Meu Amigo Imaginário? escrita por Greensleeves


Capítulo 32
Capítulo 32




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/203657/chapter/32

  "Eu ainda não sei como você poderia estar sangrando?" -Sentei na cama e guardei a caixinha de curativos.

 Ele riu.

  "E você acha que eu sei?" -Ele estava sentado na janela olhando.

 Me levantei e fui até ele.

  "Foi muito fofo da sua parte me defender." -Encostei na parede. Ele olhou para mim.

  "Não podia deixar ele falar de você assim."

 Me sentei na sua frente.

  "Acha que esse... 'Sangue' pode ter algo haver com você... vivo?" -Olhei para ele.

  "Gostaria de saber." -Ele abraçou as pernas.

 Suspirei, olhei pela janela e a neve caía. Passei o dedo no vidro embaçado desenhando uma flor.

 Perry pulou no meu colo e se enfiou no meu casaco. Eu o acariciei enquanto ele ronronava. 

  "Já pensou que você poderia estar em um hospital ou algo do tipo?"

 Ele olhou para mim.

  "Até que não é uma má ideia." -Ele apoiou a cabeça no joelho- "Eu posso estar em coma, ou algo do tipo."

  "O que eu vou fazer quando você achar seu corpo?" -Fiz uma careta por usar essas palavras.

 Ele levantou a cabeça.

  "O que quer dizer com isso?"

  "E se quando você voltar, não se lembrar de mim."

 Ele se aproximo de mim e segurou minha mão.

  "Isso não vai acontecer." -Ele sorriu.

  "Mas e se..."

 A porta se abriu com um cleck e eu me levantei com o susto. Tia Sierra apareceu com um olhar bravo.

  "Com quem conversava?" 

 Olhei para a janela, mas ele não estava lá.

  "Ninguém." Disse.

  "Eu ouvi vozes." 

  "Deve ser da sua imaginação." -Dei de ombros.

 Ela fechou a porta e veio até mim.

  "Escute aqui, garotinha. Eu só vou te aturar até o juizado vir aqui. Porque depois disse, eu te ponho no primeiro avião que der para você ir para a Africa e nunca mais voltar. Entendeu."

 Não respondi.

  "Não vire a cara para mim." -Ela segurou meu rosto tão forte, que suas unhas fizeram um pequeno corte na minha bochecha.

 Empurrei ela me afastando, mas ela veio até mim.

  "Como ousa!" -Ela jogou meu computador no chão junto com alguns livros.

  "Por que fez isso?" -Gritei.

  "Por que você é uma peste! E ingrata!" -Ela jogou todas minhas coisas no chão.

  "Para!" -Segurei as mãos delas, mas ela era mais forte e me deu um tapa na cara, me fazendo cair na cama.

  "Eu te aturei pela ultima vez." -Ela pegou o relógio e jogou em mim batendo na minha cabeça. Gritei.

  "Você é louca!" -Tente ir até a porta, mas algo pesado acertou minhas costas. Quando me virei ela segurava o outro sapato.

  "Eu estou cansada de você." -Ela levantou a mão para jogar, mas caiu no chão desmaiada. Olhei espantada para ela. Quando olhei para cima Victor segurava o computador.

 Ele olhou para mim ofegante e jogou o computador no chão. Um poça de sangue cobria a cabeça da minha tia. Tampei a boca para não vomitar. Victor correu até mim e me abraçou. Eu chorava e minhas mãos tremiam.

  "Calma." -Ele sussurrou e levou minha cabeça até seu peito- "Estou aqui."

 Eu o abracei forte.

  "Ela...Ela.." -Gaguejei, mas ele apenas beijou minha nuca.

  "Precisamos sair daqui." -Ele olhou em volta.

 Eu o afastei e abri a porta correndo para o banheiro. Me debrucei sobre o vaso e, involuntariamente, vomitei.

 Me levantei meio zonza e limpei a boca. Voltei para o quarto, mas Victor não estava lá. Desci as escadas devagar, eu ainda tremia.

 Henry olhou para mim e eu congelei.

  "Esta tudo bem?" -Meu coração acelerou e eu não consegui dizer nada. Victor acenava atras dele.

  "Sim." -Assenti.

  "Você viu a sua tia?"

 Minhas pernas amoleceram.

  "N..Não."

 Ele deu de ombros e foi para a sala.

 Victor correu até mim, eu me segurei no corrimão para não desmaiar.

  "Calma." -Ele me segurou.

  "Matamos ela." -Eu disse chorando.

  "Não, eu matei. Você não tem culpa disso, entendeu." 

 Assenti.

  "Fique aqui." -Ele subiu as escadas correndo.

 Tentei me mexer, mas minhas pernas não me obedeciam.

 Victor desceu minutos depois com uma mala e um casaco. Ele segurou minha mão e me puxou correndo até a porta, abriu a porta e saímos, na calçada parei ele.

  "O que é isso?" -Olhei para a mala.

  "Você não pode mais ficar aqui." -Ele disse olhando em volta.

  "E para onde vou?" 

  "Calma, eu tenho um plano."

  "Que plano?" -Segurei a mão dele quando ele voltou a andar.

  "Confie em mim." -Ele estava serio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!