

            Mesmo no escuro seus olhos azuis e cabelos dourado brilhavam levemente, sua cara mostrava uma dor e nervosismo que eu nunca conseguiria alguma vez entender, ou talvez poderia…Sua expressão reflectia a minha, a de alguém com o coração partido.

            - Eu te amo,Len…

            Eu não consegui me controlar, as palavras saíram quase que naturalmente, o silêncio se instalou no quarto e ele simplesmente me puxou para perto de si e me respondeu com um suspiro:

            - Você entende o que você acabou de dizer? – Eu acenei afirmativamente enquanto as lágrimas rolavam silenciosas pela minha face – Sabe que depois disso eu não irei te deixar ir? – Eu o olhei surpresa, e ele simplesmente me sorriu melancolicamente.

            - Eu te amo também Ojou-sama…- Eu o olhei estupefacta…Len me amava…Ele me amava também!

            Dei um sorriso leve, ele me olhou e deu um beijo em minha testa, depois na minha bochecha, perto do lábio e-

            - RIN! ABRA ESSA PORTA IMEDIATAMENTE SENHORITA! – Gritava minha mãe do outro lado da porta, parecia furiosa, eu entendia, mas eu ainda achava que tinha razão, ela não podia escolher minha vida, ela não podia me manter para sempre naquela odiosa gaiola de qual ela tanto se orgulhava…

            Len olhou para mim e eu acenei afirmativamente, ele se levantou e abriu lentamente a porta de meu quarto, e minha mãe entrou imediatamente, com uma expressão completamente furiosa e possessa.

            - NO QUE A SENHORITA ESTAVA PENSANDO QUANDO SAIU CORRENDO DAQUELE JEITO DA SALA?!

            - Eu não quero me casar com Kaito mama!

            - ISSO NÃO SE TRATA DO QUE VOCÊ QUER OU NÃO QUER!

            - Mas é claro que se trata! A vida é minha!

            - E é por isso mesmo que eu aceitei o noivado! Se você decidisse sua vida por si própria, você acabaria na rua! Pobre e com fome!

            - ISSO QUER DIZER QUE PARA VOCÊ EU NÃO PASSO DE UMA IGNÓBIL IRRESPONSÁVEL?!

            - Exactamente! E por isso mesmo que você irá se casar com Kaito, quer queira quer não! E para eu ter a certeza de que você não irá fazer algo de estúpido você irá a partir da próxima semana morar na casa dos Hatsune! Ouviu?

            - O QUE? COMO ASSIM? EU…EU! – Olhei para Len que se mantinha de olhos arregalados e comecei a chorar novamente, minha mãe estava decidindo tudo sozinha, ela não iria deixar que eu tivesse uma opinião… Ela me manteria para sempre dentro da gaiola…E já não havia forma de eu fugir…O que mais eu posso fazer?


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Notas finais do capítulo

Tem mais uma parte...



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